Os conselhos de Leona faz sentido. Eu mergulhei tão fundo na rotina, nos problemas e trabalho que não consegui cuidar de mim. As roupas eram medíocres, era sempre cabelos que eu mesmo fazia e não mal conseguia fazer as luzes que gosto nos meus cabelos, a não ser no final do ano. Precisei da ajuda dela para me transformar em algo com mais valor. Ela foi extrema em muitas situações tentando me expor e me vender para os caras que ela achava certo. Mas dessa vez eu me vi desprezada. Uma vez, ouvi de meu avô essa frase: “ quem muito escolhe acaba ficando sem nada.” Chegou a hora de correr atrás do que eu quero, mesmo sem saber de fato o quê. Por enquanto, quero que os homens certos me olhem e os que gostar, me desejem.
— Mãe, esse negócio está pinicando, já não passou o tempo dele? — Esta com uma máscara na cara que bem quis perguntar foi isso. Era suíço. E o que os suíços tem a ver com beleza? Irei descobri daqui a pouco.— Mais tinta minutos. É caro demais para você tirara agora, eu passo mais de duas horas com isso.— Mas isso é para a sua idade e não... — Já sendo interrompida por Leona.— Sua pele está mais velha e seca do que a minha.Leona não saia de seu laptop, e eu lá do seu lado sendo privada de comer carne, e ainda sendo coagida a engolir suco detox e salada de aipo e rabanete. Leona conseguiu uma coisa, com meu ego em frangalhos, ela conseguiu me fazer entender que nem tudo que ela gasta e desnecessário. Queria pegar um cigarro, mas lógico que ela reclamaria e via que conversava no celular com tia Marieta, ficava a observando; ela estava animada, ria e gesticulava, fumava na varanda. O que restava era continuar encostada em seu divã no meu dia de beleza.— Vai lá tira e aplica esse creme aqui.— E essa coisa do meu cabelo?— Pode tirar também, tinha esquecido. Karen vem fazer nossas unhas.— Mãe? — Ela já estava gastando por conta e deveria chamar sua atenção. Enfim a filha chata.— Pedi dez mil emprestado para a tia Marieta.— Mãe!— Amanhã iremos almoçar no Village Margot.— Você tem noção quanto é um almoço de domingo num lugar como aquele. Mãe, não surta!— Eu, Lavínia e você iremos almoçar amanhã e descobri que amanhã esse tal Draco Testa estava almoçando com sua filha Kalina e a família de sua noiva.— Ele é noivo? Mãe, quem te passou essa informação?— Segredo. Mas parece que a família Brandão tem uma divida com a família deste homem. Os números são impressionantes, os Testa é a família que comanda a Sicília e o norte da Riviera francesa.— Mãe, você deveria está trabalhando na CIA, na ABIN... Ele é mafioso?— Se ele não inventou um aplicativo concorrente com esses nerds do vale do Silício, ou criou algo tão inovador onde todos tenham a necessidade de ter um, ele precisa se manter no jogo para ser tão rico. Não existe família rica como antigamente, filha.— Ele é um mafioso! Credo, eu não quero saber dele!— Eu entendo. Mas ninguém se desfaz da minha filha! Vamos almoçar, como boas moças despretensiosas, num restaurante, e sua prima precisa conhecer alguém. Se você não quiser filha, Lavínia está disposta a tentar.— Você acabou de dizer que ele é um mafioso, sabe lá o quê, ele deve estar metido.— Ele é sim. Alguém com um passado apagado, muito bem apagado. Mas, alguém precisa se dar bem nessa família e a neta de Marieta está pouco se importando se vai ter que sofrer numa mansão como a de seu avô com o seu maridinho cruel com os outros!— Você é muito insensível!— Você está reclamando que estamos perdendo um apartamento. Eu já perdi minha dignidade, pena que eu não tenho a sua idade, filha. Jamais deixaria meus pais morrerem de fome!— Ninguém está morrendo de fome! Mas...— Mas o quê? Eu fico triste com essa geração cheios de direitos, valores... Liberdade... O que se compra com liberdade? Nada!— Mamãe, não é assim...— É. Trabalho, paga conta, trabalha de novo, paga mais contas, gasta com coisas baratas, toma sua cerveja no bar... Você mesmo disse que Juliano te bateu. Eu quero matar ele. A liberdade de uma mulher dá o direito dela apanha e morrer na mão de qualquer um, mas a falta dela e nome, e família, faz de uma mulher pelo menos apanha de alguém que jamais deixará ela pensar ajudar em casa. Existe um mundo onde que as pessoas querem e outro como ele realmente é!