Não consigo parar de olhar para o Vince. A sensação de acordar e tê-lo nos meus braços foi a melhor coisa que já vivi.Antes de ouvir a voz do Adam falando com nosso filho, já tinha acordado algumas vezes, mas era tão difícil manter os olhos abertos e descobrir onde eu estava que voltava a apagar. Quando finalmente despertei de verdade, uma enfermeira estava no quarto. Ela se aproximou e me contou o que havia acontecido. Mesmo ainda sonolenta, entendi tudo, mas o cansaço logo me venceu outra vez.Então ouvi a voz dele. Meu coração disparou e a saudade bateu como uma onda. Não sabia exatamente quanto tempo havia passado, mas meu corpo sentia. Cada átomo, célula e fibra vibrava com a ausência dele. Senti quando fez carinho no meu rosto, mas ainda não consegui abrir os olhos. Foi só ao sentir o Vince que todo o peso sobre mim desapareceu.Parecia que toda a minha força estava sendo renovada pelo toque dele. Quando finalmente abri os olhos, lá estava ele, deitado em meu peito, com Adam ao
Já se passaram alguns meses desde que Kéfera assumiu a empresa Império Lazúli. Nossa convivência é incrível; estamos nos dando muito bem. A fusão das empresas está prosperando, e a companhia cresce a passos largos. Kéfera tem se mostrado extremamente competente, e quem a vê no comando jamais imaginaria que seja a sua primeira vez liderando uma corporação desse porte.Ao longo desse tempo, o que sinto por ela só aumentou. É algo que cresce silenciosa e irresistivelmente dentro de mim, mas ainda não consigo nomear. Já houve declarações sinceras de ambos os lados, mas ainda não estou preparado para mergulhar de cabeça em um relacionamento. Kéfera entende isso e, em sua paciência infinita, disse que vai me esperar.Ela é perfeita — engraçada, espontânea e encantadoramente transparente. Nunca preciso adivinhar o que se passa em sua cabeça, porque, quando percebe, já falou. Kéfera sempre encontra maneiras de demonstrar interesse, até mesmo colocando músicas no carro que deixam claro o que e
Assim que entramos, uma mulher de sorriso acolhedor vem ao nosso encontro, abrindo os braços em direção a Keké.— Olá, Kéfera! Como você está?— Oi, Harvey! Estou bem. E como estão as coisas por aqui? Onde estão minhas meninas? — Keké olha ao redor, como se já estivesse com saudades delas.— Tudo tranquilo, Kéfera. As meninas estão se trocando e já vêm.— Harvey, este é o Harry. Eu o trouxe para conhecer as meninas. — Ela olha para mim com um brilho no olhar antes de me apresentar.Estendo a mão para cumprimentar Harvey.— Prazer, Harry. — Ela aperta minha mão com firmeza. — Você vai se apaixonar pelas meninas.Antes que eu possa responder, escuto gritos e passos rápidos.— Fadinha, você veio!Kéfera ri enquanto é cercada por um grupo de crianças que a derrubam ao chão em uma explosão de alegria. Todas se agarram a ela, criando um emaranhado de braços, pernas e risadas.— Calma, meninas, estou sendo esmagada! — exclama ela, gargalhando.Fico fascinado, nunca a havia visto rir tão livr
Saímos do hospital e estou finalmente indo para casa. Não demora muito para chegarmos. Adam estaciona o carro na garagem e desce, vindo ao meu lado. Ele abre a porta do passageiro, e seu sorriso transborda felicidade.— Nem acredito que você está em casa, finalmente! — diz, me olhando com carinho.— É bom estar em casa, com vocês… Minha família — respondo, sorrindo enquanto faço um carinho em seu rosto.Ele me pega no colo, já que continuo andando devagar devido à recuperação. Com a fisioterapia, espero logo estar correndo por aí. Adam abre a porta da casa e me leva para dentro. Assim que entramos na sala, vejo todos reunidos, sorrindo para mim.Ele me coloca cuidadosamente no sofá, e todos vêm ao meu encontro para me abraçar. Há um cartaz enorme na parede com “Seja Bem-Vinda”, balões coloridos decoram o ambiente, e de repente, ouço um barulho alto. Olho para trás do sofá e vejo Kéfera e Jullyete saindo de trás dele.— Surpresa! — elas gritam em uníssono.— Vocês vieram! — exclamo, ra
