Dois meses se passaram e estava tudo indo muito bem! Faltavam 15 dias para Tiphany nascer e Maya olhava pra trás e achava que estava indo muito bem. A garrafa Homme não tinha dado pra fazer muitos exemplares. 211 pra ser mais exato. Vinho de guarda, não poderia ter sido usado outra safra e eles tinham usado bastante do estoque para a produção do Bodas. Mas as críticas tinham sido ainda melhores que o Bodas, e uma jornalista especializada no assunto, publicou que: As garrafas ouro Bukaiter precisavam de uma família! Com Maya Dawson na produção e agora Justin Bukaiter, o que já era muito bom, ficou ainda melhor! Depois dessa avaliação positiva, Danilo explicou pra Maya que conseguiram um problema: — A procura pelas garrafas não artesanais ficou muito maior do que estava previsto. A garrafa está chegando a exorbitantes valores de 28 mil e não se encontra mais! — Dobre a produção! — Já triplicamos, Maya. Não tem mais vinho de guarda em estoque pra produzir a Homme! Eles estavam na s
Maya entendeu o problema logo de cara! A matéria prima 9 anos pertencia a Sigmund Toronto. Ele passou o vinhedo para Denny um ano antes e um ano depois, Denny deu em garantia de empréstimo a Danilo. Teoricamente, a produção inteira era de Toronto, porque não estava descrito na promissória produção, só a propriedade. Se Danilo entrasse com pedido de posse, legalmente não teria esse direito porque ele já tinha redigido o documento de quitação da dívida de Denny. Ele só não tinha registrado ainda, por causa de Hanna. A pretensão, era deixar em posse de Danilo até o divórcio, para Hanna não ter direitos. Eles poderiam nem envolver a justiça. Como a produção não estava descrita, entendia-se que pertencia a Denny e Danilo poderia comprar. Mas como foi processada menos de um ano depois de o vinhedo ser de Denny, a justiça poderia entender que o plantio e mão de obra ainda faziam parte da época em que pertencia a Sigmund, e se isso ocorresse, seria embargada junto com todos os outros bens de
Três dias depois daquela reunião, Maya começou a sentir as contrações de Braxton Hicks. Que são dores espaçadas, sem muita intensidade. Naquele dia, Danilo, Denny e Alícia tinham marcado uma vistoria completa no Vinhedo Toronto. Maya tinha dado a idéia, no dia anterior, de Danilo fazer contrato de compra e venda do vinhedo em nome de Alícia, e todos concordaram que era uma opção muito mais viável do que a internação de Hanna ou o pedido de divórcio antes de tudo acabar. E era a solução perfeita! Ninguém faria estardalhaço com isso, pois não achariam incomum Alícia comprar seu próprio Vinhedo: ela era filha de um produtor local e noiva de outro! Assim, poderiam usar o vinho maturado da safra de 9 anos, sem a justiça congelar, enaltecer o nome do vinhedo e não provocar Hanna! Mesmo porque, Samantha já tinha decidido provocar Jenny. E naquele dia também, conseguiu uma visita com Jenny. Maya não estava confortável com aquilo! Era cutucar a onça com vara curta! Mesmo que no momento, ti
Queridas leitorasEsse capítulo vai ser bem sombrio e tenebroso. Também vai ter muitos gatilhos. Se você é sensível, por favor não leia. Eu sei que muitas de vocês vão dizer que não era necessário, mas sim, será! Começamos aqui o desfecho da obra. Aproveitem a leitura e desde já, me perdoem xxxxxx?xxxxxxQuando acordou, Maya se percebeu deitada no chão da sala dos Toronto e tinha silver tape na boca. Sabia que não poderia gritar e não conseguia imaginar o que Hanna faria, ou porque ela teria uma seringa de tranquilizante a disposição. Tentou se mexer, e notou que tinha alguns travesseiros, deixando a cabeça dela em uma posição mais alta. Olhou para o lado, Hanna cantarolando e mexendo em alguns instrumentos cirúrgicos. Quando viu que ela notou seu movimento, fechou os olhos apressada, mas Hanna viu: — Olha só, acordou a margarida! Você deve estar pensando o que está acontecendo, né? Vou te contar, Maya. Tudinho, tá bom? Hanna colocou uma me
