“As mulheres não foram feitas para a fuga. Quando correm é porque desejam ser perseguidas.” (ROUSSEAU) Quando Andie reuniu coragem para sair do banheiro estava determinada a não se deixar intimidar pela presença imponente de Colin em seu minúsculo apartamento, tampouco permitiria que a forte atração confundisse seus sentidos.Um homem como ele não iria querer nada sério com uma garota como ela quando poderia ter qualquer outra, muito mais bonita e interessante. Além do mais, pertenciam a mundos diferentes. Mas, bastou pousar seus olhos sobre ele para que sua determinação esmorecesse como em um passe de mágica, quando o encontrou distraído folheando um livro sobre endemias. Ele parecia extremamente à vontade para alguém que nunca havia estado ali antes. — Gosto do cheiro do seu shampoo. Jasmim combina com você. — Ele disse sem interromper a leitura. Andie puxou o ar desviando sua atenção do estremecimento que suas palavras causaram. — Por que está aqui? — Perguntou, tentando u
Quando Colin saiu, Andie se jogou de costas sobre a cama e levou as mãos até os cabelos sem saber como digerir tudo o que haviam conversado. A franqueza com que ele deixara claro suas intenções de repetir o que haviam compartilhado em seu escritório, despertara sentimentos profundos em seu coração. Contudo, precisava ser racional, não podia se deixar levar por um punhado de palavras bem-ditas. Mas então se lembrou do brilho que viu em seus olhos cristalinos. Colin em nenhum momento desviou do seu olhar, ao contrário, ele se expos corajosamente sem qualquer receio de ser rechaçado, ao passo que ela continuava recuando e tentando sufocar as emoções dentro do peito. Bufou exasperada com o rumo de seus pensamentos. Claramente dividida entre a razão e suas emoções, Andie decidiu ir até a pequena escrivaninha e rasgar uma folha de seu caderno para escrever os prós e os contras de sua situação. De um lado elencou as diversas contas a pagar e os gastos com o curso de enfermagem. D
“A força do destino é implacável e não há nada que o impeça de conquistar seu intento.” (DESCONHECIDO) — Deixa eu ver se entendi — Jason passou a mão pelos cabelos visivelmente incomodado com o pedido do irmão — você levará sua companheira para o Canadá até que ela concorde em aceitá-lo. Enquanto isso, eu e Katie ficaremos a frente da empresa por tempo indeterminado. É isso? Ah, não espera — se apoiou contra a parede de pedra que revestia a lareira — faltou a parte em que eu terei que mentir sobre uma obra que já foi concluída para que sua companheira não suspeite de nada e acredite que vocês precisam ir até lá para a última inspeção antes da obra ser entregue. Esqueci alguma coisa? — Não, é só isso mesmo — Colin continuou digitando algo em seu notebook como se não estivesse lhe dando atenção. — Não é muito diferente do meu plano inicial. Você e Katie já sabiam que eu me ausentaria da empresa, só fiz um pequeno ajuste. Agora não precisarei ficar um ano ausente, apenas algumas s
O lugar escolhido para a realização do coquetel de premiação ficava próximo da faculdade, por isso eles não tardaram em chegar ao local. Colin queria que Andie se divertisse àquela noite, queria aproveitar a oportunidade de estarem em um lugar diferente para se conhecerem melhor e assim estreitarem os laços. Mas, infelizmente, assim que adentraram o salão de eventos seus pais e irmãos os cercaram feito enxame de abelhas. — Colin, não vai nos apresentar sua acompanhante? — Sua mãe perguntou enquanto avaliava descaradamente sua companheira. Ele gostaria de fazer isso aos poucos, mas sabia que seria inútil convencer seus pais a irem com calma. De certa forma ele os compreendia, afinal ela era a sua companheira, portanto também fazia parte da família. Então, movido por seu instinto de proteção, pousou a mão contra a base de sua cintura para demonstrar que se ela precisasse ele estaria ao seu lado. — Andie estes são meus pais, Daniel e Greta Donovan. Mãe, pai esta é a Andie, min
“Resistir a paixão é o mesmo que tentar aplacar a fúria de um vulcão.” (ANÔNIMO) Os olhos de Andie se arregalaram quando compreendeu que Colin a levaria para o segundo andar do salão. Sentiu sua mão escorrer da cintura para o quadril, provocando novas sensações sob sua pele. A sutil mudança de seu toque foi como riscar um fósforo sobre gasolina. Os olhos dele brilhavam perigosamente, nenhum homem a olhara daquela maneira antes. Era mais do que desejo, havia desespero refletido em suas irises. O mesmo desespero que começava a comprimir seus pulmões. Ela sabia que se ele a tomasse entre os braços seria incapaz de negar seu desejo. — Suba — a ordem veio em voz profunda e cortante. Andie estremeceu sob seu domínio, fraca demais para lutar contra o que a consumia. Sabia que se quisesse poderia impor sua vontade apenas se recusando a subir, as pessoas ao redor a ajudariam a fugir de Colin, mas ela não seria hipócrita. Não dessa vez. Ela também o desejava, também ansiava para s
Louco para satisfazer sua vontade de sentir sua pele sob a ponta de seus dedos, ele desceu o zíper de seu vestido aproveitando a abertura para sentir sua maciez. Então fogos de artifícios explodiram ao redor deles. Andie gemeu alto e se agarrou ao redor de seu pescoço tremendo de tesão. — Você é tão perfeita que escolher a melhor parte é tarefa impossível — desceu o vestido por seus ombros sentindo o membro pulsar sob a visão dos cabelos jogados displicentemente e dos lábios borrados de batom. Ela era a própria imagem de Afrodite, uma deusa que merecia ser adorada por sua beleza e paixão. Os seios eram dois montes encantadores encobertos pela fina renda do sutiã. Colin deslizou a ponta do dedo sobre a borda da peça se deliciando com o movimento de subir e descer provocado pela respiração errática de sua companheira. —Quero ver se são tão lindos quanto a dona. Enfiou os dedos baixando a renda expondo os mamilos rosados e as veias azuladas. Eles eram firmes, pesados e empinado
A respiração de Colin pesava contra seu pescoço, seu agarre continuava firme em seu corpo como se temesse perdê-la. Durante longos minutos Andie apenas lutou contra a voz da razão que tentava azedar a alegria que preenchia sua alma. Não tinha como prevê o que aconteceria agora que Colin havia conseguido o que queria. Talvez ele a dispensasse de uma vez por todas ou quem sabe ele a iludiria com palavras doces e a dispensaria com a célere desculpa de que depois entraria em contato, ou faria ainda pior... agradeceria o encontro furtivo e a dispensaria como uma qualquer. — Eu não estou indo a lugar algum, Tinker Bell. Não estrague o momento — beijou seu pescoço e ergueu os olhos para fitá-la. — Pare de fugir de si mesma. — Como sabe o que estou pensando? — Seus olhos marejaram. — Você resmunga quando está aflita — acariciou sua face. — Agora vem cá. Deixe-me ajudá-la. Colin a ergueu da bancada e só a soltou quando teve certeza de que Andie conseguiria ficar de pé sozinha. Seu co
Quando Colin estava na faculdade teve o privilégio de ser aluno de um dos maiores e mais brilhantes arquitetos de sua geração. O homem era uma verdadeira lenda e uma autoridade no meio arquitetônico. E, embora sua paixão pela profissão cativasse seus alunos e colegas de profissão, ele possuía suas próprias limitações ocasionadas pelo TOC[1]. Lembrava-se muito bem do dia em que ele falou sobre sua condição e esclareceu as dúvidas dos mais curiosos sobre as principais características e particularidades de uma pessoa com TOC. Por isso, quando esteve no estúdio de Andie naquela tarde havia percebido os sinais sutis do transtorno. A maneira como as suas canetas estavam separadas por cores sobre a escrivaninha, como organizava os livros por tamanho, cor e ano e como dobrava os lençóis de cama foram os elementos que denunciaram sua compulsão por organização. Então, quando a chamou para passar a noite ao seu lado não se surpreendeu ao vê-la tentar encontrar uma desculpa plausível para