Com a audiência suspensa e motivos esclarecidos, Pedro se despede do Tavares e saímos de mãos dadas no corredor do fórum, ao passar por uma porta que está aberta vejo a Samantha sentada e algemada, ela me olha e consigo sentir o seu ódio mesmo que tenha sido uma visão rápida.“Respira, foca, ela não pode fazer nada com você, respira!”, repito mentalmente tentando acalmar a mim mesma, “não há nada a temer, não há.”Apesar de o Pedro ter tentado chamar minha atenção, me mantive em silêncio todo o percurso até em casa, não há um mínimo de disposição em mim. Ao chegar, passo direto para o quarto preciso tomar o meu remédio e descansar a minha mente, sinto que vou desmoronar a qualquer minuto.Os dias voltaram a ser longos e assustadores, pergunto-me se realmente a Jaddy se matou e quantas vidas ainda serão ceifadas por aquela psicopata da Samantha.— Amor, o Tavares e o oficial de justiça estão na sala, vamos até lá ver o que ele nos traz. — Pedro fala entrando no quarto.— Assi
Envolta na energia boa dessa nova fase, eu e as crianças subimos para fazer as malas logo após o almoço. O assunto da tarde inteira, claro, não poderia ser outro, senão as princesas que deveriam ser visitadas, e o Mickey, sem dúvidas o Mickey.Um adiantamento de planos, uma animação sem limites e mais um sonho se realizando. Gratidão, paz e felicidade é tudo que há dentro de mim, ou melhor, há esperança também.— Eu não sei quem está mais animado para isso, você ou as crianças — Pedro brinca quando diz, e j**a o seu corpo ao meu lado na cama.— Nem eu sei dizer. — Confesso — isso vai ser como uma recompensa depois de mais uma etapa difícil, espero que seja a última.— Isso é verdade, — ele fala, a sua mão desliza pelo meu rosto — nós merecemos isso, amanhã hora dessas estaremos no avião, virando essa página.— Virando a página não, queimando o livro, agora vem um clichê romântico ou conto de fadas, chega de terror, suspense, ou seja lá o que for.Logo após a janta eu subo novamente par
Tamires - Luna Chego em casa cansada após mais um dia andando feito louca pela cidade atrás de um serviço, não sei mais o que fazer. Na porta de casa já ouço gritos das crianças, da entrada vejo os brinquedos esparramados pela casa, a louça suja sobre a pia, uma zona… a que ponto deixei as coisas chegarem, nesse momento minha única vontade é poder sumir.Suspiro fundo mesmo que eu queira me jogar no sofá não posso, cato alguns brinquedos e coloco na caixa enquanto vou em direção ao quarto.—Lucas? Lucas! Cadê você? — Saio procurando meu marido, o encontro deitado no quarto deitado jogando no celular— Cara, você não fez nada? Eu já não aguento mais, custava arrumar a casa enquanto eu estava em busca de uma melhoria para nós.— pergunto impaciente.— Não torra Tamires! Você é a mulher, ou seja, a casa e os filhos são sua obrigação. — Ele responde saindo, certamente vai voltar só de madrugada com uma desculpa esfarrapada.— Lucas volta aqui!— Ele se vira e eu grito já no meu limite — E
Cega de raiva, olho impaciente para Lucas que me olha com um sorriso sarcástico e me puxa pelo braço para dentro de uma sala, reluto em entrar mas sou arrastada com força.— O que é isso Lucas, me solta! Eu quero ir para casa. — imploro com lágrimas.Ele fecha a porta e me empurra num sofá, me olha furioso e aponta o dedo em minha cara falando com muita ira entre os dentes.— Olha aqui, você vai trabalhar sim… Você não queria tanto fazer alguma coisa fora de casa? Pois bem, tá aí o emprego que você tanto queria. — Eu não vou fazer isso, não vou! — Falo alto, quase gritando.— Você vai, e eu não estou perguntando se quer, eu estou dizendo que vai e pronto… Não tem nada de mais, você será uma terapeuta, tá se apegando demais a crenças limitantes. Agora seca o rosto, coloca um sorriso nos lábios, seja uma boa garota… Entra naquela sala pede desculpas e aceita sua vaga, estarei lhe esperando aqui fora, não demora! — Ele fala segurando meu queixo com força e me olhando nos olhos, sua voz
