Saio da casa do Adam e sigo para o distrito policial. À noite, irei ao hospital ver a Lunna. Hadja aceitou tomar um café comigo e vou aproveitar para me abrir com ela, conhecê-la melhor e, quem sabe, aproximar nossos mundos.Desde que perdi meu primeiro e único amor, decidi nunca mais abrir o coração para outra pessoa. Raquely sempre terá um lugar em mim, mas percebo que não posso continuar vivendo no passado.Dessa vez, algo mudou. Eu realmente me apaixonei pela Hadja. Caso ela me aceite, precisarei ser honesto sobre a Raquely. Será um desafio, mas sinto que Hadja é a pessoa que pode me ajudar a começar uma nova história.Estaciono o carro no distrito policial, preparado para falar com o promotor sobre o caso da Lunna.••••♥•••••Mais tarde, no café.Estou sentado à mesa, esperando Hadja. O sino da porta soa quando alguém entra, e ao me virar, lá está ela, deslumbrante como sempre. Hadja caminha até mim e eu me levanto, tentando disfarçar o nervosismo.— Obrigada pelo convite, Rick —
Abro os olhos, mas os fecho rapidamente. A luz está muito forte, invadindo meus sentidos. Respiro fundo, sentindo um aroma doce e familiar, enquanto alguns fios de cabelo balançam suavemente no meu rosto.Dessa vez, abro os olhos devagar, permitindo que a claridade se ajuste à minha visão. Diante de mim, há um gramado verdejante, uma enorme árvore com um balanço de pneu pendurado nela. Caminho em sua direção, mas paro ao sentir algo estranho em meus pés.Olho para baixo e percebo que estou descalça.— Por que estou descalça? — murmuro para mim mesma, intrigada.Volto meu olhar para a árvore, atraída por uma sensação calorosa e familiar. Dou mais alguns passos até ela e, quando chego perto, coloco a mão sobre sua casca áspera, sorrindo ao reconhecer algo.— Meu nome… — sussurro, enquanto meus dedos percorrem as letras entalhadas no tronco.Dou um passo para trás e me viro, observando o que há ao redor. Atrás de mim está uma casa antiga, com uma varanda e uma cadeira de balanço que pare
Respiro profundamente enquanto minha mão repousa na maçaneta. Com um gesto lento, abro a porta e entro. Me aproximo da cama e vejo Lunna tão serena, seus traços tão suaves que meus olhos se embaçam pelas lágrimas que começam a cair.Coloco o bebê conforto na poltrona ao lado da cama. Vince dorme tranquilamente, sorrindo de vez em quando, como se estivesse em paz. Faço um carinho no rosto de Lunna, observando suas mudanças. Ela está mais magra, seus cabelos vermelhos agora estão mais longos. Ela está aqui, um pouco diferente, mas está! E o meu amor por ela não diminui, pelo contrário, só cresce mais a cada segundo.— Oi, amor… — suspiro pesadamente, tentando controlar o choro — Como senti a sua falta. — A voz me falha por um instante, mas logo tento ser forte. — Abra os olhos, volta para nós, por favor. Você já está bem, só falta acordar.Meu coração se aperta, mas faço carinho em seus cabelos, sentindo que finalmente posso tocá-la, estar ao seu lado, sem a barreira do vidro. Ouço Vinc
Olho mais uma vez para o meu relógio. Daqui a pouco, o expediente acaba, e vejo que meus colegas estão tão ansiosos quanto eu para ir para casa. Meus olhos se fixam no porta-retrato em minha mesa, e um sorriso surge no meu rosto ao recordar o dia em que cheguei aqui.Cheguei a Chicago ainda grávida. Não foi fácil encontrar um emprego, e minhas economias já estavam se esgotando. Encontrar um lugar decente e barato para viver foi um desafio ainda maior! Mas eu consegui.Era aterrorizante estar sozinha em um lugar desconhecido, sem muito dinheiro e com alguém para cuidar além de mim mesma. Eu procurava emprego durante o dia e à noite, sem descanso. Claro, havia a opção de voltar ao trabalho que eu fazia em Boston, mas não era isso que eu queria para o meu filho. Muito menos ter que trazer clientes para a minha casa, o que também seria uma possibilidade.Então, me concentrei em encontrar um emprego que aceitasse grávidas. E eu consegui, em uma lanchonete. No começo, foi tão difícil e humi