Chego a Boston e Billy já havia feito reservas em um hotel. Não pretendemos ficar muito tempo, então decido me organizar rapidamente. Pego o celular e envio uma mensagem para Lucille.Para Lucille: Oie, sou eu, Yasmim. Tudo bem? Como você está? Estou em Boston.Sua resposta chega quase instantaneamente.De Lucille: Yasmim! Quanto tempo sumida! Estou bem, e você? Vamos nos encontrar? Estou com saudades de você.Para Lucille: Vamos sim. Estou precisando falar com você. Pode ser agora?De Lucille: Claro! Pode ser no café aqui perto de casa?Para Lucille: Sim, nos encontramos em vinte minutos.De Lucille: Combinado.Saio do aplicativo de mensagens e coloco o celular em cima da mesinha de centro. Caminho até a varanda do quarto do hotel e fico observando a tarde que começa a cair. O som dos carros ao longe mistura-se com a leve brisa que entra.Sinto braços envolverem minha cintura e sorrio automaticamente.— Falou com ela?— Sim, ela está me esperando.— Quer que eu vá com você? — ele per
— Vocês chegaram! — Helena exclama ao entrar na sala.Nos levantamos e ela se aproxima para me abraçar. Logo, seus olhos se enchem de lágrimas quando ela observa Dante em meu colo. Após me soltar, ela cumprimenta Billy e volta sua atenção para o Dante, acariciando suavemente seus cabelos castanhos.— Ele tem o nariz dele, a boca… E os cabelos lisos como os do Romolo.— Ele tem a cor dos olhos também — acrescento, e ela me olha emocionada. Uma lágrima escorre por seu rosto e Billy prontamente lhe oferece um lenço.— Obrigada — ela diz, enxugando o rosto com um sorriso terno. — Obrigada, Yasmim.Olho para ela, surpresa, sem entender.— Você nos trouxe um presente. Um lindo presente no momento em que mais precisamos.Sorrio, um pouco desconcertada. Não esperava uma reação tão tocante.Logo, o senhor George entra na sala. Ele nos cumprimenta e, assim que olha para Dante, seus olhos também se enchem de lágrimas. Como Helena, ele comenta o quanto o menino se parece com o filho deles.Nos se
Estou há alguns dias na casa da Lunna, e a vontade de contar para ela que estou amando está me corroendo. A Keké já sabe há tempos, e ela também vai ter que abrir o jogo sobre como anda a vida dela com o senhor todo-poderoso. Hoje, estamos só nós três, e a Lunna está se recuperando muito bem.Foi um baque quando a Kim nos contou o que havia acontecido. Eu queria largar tudo e vir correndo para Boston, mas não pude. Vida de pobre é difícil… Ainda mais porque eu havia largado o emprego, gastado adoidado e não queria depender dos meus pais. Estava desesperada atrás de trabalho, enquanto fingia para a Keké que minha vida era “as mil maravilhas”. Que nada! Eu estava era penando para pagar as faturas do cartão de crédito estourado. Gastei tudo o que tinha, e só sobraram minhas economias.Mas, felizmente, consegui um emprego. Tudo se resolveu… até mesmo minha vida amorosa.— Jully, está no mundo da lua? — ouço a voz da Lunna e percebo que ela está parada, encostada na poltrona da sala.— Oi?
Depois de seis meses, finalmente estou reabrindo a confeitaria e o nosso café. Estava com tanta saudade de fazer o que amo! Keké e Jully voltaram para Nova York, e é uma pena que não estejam aqui hoje.Paro o carro no estacionamento dos funcionários, desço e o travo. Caminho até a porta, abro e estranho: não vejo ninguém. Passo pela cozinha, mas não há uma alma viva por ali. Decido ir até a parte da frente, onde fica o café, e, assim que entro, levo um susto.— Surpresa! — ouço um coro, e vejo balões e faixas de boas-vindas.Sorrio e vou me aproximando. Os funcionários me abraçam, e logo Adam aparece com o Vince nos braços. Ele me entrega um buquê de rosas e me dá um selinho.— Obrigada, pessoal! — digo, emocionada. — Agradeço de coração a cada um que torceu por mim, pelo meu filho e pela minha família.Todos aplaudem. Ficamos conversando por um tempo antes de eu ir para o meu escritório.Adam se senta no sofá enquanto amamento o Vince na minha cadeira. Ele me observa com um olhar cal