Luiza me olha confusa e em resposta eu apenas sorrio.
- Uma bela mulher, por favor sentem-se na mesa.- o Alberto diz nos apontando nossos lugares.
Assim que ele volta para seu lugar Luiza se vira para mim
- Por que disse que sou sua acompanhante?- ela pergunta baixo.
Sorrio para ela.
- Seria falta de educação trazer minha secretaria para um almoço de comemoração.- digo e ela me olha.
Vejo que ela pensa antes de falar, mas apenas decide ficar quieta e caminha ate a mesa.
Vou atrás dela e quando chegamos na mesa puxo sua cadeira para que se sente.
Todos dão os parabéns para o casal e logo garçons estão pegando os pedidos das comidas.
- Oque quer comer?- pergunto para Luiza que olha o cardápio.
- hamburger, mas vou ficar com a salada.- ela diz suspirando.
Chamo o garçom que vem para anotar meu pedido.
Luiza se engaja em uma conversa com uma mulher que esta sentada ao seu lado.
- oque vai pedir senhor?- o garçom pergunta.
- Dois hambúrgueres e duas coca por favor.- peço e ele anota o pedido.
Por mais que seja um restaurante de luxo eles tem um cardápio bem variado.
Todos os homens da mesa incluindo eu, conversamos sobre negócios e foi ainda mais fácil do que eu pensava fechar o negócio com Alberto.
Quando o pedido de todos na mesa chega, Luiza para a conversa e vejo sua surpresa ao ver o prato com o hambúrguer e batata frita na sua frente.
- Com licença, eu pedi salada.- ela diz para o garçom.
- Eu pedi para você.- digo e dispenso o garçom.
- mas eu não posso comer.- ela diz me olhando.
- E por que não?- pergunto colocando meu braço no encosto da sua cadeira.
- Por que eu não posso sair da minha dieta.- ela diz olhando para o prato de hambúrguer.
- coma Luiza, De vez em quando não faz mal.- digo a incentivando comer.
Ela olha um momento para o prato e delicadamente pega com a mão.
Em segundos ela morde e um gemido sai de sua boca.
Ele reverbera por todo o meu corpo, olho para a mesa e algumas pessoas a olha, mas ela não dá atenção a ninguém a não ser a comida que se encontra a sua frente.
Uma das mulheres revira o olho e começa a comer o seu prato de salada.
- Eu devia ter pedido um hambúrguer, parece delicioso.- Alberto diz divertido ao olhar Luiza.
Logo a mesa volta a conversar e Luiza e eu saboreamos todo o sabor que aquele tanto de gordura pode nos oferecer.
Assim que Luiza e eu acabamos de comer, me viro para ela para que possamos ir embora e vejo que o canto de sua boca à molho.
- Luiza?- eu a chamo e ela se vira para mim me olhando.
- Sim?
-É que tem...- digo apontando sua boca, mas penso que será mais fácil se eu apenas limpar.- deixa comigo.- digo pegando um guardanapo na mesa.
Me aproximo dela e limpo bem devagar o canto da sua boca, assim que acabo eu olho em seus olhos que me olham intensamente.
Volto meu olhar para sua boca e vejo o quão perfeita é, mas o barulho de talheres chamam a minha atenção e eu me afasto dela.
- Estava sujo.- digo coçando a garganta e afrouxando a gravata.
- obrigada...- ela diz baixo passando o dedo onde eu limpei, não sei se era para conferir ou outra coisa.
- Acho que já podemos ir.- digo para ela que concorda.
Nos despedimos de todos e parabenizamos novamente o casal.
Assim que saímos do restaurante Luiza pega o tablet para conferir meus horários, como ela esta com as mãos ocupadas acabo abrindo a porta do carro para ela.
Antes que possa entrar ela me olha por um momento, mas rápido o suficiente para quase passar despercebido, quase.
- obrigada.- ela agradece entrando no carro.
Dou a volta e entro no carro me sentando atrás do volante, olho para Luiza esperando que ela coloque o cinto de segurança para que eu possa dirigir.
- Oh, me desculpe.- ela diz quando percebe que estou esperando algo.- devemos ir direto para a empresa, não há mais nenhum compromisso exterior hoje.- ela fala enquanto olha o tablet.
Eu respiro fundo e decido eu mesmo puxar o cinto e colocar nela, mas eu não contava que quando me inclinasse ficaria com meu rosto a centímetros do seu, que seu perfume entraria em minhas narinas.
Apenas prendo o cinto rapidamente e volto para a minha posição.