— Eu não quero saber, apenas faça! — Draco em um de seus telefonemas com muito de seus colaboradores.As pessoas sempre dizem que quando um só lado conta sua versão da história, deixa lacunas, mas essa, eu saberei como contar, essa eu sei exatamente como chega o final. Eu vi as fotos de jornais e revistas mais quais os Testas saiam em muitas de suas festas. As redes sociais da maioria eram privadas e não era fácil entrar na vida deles, ainda mais quando se depara com a realidade e os negócios da família. Uma boa parte da família, apesar de parecer italiana é na verdade turca, outra romena e mais outra croata. Era realmente um bando, mafiosos. Apesar de não termos dinheiro para nada, nos resta conhecimento e conhecidos. As informações pipocavam no celular da minha mãe. Meu cabelo está a mal pintado e acreditava que dava para disfarçar, mas Lavínia me encarou às oito da manhã me convencendo a passar por uma transformação. Eu comecei a me arrepender em ter dito para Leona o que aconteceu
Tive que brigar com Lavínia para colocar uma roupa mais despojada. Ela queria que eu colocasse um vestido de festa, na minha opinião. Ele é florido, lindo, mas não cairia bem para aquela ocasião — dava a ideia de que eu tinha marido, ou estava a procura de um — eu cismei com isso. Nada me agradou nele, era um vestido de veraneio, com decote fundo e saia rodada, estava rigorosa comigo mesmo e achei mais interessante apostar numa blusa que adoro da minha mãe, uma blusa de botões branca e uma bermuda social creme, acabei por ficar com a rosa também creme. Coloquei uma sandália e brincos mais chamativos até para quebrar a simplicidade da produção.— Minha mãe e sua já chegaram lá, estão aguardando a mesa. — Ela sorri para o celular e eu jogando meu cabelo de um lado para o outro na frente do espelho. Isso poderia ser apenas uma brincadeira, uma desculpa para gastar dinheiro, mas estava afim de fazer isso. Pelo menos ver como as pessoas me olhariam dessa forma, nem eu me olhava mais assim,
— Mas porque você tanto olha para o térreo? — Pergunta Dalila para Afonso, seu esposo.— Olha que está ali, gasta do o que não tem.Eu e Dalila olhamos e vimos três senhoras sentadas numa mesa com cinco cadeiras.— Quem são elas? — Pergunta e chamando a atenção de Demétria.— São as Casadavell. Era podres de ricas, mas tiveram o erro de quererem dinheiro fácil e faliram após vários escândalos. Os filhos delas já estudaram com Lili. — Disse Afonso.— Casadavell?— Eram donos do Clube Laerte Mileto. Aquele clube que vimos o campeonato equestre.Coincidência? Não sei. Mas havia já havia conhecido e jantado com com um Casadavell, pelo que ela me contou realmente elas não fingiam serem ricas, mas, as vezes, se permitiam a velhos hábitos. Lógico que não comentei sobre Andrezza, nada que eles não viessem confirmar minhas suspeitas, sem eu dar uma palavra sobre o assunto.— Drezza não está aqui. Estudei com ela e Lavínia. Talvez elas apareçam, sei que elas são inseparáveis. Ainda moram com su
Eu não estava confortável com o que acontecia, o exagero, a comida muito cara, e pedidos insanos de Leona e tia Marieta; eu reparava cada item pedido e sabia que sairia uma fortuna para uma pensão mal utilizada, mesmo dizendo na minha cabeça que não deixaria esse prejuízo apenas nos cartões de crédito delas, pois já havia pagado a transformação do meu cabelo, eu ainda insistia em retribuir o gesto em outra ocasião. Que loucura fui me meter, ele não é muito meu tipo mesmo..., pensava comigo.— O que foi Drezza? — Pergunta minha tia.— Chega tia, champanhe pra quê?— Vamos comemorar, se tudo saiu com o combinado, nem pagaremos a conta! — Diz Marieta.— Ele foi atrás de você assim que te viu! — Leona, toda alegre e fazendo a cara dos velhos tempos: de que o mundo era mais do que maravilhoso.— Bem, estou acabando. Vamos indo, Marjorie chega em breve em casa. Parece que tem trabalho de escola.— Anselmo te ligou? — Mais uma vez Leona pergunta.— Ainda não.— Então relaxa prima! Nós já v
