OLIVER
Resolvi descobrir o que aquele menino fazia ali, não ia deixar que perdesse conteúdo apenas para brincar com os computadores.
-Boa tarde! Acho que você não era para estar aí?
-Boa tarde professor!
— Você está a matar aula rapaz?
— Não, estou a matar o ensaio.
— Ensaio? — Eu amava quando tinha ensaio de alguma coisa, porque assim não tinha atividade para fazer, esse não quer ensaio, deve ser tímido.
— Sim, aquele que você estão a organizar para o dia dos pais.
— Entendi, mas não sou professor, por que se esconder aqui?
— Aqui é o melhor lugar da escola, não sei como uma escola pobre tem um dos melhores sistemas de informática, tem um programa que eu jogo o conteúdo que preciso estudar e ele faz um jogo para aprender ali.
Fiquei feliz escutando ele falar do meu programa.
— Que bom que gosta do meu sistema, mas devo dizer não é o melhor ainda, pois vim atualizá-lo, se me der uma boa desculpa para não estar no ensaio, posso deixar você ficar aqui e ser o primeiro a experimentar o programa.
Os olhos dele brilharam, então saiu de baixo da mesa e falou rápido:
— A minha desculpa, é porque preciso ensaiar se não tenho pai?
Essas datas, são difíceis para quem não tem a família completa, vejo Aurora e Murilo, mesmo com todo o carinho de Ana, a avó, eles no dia das mães, fazem muitas perguntas sobre a mãe Júlia.
— Boa desculpa, qual o seu nome?
-Pietro, tenho dez anos, moro apenas com a minha mãe.
-Pietro, senta aqui, vou mostrar-te como faço as mudanças.
O menino tinha jeito para informática, então vou dar uma sondada, uma criança dotada precisa de ajuda, para dar o seu melhor.
Comecei com perguntas simples, para não assustar a criança.
— Você sempre estudou nessa escola?
— Na verdade, só esse ano estudei em três escolas diferentes.
— Nossa, e chegamos no meio do ano agora, o que você aprontou nas outras escolas?
— Não aprontei nada, a minha mãe que faz uns dois anos, que parece fugir de algo, ela acha que não percebi, sempre que recebe uma carta estranha, ela pega as nossas coisas e mudamos de cidade.
— Ela deve estar a querer o melhor para você, acredite nela.
— Eu sei disso, ela chama-me estrelinha da sorte dela, e brega, mas eu gosto.
— A minha mãe também tem um apelido para cada filho.
— Você tem irmãos? Qual o seu nome tio?
— Oliver, e sim tenho mais quatro irmãos, um deles e o meu gémeo.
— A nossa deve ter sido legal na infância de vocês, um monte de criança para brincar.
— Na verdade, para brincar era eu e Noah, pois os outros já estavam na faculdade. Mas sim é ótimo esse monte de irmão, porque agora tenho um monte de sobrinhos, sou o tio favorito deles.
-Você tem filhos?
— Não, ainda sou solteiro.
— Não é porque é solteiro que não pode ter filhos.
— Esperto você, mas eu cuido-me, quando tiver os meus filhos quero que seja num lar amoroso.
— Responsável você, quero ser assim. Não entendo como mamãe, sendo tão responsável, foi mãe solteira. Nunca vi a minha mãe com namorado, nem amigo homem ela tem, em alguns momentos acho até que ela tem medo de homens.
Essa informação ligou um alerta na minha cabeça, talvez Pietro, seja resultado de um @buso que a mãe sofreu, e ela corajosa, não quis fazer um @borto.
— Por que você acha que ela tem medo de homem?
— Ela nunca se consulta com médico homem. Procura sempre empregos para trabalhar com mulheres. E uma vez no mercado, um rapaz bonito educado, ficou a acompanhar a gente durante a compra, ela começou a tremer, deixou o carrinho e fomos embora, em casa ela chorou muito, disse para mim que era dor de cabeça, mas sei que não era.
Comprovado, a mãe da criança a minha frente havia sofrido abuso s****l.
— A sua mãe e legal com você?
— Não poderia pedir uma mãe melhor, carinhosa, mesmo cansada brinca comigo, ela sempre deixa um doce escondido para mim, superprotetora, tudo bem, já me acostumei com o seu jeito medroso.
Iamos conversando, e fui percebendo o quanto Pietro era inteligente.
Acho que irei pedir a diretora um teste dele, dependendo quem sabe convenço a mãe a aceitar uma bolsa de estudo para ele, seria uma honra dar uma para um menino que com certeza ainda vai lutar muito na vida.
Passei a tarde ali, no final, perguntei se os responsáveis viriam buscá-lo, ele disse que não, que ia embora com o filho da vizinha.
