Depois da conversa tensa que Colin teve com a família, ele e Jason partiram para a ARCADIS com a missão de descobrirem quem era a garota que havia despertado o vínculo.
Jason assegurou que isso não seria um problema e se empenhou em reunir todas as informações possíveis que pudesse ajudá-los nessa missão.
Minutos depois reapareceu na sala de Colin com o suficiente para não apenas encontrar a jovem como também para trazê-la para mais perto.
— Conseguiu? — Colin o questionou assim que o viu entrar.
— Está tudo aqui — ergueu uma pasta — sua companheira esteve aqui para a entrevista a vaga de assistente pessoal. Isto aqui é a ficha dela com nome e endereço — colocou o material sobre a mesa.
— Obrigado! Agora pode ir, eu cuido disso de agora em diante.
— Se quiser posso entrar em contato...
— Não, Jason! Você já me ajudou o bastante. Agora é comigo.
Não havia mais nada que Jason pudesse fazer ali, por isso desejou boa sorte ao irmão e o deixou sozinho.
Quando Colin ouviu o clique da porta tomou a pasta entre as mãos correndo os olhos ávidos por informações acerca de sua companheira.
Esse era apenas o primeiro passo para descobrir sua identidade e em seguida providenciaria sua vinda até a empresa onde poderiam se conhecer em um ambiente controlado e seguro para ambos — ou pelo menos era isso que ele acreditava.
Ele não fazia ideia do poder que o vínculo exercia entre companheiros, por isso, ainda racionalizava a questão como se ele fosse um ser humano comum que não precisasse dividir seu corpo com um animal de paixões selvagens.
O nome Andie Sullivan caiu como um raio em sua mente e ele o testou nos lábios por longos minutos achando incrível que com apenas um nome ele se sentisse mais próximo de sua companheira.
Era como se a distância entre eles estivesse diminuindo a cada segundo que passava descortinando o mistério de sua identidade.
Ele se sentia tão envolvido que já conseguia se imaginar com ela em seus braços enquanto sussurraria seu nome até que estivesse totalmente rendida aos seus carinhos.
Sorriu em um misto de tristeza e expectativa por saber que sua pequena Andie não fazia ideia de que estava prestes a acasalar com um licantropo alfa, que a desejava tão fortemente que Colin conseguia sentir suas garras latejarem sobre as pontas de seus dedos e seus caninos doerem por causa da sensibilidade.
Era notório que o animal em seu interior ansiava por sua companheira, por isso ele a atrairia para seu território e jogaria com todas as cartas que possuía para conquistar seu coração.
Somente assim, homem e lobo não correriam o risco de serem rejeitados.
Por outro lado, temia que a determinação do lobo o fizesse ceder aos seus instintos mais primitivos e, isso era um pouco assustador para um homem acostumado a estar no controle de todas as coisas, incluindo seus relacionamentos.
As mulheres que passaram por sua vida não duraram mais do que alguns meses em sua companhia, apesar das vantagens de um relacionamento com um homem influente e financeiramente estável, elas não souberam lidar com seu lado dominador.
Mas, ele não poderia se apegar ao passado, pois nenhuma de suas ex-namoradas eram sua companheira.
Respirou fundo, decidido a acabar com a enrolação. Ligou para o RH e solicitou que convocassem a senhoria Andie Sullivan para uma entrevista com o CEO da ARCADIS. Depois daquele encontro eles nunca mais estariam sozinhos.
“Não se pode fugir do destino, assim como não se pode negar o amor.” (DESCONHECIDO) Andie sentia-se esgotada, como se estivesse caminhando sobre uma corda bamba, onde um passo em falso significaria o fim de seus sonhos. Ela sabia que seu tempo estava acabando e que logo teria que tomar uma decisão definitiva quanto a continuar cursando a faculdade ou voltar para o interior. Se não conseguisse um emprego rapidamente não teria dinheiro nem para o supermercado da semana, avaliou olhando sua dispensa praticamente vazia. Isso só serviu para aumentar a angústia em seu peito e fazer sua cabeça latejar diante de sua incapacidade. Para completar seu quadro depressivo, desde sua entrevista na ARCADIS ela estava dormindo mal, sonhando com coisas estranhas e acordando no meio da noite com o coração a ponto de sair pela boca, como acabara de acontecer. A princípio Andie acreditou que o estresse e as preocupações estavam afetando o seu sono e por isso recorreu ao calmante que o médico havia r
Embriagada pelas emoções que explodiam em seu peito, Andie não se deu conta do tempo que ficou parada diante do homem que a fitava sem nenhum pudor, como se estivesse capturando sua alma e a aprisionando a dele. — Sr. Donovan, esta é a senhoria Sullivan. Ela veio para a entrevista a vaga de assistente — o silêncio foi quebrado pela voz da secretária. Se Andie estivesse em condições teria percebido o desconforto da jovem com a cena que se desenrolava sem que qualquer um deles disfarçasse a atração palpável que se estabelecera assim que seus olhos se encontraram. — Obrigado, Ellen. Pode ir! — Sua voz soou profunda deixando os joelhos de Andie frouxos. Colin não abandonou seu olhar em nenhum momento deixando que o vínculo fluísse sem pressa. Não queria assustá-la com gestos bruscos ou palavras antes da hora, temia que ao menor erro seu ela escapasse porta a fora assustada pela intensidade do que acontecia. Ele podia ver sua jugular pulsar violentamente por causa do desejo que come
