Acho que devo ir trabalhar na segunda ate que possamos ir para a sede.
Essa é a mensagem que eu recebo em uma manha de domingo que acaba me animando.
Se tem alguém nesse mundo que pode organizar minha vida pessoal e profissional essa pessoa é Luiza.
Eu já devia ter a levado para a sede a muito tempo, mas agora não preciso mais me preocupar com a minha agenda.
Passo o dia de domingo lendo e respondendo e-mails importantes, decido dormir cedo pois manhas de segundas são sempre muito perturbadas nas empresas.
Acordo cedo no dia seguinte, passo uma hora na academia e vou tomar um banho para seguir para a empresa.
Vou com meu carro, mas em vez de descer para a garagem apenas paro o carro na porta da empresa e o deixo ali.
As pessoas no saguão me cumprimentam e eu apenas aceno com a cabeça.
Quando chego ao meu andar vejo que esta vazio, vou para a minha sala e encontro um copo de café em cima da mesa.
Tomo um gole do café e ele esta perfeito.
Como Daniela sabe que eu gosto do café assim? A semana toda ela foi minha secretaria e não me trouxe café.
- Bom dia sr. Moore.- ouço a voz e viro para encontrar Luiza e Daniela ao seu lado.
Luiza veste um vestido vinho que vai ate os joelho e um salto alto preto, ela esta bonita.
- Bom dia, quem trouxe o café?- pergunto
- Eu senhor, é o café feito na cafeteria a duas ruas, esta certo não esta?- Luiza diz e eu a olho.
- como sabe que eu gosto do café de lá?- pergunto.
- O senhor sempre vai lá quando esta aqui, sempre pede o mesmo café e os bolinhos.- ela diz.- não trouxe os bolinhos por que acabaram.
Esta ai o por que de eu a querer junto comigo. Eu vim aqui oque? Umas duas ou três vezes e ela sabe exatamente oque eu quero sem nem eu mesmo saber.
- Bem observado Luiza, Daniela?
- sim senhor?
- Preciso que vá ao Rh e assine a papelada que eles vão te dar, quando eu for para a sede você substituirá Luiza.- digo e ela sorri alegremente.
- obrigada senhor.- ela fala.
- Não me agradeça, eles vão te dar um treinamento, você já pode ir.
Com isso ela sai e ficamos apenas eu e Luiza na sala.
- Está pronto para a agenda de hoje sr. Moore?- Luiza me pergunta em seu tom estritamente profissional.
Eu a olho por um momento, seu porte perfeito e seu sorriso cordial a faz ter um ar de respeito.
- Claro, oque temos para a parte da manhã?
- A parte da manha esta reservada somente para o escritório, o almoço está reservado para um encontro com o sr. Pereira. - ela diz.
- Certo, o sr. Pereira é um cliente novo e muito importante, preciso que me acompanhe no almoço.- digo para ela que concorda sem fazer mais perguntas.
Depois que colocamos todo a minha agenda em ordem e acrescento mais alguma coisa, sou deixado sozinho para trabalhar.
Passo a manha inteira revisando contratos, assinando documentos e dando ordem para os respectivos departamentos.
Quando já esta perto das 10h, analiso um contrato que me intriga e decido descer ate a ala jurídica e conversar com o advogado responsável pelo contrato.
Saio da minha sala e encontro Luiza em sua mesa concentrada em alguns papeis.
- Luiza?- eu a chamo.
Ela para de ler os papeis e uma ruga de concentração que tinha no meio da testa some.
- Precisa de algo?- ela pergunta.
- Não, eu vou descer ate a ala jurídica para resolver uma questão, eu não vou demorar, mas se ligarem e for importante você passa a ligação para o meu celular.- digo e ela concorda.
- mais alguma coisa?
- Poderia deixar outro café na minha sala?- Pergunto.
- claro, estará aqui quando o senhor chegar.
- obrigada.- me despeço dela e vou para o elevador.
Assim que chego na ala jurídica e encontro o advogado que estava procurando, levamos quase meia hora para resolvermos o problema com o documento.
Subo de volta para o andar da presidência, mas ao sair do elevador escuto um barulho vindo da minha sala.