— Anna acha que você é meu marido e Dante, nosso filho — falo, pegando meu celular que vibra insistentemente. A notificação me tira de meus pensamentos, que vagavam pelos corredores tortuosos do meu passado. Romolo. Lunna. A traição, a dor, a culpa. Um peso que carreguei por tanto tempo, um fardo que parecia impossível de suportar. Então Billy entrou em minha vida, um raio de sol em meio à tempestade. Ele acolheu meu Dante com tanto amor… ele é um presente que jamais imaginei merecer, e um amor que me faz questionar se mereço tanta felicidade.— Mas claro que ele é o nosso filho, e sou seu marido. Não oficializamos, mas eu sou! Registrei o Dante, e não é só por causa disso. Quero vocês na minha vida. Quando vi o Dante nascer, algo em mim mudou, e eu queria fazer parte disso! Então, aqui estamos, vocês morando comigo, somos uma família. Não aceito nada ao contrário disso. Eu te amo, Yasmim… Sabemos que tudo foi rápido e de repente, mas eu realmente quero me casar com você. As palavras
Não consigo parar de olhar para o Vince. A sensação de acordar e tê-lo nos meus braços foi a melhor coisa que já vivi.Antes de ouvir a voz do Adam falando com nosso filho, já tinha acordado algumas vezes, mas era tão difícil manter os olhos abertos e descobrir onde eu estava que voltava a apagar. Quando finalmente despertei de verdade, uma enfermeira estava no quarto. Ela se aproximou e me contou o que havia acontecido. Mesmo ainda sonolenta, entendi tudo, mas o cansaço logo me venceu outra vez.Então ouvi a voz dele. Meu coração disparou e a saudade bateu como uma onda. Não sabia exatamente quanto tempo havia passado, mas meu corpo sentia. Cada átomo, célula e fibra vibrava com a ausência dele. Senti quando fez carinho no meu rosto, mas ainda não consegui abrir os olhos. Foi só ao sentir o Vince que todo o peso sobre mim desapareceu.Parecia que toda a minha força estava sendo renovada pelo toque dele. Quando finalmente abri os olhos, lá estava ele, deitado em meu peito, com Adam ao
Já se passaram alguns meses desde que Kéfera assumiu a empresa Império Lazúli. Nossa convivência é incrível; estamos nos dando muito bem. A fusão das empresas está prosperando, e a companhia cresce a passos largos. Kéfera tem se mostrado extremamente competente, e quem a vê no comando jamais imaginaria que seja a sua primeira vez liderando uma corporação desse porte.Ao longo desse tempo, o que sinto por ela só aumentou. É algo que cresce silenciosa e irresistivelmente dentro de mim, mas ainda não consigo nomear. Já houve declarações sinceras de ambos os lados, mas ainda não estou preparado para mergulhar de cabeça em um relacionamento. Kéfera entende isso e, em sua paciência infinita, disse que vai me esperar.Ela é perfeita — engraçada, espontânea e encantadoramente transparente. Nunca preciso adivinhar o que se passa em sua cabeça, porque, quando percebe, já falou. Kéfera sempre encontra maneiras de demonstrar interesse, até mesmo colocando músicas no carro que deixam claro o que e
Assim que entramos, uma mulher de sorriso acolhedor vem ao nosso encontro, abrindo os braços em direção a Keké.— Olá, Kéfera! Como você está?— Oi, Harvey! Estou bem. E como estão as coisas por aqui? Onde estão minhas meninas? — Keké olha ao redor, como se já estivesse com saudades delas.— Tudo tranquilo, Kéfera. As meninas estão se trocando e já vêm.— Harvey, este é o Harry. Eu o trouxe para conhecer as meninas. — Ela olha para mim com um brilho no olhar antes de me apresentar.Estendo a mão para cumprimentar Harvey.— Prazer, Harry. — Ela aperta minha mão com firmeza. — Você vai se apaixonar pelas meninas.Antes que eu possa responder, escuto gritos e passos rápidos.— Fadinha, você veio!Kéfera ri enquanto é cercada por um grupo de crianças que a derrubam ao chão em uma explosão de alegria. Todas se agarram a ela, criando um emaranhado de braços, pernas e risadas.— Calma, meninas, estou sendo esmagada! — exclama ela, gargalhando.Fico fascinado, nunca a havia visto rir tão livr