Capítulo 11

- Como assim acabou a força?- pergunto.- vou tentar ligar para alguém.- digo pegando o meu celular do bolso.

Quando tento ligar nada acontece e a tela continua preta.

- Esta sem bateria.- digo tentando enxergar Luiza no escuro.- por que as luzes do gerador não ligaram?

- Não sei, meu celular ainda tem bateria, vou ver se consigo entrar em contato com o pessoal da manutenção.- ela diz e pega seu celular na bolsa.- merda.

Ouço ela xingar com o celular na mão.

- Esta sem área, deve ser por que estamos no elevador.- ela diz e eu respiro fundo.

- Estamos no meio da tarde, em pouco tempo sairemos daqui.- digo para ela e para mim.

- certo, mas e o ar senhor?- ela me pergunta.

- acho que não vai ser problema, e por favor quando estivermos sozinhos me chame de Leonardo é estranho só eu te chamar pelo nome.- digo para ela que agora eu consigo ver.

- Pode me chamar pelo sobrenome também sr. Moore.- ela diz e eu rio.

- Esta me dando um toque srta. Pontes?- pergunto sabendo que ela esta sorrindo.

- Jamais faria isso sr. Moore.- ela diz.

Sorriso para ela e no segundo seguinte um silêncio sepulcral recai sobre nós, incomodado com isso eu quebro o silêncio.

- Luiza?

- Leonardo?- ela diz e de algum modo sei que tem suas sobrancelhas erguidas.

Ouvir meu nome saindo da sua boca pela primeira vez foi estranhamente satisfatório para mim.

- Acho que devo preparar tudo para a sua chegada na sede, avisou sua família?- pergunto e quando vejo ambos estamos sentados no chão encostados na parede de metal um do lado do outro.

- avisei.- ela diz suspirando e sinto sua frustração.

- O que foi? Eles não reagiram bem?- pergunto para ela.

Em questão de segundos me pego pensando que eu poderia convence-los e deixa-los tranquilos em relação a sua ida.

- Eles são uns dos motivos de eu ter aceitado ir.- ela fala.

- Você não se da bem com sua família?- pergunto.

Por um momento ela pensa no que eu perguntei e depois me olha nos olhos.

- E o senhor? Se da bem com sua família? Suas informações são sempre sobre a empresa, nunca sobre família.- ela diz ao rebater minha pergunta.

- não gosto de expor minha vida pessoal, meus pais morreram quando eu era muito jovem e meus tios me criaram ate a maioridade.- digo

- Sinto muito.- ela diz e eu a sinto pegando em minha mão, isso me traz conforto, oque poucas pessoas poderiam me dar.

- Esta tudo bem, já fazem anos.- eu digo.

- Mas isso não quer dizer que possa ter deixado de doer.- ela diz e eu olho para sua mão na minha.

Com delicadeza eu aproximo minha outra mão e coloco em cima da sua deixando a  dela entre as minhas.

- Obrigada.- digo e faço um movimento circular em seu dorso.

Não sei por que faço isso, mas sinto seu olhar em minha direção e a encaro, mesmo no escuro ainda posso ver sua sombra e os contornos de seu rosto.

E eu posso dizer que eu poderia admira-la.

Mas antes que eu possa dizer algo, as luzes do elevador se acendem e o elevador começa a subir, mas assim como veio a energia cai e o elevador despenca alguns andares antes que os freios de emergência o parem.

Ouvi os gritos de Luiza enquanto o elevador caia, mas sentir seus braços ao redor do meu me apertando enquanto esconde seu rosto que com certeza demonstra medo só me faz querer acalma-la a todo custo.

- Calma, esta tudo bem.- digo ao acariciar o topo da sua cabeça.

- Eu nunca mais vou andar de elevador.- ela diz tremendo.

- a sede tem o dobro de andares que esse prédio, não acho que teria coragem de subir aquelas escadas.- digo rindo de seu comentário

- Então talvez eu deva negar sua proposta.- ela diz e eu paro de rir.

- Não pode voltar atrás na sua resposta srta. Pontes.- digo serio para ela.

- Por que quer que eu vá? -Ela pergunta depois de um tempo em silêncio.

- Por que eu quero e preciso de você comigo, ao meu lado Luiza.

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