O rio corria lento ao lado deles, suas águas escuras refletindo fragmentos de uma lua partida por nuvens finas. Kael liderou o grupo em silêncio, os pés descalços afundando na lama fria da margem enquanto os híbridos o seguiam em uma fila irregular. O ar da noite era cortante, carregado com o aroma de pinheiros e o leve cheiro metálico da chuva que se aproximava. Ele mantém os sentidos aguçados, as orelhas captando cada farfalhar das folhas, cada respiração irregular dos outros. A liberdade era um gosto amargo — doce por um instante, mas envenenado pela certeza de que o Genesis Core estava logo atrás. Aria caminhava ao seu lado, o comunicador guardado no bolso da calça rasgada, os cabelos negros grudados no rosto por suor e umidade. Ela parecia pequena ao lado dele, frágil até, mas havia uma força em seus passos que Kael não podia ignorar. Ele ainda não sabia o que pensar dela — uma humana que traíra seus próprios mestres, uma cientista que carregava culpa como uma segunda pele. Mas
Talon olhou para o céu, os olhos observando algo que os outros ainda não viam. — Minutos, talvez. Vocês deixaram um rastro que até um cego poderia seguir. O rio não esconde o cheiro de sangue e medo. Aria xingou baixinho, puxando o comunicador do bolso. — Eu desativei os primeiros drones, mas eles devem ter enviado reforços. precisamos nos mover agora. — Não — disse Talon, erguendo a mão. — Correr só vai levá-los até nós. Vocês vêm comigo, ou morrem aqui. A escolha é de vocês. Kael rosnou, o som reverberando entre as árvores. — E por que confiaríamos em você? Talon o encarou, os olhos verdes inflexíveis. — Porque eu sei o que é ser uma arma deles. E sei como não ser mais. Se quiserem viver, sigam-me. Se não, boa sorte contra os Caçadores. O nome "Caçadores" fez o grupo se calar, o medo palpável no ar. Kael sentiu o peso do olhar dos outros sobre ele — todos esperando que ele decidisse. Ele odiava isso, uma responsabilidade que nunca pediria, mas que agora era de
O amanhecer rastejou sobre Haven com uma luz cinzenta, filtrando-se pelas copas das árvores e iluminando o acampamento. Kael acordou antes dos outros, os sentidos felinos — aguçados pelo DNA de tigre em suas veias — captando cada som e movimento ao redor. Ele saiu da tenda, o ar fresco mordendo sua pele humana, marcado por cicatrizes que contavam anos de luta no Genesis Core. Não havia traços visíveis de felino, mas a força em seus músculos e a agilidade nos passos eram prova do que ele era por dentro. O acampamento era um refúgio rústico — tendas de couro e madeira, fogueiras pequenas queimando em silêncio, e híbridos movendo-se com propósito. Todos tinham aparência humana, mas Kael reconhecia os tipos: felinos como ele, com movimentos fluidos; caninos, com olhares alertas e narinas inquietas; e macacos, com mãos hábeis e posturas confiantes. Ele observava enquanto carregavam baldes d'água e afiavam armas, o som do metal contra pedra ecoando em um ritmo constante. Aria emergiu da
O sol subia lentamente sobre Haven, tingindo o céu de laranja e dourado enquanto o acampamento despertava para um novo dia. Kael estava na borda do refúgio, perto do rio que cortava a floresta, o som da água um contraste calmo com a tempestade em sua mente. Ele era um felino, com DNA de tigre que lhe dava força e agilidade sobre-humanas, mas sua aparência era totalmente humana — alto, musculoso, com cicatrizes cruzando a pele bronzeada. Seus olhos âmbar varriam o horizonte, os sentidos aguçados captando cada movimento na floresta. Aria se movia em silêncio, os pés descalços quase inaudíveis contra a terra úmida. O cabelo negro caiu solto, úmido do rio onde se lavou, e a camiseta rasgada colava-se à pele, destacando as curvas suaves de seu corpo. Kael desviou os olhos por um instante, o instinto felino lutando contra um desejo humano que crescia em seu peito. Ele não tinha garras ou presas, mas a força em seus músculos e o calor em seu sangue eram prova de sua natureza.— Você não pa
