Uma proposta? Ir para a sede da empresa em outro pais? Receber um salario melhor e ficar longe de pessoas idiotas?
Por que eu teria que pensar?
Antes mesmo de chegar em casa eu já sabia minha resposta em relação a isso.
É claro que eu aceitaria, tudo oque eu mais quero é ir para longe e deus sabe o quanto eu quero isso.
Passei a semana toda com isso na minha cabeça, a única coisa que eu deveria fazer era avisar minha família.
Oque para mim é a coisa mais desgastante a se fazer.
Vamos se dizer que minha família é um dos motivos de eu querer ficar bem longe.
Depois de os avisar que hoje iria jantar com eles, passo a tarde imaginando em como eles iriam reagir, já que faz meses que eu não os vejo.
Quando a noite chega e dá a hora de eu me trocar e encontrar meus pais me pego ansiosa.
As reuniões de família é sempre difícil, minha mãe é difícil, minha irmã é difícil.
Respiro fundo antes de sair de casa e pegar um taxi ate a casa dos meus pais.
Como previsto, vejo o carro da minha irmã na porta da casa deles assim que o taxi para.
Pago o motorista e desço do carro indo em direção a porta.
Aperto a campainha e espero que alguém a abra.
Leva poucos segundo para que minha irmã abra a porta com um sorriso antes que ela feche a cara e me olhe confusa.
- Pudim, é você?- minha irmã me pergunta já começando com a base de apelidos que eu odeio.
- Não começa Luana, vai me deixar entrar ou não?- pergunto para ela que ainda me olha confusa mas me da espaço para passar.
Entro na casa de meus pais e ouço o barulho vindo da cozinha.
Mas antes que eu possa chegar ate lá, minha irmã grita do meu lado.
- MÃE! A SENHORA NÃO VAI ACREDITAR!- ela grita e quando chegamos na cozinha todos param para nos olhar.
- Luiza?- minha mãe pergunta surpresa ao me olhar.
- Oi mãe.- digo.
Nem um abraço e nem nada, ela apenas continua me olhando.
- Esta saindo com alguém? Por que não o trouxe para vir jantar também?- ela pergunta e eu a olho incrédula.
- Por que eu estaria saindo com alguém e por que eu o traria aqui?
- É que você emagreceu e esta diferente.- ela diz.
- Então o único motivo de eu ter emagrecido é por que eu estou namorando?- pergunto.
- Sua mãe não falou por mal querida, é por que você esta linda.- meu pai diz me abraçando.- me ajuda a colocar a mesa.
Meu pai me tira da cozinha e vamos ambos arrumando a mesa.
- Você esta linda filha.- meu pai diz sorrindo para mim.
- Obrigada pai.
Acabamos de arrumar a mesa e depois de a comida estar nela, nos sentamos todos.
O noivo de Luana se senta a mesa com a gente e sorri ao me cumprimentar.
Ele é gentil, nem sei oque faz com a minha irmã. Deve ser muito amor envolvido.
- Então querida, disse que queria falar com a gente, é sobre o novo namorado?- minha mãe pergunta e eu reviro os olhos.
- Não tem namorado mãe, para com isso.- digo.
- mas eu achei que foi por isso que tinha emagrecido.
- Não mãe, não foi.- digo respirando fundo.
- então me diz oque é.- ela fala sorrindo.
- Recebi uma proposta do meu chefe e decidi aceitar.- falo começando a comer.
Não devo exagerar, se não todo o sofrimento dos últimos meses serão em vão.
- Proposta? Que proposta?- ela pergunta confusa.- Esta saindo com seu chefe, por isso que esta assim?
Eu a olho horrorizada pelo que diz.
- Esta maluca mãe, eu nunca sairia com meu chefe. Para com isso.- digo exasperada.
- Deixa a menina falar Roberta.- meu pai diz e me incentiva a continuar.
- Vou aceitar ir trabalhar na sede da empresa.- digo para eles que parecem não entender.
- Vai se mudar de cidade querida? É isso que quer dizer?- meu pai pergunta.
- Olha só se não é a pudinzinho indo morar longe.- minha irmã diz.
- Já falei para parar de me chamar assim.- digo para a Luana.
- Você não reclamava quando Diogo te chamava assim.- ela ataca e eu rio.
Ela acha que eu não sei oque aconteceu, elas acham que eu não sei.
- Chega disso Luana.- meu pai diz antes mesmo que eu possa dizer que sei oque ela e minha mãe fizeram.- me conte filha, para onde você vai?
