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Tudo no primeiro dia de volta ao trabalho caminha de forma muito agradável, até mesmo quando uma aluna bem descarada vem me pedir “ajuda” com algo que não entendeu. Aceito dar uma orientação especial, mas tomo o cuidado de manter tudo no campo profissional, pois a última coisa que eu quero é ter problemas por causa de assédio. Volto à sala dos professores e guardo meus materiais na minha mesa, mas quando estou prestes a sair, vejo Jenni vindo na minha direção. Rolo os olhos sem que ela veja porque já sei onde isso vai dar. Da última vez, fomos parar no quartinho de materiais de limpeza em um dos corredores daqui.

Nos cumprimentamos, falamos um pouco sobre nossas férias e como eu imaginava, sua postura indica querer algo mais. Mas quando dou uma desculpa, ela fica visivelmente decepcionada. Qual é? Já comi essa mulher duas vezes e nunca fodo a mesma pessoa mais que do que isso. Mesmo ela sendo tão gostosa não vou ultrapassar esse ponto. Eu não quero. Eu não posso. No final, dou uma dispensa um pouco mais rude do que o necessário e ela vai embora chateada. Esse é o problema do sexo casual. As mulheres ficam no pé durante um tempo. Sexo uma única vez ou no máximo duas vezes com uma mulher é a melhor coisa que um homem pode fazer para não gerar vínculos. Não importa o quão moderna uma mulher diga ser, no fim, ela sempre vai esperar algo mais de você. E eu não sou o tipo de homem que tem alguma coisa pra oferecer a ninguém.

Chego à minha clínica por volta das duas da tarde e procuro me ocupar com alguma coisa porque não tenho pacientes. Os dois que eu estava esperando para depois que eu voltasse das férias desmarcaram na última hora e eu fico sem ter nada pra fazer o resto da tarde depois de me inteirar dos assuntos financeiros e funcionais na minha ausência.

As horas passam e isso é entediante. Gosto de estar em ação, seja na sala de aula ensinando minha bela profissão, seja na minha clínica quando estou operando milagres no corpo de alguém, seja na cama quando estou satisfazendo meus mais carnais desejos. Preciso fazer algo. Droga! Não deveria ter dispensado Jennifer, quero transar e ela me seria bem útil depois que saísse daqui.

Não Nicholas, você não pode mais sair com ela. Duas vezes lembra? Não pode passar disso com uma mulher.

Meu subconsciente faz bem em me lembrar disso. Mas estou excitado e quero uma mulher embaixo de mim a noite toda. E para isso eu sei exatamente onde devo ir agora que não tenho um “encontro” marcado com ninguém.

Depois de sair da clínica, vou pra casa, tomo um banho rápido, boto uma roupa mais despojada e saio para o lugar que me garantirá felicidade, ou ao menos satisfação. É um prédio de três andares com uma aparência não muito agradável por fora, mas eu sei que por dentro a história é outra. Para entrar, você precisa de uma senha e um cartão magnético que deve ser passado na roleta da porta com um segurança que mais parece um armário. A Casa da Rachel. Minha amiga mais antiga aqui em Miami.

Entro e logo sou cumprimentado por muitos ali dentro. O som que ressoa é sexy. Há sofás em forma de L por todos os lados sempre com uma mesinha de centro de vidro onde não faltam bebidas. A luz é fraca e pisca em tons de lilás e violeta de forma lenta. O lugar tem cheiro de mulher, gosto de mulher e som de mulher em toda parte. Todas elas em poucas roupas, se é que podem ser chamadas de roupas: corpete, meia, calcinha e cinta-liga. Sim, é um espetáculo para os olhos. Andam de lá pra cá exibindo seus corpos em cima de sandálias com saltos altos mortais e oferecendo bebidas aos clientes.

No meio do salão há um palco com várias coisas usadas pra fazer louco um homem. Nesse momento duas mulheres fazem strip-tease e se tocam provocativamente enquanto uma porção de homens babam ao redor disputando com dinheiro e elogios quem será o sortudo a trepar com uma delas ou até mesmo com as duas ao mesmo tempo.

Vou ao bar e peço o Bourbon de sempre. O barman Louis me cumprimenta e pergunta pela minha ausência. Falo sobre minhas férias até que uma mulher senta ao meu lado e chupa o lóbulo da minha orelha. Não preciso vê-la pra saber que se trata da Rachel.

— Então estava viajando? — ela me pergunta quando me viro no banquinho para olhá-la.

— Rachel. Você está ótima. Isso mesmo estava viajando mês passado e cheguei ontem à noite. — digo a ela, sorrindo.

— Porque não veio aqui? Sempre que viaja você gosta de aliviar o stress e esse é o seu point favorito.

— Não foi necessário. Conheci uma loira no avião.

Não é preciso falar mais nada, ela sabe o que aconteceu, mas mesmo assim ela provoca, me perguntando se levei a garota pra minha casa.

— Claro que não, Rachel. Levei para um hotel, você sabe que eu não levo mulheres pra minha casa.

— Sei. Pelo menos não em muito tempo.

Não, não levo mulheres pra dormir, transar ou fazer o inferno na minha casa. Não gosto disso e ela sabe. Porque falar sobre coisas que me desagradam? Fecho a cara e acho que ela entendeu porque muda o sorriso que estava em seu rosto para um rosto sério novamente. Mudo de assunto.

— Então, o que temos de novidade hoje?

— Bom... — ela chega mais perto de mim e começa a roçar seus quadris na minha perna. — o que você acha de provar o tempero da casa?

— Rachel, o tempero da casa é delicioso, mas já comi. Quero um novo sabor.

Ela põe a mão na minha ereção já crescente e começa a me acariciar.

— O que há de errado em comer a mesma comida se ela te agrada?

— Errado? Não há nada de errado. Mas gosto de variar no cardápio, você sabe. — eu sorrio sarcasticamente.

— Eu sei. — ela diz parando o movimento de suas habilidosas mãos — Você já me provou, gostou, mas dispensou.

Ela está deliberadamente tentando me irritar? Porque isso agora?

— Porque essa droga agora Rachel? — pergunto irritado.

— Esqueça, sei de suas preferências. Desculpe ter tocado no assunto.

— Você é gostosa, Rachel. — sorrio — Muito gostosa. Na verdade você é uma das poucas mulheres com quem eu quebraria meu ritmo sexual adaptado. — digo ficando de pé, puxando ela pra mim e esfregando minha ereção no meio das suas pernas.

Vejo como se acende o fogo dentro dela e imediatamente paro, pois não quero dar uma impressão errada. Mas surte outro efeito. Ela sorri e me senta de volta no banquinho. Parece que ela só precisava de uma injeção de ânimo. Mas não sei do que ela está falando? Ela está na casa dos cinquenta, mas é uma bela mulher com os cabelos negros e corpo de deixar qualquer mocinha de vinte anos no chinelo.

— Não respondeu minha pergunta Rachel. — termino meu Bourbon, deixando a conversa fiada de lado — O que há de novo em sua Casa?

— Você não gosta de transar com as mesmas mulheres por isso sempre dá um tempo sem vir aqui. É claro, depois que come a casa inteira, não é. — ela diz com o olhar malicioso — Então, eu tenho uma pessoa pra você. Chegou hoje.

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