Duas horas depois de conhecer os funcionários do bar inteiro praticamente com Draco, ele se identificou como o gerente do estabelecimento e me contou sobre as viagens que fez pelo mundo; passou oito anos nos Estados Unidos e resolveu recomeçar aqui, perto dos negócios de sua família.
— E você, fala cinco idiomas, mas não saiu daqui do Brasil. O que te impede?— Que pergunta difícil. Eu sempre fui muito bem protegida. Eu nunca andei sozinha na rua até os meus dezoito anos, eu tinha tios que queriam me casar com primos distantes e coisa desse tipo. Como se fosse propriedade de alguém, sabe. Tive que aprender do zero a me virar.— Mas, você poderia se dar bem, talvez, seus tios a descrimina pó querer ser independente? Você gosta de trabalhar?— Eu não vou mentir para você, eu faço parte de uma família falida. Aprendi a trabalhar, aprendi a dar a deus as minhas joias, algumas coisas que faziam parte da minha vida ... Os meus sonhos de infância eram sempre viagens a Disney, parques temáticos. Eu fui em todos eles na Flórida, também em outros estados americanos, além de Paris, Itália...— Mas por quê faliu a sua família?— Problemas administrativos. Meu avô era a alma da empresa, quando ele morreu, meus tios brigaram muito e desmembraram uma parte e a outra meu pai foi se desfazendo, gastando, não vendo. É um assunto bem doloroso, sabe. Se eu tivesse idade naquela época, jamais perderíamos o que perdemos.— Primeiramente, pare de se culpar. E segundo, comece a viver a sua vida. Acho que você quer pagar por algo que vice não cometeu.— É verdade, mas é muito difícil simplesmente sair dessa situação como se não tivesse pessoas, como minha irmã. Ela é uma criança...— O nome disso é família. A minha também é cheia de problemas. Confesso que paguei caro por alguns erros.— Você entende que não tem como simplesmente sair andando como se você não se afetasse.— Nunca é fácil. Estou aqui no Brasil há uns seis meses. Tenho esse empório para administrar, assessoro meu irmão Dion. Controlo sim a minha irmã Athena.Eu começo a rir e achei que ele estava brincando referente aos nomes de seus irmãos, mas eram todos gregos.— Está rindo, é que eu não mencionei a Minerva e Gênesis, meu irmão mais velho.— Desculpa, mas achei que estava tirando uma com a minha cara!— Jamais! Minha mãe é de origem grega e o nome dela é Sasha Demétria e meu pai se chama Paris, mesmo ele sendo italiano.Continuo rindo e eu não aguentava mais beber, eu precisava comer alguma coisa.— Está com fome? Quer jantar? Aqui...— Eu não quero te incomodar, estou tomando seu tempo e você está no seu trabalho. Eu vou parar em algum lugar e vou pedir alguma coisa. — Disse já sonsa, não era o tipo fraca para a bebida, eu sabia aguentar bem, eu já sentia os efeitos da quantidade ingerida.Draco me olhou, sorriu e olhou para um homem o chamado por ele para a mesa.— Jean, fala para ela quem eu sou de verdade?Olhei um homem, parecia o mesmo que tirou Juliano desse ambiente. Ele me encarou gentilmente e sorriu. As pessoas pareciam muito amigas ali, eu não sei se era eu que há muito tempo não era bem tratada, ou a minha carência por olhares mais empáticos.— Ele é o dono.— Ele é o dono do bar? — Perguntei, acreditando que essa era a resposta por tal autoridade com os demais.— Ele é o dono do conglomerado inteiro, senhorita!— Quer dizer então que eu posso seduzir ele e meus problema estarão sanados? — Brinquei olhando ar a cara deles, porém bem nervosa.— Certamente, senhorita! Mas acho que não terá o trabalho em seduzi-lo, com licença! — Ele saiu e eu fiquei quieto, olhando o cara que bebia whisky como se fosse água.