-Pietro, quero que pegue esse cartão, esse número e o meu particular, qualquer coisa pode entrar em contacto comigo, posso ajuda-lo.
— Você não é um daqueles homens que gostam de meninos.
— Fique tranquilo, eu gosto e de mulher, e adultas. Mas, vi que você tem potencial nos estudos. Então se tiver algo que possa ajudar, estou aqui.
— Você viria numa apresentação do dia dos pais?
— Você nem ensaiou?
-Sei toda a música e coreografia.
— Escreve aqui o dia e horário.
Ele ficou feliz, e anotou na minha agenda.
— Farei o possível.
Sai da escola, com um certo vazio, achei que ele me pediria um computador, com outros já fizeram, e eu dei tranquilamente, mas ele queria um pai.
Por que não, vai ser apenas uma apresentação.
Claro que irei ver como ele está nos estudo, quem sabe uma bolsa de estudo.
Segui da escola direto para um barzinho que frequento, vou lá por ser uma ambiente limpo, agradável, discreto e ótimo para achar uma companhia.Percebi que Rilary seguia o meu carro, ela não estava sozinha.Parei num barzinho, era cedo, mas não precisamos de horário para começar a diversão.Deixei o meu terno no carro, abri dois botões da camisa, dobrei as mangas, e entrei no bar.Sentei numa mesa afastada, chamei o garçon conhecido e entreguei-lhe um bilhete.Avisei do esquema, ele já me conhecia, então iria colaborarNão demorou nada, Rilary e Kely entraram no bar, Rilary veio a minha mesa e Kely ficou no bar. Havia outra que não sei o nome que ficou num ponto distante, filmava, percebi logo, mas deixei rolar.— Oi, você se lembra de mim? -Rilary que usava um vestido que escondia pouco falou.— Claro, como você está?— Estou bem graças a você, acho que lhe devo uma bebida.— De forma alguma, mas podemos beber uma, juntos.Ela pediu uma bebida, e ficamos a conversar, na verdade, ela
OLIVERNa manhã seguinte fui com o meu irmão até a delegacia, tentar fazer as primas de Agnes falar.Nunca imaginei que a tal Rilary não sabia que era usada como atriz porno.Combinei com os meus irmãos que iria ajudar a moça, Agnes disse que ela sempre falava quando criança, que queria ser médica, se for isso irei ajudá-la, claro que mandando para outro estado, para reconstruir a vida longe da mãe.Após lá fui para a casa da minha mãe, fiquei lá o fim de semana, ainda precisava de cuidados.Na segunda-feira voltei a minha rotina normal.Claro que no meio da semana, descobrimos o fim das tias de Agnes.A tal Roberta foi presa pelo assassinato de Marlon, Rosaria morreu num acidente, na verdade, briga com a esposa de uma dos seus amantes, as duas rolaram pela escada, e Rosaria se deu mal.As primas Kemili, Kely e Rebeca não quiseram colaborar, e pegaram bons anos de prisão, pois foi descoberto outros crimes contra elas.Rilary na verdade era usada, aproveitavam da sua dependência químic
NOAHAssim que a apresentação terminou, ele desceu do palco e correu até mim, abracei ele, e nesse abraço, senti algo diferente, era como abraçar um dos meus sobrinhos, que sempre considerei os meus filhos.Para, OLiver, ele é filho de outras pessoas, calma, outra pessoa, ele não tem pai.— Parabéns, Pietro, você foi o melhor.— Obrigado! Valeu por vir, seria chato cantar sem ter ninguém importante aqui.Uma faca no peito, foi aquelas palavras, tentei disfarçar.— E o violão, você não vai pegar o seu violão?— Ele não é meu, e da escola, eu não tenho violão, e caro, mamãe não teria como comprar; por isso, ela nem sabe que eu sei tocar, porque se não iria fazer de tudo para me comprar um. Aquela mulher faz muito sacrifício por mim.Outra facada, acho que vivo numa bolha.— E agora o que faremos?— Agora, os professores irão arrumar os pratos que as famílias trouxeram, e iremos todos comer, alguma coisa, na verdade, beber, porque ouvi uma professora falando que noventa por cento de tudo
OLIVERMandei uma mensagem pedindo desculpa para Agnes e Noah, claro que o meu irmão queria saber se era loira ou morena.Nem respondi, nem eu sei o porquê fiquei até o fim daquela festa.Passei o fim de semana no sítio com toda a família.Mas, dessa vez alguma coisa parecia faltar.Aquele menino falar que a família dele era ele e a mãe, apenas. E eu aqui, rodeado de pessoas maravilhosas, que me sei defendem a todo o custo.E o violão, nossa, ele tocou como alguém que treina todos os dias, e vai dormir com o violão do lado da cama, mas não era dele.Estava tão distraído vendo as crianças brincarem, que nem percebi Liam sentando ao meu lado.— Vai dizer-me que é uma professora que te laçou cunhado?— Professora, do que está a dizer?— Para o que mais você iria querer uma roupa para ir numa reunião de pais.— A verdade, mas não rolou, acabei perdendo tempo.— Como assim, não rolou, você m@l pisca o olho a mulherada pula no seu colo.— Então, ela estava com uns papos de namoro antes de r
