Saímos do hospital e estou finalmente indo para casa. Não demora muito para chegarmos. Adam estaciona o carro na garagem e desce, vindo ao meu lado. Ele abre a porta do passageiro, e seu sorriso transborda felicidade.— Nem acredito que você está em casa, finalmente! — diz, me olhando com carinho.— É bom estar em casa, com vocês… Minha família — respondo, sorrindo enquanto faço um carinho em seu rosto.Ele me pega no colo, já que continuo andando devagar devido à recuperação. Com a fisioterapia, espero logo estar correndo por aí. Adam abre a porta da casa e me leva para dentro. Assim que entramos na sala, vejo todos reunidos, sorrindo para mim.Ele me coloca cuidadosamente no sofá, e todos vêm ao meu encontro para me abraçar. Há um cartaz enorme na parede com “Seja Bem-Vinda”, balões coloridos decoram o ambiente, e de repente, ouço um barulho alto. Olho para trás do sofá e vejo Kéfera e Jullyete saindo de trás dele.— Surpresa! — elas gritam em uníssono.— Vocês vieram! — exclamo, ra
Chego a Boston e Billy já havia feito reservas em um hotel. Não pretendemos ficar muito tempo, então decido me organizar rapidamente. Pego o celular e envio uma mensagem para Lucille.Para Lucille: Oie, sou eu, Yasmim. Tudo bem? Como você está? Estou em Boston.Sua resposta chega quase instantaneamente.De Lucille: Yasmim! Quanto tempo sumida! Estou bem, e você? Vamos nos encontrar? Estou com saudades de você.Para Lucille: Vamos sim. Estou precisando falar com você. Pode ser agora?De Lucille: Claro! Pode ser no café aqui perto de casa?Para Lucille: Sim, nos encontramos em vinte minutos.De Lucille: Combinado.Saio do aplicativo de mensagens e coloco o celular em cima da mesinha de centro. Caminho até a varanda do quarto do hotel e fico observando a tarde que começa a cair. O som dos carros ao longe mistura-se com a leve brisa que entra.Sinto braços envolverem minha cintura e sorrio automaticamente.— Falou com ela?— Sim, ela está me esperando.— Quer que eu vá com você? — ele per
— Vocês chegaram! — Helena exclama ao entrar na sala.Nos levantamos e ela se aproxima para me abraçar. Logo, seus olhos se enchem de lágrimas quando ela observa Dante em meu colo. Após me soltar, ela cumprimenta Billy e volta sua atenção para o Dante, acariciando suavemente seus cabelos castanhos.— Ele tem o nariz dele, a boca… E os cabelos lisos como os do Romolo.— Ele tem a cor dos olhos também — acrescento, e ela me olha emocionada. Uma lágrima escorre por seu rosto e Billy prontamente lhe oferece um lenço.— Obrigada — ela diz, enxugando o rosto com um sorriso terno. — Obrigada, Yasmim.Olho para ela, surpresa, sem entender.— Você nos trouxe um presente. Um lindo presente no momento em que mais precisamos.Sorrio, um pouco desconcertada. Não esperava uma reação tão tocante.Logo, o senhor George entra na sala. Ele nos cumprimenta e, assim que olha para Dante, seus olhos também se enchem de lágrimas. Como Helena, ele comenta o quanto o menino se parece com o filho deles.Nos se
Estou há alguns dias na casa da Lunna, e a vontade de contar para ela que estou amando está me corroendo. A Keké já sabe há tempos, e ela também vai ter que abrir o jogo sobre como anda a vida dela com o senhor todo-poderoso. Hoje, estamos só nós três, e a Lunna está se recuperando muito bem.Foi um baque quando a Kim nos contou o que havia acontecido. Eu queria largar tudo e vir correndo para Boston, mas não pude. Vida de pobre é difícil… Ainda mais porque eu havia largado o emprego, gastado adoidado e não queria depender dos meus pais. Estava desesperada atrás de trabalho, enquanto fingia para a Keké que minha vida era “as mil maravilhas”. Que nada! Eu estava era penando para pagar as faturas do cartão de crédito estourado. Gastei tudo o que tinha, e só sobraram minhas economias.Mas, felizmente, consegui um emprego. Tudo se resolveu… até mesmo minha vida amorosa.— Jully, está no mundo da lua? — ouço a voz da Lunna e percebo que ela está parada, encostada na poltrona da sala.— Oi?
