Luiza, ela estava tão diferente.
Quando ela saiu pisando duro da festa, antes mesmo que eu pudesse por um fim a aquela palhaçada. Ela apenas apertou o botão do foda-se e falou oque tinha para falar.
- Essa é aquela sua secretaria rolha de poço? - Saulo diz.- esta bem gostosinha agora, posso ate perdoar oque me disse se ela me compensar bem.
Ai meu deus. Chega!
- Escuta aqui Saulo, essa é a ultima vez que quero ouvir merda saindo da sua boca. Na segunda feira você ira ate meu escritório para vender suas ações ou eu voltarei com o processo contra você e ainda faço questão de testemunhar no processo de injuria que ela fez.- digo já me levantando.
- Não pode me obrigar.- ele diz e eu o olho.
- Não posso mesmo, mas com certeza eu posso tirar de você no tribunal muito mais do que as ações valem, é você quem vai sair perdendo.- digo e estendo a mão para minha acompanhante.- acho que chega por hoje, me acompanha?
- claro.- ela diz pegando minha mão e saindo daquele salão comigo.
- te levarei ate em casa.- falo para ela que me olha.
- Não é necessário, eu vim de carro. Acho melhor você tentar alcançar Luiza, ela não deve ter ido muito longe.- ela diz e vejo que esta preocupada.
- São amigas, não são?- pergunto.
- Sim da faculdade, acabei virando modelo depois.
- certo, então eu vou indo.- digo para me despedir.
- tudo bem, só converse com ela. Esses últimos meses tem sido difícil, eu no lugar dela não teria suportado.
-Difíceis como?
- pergunte para ela. Agora vá.
Ela caminha em direção ao estacionamento e eu pego meu carro na entrada do hotel.
Dirijo um pouco ate que eu possa encontra-la no ponto de ônibus.
- Luiza?- a chamo saindo do carro, mas ela apenas vira o rosto. -Luiza entra no carro, vou te levar para casa.
- Prefiro esperar um ônibus.- ela diz e eu suspiro
- já esta tarde, nenhum ônibus vai passar essas horas.
- Então eu peço um Uber.- ela fala pegando o celular na bolsa.
Ela é maluca e esta pedindo pra ser assaltada, no mínimo.
- É perigoso Luiza! Apenas entra na droga do carro que eu vou te levar.- digo um pouco nervoso.
Ela me olha com uma sobrancelha erguida antes de falar.
- Tudo bem, hoje você ainda é meu chefe.- ela diz caminhando ate mim e entrando no lado do passageiro.
Entro no carro e começo a dirigir.
O carro fica silencioso, ela não tira os olhos da janela e parece pensativa.
- Não devia ter se exaltado daquele jeito, eu iria resolver.- digo tentando quebrar o silêncio e ela acaba rindo.
- Resolver como? Concordar com ele e tentar me convencer de tirar o processo?- ela diz me acusando.
- Eu não disse isso Luiza.- digo.
Esse é um bom momento para me explicar.
- Não precisa, você e aquele idiota compartilham do mesmo pensamento.- ela fala.
Acelero o carro e o encosto no acostamento.
- Em dois anos, eu nunca a tratei mal...- tento começar.
- ah não?- ela fala
- Eu estava irritado Luiza, com todo mundo e acabei descontando em você.- digo a olhando.
Quero me desculpar mais não sei como.
- isso não importa mais mesmo.- ela diz virando o rosto para a janela e olhando a rua.
Ela me perdoou?
- Que bom, então vamos esquecer isso e na segunda você..- eu começo a dizer mas sou interrompido.
- Na segunda o senhor vai receber meu pedido demissão.
- Oque?
- Foi oque ouviu, eu vou me demitir.- ela diz convicta.
- Não posso deixar que faça isso Luiza, droga, eu preciso de você naquela empresa. Preciso de você trabalhando para mim.
Sou sincero, realmente preciso dela.
Bianca já se demitiu, Luiza esta querendo se demitir, só sobra uma última secretaria que mora em uma outra filial em outro pais que nem fala minha língua.
- E sobre oque eu preciso? Ninguém se importa com isso.- ela diz.- pode por favor me levar para casa, ou me deixa sair aqui mesmo.
Me seguro para não dizer nada. Acharei um jeito de ela não se demitir.
Depois de ela me dar seu endereço e eu parar na porta sua casa ela sai do carro e eu a acompanho.
- tenha uma boa noite sr. Moore.- ela diz me dando as costas.