OLIVERSai da escola leve, alegre.Porém, quando cheguei no meu andar na empresa e vi a fila de moças e rapazes para serem entrevistados, quase voltei para escola.Não tinha outro jeito, precisava de uma secretária e com urgência.Chamei a primeira, ou melhor, a 'Barbie sem calcinha', ela fez questão de que eu percebesse, pois abriu as pernas, cruzou as pernas, deixou uma caneta cair e abaixou-se para pegar.Isso foi só o começo, por diversão comecei a fazer pilhas com classificações. os g@ys que também me cantaram, as "Barbies", tinha as sem calcinha, as siliconadas, as vozes enjoadas, as que nem sabiam o que era um computador, tinha também as "Betty Boop", com muito decote em vestido curtos até de mais, algumas até chegaram já sentando na minha mesa; as "Jessicas Rabbit", já chegavam mandando, falando da decoração, uma foi mais ousada e sentou no meu colo puxando a minha gravata, realmente as ruivas são quentes.Todas elas estavam ali para que eu f*** com elas, mas não era isso que
ASTRIDReclamar da vida é para quem tem tudo, ou alguém para se apoiar. Porque quem não tem nada, nem pode reclamar, pois precisa batalhar.Sou mãe solteira, e sim porque quis, porque não viveria se tivesse matado o meu bebe.Agradeço a Deus todos os dias a vida do meu filho, ele-me da a força que preciso para lembrar quem eu sou.Pietro já tem dez anos, e apesar de trocar tanto de escola, consegui acompanhar bem os estudos, não me dá trabalho nem um, um anjo na minha vida, nasceu com os olhos do meu pai, na verdade, lembra-me muito ele, cabelos loiros como os meus.Hoje então foi diferente, e logo hoje.Estou há três meses sem um trabalho fixo, e as contas começaram a apertar. Uma vizinha disse de uma vaga, fiz a minha ficha, seria entregue tudo no local.Não gosto de trabalhar como secretária, pois precisa ficar muito tempo sozinha com um homem, isso me dá medo, mas preciso cuidar de meu filhos, preciso enfrentar os meus medos.Estou dentro do ónibus e um barulho de tiro, era o que
OLIVIEREstou num pesadelo, Pietro esta sendo arrastado por homens armados, ele grita para que eu ajude, saiu correndo, então acordo com o barulho do meu celular.Procuro pelo som, e atendo sem ao menos olhar.-Alo!— Oi e o senhor Oliver, aqui é o seu filho de mentira Pietro, o senhor disse que qualquer coisa poderia ligar-te.Ele fala tudo rápido, como se aflito, aquilo acorda-me de vez.-Pietro o que aconteceu, fala que irei ajudar-te sim.— Mamãe, não recebeu as diárias da semana, e não pagou o aluguel, o dono veio, ele quis fazer coisa errada com ela, mas minha mãe é mulher decente, não deixou, ele levou o fogão, geladeira, a pia com as panelas, ainda rasgou a roupa dela, disse que se ela estiver aqui na segunda-feira vai fazer ela mamar o p** dele.As palavras dele ativaram em mim um sentimento que ainda não conhecia por um estranho, o meu punho estava fechado, e a vontade de bater no desgr@ç@do era grande e irei fazer isso.-Pietro passe o endereço de você, irei até aí resolver
ASTRIDSentia-me violada outra vez, porque sou tão fraca.Apenas chorava, senti os braços do meu filho, chorei ainda mais, como irei defender ele se nem consigo defender a mim.Nem sei por quanto tempo chorei, ali agachada no chão, então escutei baterem na porta.Não queria abrir, congelada por meus medos.Pietro abriu a porta, não levantei a minha cabeça, mas sabia que um homem poderoso estava ali, sua voz forte, quando falou que veio nós levarmos, olhei na sua direção.Ele era alto, pele branca, cabelos negros bagunçados, olhos castanhos, usava roupas informais, mas elegantes, dava para ver que era vaidoso, o seu perfume tomou conta de todo o ligar, a presença dele com certeza era marcante, porém depois de muito tempo não me deixou com medo.Ele deu liberdade para me arrumar.Lavei o meu rosto, troquei de roupa, prendi o cabelo. Quando olhei no espelho até desanimei, como iria conversar com um homem importante, daquele jeito ia acabar fazendo Pietro perder a bolsa de estudos.Mas nã