Depois de seis meses, finalmente estou reabrindo a confeitaria e o nosso café. Estava com tanta saudade de fazer o que amo! Keké e Jully voltaram para Nova York, e é uma pena que não estejam aqui hoje.Paro o carro no estacionamento dos funcionários, desço e o travo. Caminho até a porta, abro e estranho: não vejo ninguém. Passo pela cozinha, mas não há uma alma viva por ali. Decido ir até a parte da frente, onde fica o café, e, assim que entro, levo um susto.— Surpresa! — ouço um coro, e vejo balões e faixas de boas-vindas.Sorrio e vou me aproximando. Os funcionários me abraçam, e logo Adam aparece com o Vince nos braços. Ele me entrega um buquê de rosas e me dá um selinho.— Obrigada, pessoal! — digo, emocionada. — Agradeço de coração a cada um que torceu por mim, pelo meu filho e pela minha família.Todos aplaudem. Ficamos conversando por um tempo antes de eu ir para o meu escritório.Adam se senta no sofá enquanto amamento o Vince na minha cadeira. Ele me observa com um olhar cal
Já faz um tempo desde tudo o que aconteceu com a minha amiga Lunna, ela está bem e tão feliz, que me deixa super tranquila e ainda mais em saber que o Adam mudou e que cuida muito bem dela e do nosso pequeno. Eu e Harry estamos saindo do restaurante. Pego a chave com o manobrista e as jogo para ele.— Você dirige! — sorrio quando ele as pega e me olha com os olhos arregalados.— Sério? Achei que você não gostava que os outros colocassem a mão no que é seu! — Ele balança as chaves.— Depende de quem seja. Não dou essa permissão assim para qualquer pessoa — digo, indo para o lado do passageiro.— Ainda bem que não, sou qualquer pessoa.— Isso aí! — falo e pisco um olho para ele, que sorri.Entramos no carro e ele tem um sorriso ridículo no rosto. Harry liga o carro e saímos. Seu celular toca e ele me entrega. Pego e vejo ser sua mãe. — É a sua mãe. — Atendo, colocando no viva voz.— Oi, mãe!— Oi, meu filho, como você está?— Estou bem, e a senhora? Não sabia que já tinha chegado de v
Estou em meu escritório, escuto alguém batendo na porta e Hadja a abre.— Tem uma pessoa querendo falar com você! — olho para ela, sem entender.— Tinha alguém na agenda?— Não, posso pedir para ela entrar?— Quem é?— A Yasmim.— A Yasmim? O que ela faz aí? Ela havia ido embora!— Não sei o que ela quer, só sei que ela está te esperando no café.— Pode levá-la para o terraço?— Claro! Irei levar algo que a criança gosta!— Criança?— Ela tem um filho, não se lembra?— Ah, é! Eu tinha me esquecido.— Vou lá e aviso que você já vai falar com ela.— Ok, vou só fazer uma ligação antes.— Tudo bem — Hadja diz, e fecha a porta. Pego meu celular e ligo para o Adam, que me atende no quinto toque.— Oi, amor, aconteceu algo? — ouço o choro de Vince ao fundo.— Por que o Vince está chorando assim? O que você fez com o meu filho, Adam? — digo, me levantando e pegando minha bolsa para sair correndo dali, para o salvar.— Calma, Lunna! Eu não fiz nada, apenas o tirei do banho — assim que ele diz,
— Não tem com o que se desculpar. — Ela tenta falar algo, mas não deixo que prossiga — Está tudo bem mesmo. Você seguiu com a sua vida da melhor forma. — Dou um sorriso tranquilizador para ela. — E eu, como pode ver, também estou feliz. Acredito que, se não tivesse passado por tudo o que passei, não estaria hoje aqui desfrutando da imensa felicidade que a minha vida se tornou. — Ela chora mais.Não sei o que deu em mim, mas me aproximo dela, puxo-a para se levantar e a abraço. Às vezes deixamos de lado um simples gesto e não o enxergamos como deveríamos. Aí, um dia, olhamos para trás e, por descuido, deixamos de senti-lo. Porém, o mais importante é que a falta que sentimos nos faz lembrar desse gesto e, de alguma forma, ele deixa marcas. Aquele gesto, aquele abraço foi positivo, foi bonito. Foi um abraço dado na hora certa. Um abraço de carinho, sincero e espontâneo. Um abraço que jamais deveria ser esquecido, que a vida traz na nossa memória.Tenho certeza de que minha amizade com Ya