ASTRIDReclamar da vida é para quem tem tudo, ou alguém para se apoiar. Porque quem não tem nada, nem pode reclamar, pois precisa batalhar.Sou mãe solteira, e sim porque quis, porque não viveria se tivesse matado o meu bebe.Agradeço a Deus todos os dias a vida do meu filho, ele-me da a força que preciso para lembrar quem eu sou.Pietro já tem dez anos, e apesar de trocar tanto de escola, consegui acompanhar bem os estudos, não me dá trabalho nem um, um anjo na minha vida, nasceu com os olhos do meu pai, na verdade, lembra-me muito ele, cabelos loiros como os meus.Hoje então foi diferente, e logo hoje.Estou há três meses sem um trabalho fixo, e as contas começaram a apertar. Uma vizinha disse de uma vaga, fiz a minha ficha, seria entregue tudo no local.Não gosto de trabalhar como secretária, pois precisa ficar muito tempo sozinha com um homem, isso me dá medo, mas preciso cuidar de meu filhos, preciso enfrentar os meus medos.Estou dentro do ónibus e um barulho de tiro, era o que
OLIVIEREstou num pesadelo, Pietro esta sendo arrastado por homens armados, ele grita para que eu ajude, saiu correndo, então acordo com o barulho do meu celular.Procuro pelo som, e atendo sem ao menos olhar.-Alo!— Oi e o senhor Oliver, aqui é o seu filho de mentira Pietro, o senhor disse que qualquer coisa poderia ligar-te.Ele fala tudo rápido, como se aflito, aquilo acorda-me de vez.-Pietro o que aconteceu, fala que irei ajudar-te sim.— Mamãe, não recebeu as diárias da semana, e não pagou o aluguel, o dono veio, ele quis fazer coisa errada com ela, mas minha mãe é mulher decente, não deixou, ele levou o fogão, geladeira, a pia com as panelas, ainda rasgou a roupa dela, disse que se ela estiver aqui na segunda-feira vai fazer ela mamar o p** dele.As palavras dele ativaram em mim um sentimento que ainda não conhecia por um estranho, o meu punho estava fechado, e a vontade de bater no desgr@ç@do era grande e irei fazer isso.-Pietro passe o endereço de você, irei até aí resolver
ASTRIDSentia-me violada outra vez, porque sou tão fraca.Apenas chorava, senti os braços do meu filho, chorei ainda mais, como irei defender ele se nem consigo defender a mim.Nem sei por quanto tempo chorei, ali agachada no chão, então escutei baterem na porta.Não queria abrir, congelada por meus medos.Pietro abriu a porta, não levantei a minha cabeça, mas sabia que um homem poderoso estava ali, sua voz forte, quando falou que veio nós levarmos, olhei na sua direção.Ele era alto, pele branca, cabelos negros bagunçados, olhos castanhos, usava roupas informais, mas elegantes, dava para ver que era vaidoso, o seu perfume tomou conta de todo o ligar, a presença dele com certeza era marcante, porém depois de muito tempo não me deixou com medo.Ele deu liberdade para me arrumar.Lavei o meu rosto, troquei de roupa, prendi o cabelo. Quando olhei no espelho até desanimei, como iria conversar com um homem importante, daquele jeito ia acabar fazendo Pietro perder a bolsa de estudos.Mas nã
ASTRIDO apartamento ficava no quarto andar.Ele ia a explicar tudo, disse que eram apartamentos simples, porém apenas um por andar.Pietro estava animado, isso preocupava-me, nunca recebi tanta bondade de alguém, não de graça.Ele entregou as chaves para Pietro, que abriu todo animado.A minha boca quase caiu.Na entrada tinha um pequeno rol de entrada, com um armário para deixar sapatos e cascos.Passando por eles uma sala de estar a direita com um sofá e um painel com televisão. Na esquerda uma mesa com seis cadeira, um a paradouro. E de lá já se via uma cozinha planejada com eletrodomésticos modernos.Eu não sabia o que dizer, era tudo lindo.Ele me mostrou a área de serviço, a dispensa, banheiro social, um pequeno escritório.— Vamos conhecer os quartos, quem escolhe primeiro?— Vou ter uma cama apenas para mim? -Pietro perguntou animado.— Vai, sim, e o seu banheiro com banheira. Mas apenas um dos quartos é hidromassagem.— O que é hidromassagem? — O meu filho não conhecia nada
