— Colin. A resignação em sua voz foi como música para seus ouvidos, sua companheira não o temia, mas ansiava por seu toque. Seus seios estavam inchados, os mamilos duros, o colo subindo e descendo em busca de oxigênio e, em seu rosto estava a paixão por ele. Ela era uma visão sedutoramente infernal que lhe queimava as retinas douradas e o colocava duro feito aço, fazendo seu lobo rugir furiosamente tentando subir a borda, mas Colin o conteve. Sabia que o animal não a machucaria, mas ele a tomaria de qualquer forma e ela inconscientemente cederia. Mas, Colin a queria consciente do que estaria entregando, queria seu coração, não apenas o seu corpo. — Por favor, Colin — suplicou desesperada por alívio. A magia do vínculo a pressionava. Então, Colin enfiou os dedos por entre a renda da calcinha, a afastou para o lado e lambeu a estreita fenda sem, no entanto, ultrapassar os grandes lábios. Lançando um último olhar em sua direção viu seu tormento e decidiu que era hora de lhe con
De repente imagens de vidas antigas, promessas acalentadas e despedidas dolorosas despertaram do inconsciente de Andie, acabando com o intervalo de tempo entre os destinados a se amarem eternamente. Jamais a percepção do universo foi tão palpável como naquele ínfimo instante em que sua alma se reconectou com sua outra metade. O amor refletido nos olhos ambarinos ao mesmo tempo que era violento também transmitia doçura, um paradoxo perfeito para seu coração tão cansado da solidão. Até aquele reencontro Andie não fazia ideia do quão sozinha estava e o quão desamparada se sentia no mundo; não era como se agora sua vida se resumisse a ele tampouco para ele, mas sim a partir dele. Colin Donovan estava lá quando tudo começou e estaria lá quando tudo se findasse. O corpo podia ter adormecido consumido pelas horas de paixão que compartilharam naquele quarto, mas sua mente permanecia desperta embebecida na euforia do reencontro... agitada pela expectativa de voltar aos seus braços. Era c
O desespero estampado no semblante de Andie foi como um punhal em seu coração. Colin não queria que as coisas tivessem acontecido daquela maneira, não foi como havia planejado, precisava de mais tempo para marcá-la, mas o vínculo havia exercido sua pressão sem piedade e, agora sua companheira estava claramente apavorada. Ela o temia e isso era como sentenciá-lo a morte em vida. Não podia perdê-la depois de todo esse tempo. Ela era sua. — Amor, olhe para mim — pediu mantendo a voz baixa. Andie estava curvada abraçando o corpo com os braços, sofrendo com a dor do afastamento. A ligação era poderosa, implacável, podia sentir na própria pele sua dor. — Não... não se aproxime de mim — ela pediu chorosa, imersa na confusão de sua mente. — Amor — suspirou derrotado diante do seu pânico — não vou me aproximar, mas olhe para mim — tentou outra abordagem, porém Andie permaneceu imóvel. Os gemidos de dor estavam aumentando por causa da recusa a sua aproximação. Quanto mais longe eles estiv
O lobo se enfureceu com tal pensamento, mas não podia fazer nada para que Colin mudasse de opinião. — Como se sente? Está melhor? — apertou mais os braços ao redor de seu corpo. Andie estava completamente nua dificultando sua concentração. — Sim... como isso é possível? — perguntou aérea. — É o nosso vínculo. — Vínculo? — franziu a testa — tipo uma espécie de ligação. —Exato, amor — suspirou afastando o rosto para fitar seus olhos livres do desespero de minutos antes — somos o que vocês humanos chamam de almas gêmeas ou predestinados. — Como assim “vocês humanos”? Andie se afastou e dessa vez ele a deixou ir com muito custo. Doía em sua carne vê-la impor distância, mas esse não era o momento para dar vazão a sua personalidade animalesca. Querendo ou não tinha que ser paciente. — Tome — puxou o lençol da cama para que ela se cobrisse — se continuar olhando para você como veio ao mundo não serei capaz de formar uma frase coerente. O rosto de Andie se tingiu de um ver
