Tive que brigar com Lavínia para colocar uma roupa mais despojada. Ela queria que eu colocasse um vestido de festa, na minha opinião. Ele é florido, lindo, mas não cairia bem para aquela ocasião — dava a ideia de que eu tinha marido, ou estava a procura de um — eu cismei com isso. Nada me agradou nele, era um vestido de veraneio, com decote fundo e saia rodada, estava rigorosa comigo mesmo e achei mais interessante apostar numa blusa que adoro da minha mãe, uma blusa de botões branca e uma bermuda social creme, acabei por ficar com a rosa também creme. Coloquei uma sandália e brincos mais chamativos até para quebrar a simplicidade da produção.— Minha mãe e sua já chegaram lá, estão aguardando a mesa. — Ela sorri para o celular e eu jogando meu cabelo de um lado para o outro na frente do espelho. Isso poderia ser apenas uma brincadeira, uma desculpa para gastar dinheiro, mas estava afim de fazer isso. Pelo menos ver como as pessoas me olhariam dessa forma, nem eu me olhava mais assim,
— Mas porque você tanto olha para o térreo? — Pergunta Dalila para Afonso, seu esposo.— Olha que está ali, gasta do o que não tem.Eu e Dalila olhamos e vimos três senhoras sentadas numa mesa com cinco cadeiras.— Quem são elas? — Pergunta e chamando a atenção de Demétria.— São as Casadavell. Era podres de ricas, mas tiveram o erro de quererem dinheiro fácil e faliram após vários escândalos. Os filhos delas já estudaram com Lili. — Disse Afonso.— Casadavell?— Eram donos do Clube Laerte Mileto. Aquele clube que vimos o campeonato equestre.Coincidência? Não sei. Mas havia já havia conhecido e jantado com com um Casadavell, pelo que ela me contou realmente elas não fingiam serem ricas, mas, as vezes, se permitiam a velhos hábitos. Lógico que não comentei sobre Andrezza, nada que eles não viessem confirmar minhas suspeitas, sem eu dar uma palavra sobre o assunto.— Drezza não está aqui. Estudei com ela e Lavínia. Talvez elas apareçam, sei que elas são inseparáveis. Ainda moram com su
Eu não estava confortável com o que acontecia, o exagero, a comida muito cara, e pedidos insanos de Leona e tia Marieta; eu reparava cada item pedido e sabia que sairia uma fortuna para uma pensão mal utilizada, mesmo dizendo na minha cabeça que não deixaria esse prejuízo apenas nos cartões de crédito delas, pois já havia pagado a transformação do meu cabelo, eu ainda insistia em retribuir o gesto em outra ocasião. Que loucura fui me meter, ele não é muito meu tipo mesmo..., pensava comigo.— O que foi Drezza? — Pergunta minha tia.— Chega tia, champanhe pra quê?— Vamos comemorar, se tudo saiu com o combinado, nem pagaremos a conta! — Diz Marieta.— Ele foi atrás de você assim que te viu! — Leona, toda alegre e fazendo a cara dos velhos tempos: de que o mundo era mais do que maravilhoso.— Bem, estou acabando. Vamos indo, Marjorie chega em breve em casa. Parece que tem trabalho de escola.— Anselmo te ligou? — Mais uma vez Leona pergunta.— Ainda não.— Então relaxa prima! Nós já v
Lili é uma mulher perfeita. Sabe me respeitar, se impor; não faz muita pergunta e entende que meu relacionamento com ela é um acordo, sei que ela é bem mais maleável e acata muito bem as minhas ordens. Possui classe, fala três idiomas e estudou nas melhores escolas e faculdades do mundo. Porém, não podia deixar de considerar que meu segundo encontro com Andrezza não foi por acaso. ela já havia mexido comigo desde o momento em que a vi sentada naquele bar, ela estava muito bonita e era nítido que ela chamava mais atenção que todos que estavam ali inclusive de Afonso, pai de Lili e de mim. Seus cabelos clareados deu um ar fatal que não consegui ver em nosso jantar.— Eu fiquei muito feliz que você se comportou muito bem. — Kalina estava na sacada da sala de nossa mansão observando o lado de tilápias.— Papai, o que você viu nela? — Me encarou como uma Testa faz.— Ela é uma mulher elegante, possui refinamento, boa educação.Kalina retira seu olhar de mim desanimada. Jogou seu olhar