— Margot, é o nome da minha falecida avó paterna. Resolvemos colocar esse nome em sua homenagem. Hoje é todo meu. Meu pai não gosta de homens parados, então chegou a minha hora de assumir e mostrar eficiência!— Faz isso com todas as garotas que encontra?— Só com as que o ex quer criar caso no meu bar! Eu não posso simplesmente deixá-las irem sozinhas para casa. O índice de feminicídio é bem alto nessa cidade, ou melhor, no país inteiro.— Isso é verdade, e eu não gosto da ideia de fazer parte dessa estatística... Eu, tenho que ir.— Ele jamais tocará em você, conversamos com ele e não quero que se sinta coagida a vir se divertir aqui. Antes de ir embora, janta comigo. Eu como esse horário, ainda mais quando venho ver isso funcionando de perto.Ele se levantou e fui recepcionada por ele e entramos num corredor, tipo a parte interna de funcionários de um shopping. Ele foi seguido por dois homens e isso me assustou, estava sozinha ali com eles.— Esse é Vagner e esse é Tadeu. São os meus seguranças, meu pai acha que tenho que andar sempre acompanhado, se não se importa?— Lógico que não. Eu fiquei receosa, eu não conheço esse lugar.— Relaxa! — Ele abriu uma porta e bela havia um corredor com um elevador. — Já ouviu falar do Bistrô Ramona? No caso essa é uma homenagem a minha tia, mas ela ainda vive!— Pelo menos ela sabe da homenagem.— De fato!Eu, dois seguranças e ele que estava bem mais perto do que antes, achava graça de algo que logo expôs:— É incrível sua capacidade de ser forte para bebida. Athena, numa só tequila, já estava sem controle, seria impossível conversar com ela depois se três drinks.— Mal de família. O que mais tinha na nossa antiga casa eram bebidas e cigarros, até hoje, essas coisas fazem parte da cesta básica da família.— Interessante!Corei com a cara que fizera me analisando. Apesar de galante, não demostrava interesse para algo mais. Talvez ele só estivesse sendo gentil com uma cliente sem pretensão alguém na em relação a ele — no caso, eu achei que ele era inacessível — sei que atravessamos uma cobertura e chegamos no restaurante com as cadeiras viradas para cima e funcionários trabalhando, dava para ver uma parte da cozinha e havia mais pessoas nela. Mais uma vez, passamos pelo salão principal e subimos mais um andar que dava para ver o salão principal do restaurante. Draco puxa a cadeira para sentar-me e, logo um garçom apareceu prontamente para nos receber. Em outra situação, ficaria satisfeita com um bom podrão e refrigerante, mas tinha um cardápio que nos velhos tempos eu conhecia muito bem. Bistrô na França é um local aconchegante, porém mais simples, mas no Brasil, não se leva essa regra.— Não precisa se preocupar com o horário, eles fazem o que você quiser! — Me informou Rosa, uma das recepcionista chamada por Draco.Nós acabamos jantando peixe e uma sobremesa de amora. Tudo muito perfeito, as duas horas da manhã.Foi um encontro. Não sei se o destino reservou aquele momento para mim, mostrando- me que ainda estava viva e mesmo evitando Ter ambições além da conta, referente a pretendentes ricos, não era difícil não se encantar por ele, Draco Testa. Se mostrou despretensioso comigo, não exigiu e nem deu a entender que estavam fazendo aquelas coisas por mim por algum tipo de interesse.—Quer mais alguma coisa? —Disse assim que sair do banheiro. —Não, estou muito satisfeita! Chegou a hora de ir para casa. — Certo. Jean te levará para a casa!Entrei dentro daquele carro um tanto frustrado, sei que as minhas intenções ali era aproveitar a boate conhecer qualquer pessoa e trocar olhares e beijo descomprometido. mas encontrei um ser que me tratou muito bem não como uma qualquer. Não trocamos números de celulares aquilo acabaria naquela mesma noite estou melhor madrugada. Silenciosa, seguir viagem um carro conversível blindado como uma pessoa importante, mas ainda sim descontente com o desenrolar
