Lili é uma mulher perfeita. Sabe me respeitar, se impor; não faz muita pergunta e entende que meu relacionamento com ela é um acordo, sei que ela é bem mais maleável e acata muito bem as minhas ordens. Possui classe, fala três idiomas e estudou nas melhores escolas e faculdades do mundo. Porém, não podia deixar de considerar que meu segundo encontro com Andrezza não foi por acaso. ela já havia mexido comigo desde o momento em que a vi sentada naquele bar, ela estava muito bonita e era nítido que ela chamava mais atenção que todos que estavam ali inclusive de Afonso, pai de Lili e de mim. Seus cabelos clareados deu um ar fatal que não consegui ver em nosso jantar.— Eu fiquei muito feliz que você se comportou muito bem. — Kalina estava na sacada da sala de nossa mansão observando o lado de tilápias.— Papai, o que você viu nela? — Me encarou como uma Testa faz.— Ela é uma mulher elegante, possui refinamento, boa educação.Kalina retira seu olhar de mim desanimada. Jogou seu olhar
Ficar frente a frente com Draco como se o destino colocasse mais uma vez a gente diante de um dilema, dessa vez, ele estava diante de uma profissional e mesmo que eu quisesse evita-lo, não era o momento certo. Ele ficou surpreso e eu excitada de forma negativa, sabe. Era bem embaraçoso compreender o que acontecia para a gente se encontrar de novo. — Mais uma vez você! — Disse penetrando seu olhar nos meus e eu sem palavras.— Vocês dois já se conhecem? — Pergunta Seu Franco e o meu silêncio envergonhado diante dos dois.— Já. — Respondi um pouco nervosa.— Sim. Eu a conheci na sexta e no domingo tive o prazer de almoçar perto dela. — Ele ri, tentando mostrar surpresa e colocando um ponto final na tensão.— Foi mesmo! Eu saí na sexta e minha tia Marieta nos trouxe aqui no domingo. Bem, é o lugar mais badalado da cidade!— Verdade! O número um em gastronomia!Não quis dizer que ele pagou a minha conta e nem sei quanto deu tudo que eu, minha prima e as belas senhoras consumirmos, mas se
Draco e Mercedes falavam em turco e com seu Franco e graças a Deus, não precisei participar da conversa. Tinha uma mesa de frios e garçons passando com bebidas e eu aproveitei para arrumar as modelos que logo mostrariam algumas peças que, depois de um tempo ali, descobri que seriam leiloadas num evento beneficente; Draco daria um baile e algumas figuras da alta sociedade do mundo estariam presentes. Parece até que ele queria que eu soubesse disso. Após muito tempo de preparo, desfile e controle exagerado daquele material, consegui sentar um pouco e lacrar a última peça colocando-as no malote. Enfim, foi um dia cansativo e descobri que seu Franco fecharia negócios e receberia uma pequena fortuna que seria capaz de acabar com os meus problemas de dinheiro. — Pois não, seu Franco!— Eu estou indo com Agenor. Senhor Draco disponibilizará um carro para você voltar para casa. Você ficará bem?— Com certeza! Essas joias vão para o cofre do hotel. As outras vão comigo!— Conseguiu mesmo, entã
Depois de ver Draco totalmente refém a minhas vontades e desconversar certos assuntos sobre minha família, Lili e tudo que nos envolve, a inquietação me abateu.— O que eu estou fazendo? — Eu me pergunto. Após um dia cheio, ser deixada na portaria do meu prédio por um homem que casará com uma ex melhor amiga e ainda deixar ser beijada por ele. Só não rolou mais no carro, porque me segurei e vi que ele também. Leona ficaria maravilhada com essa história: eu sendo persuadida por um homem tão rico e poderoso quanto Draco Testa e ainda ser deixada em casa por ele e sabendo que ele estava sim enfeitiçado por mim.— Drezza! Oiii! — Desculpa Bernard, o que foi?— Viu o passarinho verde? — Bernard brinca.Marjorie também me olhava surpresa por entrar em casa um tanto área. Bernard ajuda ela sempre nos trabalhos quando está em casa e eles estavam ali, estudando.— Eu fui promovida!— Legal! — responde os dois, mas sem empolgação. Culpa de Leona que sempre fez os dois só se importar em se d