Ficar frente a frente com Draco como se o destino colocasse mais uma vez a gente diante de um dilema, dessa vez, ele estava diante de uma profissional e mesmo que eu quisesse evita-lo, não era o momento certo. Ele ficou surpreso e eu excitada de forma negativa, sabe. Era bem embaraçoso compreender o que acontecia para a gente se encontrar de novo. — Mais uma vez você! — Disse penetrando seu olhar nos meus e eu sem palavras.— Vocês dois já se conhecem? — Pergunta Seu Franco e o meu silêncio envergonhado diante dos dois.— Já. — Respondi um pouco nervosa.— Sim. Eu a conheci na sexta e no domingo tive o prazer de almoçar perto dela. — Ele ri, tentando mostrar surpresa e colocando um ponto final na tensão.— Foi mesmo! Eu saí na sexta e minha tia Marieta nos trouxe aqui no domingo. Bem, é o lugar mais badalado da cidade!— Verdade! O número um em gastronomia!Não quis dizer que ele pagou a minha conta e nem sei quanto deu tudo que eu, minha prima e as belas senhoras consumirmos, mas se
Draco e Mercedes falavam em turco e com seu Franco e graças a Deus, não precisei participar da conversa. Tinha uma mesa de frios e garçons passando com bebidas e eu aproveitei para arrumar as modelos que logo mostrariam algumas peças que, depois de um tempo ali, descobri que seriam leiloadas num evento beneficente; Draco daria um baile e algumas figuras da alta sociedade do mundo estariam presentes. Parece até que ele queria que eu soubesse disso. Após muito tempo de preparo, desfile e controle exagerado daquele material, consegui sentar um pouco e lacrar a última peça colocando-as no malote. Enfim, foi um dia cansativo e descobri que seu Franco fecharia negócios e receberia uma pequena fortuna que seria capaz de acabar com os meus problemas de dinheiro. — Pois não, seu Franco!— Eu estou indo com Agenor. Senhor Draco disponibilizará um carro para você voltar para casa. Você ficará bem?— Com certeza! Essas joias vão para o cofre do hotel. As outras vão comigo!— Conseguiu mesmo, entã
Depois de ver Draco totalmente refém a minhas vontades e desconversar certos assuntos sobre minha família, Lili e tudo que nos envolve, a inquietação me abateu.— O que eu estou fazendo? — Eu me pergunto. Após um dia cheio, ser deixada na portaria do meu prédio por um homem que casará com uma ex melhor amiga e ainda deixar ser beijada por ele. Só não rolou mais no carro, porque me segurei e vi que ele também. Leona ficaria maravilhada com essa história: eu sendo persuadida por um homem tão rico e poderoso quanto Draco Testa e ainda ser deixada em casa por ele e sabendo que ele estava sim enfeitiçado por mim.— Drezza! Oiii! — Desculpa Bernard, o que foi?— Viu o passarinho verde? — Bernard brinca.Marjorie também me olhava surpresa por entrar em casa um tanto área. Bernard ajuda ela sempre nos trabalhos quando está em casa e eles estavam ali, estudando.— Eu fui promovida!— Legal! — responde os dois, mas sem empolgação. Culpa de Leona que sempre fez os dois só se importar em se d
Há tempos que eu não sei o que é entrar numa loja, em uma galeria que minha avó e minha mãe sempre íamos quando as coisas eram de primeira linha, primeira classe... Eu tinha duas babás, Selma e Bruna, a minha casa havia muitos empregados, só para cuidar do jardim, eram necessários dez pessoas ao todo. Meus irmãos eram disputados, havia uma legião de meninas atrás deles e Marjorie, a caçula da família era considerada a garota mais encantadora por todos que a conheciam. Hoje ando por essas lojas para chegar na joalheria em que eu trabalho. Eu precisei ser forte, precisei encarar a realidade e salvar o que restou da minha família, onde muitos perderam a sanidade e viraram as costas para não ver a decadência de perto. — Bom dia Fernanda, como está Lorenzo?— Gordo e feliz. Minha mãe mima ele o dia inteiro, daqui a pouco ele não estará me reconhecendo como mãe.— Pare com isso! Ele está bem, você está trabalhando, está colocando comida na sua mesa.— Verdade. O pai dele quer voltar, mas c