Os conselhos de Leona faz sentido. Eu mergulhei tão fundo na rotina, nos problemas e trabalho que não consegui cuidar de mim. As roupas eram medíocres, era sempre cabelos que eu mesmo fazia e não mal conseguia fazer as luzes que gosto nos meus cabelos, a não ser no final do ano. Precisei da ajuda dela para me transformar em algo com mais valor. Ela foi extrema em muitas situações tentando me expor e me vender para os caras que ela achava certo. Mas dessa vez eu me vi desprezada. Uma vez, ouvi de meu avô essa frase: “ quem muito escolhe acaba ficando sem nada.” Chegou a hora de correr atrás do que eu quero, mesmo sem saber de fato o quê. Por enquanto, quero que os homens certos me olhem e os que gostar, me desejem.— Mãe, esse negócio está pinicando, já não passou o tempo dele? — Esta com uma máscara na cara que bem quis perguntar foi isso. Era suíço. E o que os suíços tem a ver com beleza? Irei descobri daqui a pouco.— Mais tinta minutos. É caro demais para você tirara agora, eu pass
— Eu não quero saber, apenas faça! — Draco em um de seus telefonemas com muito de seus colaboradores.As pessoas sempre dizem que quando um só lado conta sua versão da história, deixa lacunas, mas essa, eu saberei como contar, essa eu sei exatamente como chega o final. Eu vi as fotos de jornais e revistas mais quais os Testas saiam em muitas de suas festas. As redes sociais da maioria eram privadas e não era fácil entrar na vida deles, ainda mais quando se depara com a realidade e os negócios da família. Uma boa parte da família, apesar de parecer italiana é na verdade turca, outra romena e mais outra croata. Era realmente um bando, mafiosos. Apesar de não termos dinheiro para nada, nos resta conhecimento e conhecidos. As informações pipocavam no celular da minha mãe. Meu cabelo está a mal pintado e acreditava que dava para disfarçar, mas Lavínia me encarou às oito da manhã me convencendo a passar por uma transformação. Eu comecei a me arrepender em ter dito para Leona o que aconteceu
Tive que brigar com Lavínia para colocar uma roupa mais despojada. Ela queria que eu colocasse um vestido de festa, na minha opinião. Ele é florido, lindo, mas não cairia bem para aquela ocasião — dava a ideia de que eu tinha marido, ou estava a procura de um — eu cismei com isso. Nada me agradou nele, era um vestido de veraneio, com decote fundo e saia rodada, estava rigorosa comigo mesmo e achei mais interessante apostar numa blusa que adoro da minha mãe, uma blusa de botões branca e uma bermuda social creme, acabei por ficar com a rosa também creme. Coloquei uma sandália e brincos mais chamativos até para quebrar a simplicidade da produção.— Minha mãe e sua já chegaram lá, estão aguardando a mesa. — Ela sorri para o celular e eu jogando meu cabelo de um lado para o outro na frente do espelho. Isso poderia ser apenas uma brincadeira, uma desculpa para gastar dinheiro, mas estava afim de fazer isso. Pelo menos ver como as pessoas me olhariam dessa forma, nem eu me olhava mais assim,