- Para outro pais pai, a sede fica na Inglaterra.- digo e com isso começa a bagunça na mesa.
Passo o jantar todo respondendo perguntas sobre onde vou e como vou viver lá.
Em dado momento minha irmã pega deu celular e diz que vai para o banheiro, acho estranho pois antes de ela ir ela diz algo para seu noivo que fecha a cara assim que ela sai.
Ignoro isso e quando dá a hora de ir embora me despeço de todos, mas antes que eu possa sair da casa minha irmã me chama.
- Perdoar é bom Luiza.- ela diz e eu fico sem entender.
- Oque quer dizer com isso Luana?- pergunto e ela apenas sorri e me vira as costas.
Garota maluca.
Chamo outro Uber para me levar para casa.
Pago o motorista e saio do carro, procuro minhas chaves na bolsa para abrir a porta mas alguém atrás de mim me chama a atenção.
- Luiza? Podemos conversar?
Me viro para o dono da voz e compreendo exatamente oque Luana foi fazer naquele banheiro.
- Oque faz aqui Diogo?
O que faz aqui Diogo?- pergunto olhando o idiota a minha frente.- Sua irmã me ligou, disse que estava diferente e que vai se mudar.- ele diz.- Eu só quero conversar Luiza, por favor.- Minha irmã não devia ter feito isso, nós não temos nada mais para conversar, dissemos tudo oque tinha para dizer quando terminamos.- falo e me preparo para ir embora e entrar em casa.- Espera Luiza, droga, eu quero me desculpar e me acertar com você.- ele diz chegando perto de mim e passando a mão levemente em meu rosto.- Você esta linda sabia?- Eu te amava.- eu digo olhando bem em seus olhos.- Eu sei, e eu estava apaixonado.- ele diz e acabo rindo da sua mentira.- Você nunca gostou de mim, era tudo mentiram. - digo para ele que abaixa a cabeça como se tivesse envergonhado.Ate parece.- Luiza...- Não Diogo, apenas vai embora e me deixe em paz.Com isso eu dou as costas para ele e entro em minha casa.Não vou mais sofrer por causa
Acho que devo ir trabalhar na segunda ate que possamos ir para a sede.Essa é a mensagem que eu recebo em uma manha de domingo que acaba me animando.Se tem alguém nesse mundo que pode organizar minha vida pessoal e profissional essa pessoa é Luiza.Eu já devia ter a levado para a sede a muito tempo, mas agora não preciso mais me preocupar com a minha agenda.Passo o dia de domingo lendo e respondendo e-mails importantes, decido dormir cedo pois manhas de segundas são sempre muito perturbadas nas empresas.Acordo cedo no dia seguinte, passo uma hora na academia e vou tomar um banho para seguir para a empresa.Vou com meu carro, mas em vez de descer para a garagem apenas paro o carro na porta da empresa e o deixo ali.As pessoas no saguão me cumprimentam e eu apenas aceno com a cabeça.Quando chego ao meu andar vejo que esta vazio, vou para a minha sala e encontro um copo d
Merda.Assim que coloco o café do sr. Moore em cima de sua mesa meu cotovelo bate em uma caixinha cheia de canetas e clips, que leva tudo ao chão.Me curvo para pegar os clips primeiro, mas meu vestido sobe demais e sinto que minha bunda esta quase de fora.Para não complicar as coisas, apenas me ajoelho no chão e sento em cima dos meus pés, assim meu vestido não sobe e posso alcançar os clips.Começo a pegar todos, mas quando parto para as canetas, vejo que a maioria caiu debaixo de sua mesa.Começo a me inclinar no chão para alcançar a caneta quando alguém pigarreia na porta do escritório.- sr. Moore.- digo ao olhar para a porta e vê-lo.- me desculpe, deixei as canetas caírem, já estou terminando de pegar.- digo pronta para voltar a me inclinar de novo.- não precisa, eu mesmo pego.- ele diz chegando perto de mim e
Luiza me olha confusa e em resposta eu apenas sorrio.- Uma bela mulher, por favor sentem-se na mesa.- o Alberto diz nos apontando nossos lugares.Assim que ele volta para seu lugar Luiza se vira para mim- Por que disse que sou sua acompanhante?- ela pergunta baixo.Sorrio para ela.- Seria falta de educação trazer minha secretaria para um almoço de comemoração.- digo e ela me olha.Vejo que ela pensa antes de falar, mas apenas decide ficar quieta e caminha ate a mesa.Vou atrás dela e quando chegamos na mesa puxo sua cadeira para que se sente.Todos dão os parabéns para o casal e logo garçons estão pegando os pedidos das comidas.- Oque quer comer?- pergunto para Luiza que olha o cardápio.- hamburger, mas vou ficar com a salada.- ela diz suspirando.Chamo o garçom que vem para anotar meu pedido.Luiza se engaja em uma conversa com uma mulher que esta sentada ao seu lado.- oque vai pedir senhor?- o garç