- Me desculpe, eu esqueci.- ela diz e quando eu a olho vejo que esta vermelha.
- Não se preocupe.- digo e começo a dirigir pelas ruas.
Durante todo o caminho ate a empresa o perfume de Luiza que antes eu não havia percebido infesteia o carro. O cheiro é doce e muito bom.
Estaciono o carro na garagem do prédio dessa vez e ao parar logo ambos saímos do carro.
Percebo que a garagem esta totalmente vazia e que não há carros, estranho, pois estamos em horário comercial e há muitos funcionários na empresa com carros.
- Que horas são?- pergunto para Luiza que também estranha a falta de carros.
- são 13:57 senhor.- ela diz.
- OK, gamos subir e ver oque esta acontecendo.- digo apertando o botão do elevador.
As portas se abrem e entramos, aperto o botão do andar da presidência e começamos a subir.
Ouço o barulho do relógio de pulsa de Luiza tocar, apontando que já são duas horas da tarde.
No mesmo momento o elevador para com tudo e o pequeno barulho que ele fazia para com ele.
- Oque está acontecendo?- pergunto para que em seguida as luzes se apaguem.
- Acho que estamos sem energia.
- Como assim acabou a força?- pergunto.- vou tentar ligar para alguém.- digo pegando o meu celular do bolso.Quando tento ligar nada acontece e a tela continua preta.- Esta sem bateria.- digo tentando enxergar Luiza no escuro.- por que as luzes do gerador não ligaram?- Não sei, meu celular ainda tem bateria, vou ver se consigo entrar em contato com o pessoal da manutenção.- ela diz e pega seu celular na bolsa.- merda.Ouço ela xingar com o celular na mão.- Esta sem área, deve ser por que estamos no elevador.- ela diz e eu respiro fundo.- Estamos no meio da tarde, em pouco tempo sairemos daqui.- digo para ela e para mim.- certo, mas e o ar senhor?- ela me pergunta.- acho que não vai ser problema, e por favor quando estivermos sozinhos me chame de Leonardo é estranho só eu te chamar pelo nome.- digo para ela que agora eu consigo ver.- Pode me chamar pelo sobrenome também sr. Moore.- ela diz e eu rio.- Esta me dando um
- Precisa de mim?- pergunto o encarando.Ele me olha por um momento e em seguida dá uma tosse seca.- Sim, quem mais poderia trabalhar comigo e ter a sua eficiência?- ele diz me fazendo outra pergunta.Por um momento, eu achei que ele diria outra coisa.Quando penso em me afastar um pouco percebo que meus braços estão ao redor do dele.- Me desculpa.- digo ao retirar o braço.- Tudo bem, se precisar meus braços vão estar aqui.- ele diz e eu rio.Leonardo começa a passar as mãos no cabelo e ficar inquieto com os minutos que se passa.- Esta tudo bem?- pergunto para ele que para e me olha por um momento.- Odeio ficar preso em elevadores.- ele diz e se senta novamente no chão.- Quantas vezes já ficou preso em um?- pergunto me sentando ao seu lado.- Essa é a primeira vez.- ele diz e ambos rimos.- uma péssima experiência para sua primeira vez.- digo para ele.- bota péssima nisso. Quanto tempo acha que vamo
- como?- ela pergunta me olhando.- Deixe que eu te carrego.- digo novamente.Ela me olha e sorri. Um sorriso encantador eu diria.- Não é necessário sr. Moore.- ela fala ao tirar os saltos e se levantar.- É Leonardo.- digo para ela.- vem, vou te levar para casa.Começo a descer as escadas e ela me segue.- Não é necessário sr. Moo... Leonardo.- ela diz e se corrige.- eu posso pegar um ônibus.- Não com os pés machucados e descalços.- digo e descemos mais alguns degraus.Vejo que ela para de me seguir e abre a boca para dizer algo. Sabendo que iria tentar negar a carona eu a interrompo antes mesmo que possa falar.- E se tentar dizer não novamente, eu mesmo irei te carregar ate o carro.- digo voltando poucos degraus e ficando na mesma altura que ela que esta alguns degraus acima.Seus olhos me olham chocados.- Não pode fazer isso.- ela diz fracamente.- se tiver curiosa pode tentar descobrir.- digo a encarando
Assim que entro em meu apartamento resolvo que já esta na hora de começar a arrumar minhas coisas.Pego uma pequena caixa para por algumas fotos e coisas pessoais que levarei comigo. Coisas pequenas, que podem caber na mala.Algumas fotos dos tempos da faculdade vão comigo, assim como o pequeno troféu ao lado da televisão. Uma das poucas coisas boas que eu vou levar.Quando chego nos porta retratos da família, uma vontade de jogar todas essas fotos no lixo me sobe, assim como todas a vezes que eu as olho. Mas como todas as vezes, penso que eles são minha família. Só que dessa vez eu os deixarei para trás.Pego somente uma foto minha com meu pai e termino de arrumar os pertences quando a campainha toca.Quem será? Talvez sr. Moore, ele pode ter esquecido de me falar algo.Vou ate a porta e não olho no olho magico.- Leonardo.- digo Escancarando a porta me lembrando de como ele pediu pra chama-lo. Sorrio com a lembrança.- precisa de algo...