Vou ate a porta que esta aberta e não estou preparado para ver minha secretaria ajoelhada no chão pronta para se abaixar mais e pegar uma das canetas que esta debaixo da mesa.
- puta que pariu.
Merda.Assim que coloco o café do sr. Moore em cima de sua mesa meu cotovelo bate em uma caixinha cheia de canetas e clips, que leva tudo ao chão.Me curvo para pegar os clips primeiro, mas meu vestido sobe demais e sinto que minha bunda esta quase de fora.Para não complicar as coisas, apenas me ajoelho no chão e sento em cima dos meus pés, assim meu vestido não sobe e posso alcançar os clips.Começo a pegar todos, mas quando parto para as canetas, vejo que a maioria caiu debaixo de sua mesa.Começo a me inclinar no chão para alcançar a caneta quando alguém pigarreia na porta do escritório.- sr. Moore.- digo ao olhar para a porta e vê-lo.- me desculpe, deixei as canetas caírem, já estou terminando de pegar.- digo pronta para voltar a me inclinar de novo.- não precisa, eu mesmo pego.- ele diz chegando perto de mim e
Luiza me olha confusa e em resposta eu apenas sorrio.- Uma bela mulher, por favor sentem-se na mesa.- o Alberto diz nos apontando nossos lugares.Assim que ele volta para seu lugar Luiza se vira para mim- Por que disse que sou sua acompanhante?- ela pergunta baixo.Sorrio para ela.- Seria falta de educação trazer minha secretaria para um almoço de comemoração.- digo e ela me olha.Vejo que ela pensa antes de falar, mas apenas decide ficar quieta e caminha ate a mesa.Vou atrás dela e quando chegamos na mesa puxo sua cadeira para que se sente.Todos dão os parabéns para o casal e logo garçons estão pegando os pedidos das comidas.- Oque quer comer?- pergunto para Luiza que olha o cardápio.- hamburger, mas vou ficar com a salada.- ela diz suspirando.Chamo o garçom que vem para anotar meu pedido.Luiza se engaja em uma conversa com uma mulher que esta sentada ao seu lado.- oque vai pedir senhor?- o garç
- Como assim acabou a força?- pergunto.- vou tentar ligar para alguém.- digo pegando o meu celular do bolso.Quando tento ligar nada acontece e a tela continua preta.- Esta sem bateria.- digo tentando enxergar Luiza no escuro.- por que as luzes do gerador não ligaram?- Não sei, meu celular ainda tem bateria, vou ver se consigo entrar em contato com o pessoal da manutenção.- ela diz e pega seu celular na bolsa.- merda.Ouço ela xingar com o celular na mão.- Esta sem área, deve ser por que estamos no elevador.- ela diz e eu respiro fundo.- Estamos no meio da tarde, em pouco tempo sairemos daqui.- digo para ela e para mim.- certo, mas e o ar senhor?- ela me pergunta.- acho que não vai ser problema, e por favor quando estivermos sozinhos me chame de Leonardo é estranho só eu te chamar pelo nome.- digo para ela que agora eu consigo ver.- Pode me chamar pelo sobrenome também sr. Moore.- ela diz e eu rio.- Esta me dando um
- Precisa de mim?- pergunto o encarando.Ele me olha por um momento e em seguida dá uma tosse seca.- Sim, quem mais poderia trabalhar comigo e ter a sua eficiência?- ele diz me fazendo outra pergunta.Por um momento, eu achei que ele diria outra coisa.Quando penso em me afastar um pouco percebo que meus braços estão ao redor do dele.- Me desculpa.- digo ao retirar o braço.- Tudo bem, se precisar meus braços vão estar aqui.- ele diz e eu rio.Leonardo começa a passar as mãos no cabelo e ficar inquieto com os minutos que se passa.- Esta tudo bem?- pergunto para ele que para e me olha por um momento.- Odeio ficar preso em elevadores.- ele diz e se senta novamente no chão.- Quantas vezes já ficou preso em um?- pergunto me sentando ao seu lado.- Essa é a primeira vez.- ele diz e ambos rimos.- uma péssima experiência para sua primeira vez.- digo para ele.- bota péssima nisso. Quanto tempo acha que vamo
