O que faz aqui Diogo?- pergunto olhando o idiota a minha frente.
- Sua irmã me ligou, disse que estava diferente e que vai se mudar.- ele diz.- Eu só quero conversar Luiza, por favor.
- Minha irmã não devia ter feito isso, nós não temos nada mais para conversar, dissemos tudo oque tinha para dizer quando terminamos.- falo e me preparo para ir embora e entrar em casa.
- Espera Luiza, droga, eu quero me desculpar e me acertar com você.- ele diz chegando perto de mim e passando a mão levemente em meu rosto.- Você esta linda sabia?
- Eu te amava.- eu digo olhando bem em seus olhos.
- Eu sei, e eu estava apaixonado.- ele diz e acabo rindo da sua mentira.
- Você nunca gostou de mim, era tudo mentiram. - digo para ele que abaixa a cabeça como se tivesse envergonhado.
Ate parece.
- Luiza...
- Não Diogo, apenas vai embora e me deixe em paz.
Com isso eu dou as costas para ele e entro em minha casa.
Não vou mais sofrer por causa desse filho da puta.
Tomo outro banho e coloco um pijama para ir dormir.
Deitada na cama, lembradas do passado em que o Diogo fazia parte me vem a cabeça.
Era aniversario da minha mãe, íamos jantar todos juntos, mas Diogo falou que não poderia ir por que tinha um compromisso urgente.
Eu estava feliz, mesmo com minha mãe querendo me fazer emagrecer a qualquer custo eu ainda tinha o Diogo aonde me apoiar.
- Luíza, tira uma foto nossa e manda no grupo da família.- minha mãe me diz entregando seu celular.
Tiro a foto e ela esta toda sorridente, esses é um dos raros dias que minha mãe não fica rabugenta.
Entro no whats da minha mãe para m****r a foto e estranho que os dois grupos da família, um deles eu nunca vi. Mas o mais estranho é que no segundo seguinte uma mensagem do Diogo chega no mesmo grupo.
Eles esqueceram de me colocar?
Entro no grupo e vejo que somente minha mãe, Luana e Diogo estão no grupo.
Começo a achar mais estranho ainda, então olho para ver se minha mãe tinha voltado a cozinha para o jantar e começo a ler as conversas.
Não estava preparada para oque lia, lagrimas escorria pelo meu rosto a cada mensagem lida.
Como elas puderam fazer isso?
Deixo o celular da minha mãe em cima da mesa de jantar e pego minha bolsa e saio da casa.
Preciso conversar com ele, saber o por que ele fez isso.
Por minha cidade ser grande levo mais de uma hora a pé para chegar em seu apartamento.
A casa dele é pequena, mas é aconchegante.
Assim que consigo passar pelo porteiro subo as escadas e Bato freneticamente na porta, mas ninguém atende.
A porta vizinha se abre e um garoto sai de lá.
- Ele não está ai moça, o amigo dele veio e disse que o levaria na Nina.- o garoto diz
Nina? Quem é Nina?
- Tem certeza que ouviu Nina?- pergunto.
- Sim, ele disse que iriam se divertir e beber.
Droga, boate nine.
Nunca fui lá, mas preciso conversar com ele.
Saio do prédio e começo a caminhar novamente.
A boate é bem mais longe que a casa dele, e eu não tinha dinheiro, o que eu tinha usaria para entrar na boate.
Levo quase duas horas para chegar, já são quase 10h da noite e daqui a pouco o movimento começa.
Fico na fila da boate por meia hora antes de chegar a minha vez e eu conseguir entrar.
Já lá dentro, procuro em todo canto o maldito e o encontro em uma mesa de canto com alguns homens.
Tento me aproximar, mas antes que eu chegue um grupo de mulher se aproxima deles e uma delas senta no colo do Diogo que sorri para ela.
Aquilo é demais para mim, só confirma que tudo oque eu li naquele celular era verdade.
Pego o meu e envio uma mensagem para ele.
Vamos conversar.
Mando para ele e espero longos minutos ate que ele pegue seu celular e leia minha mensagem.
Ele digita e segundos depois uma resposta chega no meu.
Ele se vira para a mulher sentada em seu colo e beija a boca dela.
Esse desgraçado.
Estou ocupado linda, passo na sua casa amanha.
Esse idiota, provavelmente eu teria caído nessa.
Eu sei onde você está e vou te esperar lá fora seu filho da puta.
Espero ele ler minha mensagem enquanto ele pega o celular novamente.
Por um momento ele olha confuso para a mensagem e depois arregala os olhos olhando para o arredor.
Quando seu olho bate em mim eu viro as costas e saio da boate, atravesso a rua e fico no estacionamento.