Entro em um quarto acompanhada por Jady, estou tomada pelo nervosismo minhas mãos estão suando e minhas pernas bambas, basicamente a mesma sensação de quando era adolescente e ia beijar um garoto atrás da escola.Estou vestida em uma calcinha fio dental, toda trabalhada em pedras de strass e um top em transparência, por cima uma camisola extremamente sexy de cor preta, seguindo o mesmo padrão do conjunto, acredito que nunca usei uma combinação tão ousada antes.Ao lado da cama há duas poltronas, em uma delas o homem do dia anterior está sentado, ao pousar meus olhos sobre ele sinto minha respiração tomar um ritmo mais acelerado e meus pensamentos ficarem bagunçados.— Luna esse é o Pedro, Pedro essa é a Luna! Hoje vou treiná-la e de agora agradeço muito por se dispor a ser nossa cobaia— Jady nos apresenta e sorri apertando a mão dele que agora está de pé em nossa frente.— Não imagina o quanto estou sofrendo! — Ele brinca fazendo mímica com as mãos.Com delicadeza de gestos e suavidad
A massagem e a agressividade de Lucas passaram a fazer parte da minha vida, uma semana acariciando corpos nus, uma semana do meu pior pesadelo e meu marido achando normal, todas as vezes que o confronto ele me agride, me humilha e me diminui como mãe, mulher e profissional.— Eu vou sumir da sua vida, quando você menos esperar eu já não estarei aqui. — eu digo enquanto tomo uma xícara de café antes de ir trabalhar.— Nem disso você é capaz, você me ama e sabe que eu também te amo, nascemos um para o outro, eu nunca permitirei que você saia da minha vida— Lucas fala em um misto de doçura e acidez que me assombra.— Ah meu querido, eu não apostaria nisso! — Respondo revirando os olhos e me levanto para sair de casa.Desde que comecei a trabalhar, meus filhos passam o dia na casa dos avós, Lucas me leva e me busca mesmo eu dizendo que prefiro pedir um Uber ou usar ônibus, hoje ele não disse nada o trajeto todo.Chego no serviço, a Jady está viajando para atender em outra cidade e meu san
Corro os olhos por todo o ambiente, as crianças não estão em casa, dou um passo atrás, mas Lucas se levanta e me puxa pelo braço.— Então agora você quer me humilhar na frente das pessoas? — Ele pergunta segurando meu cabelo e me fazendo olhar para ele.— Isso é o que você está fazendo comigo, não o contrário, me solta Lucas! — Peço me contorcendo de dor.— Eu quero saber exatamente o porquê de você estar em casa hora dessas e da sua patroa me ligar dizendo que você causou constrangimento ao paciente, começa a falar! — Ele fala muito alterado e me joga com força no sofá.Olho amedrontada e começo a falar que não quero mais esse emprego e que não vou mais voltar, Lucas me olha de um jeito assustador.Ele me pega pelos braços, me sacode e soca minha face fazendo sangrar, levo a mão ao rosto e me desperto em choro ao sentir o sangue descendo e sujar minha roupa e o chão. Lucas me olha confuso e me abraça, instantaneamente começa a me pedir perdão e dizer que me ama.— Me solta, Lucas! —
Pedro é um excelente paciente, sempre delicado e carismático, não avança limites e tem uma conversa saudável, porém não posso desabafar com ele, aqui nunca sabemos quando é um cliente de verdade ou um teste para ver nossa conduta e ele é um dos mais antigos da casa.— Não há sombras aqui, me fala de você, do seu dia, do serviço… — Mudo o rumo da conversa pegando em suas mãos, sentando-nos nas poltronas frente a frente no quarto.— Sabemos que há, mas se não se sente segura em conversar sobre isso eu respeito sua decisão, não está mais aqui quem lhe perguntou. — Ele diz levantando as duas mãos em sinal de rendição. — Meus dias são solitários e frios, só ganham sentido quando estou sob seus cuidados, a melhor massagem é só você quem faz— Ele me elogia e me arranca um sorriso sincero.Dentre todos os atendimentos que fiz desde que cheguei, Pedro é o único com quem não me sinto humilhada ou desconfortável, enquanto conversamos começo a tirar sua roupa e lhe entrego uma toalha para que ele