Há tempos que eu não sei o que é entrar numa loja, em uma galeria que minha avó e minha mãe sempre íamos quando as coisas eram de primeira linha, primeira classe... Eu tinha duas babás, Selma e Bruna, a minha casa havia muitos empregados, só para cuidar do jardim, eram necessários dez pessoas ao todo. Meus irmãos eram disputados, havia uma legião de meninas atrás deles e Marjorie, a caçula da família era considerada a garota mais encantadora por todos que a conheciam. Hoje ando por essas lojas para chegar na joalheria em que eu trabalho. Eu precisei ser forte, precisei encarar a realidade e salvar o que restou da minha família, onde muitos perderam a sanidade e viraram as costas para não ver a decadência de perto. — Bom dia Fernanda, como está Lorenzo?— Gordo e feliz. Minha mãe mima ele o dia inteiro, daqui a pouco ele não estará me reconhecendo como mãe.— Pare com isso! Ele está bem, você está trabalhando, está colocando comida na sua mesa.— Verdade. O pai dele quer voltar, mas c
Acordei às seis horas da manhã, pois pego as nove no shopping. Acordei Marjorie, depois fui ver quem Bernard trouxe para casa na noite passada. Fui entrando devagar para não constranger ninguém e era Grigor do seu lado dormindo de conchinha com ele — há muito tempo que eu não sei o que é isso, dormir com alguém que ame — eles estavam com aquele ar condicionado ligado sem necessidade e já fui desligando, cheguei perto da cama dos pombinho e cutuquei o cabelo crespo de Grigor, ele era ruivo e cultivava um Black, eles dois eram até bonitinhos dormindo juntos, mas sei que brigam demais por vários motivos. Enfim, jovens.— Bom dia gata!— Bom dia Grigor!— Vim dar uma força para seu irmão. Arrumei um emprego para ele a noite, três vezes na semana. Um bar.— E a faculdade dele? Como fica?— Dá para ele trabalhar e estudar tranquilo e lá os clientes dão bastante gorjeta. — Depois eu quero o endereço e o telefone do local. — Você parece a mãe dele!— É, eu sou também responsável por ele.
Salete até me chamou para tomar um chope com ela, mas não entendi porque recusei; na verdade, eu sou aquela pessoa que se sente insegura sem carro, mesmo sabendo que a talvez não conseguiria voltar dirigindo, eu odiava ficar sem carro e recebo uma foto de Marjorie e a prima de Letícia, Rebecca com algumas jovens que nem elas. Eu fico feliz que ela tenha algum divertimento, que eu não tenha de colocar a mão no bolso, mas era absurdo eu todo tempo, pensar em dinheiro, de como manterei as coisas sendo que minha mãe ganhar cinco vezes mais do que eu ganho e mesmo assim, ela é incapaz de enxergar que eu gostaria também de ter uma vida que não fosse baseada no que é importante para os outros. — Sabe de uma coisa, eu vou sair. Tenho tantas vestidos bons e mal os uso e antes de vende-los como já fiz algumas vezes. — Eu conversava com o espelho, após levantar de uma poltrona localizada perto da janela do meu quarto e ver o movimento da avenida e ruas próximas. Eu não era de fumar muito, mas e
Duas horas depois de conhecer os funcionários do bar inteiro praticamente com Draco, ele se identificou como o gerente do estabelecimento e me contou sobre as viagens que fez pelo mundo; passou oito anos nos Estados Unidos e resolveu recomeçar aqui, perto dos negócios de sua família.— E você, fala cinco idiomas, mas não saiu daqui do Brasil. O que te impede?— Que pergunta difícil. Eu sempre fui muito bem protegida. Eu nunca andei sozinha na rua até os meus dezoito anos, eu tinha tios que queriam me casar com primos distantes e coisa desse tipo. Como se fosse propriedade de alguém, sabe. Tive que aprender do zero a me virar.— Mas, você poderia se dar bem, talvez, seus tios a descrimina pó querer ser independente? Você gosta de trabalhar?— Eu não vou mentir para você, eu faço parte de uma família falida. Aprendi a trabalhar, aprendi a dar a deus as minhas joias, algumas coisas que faziam parte da minha vida ... Os meus sonhos de infância eram sempre viagens a Disney, parques temátic