Poucos minutos depois ele vem atrás de mim
- Oque pensa que esta fazendo aqui Luiza? Ficou louca?- ele começa a gritar comigo e eu rio da sua cara de pau.
- Eu queria conversar com você, queria saber a verdade, mas pelo que vi nem preciso perguntar não é mesmo.- digo o olhando e ele para fazendo o mesmo.
- Do que esta falando?- ele pergunta preocupado.
É claro que é verdade.
- Então é verdade, vamos parar por aqui Diogo.- digo.
Há lagrimas em meus olhos, isso não é justo.
- Luiza meu pudim, vamos conversar, não sei oque você entendeu ou oque você acha que sabe.- ele diz.
- Não me chame mais assim, você nunca gostou de mim, estava comigo por interesse próprio.- digo para ele.
- mas Luiza...
- Não, para.- o interrompo.- não quero mais te ver e não precisa me procurar mais, não vou te ajudar a conseguir oque quer.
Viro as costas e saio andando.
Não sei por que fizeram isso, mas prefiro me afastar antes que eu me machuque mais.
Com essas lembranças acabo pegando no sono.
Acordo no outro dia decidida a aceitar a proposta do sr. Moore.
Acho que devo ir trabalhar na segunda até que possamos ir para a sede.
Mando a mensagem para o número do meu chefe e sorrio.
Sinto que de alguma forma, as coisas irão mudar.
Acho que devo ir trabalhar na segunda ate que possamos ir para a sede.Essa é a mensagem que eu recebo em uma manha de domingo que acaba me animando.Se tem alguém nesse mundo que pode organizar minha vida pessoal e profissional essa pessoa é Luiza.Eu já devia ter a levado para a sede a muito tempo, mas agora não preciso mais me preocupar com a minha agenda.Passo o dia de domingo lendo e respondendo e-mails importantes, decido dormir cedo pois manhas de segundas são sempre muito perturbadas nas empresas.Acordo cedo no dia seguinte, passo uma hora na academia e vou tomar um banho para seguir para a empresa.Vou com meu carro, mas em vez de descer para a garagem apenas paro o carro na porta da empresa e o deixo ali.As pessoas no saguão me cumprimentam e eu apenas aceno com a cabeça.Quando chego ao meu andar vejo que esta vazio, vou para a minha sala e encontro um copo d
Merda.Assim que coloco o café do sr. Moore em cima de sua mesa meu cotovelo bate em uma caixinha cheia de canetas e clips, que leva tudo ao chão.Me curvo para pegar os clips primeiro, mas meu vestido sobe demais e sinto que minha bunda esta quase de fora.Para não complicar as coisas, apenas me ajoelho no chão e sento em cima dos meus pés, assim meu vestido não sobe e posso alcançar os clips.Começo a pegar todos, mas quando parto para as canetas, vejo que a maioria caiu debaixo de sua mesa.Começo a me inclinar no chão para alcançar a caneta quando alguém pigarreia na porta do escritório.- sr. Moore.- digo ao olhar para a porta e vê-lo.- me desculpe, deixei as canetas caírem, já estou terminando de pegar.- digo pronta para voltar a me inclinar de novo.- não precisa, eu mesmo pego.- ele diz chegando perto de mim e
Luiza me olha confusa e em resposta eu apenas sorrio.- Uma bela mulher, por favor sentem-se na mesa.- o Alberto diz nos apontando nossos lugares.Assim que ele volta para seu lugar Luiza se vira para mim- Por que disse que sou sua acompanhante?- ela pergunta baixo.Sorrio para ela.- Seria falta de educação trazer minha secretaria para um almoço de comemoração.- digo e ela me olha.Vejo que ela pensa antes de falar, mas apenas decide ficar quieta e caminha ate a mesa.Vou atrás dela e quando chegamos na mesa puxo sua cadeira para que se sente.Todos dão os parabéns para o casal e logo garçons estão pegando os pedidos das comidas.- Oque quer comer?- pergunto para Luiza que olha o cardápio.- hamburger, mas vou ficar com a salada.- ela diz suspirando.Chamo o garçom que vem para anotar meu pedido.Luiza se engaja em uma conversa com uma mulher que esta sentada ao seu lado.- oque vai pedir senhor?- o garç