- como?- ela pergunta me olhando.- Deixe que eu te carrego.- digo novamente.Ela me olha e sorri. Um sorriso encantador eu diria.- Não é necessário sr. Moore.- ela fala ao tirar os saltos e se levantar.- É Leonardo.- digo para ela.- vem, vou te levar para casa.Começo a descer as escadas e ela me segue.- Não é necessário sr. Moo... Leonardo.- ela diz e se corrige.- eu posso pegar um ônibus.- Não com os pés machucados e descalços.- digo e descemos mais alguns degraus.Vejo que ela para de me seguir e abre a boca para dizer algo. Sabendo que iria tentar negar a carona eu a interrompo antes mesmo que possa falar.- E se tentar dizer não novamente, eu mesmo irei te carregar ate o carro.- digo voltando poucos degraus e ficando na mesma altura que ela que esta alguns degraus acima.Seus olhos me olham chocados.- Não pode fazer isso.- ela diz fracamente.- se tiver curiosa pode tentar descobrir.- digo a encarando
Assim que entro em meu apartamento resolvo que já esta na hora de começar a arrumar minhas coisas.Pego uma pequena caixa para por algumas fotos e coisas pessoais que levarei comigo. Coisas pequenas, que podem caber na mala.Algumas fotos dos tempos da faculdade vão comigo, assim como o pequeno troféu ao lado da televisão. Uma das poucas coisas boas que eu vou levar.Quando chego nos porta retratos da família, uma vontade de jogar todas essas fotos no lixo me sobe, assim como todas a vezes que eu as olho. Mas como todas as vezes, penso que eles são minha família. Só que dessa vez eu os deixarei para trás.Pego somente uma foto minha com meu pai e termino de arrumar os pertences quando a campainha toca.Quem será? Talvez sr. Moore, ele pode ter esquecido de me falar algo.Vou ate a porta e não olho no olho magico.- Leonardo.- digo Escancarando a porta me lembrando de como ele pediu pra chama-lo. Sorrio com a lembrança.- precisa de algo...
Duas semanas se passaram e em três dias Luiza e eu iremos para sede.Tento não parecer um idiota perto dela e a tratar com respeito. Mas para Luiza isso não faz diferença, ela esta quase sempre sorridente. Em outras vezes quando ela acha que ninguém está olhando, vejo frustração passar por seus olhos e da para perceber que ela esta cansada.Não quero me meter em sua vida, mas as vezes me pego pensando que ela pode ter brigado com o namorado por minha causa.E aqui estamos nos, discutindo o tópico da reunião, quando eu a pego pensativa de novo.- Luiza?- eu a chamo.- Está tudo bem?Ela me olha por um momento e sorri antes de responder- Esta tudo bem, é que com a mudança eu preciso resolver algumas coisas.- ela diz.- O seu namorado...- começo a dizer e ela me olha novamente.- ele gostou da ideia de você ir embora?- pergunto mesmo sabendo que não.- Namorado?- ela pergunta.- Do que o senhor está falando?Eu a olho, tentando entend
Apertada. É isso que eu estou desde que saímos do escritório e estou mais ainda agora esperando o sr. Moore tomar banho.Preciso ir ao banheiro. O quarto dele é o último do corredor, sei disso por que venho aqui quando ele não esta.Mas não sei se ele esta tomando banho no banheiro do corredor ou no do quarto, então para não arriscar vou ate a primeira porta onde fica um dos quartos de hospedes e a abro.Segura, segura, segura.Minha mente pensa enquanto meu corpo só pensa em xixi, xixi, xixi.Não penso duas vezes ai empurrar a porta do quarto e perceber que ela é de correr, então apenas a abro e vou correndo para o banheiro que tem a porta aberta.Vou rápido e volto antes que o sr. Moore termine de se trocar.Mas não me preparo para ver ele se enrolando na toalha no banheiro e me olhando surpreso.Viro as costas rapidamente morrendo de vergonha e corro para a porta para sair do quarto.Assim que chego nela começo a puxar mas a p