Caminho ate ela e seguro seu braço.
- Do que você precisa Luiza?- pergunto sinceramente, posso tentar convence-la a ficar se eu souber como.
- Quer realmente saber? Ou acha que pode conseguir oque eu quero?- ela pergunta e eu abaixo a cabeça.
- Sabe oque eu quero? Quero ficar longe de pessoas toxicas, pessoas que me humilham por causa do tanto que eu peso, quero ser feliz, quero mudar de ares.- ela diz tudo olhando nos meus olhos.- E eu quero alguém que me ame pelo oque eu sou, não como eu me pareço ou por interesse próprio.
Ai ouvi-la dizer aquilo com tristeza me doeu.
Não sei pelo oque ela passou, mas tentarei descobrir para ajudar.
- Boa noite sr. Moore.- ela diz depois que percebe que eu não sei oque responder para ela.
Eu a vejo entrando em seu prédio e logo depois eu entro em meu carro.
- Boa noite Luiza.- digo baixinho.
Para mim, algo desta noite deveria ter resposta.
Nem que fosse apenas um boa noite.
Assim que chego em meu apartamento, penso em tudo oque ela me disse.Se ela aceitar minha proposta de ir comigo para a sede, ela pode ficar longe de quem ela quer e mudar de ares, como ela disse.E talvez lá ela possa conhecer alguém...A Luiza, ela foi tão profissional hoje antes daquele ser aparecer e dizer merda.Não me lembro de nenhuma das minhas secretarias dirigir meus compromissos do jeito que ela faz.É isso, preciso de Luiza comigo. Mas primeiro quero saber oque aconteceu naquela empresa.Passo meu domingo relaxando, sei que na segunda feira vai ser estressante.E dito e feito.Ao acordar na segunda com o barulho irritante do celular fazendo o trabalho do despertador já me irritou.Acordei mais cedo que o normal, preciso chegar a empresa antes que Luiza vá com sua carta de demissão.Me arrumo da melhor maneira possível para um CEO, saio do apartamento e pego meu carro na garagem.Esta cedo e não há carros na
Uma proposta? Ir para a sede da empresa em outro pais? Receber um salario melhor e ficar longe de pessoas idiotas?Por que eu teria que pensar?Antes mesmo de chegar em casa eu já sabia minha resposta em relação a isso.É claro que eu aceitaria, tudo oque eu mais quero é ir para longe e deus sabe o quanto eu quero isso.Passei a semana toda com isso na minha cabeça, a única coisa que eu deveria fazer era avisar minha família.Oque para mim é a coisa mais desgastante a se fazer.Vamos se dizer que minha família é um dos motivos de eu querer ficar bem longe.Depois de os avisar que hoje iria jantar com eles, passo a tarde imaginando em como eles iriam reagir, já que faz meses que eu não os vejo.Quando a noite chega e dá a hora de eu me trocar e encontrar meus pais me pego ansiosa.As reuniões de família é
O que faz aqui Diogo?- pergunto olhando o idiota a minha frente.- Sua irmã me ligou, disse que estava diferente e que vai se mudar.- ele diz.- Eu só quero conversar Luiza, por favor.- Minha irmã não devia ter feito isso, nós não temos nada mais para conversar, dissemos tudo oque tinha para dizer quando terminamos.- falo e me preparo para ir embora e entrar em casa.- Espera Luiza, droga, eu quero me desculpar e me acertar com você.- ele diz chegando perto de mim e passando a mão levemente em meu rosto.- Você esta linda sabia?- Eu te amava.- eu digo olhando bem em seus olhos.- Eu sei, e eu estava apaixonado.- ele diz e acabo rindo da sua mentira.- Você nunca gostou de mim, era tudo mentiram. - digo para ele que abaixa a cabeça como se tivesse envergonhado.Ate parece.- Luiza...- Não Diogo, apenas vai embora e me deixe em paz.Com isso eu dou as costas para ele e entro em minha casa.Não vou mais sofrer por causa