- Como assim acabou a força?- pergunto.- vou tentar ligar para alguém.- digo pegando o meu celular do bolso.Quando tento ligar nada acontece e a tela continua preta.- Esta sem bateria.- digo tentando enxergar Luiza no escuro.- por que as luzes do gerador não ligaram?- Não sei, meu celular ainda tem bateria, vou ver se consigo entrar em contato com o pessoal da manutenção.- ela diz e pega seu celular na bolsa.- merda.Ouço ela xingar com o celular na mão.- Esta sem área, deve ser por que estamos no elevador.- ela diz e eu respiro fundo.- Estamos no meio da tarde, em pouco tempo sairemos daqui.- digo para ela e para mim.- certo, mas e o ar senhor?- ela me pergunta.- acho que não vai ser problema, e por favor quando estivermos sozinhos me chame de Leonardo é estranho só eu te chamar pelo nome.- digo para ela que agora eu consigo ver.- Pode me chamar pelo sobrenome também sr. Moore.- ela diz e eu rio.- Esta me dando um
- Precisa de mim?- pergunto o encarando.Ele me olha por um momento e em seguida dá uma tosse seca.- Sim, quem mais poderia trabalhar comigo e ter a sua eficiência?- ele diz me fazendo outra pergunta.Por um momento, eu achei que ele diria outra coisa.Quando penso em me afastar um pouco percebo que meus braços estão ao redor do dele.- Me desculpa.- digo ao retirar o braço.- Tudo bem, se precisar meus braços vão estar aqui.- ele diz e eu rio.Leonardo começa a passar as mãos no cabelo e ficar inquieto com os minutos que se passa.- Esta tudo bem?- pergunto para ele que para e me olha por um momento.- Odeio ficar preso em elevadores.- ele diz e se senta novamente no chão.- Quantas vezes já ficou preso em um?- pergunto me sentando ao seu lado.- Essa é a primeira vez.- ele diz e ambos rimos.- uma péssima experiência para sua primeira vez.- digo para ele.- bota péssima nisso. Quanto tempo acha que vamo
- como?- ela pergunta me olhando.- Deixe que eu te carrego.- digo novamente.Ela me olha e sorri. Um sorriso encantador eu diria.- Não é necessário sr. Moore.- ela fala ao tirar os saltos e se levantar.- É Leonardo.- digo para ela.- vem, vou te levar para casa.Começo a descer as escadas e ela me segue.- Não é necessário sr. Moo... Leonardo.- ela diz e se corrige.- eu posso pegar um ônibus.- Não com os pés machucados e descalços.- digo e descemos mais alguns degraus.Vejo que ela para de me seguir e abre a boca para dizer algo. Sabendo que iria tentar negar a carona eu a interrompo antes mesmo que possa falar.- E se tentar dizer não novamente, eu mesmo irei te carregar ate o carro.- digo voltando poucos degraus e ficando na mesma altura que ela que esta alguns degraus acima.Seus olhos me olham chocados.- Não pode fazer isso.- ela diz fracamente.- se tiver curiosa pode tentar descobrir.- digo a encarando
Assim que entro em meu apartamento resolvo que já esta na hora de começar a arrumar minhas coisas.Pego uma pequena caixa para por algumas fotos e coisas pessoais que levarei comigo. Coisas pequenas, que podem caber na mala.Algumas fotos dos tempos da faculdade vão comigo, assim como o pequeno troféu ao lado da televisão. Uma das poucas coisas boas que eu vou levar.Quando chego nos porta retratos da família, uma vontade de jogar todas essas fotos no lixo me sobe, assim como todas a vezes que eu as olho. Mas como todas as vezes, penso que eles são minha família. Só que dessa vez eu os deixarei para trás.Pego somente uma foto minha com meu pai e termino de arrumar os pertences quando a campainha toca.Quem será? Talvez sr. Moore, ele pode ter esquecido de me falar algo.Vou ate a porta e não olho no olho magico.- Leonardo.- digo Escancarando a porta me lembrando de como ele pediu pra chama-lo. Sorrio com a lembrança.- precisa de algo...
Duas semanas se passaram e em três dias Luiza e eu iremos para sede.Tento não parecer um idiota perto dela e a tratar com respeito. Mas para Luiza isso não faz diferença, ela esta quase sempre sorridente. Em outras vezes quando ela acha que ninguém está olhando, vejo frustração passar por seus olhos e da para perceber que ela esta cansada.Não quero me meter em sua vida, mas as vezes me pego pensando que ela pode ter brigado com o namorado por minha causa.E aqui estamos nos, discutindo o tópico da reunião, quando eu a pego pensativa de novo.- Luiza?- eu a chamo.- Está tudo bem?Ela me olha por um momento e sorri antes de responder- Esta tudo bem, é que com a mudança eu preciso resolver algumas coisas.- ela diz.- O seu namorado...- começo a dizer e ela me olha novamente.- ele gostou da ideia de você ir embora?- pergunto mesmo sabendo que não.- Namorado?- ela pergunta.- Do que o senhor está falando?Eu a olho, tentando entend