De todas as coisas absurdas que Andie já havia ouvido na vida a mais esdrúxula com certeza era a que acabara de ouvir. “Acasalada com um lobisomem.” O único problema era que o rosto de Colin não demonstrava estar pregando uma peça ou tentando ser engraçado, além disso, as imagens em sua cabeça pareciam vivas demais para serem ignoradas. Lobisomem? Ele está brincando. Lobisomens não existem ou... não isso é impossível. Mas, e... os olhos e... os sons? Humanos não produzem esse tipo de som ou talvez sim. Incredulidade, seria a palavra que definiria o estado de Andie, porém Colin não parecia brincar. Seu rosto estava aberto, seus olhos não desviavam... na verdade eles a desafiavam a desmenti-lo. — Lobisomens não existem — disse sem muita convicção. Ele riu desgostoso. — Tem razão, Andie. Lobisomens não existem. Shifters[1] não existem, porém Licantropos existem e você está diante de um — apesar de baixa sua voz era imperiosa. — Licantropo? O que é exatamente isso? Uma doen
Pânico! Ela entrara em pânico depois que Colin se foi. O aperto ao redor do pescoço era tão sólido que sua respiração estava pesada e arenosa. Seus olhos turvos pelas lágrimas não se desviavam da porta, suplicantes por seu retorno. Idiota! A voz gritou em sua mente enfurecida por Andie não saber o que fazer, quando estava óbvio que não havia outra escolha a não ser ficar. Contudo, seu lado racional estava surtando, pois das duas uma, ou Colin era um louco que possuía um sex appeal extraordinário ou ele era um monstro. Presa entre razão e sentimento, ela se viu bombardeada pelas lembranças da noite de paixão que compartilharam com tanta entrega que seu ventre vibrava por mais. As imagens de outras épocas também não cessavam, a obrigando a reviver o sentimento que atravessava as eras como larva quente. Era como estar sendo sugada por areia movediça, quanto mais se debatia entre a lógica e a fantasia mais afundava no caos. Colin não era fruto de sua imaginação, a marca em seu p
O cheiro de Colin invadiu suas narinas como se fosse um bálsamo para suas aflições. Era estranho que a solução para os seus problemas estivesse nos braços do próprio problema e fosse capaz de convencê-la a viajar para o Canadá, com a justificativa de que esse tempo juntos traria as respostas para sua nova realidade, a levando a agir na contramão da razão. Contudo, desde que encontrara Colin a razão era a última coisa que exercia alguma espécie de governo sobre sua vida. Bastava estarem próximos para que ela mandasse as favas a prudência, fazendo de imagens avulsas de vidas passadas sua justificativa para se lançar de cabeça naquela loucura. É verdade que ninguém poderia considerá-la o tipo de pessoa espiritualizada, mas Andie tinha certeza de que não havia como tudo aquilo ser apenas uma invenção de sua imaginação... todas aquelas lembranças e sentimentos eram reais demais para serem desconsiderados... ela e Colin possuíam um passado... um passado que pelo visto estava de volta.
Desde que embarcaram naquele avião os sinais tornaram-se cada vez mais perceptíveis. Porém, como ela não entendia nada sobre licantropos e acasalamentos não percebia que a inquietação que a acometia sempre que ele a tocava era na verdade o frenesi exercido pelo seu domínio. Para os recém acasalados a proximidade e o toque eram uma forma de amenizar a luxúria avassaladora dos primeiros dias. Licantropos e companheiras tinham necessidades emocionais que precisavam ser saciadas, mas também possuíam necessidades físicas tão violentas que se fossem ignoradas poderia levar um dos parceiros à morte. Por isso, Colin estava tão ansioso para que o serviço de bordo findasse, porque assim ele poderia tomar Andie nos braços e amenizar seus efeitos. — Colin... me beije — Andie pediu ébria pelas emoções. Tentando controlar o desejo ele colou seus lábios com suavidade, mas sua companheira parecia pronta para uma briga ao puxá-lo pelos cabelos e aprofundar o beijo. Senão estivesse tão envolvid