O acampamento de Haven fervilhava com movimento, o ar carregado com o som de metal contra metal e gritos urgentes. O sol subia no céu, banhando o refúgio em uma luz dourada que contrastava com a sombra iminente do Genesis Core. Kael se move entre os híbridos, ajudando a erguer barricadas de troncos e pedras, os músculos fortalecidos pelo DNA flexionando sob a pele humana marcada por cicatrizes. Sua força e agilidade eram evidentes em cada movimento, carregando cargas que fariam um humano comum desabar.Aria trabalhou perto da fogueira central, cercada por Talon, Sable e um pequeno grupo de híbridos com habilidades técnicas. Sobre uma mesa improvisada, ela montou um dispositivo a partir de peças de sucata — fios do drone destruídos, baterias velhas e um transmissor que ela jurava poder interferir nos sinais do Genesis. Suas mãos eram rápidas, precisas, mas Kael notava o leve tremor em seus dedos, o peso da responsabilidade que ela carregava.— Isso vai funciona
O crepúsculo caiu sobre Haven, tingindo o céu de tons roxos e cinzentos enquanto o acampamento se recuperava do ataque dos Caçadores. As barricadas estavam danificadas, mas de pé, e os híbridos trabalhavam em silêncio, consertando o que podiam com mãos calejadas e determinação feroz. O cheiro de madeira queimada e metal derretido pairava no ar, misturado ao sangue seco que marcava o chão onde os inimigos haviam caído. Kael estava na caverna do conselho, o ombro enfaixado por Aria em um curativo improvisado que doía a cada movimento. Ao seu redor, os líderes de Haven formaram um círculo tenso: Talon, Sable, Rook, Mara e Finn. Aria estava ao lado de Kael, o dispositivo de interferência repousava sobre uma pedra à sua frente como um troféu de guerra. — Eles vão voltar — disse Talon, a voz firme enquanto ajustava uma flecha na mão. O felino,, exibe uma autoridade natural nos olhos verdes. — Caçadores não são o fim. São o aviso. A Genesis Core está testando nossas defesas. Rook asse
A noite caiu sobre a floresta como um manto pesado, as estrelas escondidas por nuvens escuras que prometiam chuva. Kael liderou o grupo de caça, os sentidos aguçados pelo DNA felino de tigre que corria em suas veias, captando cada som e movimento no terreno irregular ao norte de Haven. Sua aparência era humana — alta, musculosa, com cicatrizes marcando a pele —, mas a agilidade e força interna o tornavam um predador nato. Sable se movia-se ao seu lado, silenciosamente, os reflexos de leopardo evidentes em cada passo, a faca longa refletindo o brilho fraco da lua quando esta espiava entre as nuvens. Rook, um macaco com mãos ágeis e visão noturna apurada, segue atrás, os olhos espertos varrendo as copas das árvores. Zane, um canino com sentidos aguçados, e Vex, outra felina com agilidade de pantera, completavam o grupo, suas respirações visíveis no ar frio. O plano foi arriscado: encontrar o ponto de origem do batedor drone e destruí-lo antes que mais Caçadores fossem enviados. Talon a
A chuva diminuiu para um chuvisco leve quando o amanhecer chegou a Haven, o céu cinza refletindo-se nas poças que se formavam no chão do acampamento. Kael acordou com o peso quente de Aria contra seu peito, o corpo dela aninhado nas peles onde havia dormido. O calor da noite anterior ainda pulsava em suas veias, mas o comunicador do Genesis, ao lado deles, era um lembrete frio do que os esperavam. Ele a observou por um momento, os cabelos negros espalhados como tinta sobre a pele pálida, os lábios entreabertos em um sono leve. Ela era sua força, mas também suas fraquezas — uma verdade que ele aceitou com um rosnado silencioso. Ele levantou com cuidado, pegando a camisa rasgada que jogara de lado na noite anterior. O ferimento no ombro latejava, mas ele o ignorou, saindo da tenda para o ar úmido da manhã. O acampamento estava quieto, os híbridos ainda se recuperando da batalha e da tensão da caçada. Todos tinham aparência humana, mas Kael reconhecia os tipos: felinos como ele, com mo