Ciro e o sacerdote ao lado do casal Romualdo e Rose estavam quase no topo da montanha. Os três homens pararam um pouco antes de aproximarem-se do cume e esconderam-se. Rose prosseguiu o restante do caminho sozinha. Ela estava visivelmente temerosa.
A professora parou e esquadrinhou toda a sua volta, olhou ainda fixamente para toda a cidade. Respirou profundamente e enviou fortes vibrações para Maiityh e Merônia.
— Venham, demônios! Preciso de vocês! — Com um tom de voz firme, ela iniciou sua evocação. — Maiityh! Merônia! — Porém nada aconteceu.
Rose calou-se por alguns instantes e tentou aumentar sua concentração. Os outros olhavam apoquentados. O sacerdote temia que estivessem começando a perder um tempo precioso de forma errada.
— Ei, olhe para mim! — Rodolfo acariciava o rosto de Kátia que esquivava-se a todo tempo. — Olhe para mim...— Me deixe em paz, Rodolfo. — Ela respondia com sua voz alquebrada.— Já disse para olhar para mim! — Rodolfo apoiou o queixo dela em sua mão direita e o ergueu de forma enérgica.Kátia, tomada de ira, mordeu a mão dele. Revoltado com a atitude da moça, ele reagiu dando-lhe um tapa em seu rosto com certa violência. A moça desabou ao chão no mesmo instante. Chorava abundantemente.— Perdoe-me, querida. Eu não queria fazer isso, mas você me obrigou. — Ele olhava para ela como se não houvesse agido de forma incoerente para com a garota.— Eu odeio você, Rodo
— Liberte esse jovem! — Morian fora contundente com o demônio.— Não. Ele quis assim. Ninguém poderá mudar isso! — A criatura retrucava sem medo. Sua coragem era maior que a de sua irmã, pois não queria abandonar Rodolfo.— Me deixe em paz, Maiityh... — Rodolfo estava tão atordoado que não queria mais aquele ser junto a si. — Vá embora, eu te liberto de nosso acordo.— Não é tão simples assim, meu querido. Não irei sair de perto de você, nunca mais. Entenda isso.— Argh... me deixe-o rapaz debatia-se freneticamente.Ambos observavam perplexos aquela cena. Morian aproximou-se do jovem e postou firmemente suas mãos sobre a cabeça dele te
Ciro caminhava por entre aquela linda estrada de pedras. Árvores, flores e rios adornavam aquela bela paisagem. Pequenos e grandes animais corriam livres e em harmonia por todos os lados. Aquele aroma suave e confortante adentrava em seus pulmões e preenchia todo seu ser. Era uma sensação magnífica estar ali. Havia algumas pessoas e anjos ali, em plena consonância. Perfeição era a palavra que vinha à sua mente para descrever o que seus olhos assistiam. Sentiu que poderia ficar ali para sempre em meio a tanta plenitude. Continuou sua caminhada, aproximou-se de um belo lago, onde observou muitas crianças brincando satisfeitas. Fitou por alguns instantes aquela cena, sentiu até vontade de misturar-se ao grupo. Subitamente, sentiu uma mão apoiar-se ao seu ombro. Era Morian, seu amigo e guardião. — Olá, Ciro. Como se sente? — Não há pala
Intensamente, a chuva caía, acompanhada de raios, trovões e uma forte rajada de vento. O céu transformara- se em crepúsculo. A batalha entre o bem e o mal era violenta. De um lado estava o Padre Rudi e seus seis ajudantes, do outro estavam as belas irmãs Maiityh e Merônia, dois demônios que andavam pela terra e no intuito de corromper as almas das pessoas.Foram infinitas tentativas de exterminá-las sem sucesso, a luta era intensa. Finalmente após a peleja incansável, elas estavam encurraladas no alto da montanha Cirana, considerada como sagrada e pura pelos moradores de Roania. Com muita dificuldade, Rudi conseguiu atrair aqueles seres para o tal lugar. Acreditava- se que os poderes de Maiityh e Merônia, tornavam- se reduzidos ali. Mesmo assim, não era fácil subjugá-las. Sempre tinham muitas cartas nas mangas,
Roania, o centro de todos acontecimentos estranhos do passado, era uma bela, pacata e diminuta cidade. Seu centro resumia-se a uma pequena praça. A economia do local era baseada na agricultura e no comércio local, só havia uma fábrica pequena instalada na cidadela. O município era adornado por inúmeras árvores, lagos e uma pequena cachoeira que encontrava-se dentro da mata que ladeava o lugar. O índice de criminalidade de Roania era razoavelmente baixo, apenas pequenos furtos eram vivenciados com mais frequência. Dava-se para contar nos dedos o número de mortes.Um dos pontos importantes da cidade era a montanha Cirana, que sempre fora considerada como sagrada. Havia a persistente história em torno dos demônios que tinham sido subjugado naquele local, muitos achavam que era apenas uma lenda; outros acreditavam devotamente n
Era uma bela manhã de Domingo, Kátia e sua irmã mais velha Akemi estavam preparando-se para irem ao templo de orações. Elas moravam com seu pai no centro da cidade, muito próximas do Templo de Cirana. A mãe das garotas havia falecido há muitos anos. Akemi também tinha traços orientais assim como sua irmã. Elas moravam com seu pai, o senhor Alcebíades.Akemi já tinha completado seus vinte e sete anos e nunca interessou em casar com ninguém, apesar dos inúmeros pretendentes que possuía. Seu maior interesse era cuidar de sua irmã e de seu pai, que já não andava há cinco anos, devido a um acidente de carro que sofrera. Desde então passou a locomover-se com uma cadeira de rodas.Eles possuíam uma pequena loja de roupas na cidade. Akemi
Findado o final de semana, o padre Roberto acordou muito cedo, como era de seu costume, pois tinha suas energias vitais plenamente renovadas após uma boa noite de sono. Acariciou o pequeno Feioso em sua barriguinha e logo após alimentou o animalzinho. Após suas tarefas corriqueiras, ele despediu-se de seu companheiro e rumou ao templo, provavelmente ainda não encontraria os garotos por lá devido ao horário, por isso pegou seu molho de chaves e saiu.O sol também não havia nascido, o padre abeirou-se do Templo de Cirana, quando algo chamou sua atenção. Notou que a porta principal estava entreaberta. Que estranho, por que os garotos chegariam tão cedo assim? Pensou ao ver a cena.Adentrou lentamente, tateou a parede procurando o interruptor de luz, pois o local encontrava-se até ent&
O entra e sai de pessoas na sofisticada bomboniere da senhora Justine, era constante. Era a mais movimentada de Roania e famosíssima pelos seus bolos e tortas memoráveis. Inúmeras encomendas eram feitas a todo instante. Muitos clientes costumavam deliciar- se ali mesmo, mesinhas estavam dispostas para que os mesmos pudessem degustar aqueles apetitosos quitutes e passarem agradáveis momentos durante seu dia na Justine Bolos e Cia.Era um local de muito prestígio e plenamente respeitado. Contudo algo duvidoso andava intercorrendo lá dentro que era de total desconhecimento dos outros cidadãos de Roania. A proprietária do estabelecimento iniciou uma sequente série de reuniões noturnas. Nelas costumavam estar presentes seu filho, Arnaldo. Ernesto, o coveiro da cidade. Rose, uma jovem professora de jardim de infância e Rodolfo.