Maya sentiu a fita ser tirada de sua boca e controlou a vontade da gritar. Olhou pra irmã, e viu ali todas as decisões erradas que tomou na vida por causa dela. Desde o momento que decidiu se casar com Denny, anos atrás, para as finanças do pai não a deixar pobre, sem os luxos. Até em ir até a casa dela para ser torturada! Se tivesse pensado só um pouco, se lembraria que Jenny e ela tinham acesso a drogas de todos os tipos. Sabia que o que Hanna aplicou nela era um paralisante, já tinha percebido porque seu corpo não reagia aos comandos. Olhou Hanna mexendo nos instrumentos e resolveu ganhar tempo. A partir do momento que deixasse ela colocar um daqueles bisturis em sua pele, não poderia mais controlar:— Quanto tempo eu fiquei apagada? — Nem 5 minutos, Maya. O foco dessa droga que lhe apliquei é paralisar seus membros. Eu só misturei um pouco de um narcótico que te apagou pra você não ficar gritando enquanto eu te ajeitava pra trabalhar em você. Não queremos que
Quando Maya acordou, Samantha estava no quarto com ela. Sentia dores por todo o corpo. Levou a mão barriga, o que chamou atenção de Samantha, e ela constatou que não estava sonhando. Sua bebê tinha mesmo sido arrancada de si. Mas porque estava viva? A presença de Samantha ali demonstrava que Danilo não a perdoou por ter perdido sua filha, e nem queria vê-la! — Como está se sentindo, minha filha? — Atropelada por um caminhão! Já encontraram Tiphany?— Então você se lembra! — Samantha encarou Maya com pena. E Maya a fuzilou com o olhar. Sabia que deveria ser mais maleável. Não sabia nada! Nem quanto tempo estava ali, o que aconteceu, como a encontraram, o que aconteceu na visita com Jenny. Precisava de respostas e saber como Justin estava, como a vovó Sophia tinha lidado com aquilo. Maltratar Samantha não iria resolver nada. — Desculpe, Sam. Danilo foi embora, deve estar me odiando e você ficou. Eu preciso saber. Quanto tempo estou aqui? — Danilo foi embora? Pr
Maya estava no toalete da Saborosa, em São Francisco, quando ouviu duas moças jovens conversando. Reconheceu pela voz que eram as filhas de um cliente que ela tinha atendido mais cedo. Eram de longe, mas ela não conseguia se lembrar de onde. Estava aérea naquele dia. E cansada! Nossa, atendeu o dia inteiro e não fazia isso desde que abriu a Saborosa, sete anos atrás. Alana perguntou se poderia aceitar todos os agendamentos para aquele dia e ela disse para tratar como um dia normal. E naquela hora, entendeu porque sua agenda ficou tão cheia, ouvindo as duas moças conversando: — Achei ela bem calma! — Mas também, Ivy, o que você esperava? — Não sei, pra uma mãe que perdeu a filha bebê e nunca encontrou, mais desesperada. — Você se lembra que nós acompanhamos todo o sofrimento dela na época? — Sim, não dá nem pra acreditar que já faz um ano, né? Maya abriu a porta da cabine e as duas ficaram olhando pra ela assustadas, pelo espelho. Ela se encaminhou para a pia, lavou as mãos, reto
Maya fez questão de rir o tempo todo naquela visita. Danilo disse que ela estava parecendo uma menininha de 16 anos, e quando o cabeleireiro terminou com ela, nuca batida em um curtinho liso que caia em franja em seus olhos, jogando tudo para o lado direito e fazendo uma escova virada pra dentro atrás, dando mais volume, Maya achou que estava parecendo a atriz canadense Elisha Cuthber: mulher madura com o rosto altamente beneficiado pelo curtinho, rejuvenescendo bem uns dez anos. Era essa imagem que ela precisava passar pra madrasta: rejuvenescida, bem, viva! Por mais que Jenny lhe pediu desculpas, chorou, mostrou arrependimento, Maya percebeu o quanto amadureceu naqueles meses: — Jenny, você fez o que tinha que fazer! Você roubou meu pai, armou contra mim, protegeu Hanna e a criou pra ser um monstro, que já tinha dado sinais até mesmo com você de que era uma psicopata. E mesmo assim, você financiou as loucuras dela e mais uma vez contra mim. Não tinha te feito nada pra vocês duas t