Ela se cala e eu fico olhando pra ela. Pobre menina. Como alguém pode bater em uma mulher? Como alguém pode fazer mal a alguém tão meigo e delicado?— Uma das garotas daqui me viu e me ajudou. — ela continua, com a cabeça baixa — Disse que conhecia um lugar onde eu poderia ficar sem ter que pagar nada e me trouxe. Rachel explicou as condições da minha estadia e eu não pude recusar.— Mas você quer isso?— Eu tenho que fazer isso.— Não estou perguntando o que tem que fazer e sim o que quer fazer.— Bom, não tem muita diferença. — ela dá de ombros — No final das contas não tenho muita escolha.— Porque saiu de casa? — Ela olha pra baixo e não responde.Ok. Acho que cruzei alguma linha com ela agora.— Sabe, não tenho mais tempo pra transar você. — digo com a boca torcida em desgosto — Estou com raiva porque queria ter o prazer de fazer isso.— A escolha foi sua, mas... obrigada.— Não tem que me agradecer. Fui um idiota. Não te comi por ver que tem dores no corpo, mas outro virá depois
Eu faço que sim com a cabeça e me encaminho para a porta vendo o homem me seguir com o olhar. Acho que ele pressentiu o que Rachel vai lhe dizer porque me olha feio enquanto eu fecho a porta da casa. Foda-se.Chego em casa meio feliz, meio irritado. Estou com uma tensão sexual não liberada desde hoje de manhã quando saí do hotel para a Universidade sendo interrompido da minha ativa manhã com aquela loira. Droga! Deveria ter pegado o número dela. Não sairia do meu caminho, essa seria apenas a segunda transa e tudo estaria dentro do eixos. Agora estou aqui, frustrado e cheio de tesão. Melhor procurar algo pra fazer ou vou acabar explodindo. Resolvo preparar minhas aulas para o dia seguinte e acabo ocupando muito tempo com isso, quando percebo já passa das onze e então vou dormir."Bom dia Miami, são 7:00 da manhã e faz um sol de 31 graus na cidade hoje, clima perfeito para uma praia, mas se você é do tipo que trabalha como eu é bom se levantar e tomar uma chuveirada antes de pegar no pe
Quando acabamos a brincadeira, ele me informa o motivo de ter me chamado aqui hoje. Harry Collins, professor de terapia manual e ortopedia em fisioterapia, precisou se afastar da instituição por motivos pessoais e ele precisa de alguém para assumir suas turmas. No início, não entendo onde Charlie quer chegar e chego a pensar que ele está me demitindo ao dizer que não sou mais professor de anatomia, mas então entendo. Ele está me dando as turmas do Collins. Para ensinar as matérias nas quais eu sou foda. Qualquer um pode ensinar anatomia, mas matérias específicas exigem maior conhecimento. Me dar as turmas do Collins é um ato de muita confiança da parte dele e agradecido, eu o abraço longamente depois de aceitar.Ele sabe da minha capacidade. Fiz graduação e pós-graduação praticamente juntas e ele foi meu professor nessas matérias em ambos os cursos. Saio feliz da vida da sua sala e pronto pra comemorar com alguém. Preciso disso e preciso logo. Definitivamente preciso de uma mulher.Me
Mas falando sério, isso foi incrível! Eu realmente precisava de um orgasmo. Agora com certeza eu posso esperar até a noite sem sentir minhas entranhas queimarem pela falta de sexo.Eu a vejo ir para o seu carro olhando para os lados a fim de conferir se alguém nos viu. Que lógica! Agora é que ela se preocupa? Não parecia se importar enquanto gemia no meu ouvido. Eu dou partida e passo por ela abrindo o vidro do carro.— Foi um enorme prazer garota. — digo piscando um olho — Foi mesmo. — fecho a janela. Em resposta ela me mostra o dedo do meio.Por volta das três da tarde eu saio da minha clínica pra ir ver Robert. Quando entro em seu consultório, sua cara não é muito boa.— Oi Rob.Eu me sento e observo ele mexer em seu computador por alguns minutos. Nenhum dos dois fala nada. Será que ele está com raiva de mim pela piada antes do almoço? Deve ser isso. Ás vezes eu simplesmente passo do ponto. Depois de mais alguns minutos eu resolvo quebrar o silêncio.— Olha Rob, se está com essa ca