OLIVIERNão foi fácil convencer a mãe de Pietro, Astrid e uma mulher forte, mesmo que agora pareça vulnerávelEnquanto ele arrumavam as suas coisas, liguei para um detetive conhecido da família, passei as informações do dono do lugar onde eles moravam, disse que queria rápido.Também passei o nome do ex-patrão dela, era bom para ele que ela tenha sido a primeira e última que mexeu, porque vou jogar a merda dele no ventilador.Levei eles para o apartamento, ver os olhos dela se encherem de lágrimas, mexeu com algo em mim, não sei bem o porquê, mas preciso protegem esses dois.Ela queria recusar o convite do almoço, fingi que nem entendi.Enquanto esperava eles, recebi a ligação do detetive, mas rápido que imaginei.-Fala Olivier!-Fala Kadu!— Olha espero que o cara não seja seu amigo, porque já soltei a fita, desse m@ldito.— O que e de quem você está a falar?— Estou a falar do dono das casas que você mandou a localização.— Ele não é meu amigo, nem conheço ele. Mas, ele mexeu com um
ASTRIDFaz muito tempo que não entro em lojas como essas.A herança do meu pai deu-me conforto, estabilidade.Tinha tudo que o dinheiro poderia comprar, os meus avôs paternos sabiam bem como administrar dinheiro, foi com eles que aprendi.Porém, com a morte deles e a doença da minha mãe, fui morar com ela.NO testamento só poderia assumir o dinheiro após os vinte e cinco anos.Mas, eu tinha de tudo, por esse motivo não achei m@l.Com tudo que aconteceu, fugi, sem olhar para trás.Levei pouco, com a ajuda dos meus avôs maternos, consegui estabelecer-me, por um tempo, claro sem o luxo que tinha antes, trabalhava, e ia bem.Mas, precisei fugir mais uma vez, e nesses onze anos, nem sei quantas vezes mudei-me, cada vez tenho que sair as pressas, acabo deixando parte do que tenho para trás.A minha prioridade passou a ser deixar Pietro longe do meu carrasco, se depender de mim ele nunca saberá da existência do meu filho.Nas poucas vezes que converso com os meus avôs, nunca contei sobre Pie
NOAHDevo dizer que Astrid e uma mulher difícil, gostei, mulher fracas, sem opinião própria são sem graças.Olhei para Pietro, não poderia falar da minha última secretária, e o que ela fez na frente dele.-Pietro, que tal você ficar perto da minha prima Fabricy, você conhece o gosto da sua mãe.— Tudo bem, entendi, não é assunto de criança.-Garoto esperto.Pietro saiu e vi que ela ficou ainda mais curiosa, vamos nós das bem, não gosto de coisas sem respostas, gosto tudo as claras.-Astrid, eu gosto de acreditar que a minha última secretária foi dona Lurdes, que também usa roupas aqui da loja de Fabricy, pois todas as funcionárias das empresas da família tem descontos exclusivos aqui. Ela saiu, pois precisou cuidar da saúde na casa dos filhos que moram em outro estado, já estou com saudades, o seu último dia foi segunda-feira. A outra senhora que nem decorei o nome, começou na terça-feira, onde deixou muitos recados passarem, digitou um e-mail errado, tudo isso para mim foi de menos,
A minha avó sempre dizia que a maioria dos desentendimentos poderia ser evitados e resolvidos com uma boa conversa.Por esse motivo chamei o senhor Oliver para conversar, e foi muito esclarecedor.Em nem um momento ele tentou passar a imagem de bom moço, na verdade, até admitiu ser um libertino, mas não desses que juram amor eterno, para conseguir s***.Fiquei surpresa com a atitude da antiga secretária dele, mulheres assim que fazem os homens acharem que poder colocar a mão na b*** de todas as secretárias.No dia que sai do meu último emprego, uma secretária do RH disse-me você não conseguiu serviço mais nessa cidade, somos secretárias, não devemos dizer não ao chefe, e que se eu tivesse sido boazinha para ele, sairia ganhando.Agradeci mentalmente por Oliver ligar para a ex daquele lá.Não tinha mais desculpas, iria aceitar o trabalho.Estendi a minha mão, e disse:— Ao seu dispor chefe!Ele apertou a minha mão de forma forte e segura, e sorriu, realmente o sorriso desse homem deve