Lili é uma mulher perfeita. Sabe me respeitar, se impor; não faz muita pergunta e entende que meu relacionamento com ela é um acordo, sei que ela é bem mais maleável e acata muito bem as minhas ordens. Possui classe, fala três idiomas e estudou nas melhores escolas e faculdades do mundo. Porém, não podia deixar de considerar que meu segundo encontro com Andrezza não foi por acaso. ela já havia mexido comigo desde o momento em que a vi sentada naquele bar, ela estava muito bonita e era nítido que ela chamava mais atenção que todos que estavam ali inclusive de Afonso, pai de Lili e de mim. Seus cabelos clareados deu um ar fatal que não consegui ver em nosso jantar.— Eu fiquei muito feliz que você se comportou muito bem. — Kalina estava na sacada da sala de nossa mansão observando o lado de tilápias.— Papai, o que você viu nela? — Me encarou como uma Testa faz.— Ela é uma mulher elegante, possui refinamento, boa educação.Kalina retira seu olhar de mim desanimada. Jogou seu olhar
Ficar frente a frente com Draco como se o destino colocasse mais uma vez a gente diante de um dilema, dessa vez, ele estava diante de uma profissional e mesmo que eu quisesse evita-lo, não era o momento certo. Ele ficou surpreso e eu excitada de forma negativa, sabe. Era bem embaraçoso compreender o que acontecia para a gente se encontrar de novo. — Mais uma vez você! — Disse penetrando seu olhar nos meus e eu sem palavras.— Vocês dois já se conhecem? — Pergunta Seu Franco e o meu silêncio envergonhado diante dos dois.— Já. — Respondi um pouco nervosa.— Sim. Eu a conheci na sexta e no domingo tive o prazer de almoçar perto dela. — Ele ri, tentando mostrar surpresa e colocando um ponto final na tensão.— Foi mesmo! Eu saí na sexta e minha tia Marieta nos trouxe aqui no domingo. Bem, é o lugar mais badalado da cidade!— Verdade! O número um em gastronomia!Não quis dizer que ele pagou a minha conta e nem sei quanto deu tudo que eu, minha prima e as belas senhoras consumirmos, mas se
Draco e Mercedes falavam em turco e com seu Franco e graças a Deus, não precisei participar da conversa. Tinha uma mesa de frios e garçons passando com bebidas e eu aproveitei para arrumar as modelos que logo mostrariam algumas peças que, depois de um tempo ali, descobri que seriam leiloadas num evento beneficente; Draco daria um baile e algumas figuras da alta sociedade do mundo estariam presentes. Parece até que ele queria que eu soubesse disso. Após muito tempo de preparo, desfile e controle exagerado daquele material, consegui sentar um pouco e lacrar a última peça colocando-as no malote. Enfim, foi um dia cansativo e descobri que seu Franco fecharia negócios e receberia uma pequena fortuna que seria capaz de acabar com os meus problemas de dinheiro. — Pois não, seu Franco!— Eu estou indo com Agenor. Senhor Draco disponibilizará um carro para você voltar para casa. Você ficará bem?— Com certeza! Essas joias vão para o cofre do hotel. As outras vão comigo!— Conseguiu mesmo, entã
Depois de ver Draco totalmente refém a minhas vontades e desconversar certos assuntos sobre minha família, Lili e tudo que nos envolve, a inquietação me abateu.— O que eu estou fazendo? — Eu me pergunto. Após um dia cheio, ser deixada na portaria do meu prédio por um homem que casará com uma ex melhor amiga e ainda deixar ser beijada por ele. Só não rolou mais no carro, porque me segurei e vi que ele também. Leona ficaria maravilhada com essa história: eu sendo persuadida por um homem tão rico e poderoso quanto Draco Testa e ainda ser deixada em casa por ele e sabendo que ele estava sim enfeitiçado por mim.— Drezza! Oiii! — Desculpa Bernard, o que foi?— Viu o passarinho verde? — Bernard brinca.Marjorie também me olhava surpresa por entrar em casa um tanto área. Bernard ajuda ela sempre nos trabalhos quando está em casa e eles estavam ali, estudando.— Eu fui promovida!— Legal! — responde os dois, mas sem empolgação. Culpa de Leona que sempre fez os dois só se importar em se d