O taxi estaciona em frente à Universidade e eu saio para encontrar a secretária ainda com os pensamentos na cena de antes. Quando estou no corredor, vejo-a saindo da reitoria e abro um sorriso estendendo a mão pra ela. Faço meus procedimentos padrões de elogios e primeiras carícias para deixá-la no clima, apesar de parte da minha concentração estar em outra mulher. A porra da mulher do Robert. Tenho que contar a ele o que eu vi, ele tem que saber que a vadia da mulher dele está lhe pondo um belo par de chifres. Mas como farei isso? Se eu contar ele vai sofrer muito, mas seu eu não contar vou ficar com isso me corroendo por dentro. Pior, se ele descobrir por alguém e souber que eu não lhe disse nada, talvez ele não me perdoe. Eu preciso contar. Mas preciso falar com a puta antes de tudo.Sinto uma mão massageando minha perna. Olho para o lado e me lembro de que tenho companhia. Ela na certa está tentando chamar minha atenção já que me fechei como uma concha quando entrei no carro. Come
Os raios de sol entram pela janela de vidro da minha suíte e me fazem fechar os olhos com força para impedir a claridade de me “cegar”. É quarta-feira. Meio da semana. E eu estou morrendo de preguiça de levantar pra dar aula depois da farra de ontem com Robert e... Qual mesmo o nome dela? Ah pouco importa, mas ainda posso ouvir seus gemidos no meu ouvido quando a levei para a água e depois para a areia da praia onde fodemos por várias horas.“Bom dia Miami, 7:00 e vamos trazer a vocês o boletim do trânsito com meu colega Mar...”.Desligo o rádio e me levanto para mais um dia mesmo sem muito ânimo. Estou com uma dor de cabeça horrível graças à bebedeira de ontem. Vou para o banheiro e pego um analgésico em uma das gavetas. Olho-me no espelho e franzo a testa com a minha imagem. Estou um caos. Faço a barba e quando termino, entro na ducha e tomo um banho bem longo para deixar longe a cara horrível de ressaca que eu estou.Após me vestir vou à cozinha e preparo meu café da manhã. Não fiz
Duas aulas depois, eu saio da Universidade e vou até o lugar marcado. Ela já está lá e sorri quando me vê. Está vestida com uma blusa estilo vestido creme, saltos Jimmy Choo e cheia de acessórios combinando. Robert nunca mediu esforços para dar a ela tudo que quisesse. Pedimos a comida e minutos depois nos é servida. Até agora ninguém falou nada.Quando abro a boca para falar, jogo tudo o que eu vi na sua cara, interrompendo-a antes mesmo que ela dê desculpas esfarrapadas, mas ela se faz de ofendida e impulsos violentos vêm à minha mente por um breve momento. Agredir uma mulher é um erro irreparável, digno apenas dos piores covardes, mas juro que há certos momentos em que algumas... Melhor parar por aqui. Apenas falo a ela sobre minha intenção de contar tudo o que sei ao Robert, exigindo que ela seja ao menos decente e saia da vida dele sem machucá-lo ainda mais do que se machucará, mas a puta apenas ri na minha cara, dizendo que sabe o quanto o Robert a ama.Maldita mulher. Porém é c
Olho para baixo. O quarto não tem a mesma energia que tinha quando estivesse aqui no início da semana. Claramente ela não está mais aqui. A moça se aproxima de mim e parece querer falar alguma coisa, mas está relutante.— Olha gato, — ela fala afinal — fui eu quem encontrei a Ellen e a trouxe pra cá. Ela praticamente só falava comigo, mas eu não sei dizer por que ela partiu.Olho pra ela e por um minuto sinto inveja por ela ter ficado tanto tempo perto da Ellen e eu não estive aqui para vê-la nem ao menos uma vez.— Hoje de manhã eu falei com ela e ela parecia bem.— Ela nunca mencionou algo que pudesse fazer você suspeitar que ela não quisesse estar aqui? Nada que possa ter dado a entender isso?— Não. Na verdade, — ela franze a testa parecendo estar lembrando-se de alguma coisa — uma vez ela me disse que não era como nós. Não entrou em detalhes e eu não insisti.— O que ela quis dizer? — peço distraído.— Talvez que ela não fosse prostituta. — ela ri, dando de ombros.É. Mas então p