Duas semanas se passaram e em três dias Luiza e eu iremos para sede.Tento não parecer um idiota perto dela e a tratar com respeito. Mas para Luiza isso não faz diferença, ela esta quase sempre sorridente. Em outras vezes quando ela acha que ninguém está olhando, vejo frustração passar por seus olhos e da para perceber que ela esta cansada.Não quero me meter em sua vida, mas as vezes me pego pensando que ela pode ter brigado com o namorado por minha causa.E aqui estamos nos, discutindo o tópico da reunião, quando eu a pego pensativa de novo.- Luiza?- eu a chamo.- Está tudo bem?Ela me olha por um momento e sorri antes de responder- Esta tudo bem, é que com a mudança eu preciso resolver algumas coisas.- ela diz.- O seu namorado...- começo a dizer e ela me olha novamente.- ele gostou da ideia de você ir embora?- pergunto mesmo sabendo que não.- Namorado?- ela pergunta.- Do que o senhor está falando?Eu a olho, tentando entend
Apertada. É isso que eu estou desde que saímos do escritório e estou mais ainda agora esperando o sr. Moore tomar banho.Preciso ir ao banheiro. O quarto dele é o último do corredor, sei disso por que venho aqui quando ele não esta.Mas não sei se ele esta tomando banho no banheiro do corredor ou no do quarto, então para não arriscar vou ate a primeira porta onde fica um dos quartos de hospedes e a abro.Segura, segura, segura.Minha mente pensa enquanto meu corpo só pensa em xixi, xixi, xixi.Não penso duas vezes ai empurrar a porta do quarto e perceber que ela é de correr, então apenas a abro e vou correndo para o banheiro que tem a porta aberta.Vou rápido e volto antes que o sr. Moore termine de se trocar.Mas não me preparo para ver ele se enrolando na toalha no banheiro e me olhando surpreso.Viro as costas rapidamente morrendo de vergonha e corro para a porta para sair do quarto.Assim que chego nela começo a puxar mas a p
Dentro do carro o silencio é reconfortante. Luiza olha pela janela a todo momento com a intenção de evitar me olhar e eu sorrio pois sei que estou mexendo com ela.Não demora muito para que cheguemos a boate e logo vejo os caras esperando na frente da boate. Dirijo para o estacionamento e pago a taxa.Luiza sai do carro e eu faço o mesmo rapidamente para alcança-la.- Luiza, espere.- digo pegando em seu braço e a trazendo para perto de mim.- Eu te levo para casa mais tarde.- digo.Como sei que ela vai tentar recusar, apenas sorrio e saio andando.Sei que ela me acompanhou pois assim que vejo Ana parada na porta da boate ouço Luiza chamar seu nome.Ela passa por mim sem nem mesmo me olhar e vejo o olhar que Ana dá em minha direção antes de puxar Luiza para dentro sem nem mesmo entrar na enorme fila.- ora, ora. Olha só se não é o grande sr
Caminhamos juntos até o carro com ele apoiado em mim.Ele não diz nada quando abro a porta para que ele entre e se sente no passageiro.Caminho para o lado do motorista e assim que entro já LIGO o carro para começar a dirigir.- sabe, eu não estou tão bêbado para que você dirija para mim.- ele diz e percebo sua voz fraca.Como paro no sinal vermelho eu o olho, ele parece sonolento.- Mas o senhor bebeu, não é certo dirigir.- digo.- Você também bebeu.- ele diz.- Quem te disse isso sr. Moore? Eu trabalho amanhã, não sou uma irresponsável.- digo sorrindo.- Parece que eu sou.- ele diz rindo.Avanço com o carro assim que o sinal fica verde. Mas apos algumas quadras uma luz no painel começa a piscar ate que o carro pare de funcionar.- Oque aconteceu?- pergunta Leonardo que antes estava com os olhos fec