- Como assim acabou a força?- pergunto.- vou tentar ligar para alguém.- digo pegando o meu celular do bolso.Quando tento ligar nada acontece e a tela continua preta.- Esta sem bateria.- digo tentando enxergar Luiza no escuro.- por que as luzes do gerador não ligaram?- Não sei, meu celular ainda tem bateria, vou ver se consigo entrar em contato com o pessoal da manutenção.- ela diz e pega seu celular na bolsa.- merda.Ouço ela xingar com o celular na mão.- Esta sem área, deve ser por que estamos no elevador.- ela diz e eu respiro fundo.- Estamos no meio da tarde, em pouco tempo sairemos daqui.- digo para ela e para mim.- certo, mas e o ar senhor?- ela me pergunta.- acho que não vai ser problema, e por favor quando estivermos sozinhos me chame de Leonardo é estranho só eu te chamar pelo nome.- digo para ela que agora eu consigo ver.- Pode me chamar pelo sobrenome também sr. Moore.- ela diz e eu rio.- Esta me dando um
- Precisa de mim?- pergunto o encarando.Ele me olha por um momento e em seguida dá uma tosse seca.- Sim, quem mais poderia trabalhar comigo e ter a sua eficiência?- ele diz me fazendo outra pergunta.Por um momento, eu achei que ele diria outra coisa.Quando penso em me afastar um pouco percebo que meus braços estão ao redor do dele.- Me desculpa.- digo ao retirar o braço.- Tudo bem, se precisar meus braços vão estar aqui.- ele diz e eu rio.Leonardo começa a passar as mãos no cabelo e ficar inquieto com os minutos que se passa.- Esta tudo bem?- pergunto para ele que para e me olha por um momento.- Odeio ficar preso em elevadores.- ele diz e se senta novamente no chão.- Quantas vezes já ficou preso em um?- pergunto me sentando ao seu lado.- Essa é a primeira vez.- ele diz e ambos rimos.- uma péssima experiência para sua primeira vez.- digo para ele.- bota péssima nisso. Quanto tempo acha que vamo
- como?- ela pergunta me olhando.- Deixe que eu te carrego.- digo novamente.Ela me olha e sorri. Um sorriso encantador eu diria.- Não é necessário sr. Moore.- ela fala ao tirar os saltos e se levantar.- É Leonardo.- digo para ela.- vem, vou te levar para casa.Começo a descer as escadas e ela me segue.- Não é necessário sr. Moo... Leonardo.- ela diz e se corrige.- eu posso pegar um ônibus.- Não com os pés machucados e descalços.- digo e descemos mais alguns degraus.Vejo que ela para de me seguir e abre a boca para dizer algo. Sabendo que iria tentar negar a carona eu a interrompo antes mesmo que possa falar.- E se tentar dizer não novamente, eu mesmo irei te carregar ate o carro.- digo voltando poucos degraus e ficando na mesma altura que ela que esta alguns degraus acima.Seus olhos me olham chocados.- Não pode fazer isso.- ela diz fracamente.- se tiver curiosa pode tentar descobrir.- digo a encarando
Assim que entro em meu apartamento resolvo que já esta na hora de começar a arrumar minhas coisas.Pego uma pequena caixa para por algumas fotos e coisas pessoais que levarei comigo. Coisas pequenas, que podem caber na mala.Algumas fotos dos tempos da faculdade vão comigo, assim como o pequeno troféu ao lado da televisão. Uma das poucas coisas boas que eu vou levar.Quando chego nos porta retratos da família, uma vontade de jogar todas essas fotos no lixo me sobe, assim como todas a vezes que eu as olho. Mas como todas as vezes, penso que eles são minha família. Só que dessa vez eu os deixarei para trás.Pego somente uma foto minha com meu pai e termino de arrumar os pertences quando a campainha toca.Quem será? Talvez sr. Moore, ele pode ter esquecido de me falar algo.Vou ate a porta e não olho no olho magico.- Leonardo.- digo Escancarando a porta me lembrando de como ele pediu pra chama-lo. Sorrio com a lembrança.- precisa de algo...