Collin
— Olha você aí, minha querida! — O homem fala, abrindo um sorriso emocionado. Contudo, resolvo me afastar um pouco para lhes dar espaço.
— Padre Júlio! — Percebo o carinho dela por esse estranho apenas no sibilar de suas palavras.
— Como você está, querida?
— Bem, eu acho. — Ele olha para mim e eu aceno sutilmente para ele.
— Deus a abençoou com a sua graça, filha. — O padre cantarola e os seus olhos correm imediatamente para mim. — Eu sei que tudo parece confuso para você agora, mas acredite, agora você está nos braços do homem que te ama.
Me pego sorrindo, porém, de boca fechada.
— E agora você está segura, Ellen e ainda com o seu filho nos seus braços.
— Obrigada por tudo, padre Júlio!
— Agradeça a Deus, minha filha
Ellen— Enfim, chegamos! — Collin avisa um tanto animado, enquanto ele abre a porta da sua bela e enorme casa para mim, me dando passagem em seguida. Entretanto, entro cheio de expectativas.Quer dizer, o médico disse que está tudo bem comigo, que tudo está no seu devido lugar e que o fato de perder a memória seja apenas uma defesa do meu sistema. Contudo, estou me perguntando do que estou me defendendo a final? Portanto, olho para algumas imagens espalhadas por toda a sala de estar e em todas elas estou sorrindo e aparentemente muito, muito feliz, e sempre do lado dele.Bom, pelo menos não estou me defendendo dele, certo?— E então? — Ele inquire, largando o bebê conforto com cuidado em cima de um sofá, onde Antony dorme tranquilamente. Contudo, os meus olhos continuam varrendo todo o cômodo com curiosidade.— É uma casa muito linda, Collin!
Ellen— É claro que sim!— Ótimo! Podemos fazer algo diferente hoje, o que acha?— Hum, o que tem em mente?Enquanto Judy fala sobre os seus planos para um dia inteiro, seguro o barão nos meus braços e faço carinho nos seus pelos, o colocando na sua nova cama em seguida.— Tudo certo! — Confirmo e escuto o som da sua vibração feliz em seguida. Portanto, passo as próximas horas tomando um banho, me arrumando, me maquiando e após me despedir do meu cãozinho me preparo para sair.Um sinal de mensagem me faz parar no meio do corredor. Curiosa, a abro encontrando um vídeo em anexo. Meu coração para quando vejo o sorriso de Laura surgir na frente da lente e à medida que ela se afasta, a visão de um quarto de hotel vai se revelando diante dos meus olhos. Engulo um n&o
CollinAlgumas horas depois…— Johnson, alguma novidade? — inquiro enquanto o carro se aproxima do hotel.— Sim. O Senhor tinha razão, a Laura teve vários encontros esporádicos com a Senhorita Axel desde que chegou aqui no Brasil. Inclusive ela visitou o BookCaffe com a irmã gêmea dias antes do acidente.Fecho os meus olhos, pressionando os dedos das minhas mãos tão rudemente, que as minhas unhas chegam penetrar a palma da minha mão.O quão soberbo você foi, Collin Hill? Como pode acreditar que Ruby Axel ficaria quieta após encerrar a porra do contrato e ainda deixá-los na miséria? Você cumpriu com a sua promessa, agora é a minha vez de foder de vez com a sua vida, e eu vou fazer um estrago tão grande que você se esquecerá das nossas vidas de uma vez por todas.— Chegamos,
Ellen— Por que ele está demorando tanto? — pergunto em agonia, andando de um lado para o outro do amplo quarto, enquanto Judy põe o Anthony para arrotar.— Fique calma, Ellen, ele já deve estar vindo para casa.Bufo audivelmente.— Ele está fora de casa praticamente o dia inteiro e eu não faço ideia do que ele está fazendo com aquela… louca da Laura!— Bom, desde que o conheço o Senhor Hill é um homem prudente. Tenho certeza de que não fará nada que se arrependa depois.Deixo os meus ombros caírem.— Estou com medo, Judy! — confesso baixo, sentando-me na beirada do colchão e após colocar o meu bebê dentro do berço, ela se senta do meu lado e segura na minha mão, olhando dentro dos meus olhos.— Pois não devia, Ellen. — Judy abre um sorriso enco
EllenUm mês depois…— Bom dia, Senhora Hill! — A babá do meu filho diz assim que adentro o quarto infantil.— Bom dia, Flora! E como está o meu garotinho essa manhã? — Ela sorrir.— Acordou bem cedo.— Sério? — Ansiosa, vou até o seu berço e encaro as suas perninhas que não param de se mexer, abrindo um sorriso singular para ele. — Bom dia, meu amor! — cantarolo para o Anthony que parece se agitar ainda mais dentro do seu berço e imediatamente o seguro no meu colo, deixando alguns beijinhos nas suas bochechas rosadas. — Que tal irmos ver o papai antes que ele saia para trabalhar? — Olho para a babá que nos lança um olhar admirador. — Prometo que o trago a tempo para o banho de sol — aviso.— Está bem, enquanto isso vou dar uma organizada por aqui.Ao lon
EllenTrês dias depois…O carro para em frente a fachada elegante, porém, simples de uma casa em um bairro nobre e eu penso que ela deve ser pelo menos cinco vezes menor do que a mansão Axel. Contudo, solto uma respiração alta e olho para o bebê adormecido no bebê conforto.— Você está bem? — Judy pergunta me fazendo erguer os olhos para ela.— Já tem meses que não os vejo desde que…— Desde a separação do Barão e da sua irmã.— Aquele jantar foi um fiasco, Judy.— Se não quiser fazer isso, eu…— Eu quero. Na verdade, eu preciso.— Tudo bem! Não esquece que eu vou estar bem do seu lado. — Abro um sorriso curto e após puxar mais uma respiração, decido sair do carro.Ao alcançar o portã
EllenA magnitude de um sonho que sequer cheguei a sonhar. A pouco mais de um ano sonhei com um casamento simples, em uma igreja simples, morar em uma casa simples e assim viver feliz para sempre com a minha família. Mas um casamento no luxuosíssimo castelo Drakenfild, na Inglaterra nunca se passou pela minha cabeça, menos ainda ter uma rainha como a minha convidada e espectadora.Sim, é tão sufocante quanto deslumbrante e por incrível que pareça todo esse luxo e glamour não está me assustando, e eu sei que é por causa do homem lindo, e elegante que me espera no imponente altar.— Segurem o véu!Alguém pede com um tom um pouco mais elevado na voz e logo eles estendem o comprido, e rendado véu pela longa escadaria que me levará as portas largas do castelo. Puxo a respiração em meio a um vestido extremamente lindo e e
EllenCinco anos depois…Ellen"— Não posso te perder, Madeline! Não posso perder a única mulher que conseguiu me liberar do meu passado tenebroso. — Adam sibila cada palavra como se a sua vida estivesse escapando das suas mãos, enquanto ofega violentamente, pois ele precisou correr não só contra o tempo que agora era o seu pior inimigo, mas contra todas as negativas do seu coração quebrado para encontrar o grande amor da sua vida, antes que ela partisse para longe dele. Madeline parecia não acreditar no que os seus ouvidos acabaram de escutar. A ansiedade de constatar que ele estava realmente ali atrás dela fez as suas mãos apertarem sobremaneira o corrimão da estreita escadaria de um navio que zarparia em poucos minutos, levando-a para o outro lado do oceano. Entretanto, ela respirou fundo algumas vezes antes de virar-se com receio para olh&aacut