Acho que devo ir trabalhar na segunda ate que possamos ir para a sede.Essa é a mensagem que eu recebo em uma manha de domingo que acaba me animando.Se tem alguém nesse mundo que pode organizar minha vida pessoal e profissional essa pessoa é Luiza.Eu já devia ter a levado para a sede a muito tempo, mas agora não preciso mais me preocupar com a minha agenda.Passo o dia de domingo lendo e respondendo e-mails importantes, decido dormir cedo pois manhas de segundas são sempre muito perturbadas nas empresas.Acordo cedo no dia seguinte, passo uma hora na academia e vou tomar um banho para seguir para a empresa.Vou com meu carro, mas em vez de descer para a garagem apenas paro o carro na porta da empresa e o deixo ali.As pessoas no saguão me cumprimentam e eu apenas aceno com a cabeça.Quando chego ao meu andar vejo que esta vazio, vou para a minha sala e encontro um copo d
Merda.Assim que coloco o café do sr. Moore em cima de sua mesa meu cotovelo bate em uma caixinha cheia de canetas e clips, que leva tudo ao chão.Me curvo para pegar os clips primeiro, mas meu vestido sobe demais e sinto que minha bunda esta quase de fora.Para não complicar as coisas, apenas me ajoelho no chão e sento em cima dos meus pés, assim meu vestido não sobe e posso alcançar os clips.Começo a pegar todos, mas quando parto para as canetas, vejo que a maioria caiu debaixo de sua mesa.Começo a me inclinar no chão para alcançar a caneta quando alguém pigarreia na porta do escritório.- sr. Moore.- digo ao olhar para a porta e vê-lo.- me desculpe, deixei as canetas caírem, já estou terminando de pegar.- digo pronta para voltar a me inclinar de novo.- não precisa, eu mesmo pego.- ele diz chegando perto de mim e
Luiza me olha confusa e em resposta eu apenas sorrio.- Uma bela mulher, por favor sentem-se na mesa.- o Alberto diz nos apontando nossos lugares.Assim que ele volta para seu lugar Luiza se vira para mim- Por que disse que sou sua acompanhante?- ela pergunta baixo.Sorrio para ela.- Seria falta de educação trazer minha secretaria para um almoço de comemoração.- digo e ela me olha.Vejo que ela pensa antes de falar, mas apenas decide ficar quieta e caminha ate a mesa.Vou atrás dela e quando chegamos na mesa puxo sua cadeira para que se sente.Todos dão os parabéns para o casal e logo garçons estão pegando os pedidos das comidas.- Oque quer comer?- pergunto para Luiza que olha o cardápio.- hamburger, mas vou ficar com a salada.- ela diz suspirando.Chamo o garçom que vem para anotar meu pedido.Luiza se engaja em uma conversa com uma mulher que esta sentada ao seu lado.- oque vai pedir senhor?- o garç
- Como assim acabou a força?- pergunto.- vou tentar ligar para alguém.- digo pegando o meu celular do bolso.Quando tento ligar nada acontece e a tela continua preta.- Esta sem bateria.- digo tentando enxergar Luiza no escuro.- por que as luzes do gerador não ligaram?- Não sei, meu celular ainda tem bateria, vou ver se consigo entrar em contato com o pessoal da manutenção.- ela diz e pega seu celular na bolsa.- merda.Ouço ela xingar com o celular na mão.- Esta sem área, deve ser por que estamos no elevador.- ela diz e eu respiro fundo.- Estamos no meio da tarde, em pouco tempo sairemos daqui.- digo para ela e para mim.- certo, mas e o ar senhor?- ela me pergunta.- acho que não vai ser problema, e por favor quando estivermos sozinhos me chame de Leonardo é estranho só eu te chamar pelo nome.- digo para ela que agora eu consigo ver.- Pode me chamar pelo sobrenome também sr. Moore.- ela diz e eu rio.- Esta me dando um
- Precisa de mim?- pergunto o encarando.Ele me olha por um momento e em seguida dá uma tosse seca.- Sim, quem mais poderia trabalhar comigo e ter a sua eficiência?- ele diz me fazendo outra pergunta.Por um momento, eu achei que ele diria outra coisa.Quando penso em me afastar um pouco percebo que meus braços estão ao redor do dele.- Me desculpa.- digo ao retirar o braço.- Tudo bem, se precisar meus braços vão estar aqui.- ele diz e eu rio.Leonardo começa a passar as mãos no cabelo e ficar inquieto com os minutos que se passa.- Esta tudo bem?- pergunto para ele que para e me olha por um momento.- Odeio ficar preso em elevadores.- ele diz e se senta novamente no chão.- Quantas vezes já ficou preso em um?- pergunto me sentando ao seu lado.- Essa é a primeira vez.- ele diz e ambos rimos.- uma péssima experiência para sua primeira vez.- digo para ele.- bota péssima nisso. Quanto tempo acha que vamo