— Mas porque você tanto olha para o térreo? — Pergunta Dalila para Afonso, seu esposo.— Olha que está ali, gasta do o que não tem.Eu e Dalila olhamos e vimos três senhoras sentadas numa mesa com cinco cadeiras.— Quem são elas? — Pergunta e chamando a atenção de Demétria.— São as Casadavell. Era podres de ricas, mas tiveram o erro de quererem dinheiro fácil e faliram após vários escândalos. Os filhos delas já estudaram com Lili. — Disse Afonso.— Casadavell?— Eram donos do Clube Laerte Mileto. Aquele clube que vimos o campeonato equestre.Coincidência? Não sei. Mas havia já havia conhecido e jantado com com um Casadavell, pelo que ela me contou realmente elas não fingiam serem ricas, mas, as vezes, se permitiam a velhos hábitos. Lógico que não comentei sobre Andrezza, nada que eles não viessem confirmar minhas suspeitas, sem eu dar uma palavra sobre o assunto.— Drezza não está aqui. Estudei com ela e Lavínia. Talvez elas apareçam, sei que elas são inseparáveis. Ainda moram com su
Eu não estava confortável com o que acontecia, o exagero, a comida muito cara, e pedidos insanos de Leona e tia Marieta; eu reparava cada item pedido e sabia que sairia uma fortuna para uma pensão mal utilizada, mesmo dizendo na minha cabeça que não deixaria esse prejuízo apenas nos cartões de crédito delas, pois já havia pagado a transformação do meu cabelo, eu ainda insistia em retribuir o gesto em outra ocasião. Que loucura fui me meter, ele não é muito meu tipo mesmo..., pensava comigo.— O que foi Drezza? — Pergunta minha tia.— Chega tia, champanhe pra quê?— Vamos comemorar, se tudo saiu com o combinado, nem pagaremos a conta! — Diz Marieta.— Ele foi atrás de você assim que te viu! — Leona, toda alegre e fazendo a cara dos velhos tempos: de que o mundo era mais do que maravilhoso.— Bem, estou acabando. Vamos indo, Marjorie chega em breve em casa. Parece que tem trabalho de escola.— Anselmo te ligou? — Mais uma vez Leona pergunta.— Ainda não.— Então relaxa prima! Nós já v
Lili é uma mulher perfeita. Sabe me respeitar, se impor; não faz muita pergunta e entende que meu relacionamento com ela é um acordo, sei que ela é bem mais maleável e acata muito bem as minhas ordens. Possui classe, fala três idiomas e estudou nas melhores escolas e faculdades do mundo. Porém, não podia deixar de considerar que meu segundo encontro com Andrezza não foi por acaso. ela já havia mexido comigo desde o momento em que a vi sentada naquele bar, ela estava muito bonita e era nítido que ela chamava mais atenção que todos que estavam ali inclusive de Afonso, pai de Lili e de mim. Seus cabelos clareados deu um ar fatal que não consegui ver em nosso jantar.— Eu fiquei muito feliz que você se comportou muito bem. — Kalina estava na sacada da sala de nossa mansão observando o lado de tilápias.— Papai, o que você viu nela? — Me encarou como uma Testa faz.— Ela é uma mulher elegante, possui refinamento, boa educação.Kalina retira seu olhar de mim desanimada. Jogou seu olhar
Ficar frente a frente com Draco como se o destino colocasse mais uma vez a gente diante de um dilema, dessa vez, ele estava diante de uma profissional e mesmo que eu quisesse evita-lo, não era o momento certo. Ele ficou surpreso e eu excitada de forma negativa, sabe. Era bem embaraçoso compreender o que acontecia para a gente se encontrar de novo. — Mais uma vez você! — Disse penetrando seu olhar nos meus e eu sem palavras.— Vocês dois já se conhecem? — Pergunta Seu Franco e o meu silêncio envergonhado diante dos dois.— Já. — Respondi um pouco nervosa.— Sim. Eu a conheci na sexta e no domingo tive o prazer de almoçar perto dela. — Ele ri, tentando mostrar surpresa e colocando um ponto final na tensão.— Foi mesmo! Eu saí na sexta e minha tia Marieta nos trouxe aqui no domingo. Bem, é o lugar mais badalado da cidade!— Verdade! O número um em gastronomia!Não quis dizer que ele pagou a minha conta e nem sei quanto deu tudo que eu, minha prima e as belas senhoras consumirmos, mas se