“A fuga é o instrumento mais seguro para se cair prisioneiro daquilo que se deseja evitar.” (S. FREUD) Enquanto esteve nos braços de Colin Donovan, Andie não pensou nas consequências de seus atos, tampouco se importou com o que ele poderia pensar a respeito de seu comportamento liberal, mas agora que as emoções intempestivas haviam soltado suas amarras a vergonha pesava sobre seus ombros. Nem poderia culpar Colin por achá-la uma mulher leviana, facilmente impressionável e que não pensava duas vezes antes de se jogar nos braços de um estranho. Certamente, importante do jeito que ele era, devia estar acostumado com esse tipo de mulheres se jogando aos seus pés. Mas, Andie não era desse jeito e, por essa razão se sentia mortificada. Não tinha mais idade para agir feito uma adolescente inconsequente, tampouco lhe faltava caráter para se valer de subterfúgios para atrair atenção de um homem para si. Oh, meu Deus! O que foi que eu fiz? Pensou cobrindo o rosto com as mãos desesper
A primeira coisa que Andie fez ao entrar em seu estúdio foi arrancar as roupas e se enfiar debaixo do chuveiro. A água fria ajudaria a amenizar a quentura que a castigava e apagaria os sinais de sua indiscrição. Talvez até aplacasse os pensamentos impiedosos que a recriminavam por fugir da ARCADIS feito uma criminosa, quando na verdade deveria se sentir aliviada por estar longe da influência de Colin Donovan e seu charme irresistível.Contudo, um lado seu continuava revoltado com sua atitude covarde e não a deixaria esquecer do homem que castigara seus lábios com beijos possessivos. Somente a mera lembrança do momento fugaz que compartilharam foi suficiente para provocar arrepios por toda a sua pele. Se fechasse bem os olhos Andie conseguiria sentir a barba macia de Colin roçando a curva de seu pescoço e seus dedos pressionando sua cintura. “Doce Jesus, isso é loucura!”, gemeu ao deslizar a esponja por entre as pernas notando sua intimidade sensível e desejosa como jamais estivera
“As mulheres não foram feitas para a fuga. Quando correm é porque desejam ser perseguidas.” (ROUSSEAU) Quando Andie reuniu coragem para sair do banheiro estava determinada a não se deixar intimidar pela presença imponente de Colin em seu minúsculo apartamento, tampouco permitiria que a forte atração confundisse seus sentidos.Um homem como ele não iria querer nada sério com uma garota como ela quando poderia ter qualquer outra, muito mais bonita e interessante. Além do mais, pertenciam a mundos diferentes. Mas, bastou pousar seus olhos sobre ele para que sua determinação esmorecesse como em um passe de mágica, quando o encontrou distraído folheando um livro sobre endemias. Ele parecia extremamente à vontade para alguém que nunca havia estado ali antes. — Gosto do cheiro do seu shampoo. Jasmim combina com você. — Ele disse sem interromper a leitura. Andie puxou o ar desviando sua atenção do estremecimento que suas palavras causaram. — Por que está aqui? — Perguntou, tentando u
Quando Colin saiu, Andie se jogou de costas sobre a cama e levou as mãos até os cabelos sem saber como digerir tudo o que haviam conversado. A franqueza com que ele deixara claro suas intenções de repetir o que haviam compartilhado em seu escritório, despertara sentimentos profundos em seu coração. Contudo, precisava ser racional, não podia se deixar levar por um punhado de palavras bem-ditas. Mas então se lembrou do brilho que viu em seus olhos cristalinos. Colin em nenhum momento desviou do seu olhar, ao contrário, ele se expos corajosamente sem qualquer receio de ser rechaçado, ao passo que ela continuava recuando e tentando sufocar as emoções dentro do peito. Bufou exasperada com o rumo de seus pensamentos. Claramente dividida entre a razão e suas emoções, Andie decidiu ir até a pequena escrivaninha e rasgar uma folha de seu caderno para escrever os prós e os contras de sua situação. De um lado elencou as diversas contas a pagar e os gastos com o curso de enfermagem. D
“A força do destino é implacável e não há nada que o impeça de conquistar seu intento.” (DESCONHECIDO) — Deixa eu ver se entendi — Jason passou a mão pelos cabelos visivelmente incomodado com o pedido do irmão — você levará sua companheira para o Canadá até que ela concorde em aceitá-lo. Enquanto isso, eu e Katie ficaremos a frente da empresa por tempo indeterminado. É isso? Ah, não espera — se apoiou contra a parede de pedra que revestia a lareira — faltou a parte em que eu terei que mentir sobre uma obra que já foi concluída para que sua companheira não suspeite de nada e acredite que vocês precisam ir até lá para a última inspeção antes da obra ser entregue. Esqueci alguma coisa? — Não, é só isso mesmo — Colin continuou digitando algo em seu notebook como se não estivesse lhe dando atenção. — Não é muito diferente do meu plano inicial. Você e Katie já sabiam que eu me ausentaria da empresa, só fiz um pequeno ajuste. Agora não precisarei ficar um ano ausente, apenas algumas s
O lugar escolhido para a realização do coquetel de premiação ficava próximo da faculdade, por isso eles não tardaram em chegar ao local. Colin queria que Andie se divertisse àquela noite, queria aproveitar a oportunidade de estarem em um lugar diferente para se conhecerem melhor e assim estreitarem os laços. Mas, infelizmente, assim que adentraram o salão de eventos seus pais e irmãos os cercaram feito enxame de abelhas. — Colin, não vai nos apresentar sua acompanhante? — Sua mãe perguntou enquanto avaliava descaradamente sua companheira. Ele gostaria de fazer isso aos poucos, mas sabia que seria inútil convencer seus pais a irem com calma. De certa forma ele os compreendia, afinal ela era a sua companheira, portanto também fazia parte da família. Então, movido por seu instinto de proteção, pousou a mão contra a base de sua cintura para demonstrar que se ela precisasse ele estaria ao seu lado. — Andie estes são meus pais, Daniel e Greta Donovan. Mãe, pai esta é a Andie, min