Capítulo 4

Luiza, ela estava tão diferente.

Quando ela saiu pisando duro da festa, antes mesmo que eu pudesse por um fim a aquela palhaçada. Ela apenas apertou o botão do foda-se e falou oque tinha para falar.

- Essa é aquela sua secretaria rolha de poço? - Saulo diz.- esta bem gostosinha agora, posso ate perdoar oque me disse se ela me compensar bem.

Ai meu deus. Chega!

- Escuta aqui Saulo, essa é a ultima vez que quero ouvir merda saindo da sua boca. Na segunda feira você ira ate meu escritório para vender suas ações ou eu voltarei com o processo contra você e ainda faço questão de testemunhar no processo de injuria que ela fez.- digo já me levantando.

- Não pode me obrigar.- ele diz e eu o olho.

- Não posso mesmo, mas com certeza eu posso tirar de você no tribunal muito mais do que as ações valem, é você quem vai sair perdendo.- digo e estendo a mão para minha acompanhante.- acho que chega por hoje, me acompanha?

- claro.- ela diz pegando minha mão e saindo daquele salão comigo.

- te levarei ate em casa.- falo para ela que me olha.

- Não é necessário, eu vim de carro. Acho melhor você tentar alcançar Luiza, ela não deve ter ido muito longe.- ela diz e vejo que esta preocupada.

- São amigas, não são?- pergunto.

- Sim da faculdade, acabei virando modelo depois.

- certo, então eu vou indo.- digo para me despedir.

- tudo bem, só converse com ela. Esses últimos meses tem sido difícil, eu no lugar dela não teria suportado.

-Difíceis como?

- pergunte para ela. Agora vá.

Ela caminha em direção ao estacionamento e eu pego meu carro na entrada do hotel.

Dirijo um pouco ate que eu possa encontra-la no ponto de ônibus.

- Luiza?- a chamo saindo do carro, mas ela apenas vira o rosto. -Luiza entra no carro, vou te levar para casa.

- Prefiro esperar um ônibus.- ela diz e eu suspiro

- já esta tarde, nenhum ônibus vai passar essas horas.

- Então eu peço um Uber.- ela fala pegando o celular na bolsa.

Ela é maluca e esta pedindo pra ser assaltada, no mínimo.

- É perigoso Luiza! Apenas entra na droga do carro que eu vou te levar.- digo um pouco nervoso.

Ela me olha com uma sobrancelha erguida antes de falar.

- Tudo bem, hoje você ainda é meu chefe.- ela diz caminhando ate mim e entrando no lado do passageiro.

Entro no carro e começo a dirigir.

O carro fica silencioso, ela não tira os olhos da janela e parece pensativa.

- Não devia ter se exaltado daquele jeito, eu iria resolver.- digo tentando quebrar o silêncio e ela acaba rindo.

- Resolver como? Concordar com ele e tentar me convencer de tirar o processo?- ela diz me acusando.

- Eu não disse isso Luiza.- digo.

Esse é um bom momento para me explicar.

- Não precisa, você e aquele idiota compartilham do mesmo pensamento.- ela fala.

Acelero o carro e o encosto no acostamento.

- Em dois anos, eu nunca a tratei mal...- tento começar.

- ah não?- ela fala

- Eu estava irritado Luiza, com todo mundo e acabei descontando em você.- digo a olhando.

Quero me desculpar mais não sei como.

- isso não importa mais mesmo.- ela diz virando o rosto para a janela e olhando a rua.

Ela me perdoou?

- Que bom, então vamos esquecer isso e na segunda você..- eu  começo a dizer mas sou interrompido.

- Na segunda o senhor vai receber meu pedido demissão.

- Oque?

- Foi oque ouviu, eu vou me demitir.- ela diz convicta.

- Não posso deixar que faça isso Luiza, droga, eu preciso de você naquela empresa. Preciso de você trabalhando para mim.

Sou sincero, realmente preciso dela.

Bianca já se demitiu, Luiza esta querendo se demitir, só sobra uma última secretaria que mora em uma outra filial em outro pais que nem fala minha língua.

- E sobre oque eu preciso? Ninguém se importa com isso.- ela diz.- pode por favor me levar para casa, ou me deixa sair aqui mesmo.

Me seguro para não dizer nada. Acharei um jeito de ela não se demitir.

Depois de ela me dar seu endereço e eu parar na porta sua casa ela sai do carro e eu a acompanho.

- tenha uma boa noite sr. Moore.- ela diz me dando as costas.

Caminho ate ela e seguro seu braço.

- Do que você precisa Luiza?- pergunto sinceramente, posso tentar convence-la a ficar se eu souber como.

- Quer realmente saber? Ou acha que pode conseguir oque eu quero?- ela pergunta e eu abaixo a cabeça.

- Sabe oque eu quero? Quero ficar longe de pessoas toxicas, pessoas que me humilham por causa do tanto que eu peso, quero ser feliz, quero mudar de ares.- ela diz tudo olhando nos meus olhos.- E eu quero alguém que me ame pelo oque eu sou, não como eu me pareço ou por interesse próprio.

Ai ouvi-la dizer aquilo com tristeza me doeu.

Não sei pelo oque ela passou, mas tentarei descobrir para ajudar.

- Boa noite sr. Moore.- ela diz depois que percebe que eu não sei oque responder para ela.

Eu a vejo entrando em seu prédio e logo depois eu entro em meu carro.

- Boa noite Luiza.- digo baixinho.

Para mim, algo desta noite deveria ter resposta.

Nem que fosse apenas um boa noite.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo