A respiração de Colin pesava contra seu pescoço, seu agarre continuava firme em seu corpo como se temesse perdê-la. Durante longos minutos Andie apenas lutou contra a voz da razão que tentava azedar a alegria que preenchia sua alma. Não tinha como prevê o que aconteceria agora que Colin havia conseguido o que queria. Talvez ele a dispensasse de uma vez por todas ou quem sabe ele a iludiria com palavras doces e a dispensaria com a célere desculpa de que depois entraria em contato, ou faria ainda pior... agradeceria o encontro furtivo e a dispensaria como uma qualquer. — Eu não estou indo a lugar algum, Tinker Bell. Não estrague o momento — beijou seu pescoço e ergueu os olhos para fitá-la. — Pare de fugir de si mesma. — Como sabe o que estou pensando? — Seus olhos marejaram. — Você resmunga quando está aflita — acariciou sua face. — Agora vem cá. Deixe-me ajudá-la. Colin a ergueu da bancada e só a soltou quando teve certeza de que Andie conseguiria ficar de pé sozinha. Seu co
Quando Colin estava na faculdade teve o privilégio de ser aluno de um dos maiores e mais brilhantes arquitetos de sua geração. O homem era uma verdadeira lenda e uma autoridade no meio arquitetônico. E, embora sua paixão pela profissão cativasse seus alunos e colegas de profissão, ele possuía suas próprias limitações ocasionadas pelo TOC[1]. Lembrava-se muito bem do dia em que ele falou sobre sua condição e esclareceu as dúvidas dos mais curiosos sobre as principais características e particularidades de uma pessoa com TOC. Por isso, quando esteve no estúdio de Andie naquela tarde havia percebido os sinais sutis do transtorno. A maneira como as suas canetas estavam separadas por cores sobre a escrivaninha, como organizava os livros por tamanho, cor e ano e como dobrava os lençóis de cama foram os elementos que denunciaram sua compulsão por organização. Então, quando a chamou para passar a noite ao seu lado não se surpreendeu ao vê-la tentar encontrar uma desculpa plausível para
A maneira como ele a tocava e dizia aquelas palavras deixavam suas pernas tremulas e seu coração acelerado como um bobo. O perfume de sândalo tinha um leve toque de cipreste e atingiu suas narinas como um afrodisíaco a deixando rendida diante de sua imponência. Por alguma razão desconhecida Andie sabia que suas palavras eram verdadeiras. —Desculpe, não foi minha intenção ofendê-lo — soprou baixinho. — Não estou ofendido, Tinker Bell — beijou sua testa — eu só estou deixando claro que você não precisa se preocupar com meu passado. Perto de você ele é apenas uma sombra pálida e sem voz. Beijou seus lábios delicadamente afundando seus dedos por entre os seus cabelos. O gosto de seus lábios era como um bálsamo sobre sua irritação, colocava o lobo sob controle e afugentava as nuvens que ainda residiam entre eles. Dando pequenos beijos foi se afastando devagar, maravilhado com a beleza de sua entrega. — Venha, Tinker Bell. Eu preciso alimentá-la antes de fazer tudo o que pretend
Colin fechou a porta com um chute leve, não tiraria suas mãos da coisa mais preciosa que tinha nos braços. Sua companheira, firmemente agarrada ao seu corpo, correspondia ao seu beijo com paixão e entrega, enquanto o ar estalava ao redor, provocando arrepios quentes em sua nuca. O perfume adocicado chegava as suas narinas o incitando, provocando, desafiando a ir em busca de sua satisfação, mas ele tinha que ser cuidadoso, se desse vazão ao seu lado animal Andie se assustaria com a intensidade de seu lobo. Embora agora fossem um, a fera ansiava pelo acasalamento com sua companheira de forma brutal. Mas, Andie era tão pequena e delicada que temia pelo momento que teria que subjugá-la e marcá-la como sua. Temia que não suportasse a intensidade e acabasse machucada de alguma forma. — Você é tão linda, Andie — disse ao depositá-la no chão se afastando somente o suficiente para admirar seus olhos lindos. Ver Colin tão perto e íntimo de seu corpo fez suas pernas vacilarem e suas mãos
As palavras cruas fizeram suas costas arquearem oferecendo seu corpo para seu deleite como se suplicasse o toque de um deus sobre seu corpo consumido pela luxúria. O desejo que Colin despertava em suas entranhas era tão pungente que seus lábios expeliam murmúrios de prazer à medida que se esfregava contra seu membro. — Vamos, Andie — mordeu o mamilo depois o sugou forte até que ela sentisse sua intimidade contrair dolorosamente — coloque suas mãos em mim. Sinta o quanto a desejo, ajude-me a não morrer de tesão. Uma necessidade latente de tocar sua pele se apossou de suas mãos. Com sofreguidão ela o livrou do blazer, rasgando sua camisa para enfim tocar seu peito rijo como rocha, admirando as tatuagens que cobriam boa parte dos ombros e braços fortes. Os desenhos eram enigmáticos e o tornavam ainda mais... obsceno, como se fosse uma entidade demoníaca que aprisionava seus olhos e vontades. A verdade era que Colin despertava muito mais do que desejo em seu corpo, embora não nega
— Colin. A resignação em sua voz foi como música para seus ouvidos, sua companheira não o temia, mas ansiava por seu toque. Seus seios estavam inchados, os mamilos duros, o colo subindo e descendo em busca de oxigênio e, em seu rosto estava a paixão por ele. Ela era uma visão sedutoramente infernal que lhe queimava as retinas douradas e o colocava duro feito aço, fazendo seu lobo rugir furiosamente tentando subir a borda, mas Colin o conteve. Sabia que o animal não a machucaria, mas ele a tomaria de qualquer forma e ela inconscientemente cederia. Mas, Colin a queria consciente do que estaria entregando, queria seu coração, não apenas o seu corpo. — Por favor, Colin — suplicou desesperada por alívio. A magia do vínculo a pressionava. Então, Colin enfiou os dedos por entre a renda da calcinha, a afastou para o lado e lambeu a estreita fenda sem, no entanto, ultrapassar os grandes lábios. Lançando um último olhar em sua direção viu seu tormento e decidiu que era hora de lhe con
De repente imagens de vidas antigas, promessas acalentadas e despedidas dolorosas despertaram do inconsciente de Andie, acabando com o intervalo de tempo entre os destinados a se amarem eternamente. Jamais a percepção do universo foi tão palpável como naquele ínfimo instante em que sua alma se reconectou com sua outra metade. O amor refletido nos olhos ambarinos ao mesmo tempo que era violento também transmitia doçura, um paradoxo perfeito para seu coração tão cansado da solidão. Até aquele reencontro Andie não fazia ideia do quão sozinha estava e o quão desamparada se sentia no mundo; não era como se agora sua vida se resumisse a ele tampouco para ele, mas sim a partir dele. Colin Donovan estava lá quando tudo começou e estaria lá quando tudo se findasse. O corpo podia ter adormecido consumido pelas horas de paixão que compartilharam naquele quarto, mas sua mente permanecia desperta embebecida na euforia do reencontro... agitada pela expectativa de voltar aos seus braços. Era c
O desespero estampado no semblante de Andie foi como um punhal em seu coração. Colin não queria que as coisas tivessem acontecido daquela maneira, não foi como havia planejado, precisava de mais tempo para marcá-la, mas o vínculo havia exercido sua pressão sem piedade e, agora sua companheira estava claramente apavorada. Ela o temia e isso era como sentenciá-lo a morte em vida. Não podia perdê-la depois de todo esse tempo. Ela era sua. — Amor, olhe para mim — pediu mantendo a voz baixa. Andie estava curvada abraçando o corpo com os braços, sofrendo com a dor do afastamento. A ligação era poderosa, implacável, podia sentir na própria pele sua dor. — Não... não se aproxime de mim — ela pediu chorosa, imersa na confusão de sua mente. — Amor — suspirou derrotado diante do seu pânico — não vou me aproximar, mas olhe para mim — tentou outra abordagem, porém Andie permaneceu imóvel. Os gemidos de dor estavam aumentando por causa da recusa a sua aproximação. Quanto mais longe eles estiv