Ela se cala e eu fico olhando pra ela. Pobre menina. Como alguém pode bater em uma mulher? Como alguém pode fazer mal a alguém tão meigo e delicado?
— Uma das garotas daqui me viu e me ajudou. — ela continua, com a cabeça baixa — Disse que conhecia um lugar onde eu poderia ficar sem ter que pagar nada e me trouxe. Rachel explicou as condições da minha estadia e eu não pude recusar.— Mas você quer isso?— Eu tenho que fazer isso.— Não estou perguntando o que tem que fazer e sim o que quer fazer.— Bom, não tem muita diferença. — ela dá de ombros — No final das contas não tenho muita escolha.— Porque saiu de casa? — Ela olha pra baixo e não responde.Ok. Acho que cruzei alguma linha com ela agora.— Sabe, não tenho mais tempo pra transar você. — digo com a boca torcida em desgosto — Estou com raiva porque queria ter o prazer de fazer isso.— A escolha foi sua, mas... obrigada.— Não tem que me agradecer. Fui um idiota. Não te comi por ver que tem dores no corpo, mas outro virá depois que eu sair e fará isso por mim.Ela entristece. Certamente outro cara não terá tamanha consideração com ela. Não sei nem porque eu estou tendo. Mas talvez eu ainda possa fazer algo sobre isso.— Pois é. Tenho que cumprir minhas obrigações com a Rachel.— Qual seu nome? — me vejo perguntando. O quê? Mas que porra eu estou fazendo? Eu nunca me interesso pelo nome das mulheres que eu fodo. Bom, eu ainda não a fodi, mas mesmo assim.Porque estou fazendo isso com ela? Primeiro me recuso a transar por algum tipo de bondade descabida e agora quero saber a porra do nome dela? Foda-se isso. Estou ficando louco? Não me interesso por nada do tipo e agora me vejo diante de uma virgem intacta por escolha minha e me interessando por detalhes tão insignificantes quanto um nome? Devo mesmo estar ficando louco.— Ellen.— Hã? Como? — ela me tira de meus devaneios.— Meu nome é Ellen. Obrigada por respeitar meus limites. Não acho que seria capaz de ser boa o bastante pra você. — ela me diz em tom muito sincero — Espero que Rachel não mande nenhum outro homem pra mim essa noite.Não tenho certeza se ela queria que eu escutasse sua última sentença, porque logo depois ela muda de posição na cama desconfortavelmente ao notar que eu ouvi seu último sussurro.— Qual seu nome? — ela pergunta olhando para baixo, certamente querendo mudar o foco da conversa.— Nicholas. — digo e me levanto pra vestir as roupas. Ela me segue com o olhar. Sei que aprecia. Qualquer garota da sua idade já sente tesão por um homem como eu.Ela veste a blusa de volta e dessa vez põe um short também, sem calcinha. Inferno. Estou excitado e quero tanto sentir meu pau dentro dessa menina, mas quero assim, sendo ainda apertada e intacta. Tenho que resolver isso. Não posso deixar outro homem a tocar antes de mim. Depois tudo bem, mas antes, não. Definitivamente não.Depois de me vestir completamente vou até a porta sentindo seu olhar nas minhas costas.— Foi um prazer conhecê-la, Ellen. E não se preocupe, nenhum homem subirá aqui hoje ou qualquer outro dia até que melhore de seus ferimentos. Eu sou o dono da sua virgindade. — ela cora — Eu roubarei isso de você e voltarei quando estiver pronta pra mim.É serio Nicholas? Você está prometendo coisas a uma mulher e a chamando pelo nome? Belo idiota você é. Ela sorri meio tímida, meio satisfeita e eu saio do quarto. O que aconteceu ali dentro? Não me lembro de ter ficado tanto tempo nu com uma mulher nua e não ter transado com ela. Mas por alguma razão gostei do que aconteceu e me vejo com um sorriso idiota no rosto que não faço ideia de por que estou segurando.Desço até a recepção para falar com Rachel e a encontro conversando com um cara um pouco mais velho que os que estão aqui normalmente. Eles estão no bar bebendo algo e logo que chego até eles, o homem me cumprimenta com um aceno. Rachel o dispensa e traz toda sua atenção para mim.— Então, como foi com a pequena miss Sunshine? — ela cruza as longas pernas, vestidas com lã negra.— Bom. — comento apenas — Muito agradável.Louis me oferece um drink, mas eu recuso com um aceno de mão.— Agradável? — ela parece surpresa — Apenas agradável? Achei que você se sentiria nas nuvens com ela. Não curtiu romper sua virtude?— Não transei com ela, Rachel. Não foi possível. Ela estava muito machucada. — ira se acende de novo em mim — Você não notou nada nela quando chegou aqui?— Não. Quando Ângela a trouxe hoje pela manhã ela estava abatida, mas não tinha sinais de ferimentos que pudessem impedi-la de fazer qualquer coisa. — ela fala num fôlego só — Além disso, não imaginei que você fosse se preocupar com isso.— Ela está indisposta Rachel, mal pude tocá-la.— Ela te disse que não queria sexo? — ela está preocupada apenas comigo. Claro, ela é dona de um lugar onde as mulheres são obrigadas a agradar seus clientes eu sou um cliente VIP.Digo a ela que percebi sua expressão. Não há necessidade de dizer que ela me informou seus limites. Não quero causar problemas que prejudiquem sua estadia aqui principalmente sabendo que ela não tem pra onde ir. Mas, sem a menor consideração com a pobre menina, ela anuncia que outro cara está na fila pra fodê-la ainda hoje. Sinto meu queixo se retesando. Olho pra ele e dá pra perceber que o bastardo está salivando sem nem ao menos vê-la, é claro que quando puser seus malditos olhos nela irá devorá-la de uma vez. Isso abre uma brecha pra que eu fale com Rachel sobre meus planos para Ellen.Aproveito-me da nossa relação de “amizade” e peço a ela que não permita que nenhum homem toque a menina lá em cima porque a quero pra mim, virgem como é. Ela não concorda de início, mas ao pôr um preço – exorbitante por sinal – e ver que eu nem sequer pestanejo em aceitar, ela acaba cedendo. Ela fala sobre o cara perto de nós que aguarda pra subir e sobre ter que dar a ele uma desculpa, mas eu não estou preocupado com a satisfação dele nem um pouco. Só me interessa saber que Ellen será minha daqui a uns dias.— Obrigado Rachel. — me inclino pra beijá-la no rosto — Vou enviar o Robert para dar uma olhada nela amanhã e ver se precisa de remédios ou algo do tipo. Eu sei que ele não é membro, mas abra uma exceção pra ele ok.— Tudo bem. — ela concorda — Mas Nicholas, que essa seja primeira e última vez que você me pede algo assim.Eu faço que sim com a cabeça e me encaminho para a porta vendo o homem me seguir com o olhar. Acho que ele pressentiu o que Rachel vai lhe dizer porque me olha feio enquanto eu fecho a porta da casa. Foda-se.Chego em casa meio feliz, meio irritado. Estou com uma tensão sexual não liberada desde hoje de manhã quando saí do hotel para a Universidade sendo interrompido da minha ativa manhã com aquela loira. Droga! Deveria ter pegado o número dela. Não sairia do meu caminho, essa seria apenas a segunda transa e tudo estaria dentro do eixos. Agora estou aqui, frustrado e cheio de tesão. Melhor procurar algo pra fazer ou vou acabar explodindo. Resolvo preparar minhas aulas para o dia seguinte e acabo ocupando muito tempo com isso, quando percebo já passa das onze e então vou dormir."Bom dia Miami, são 7:00 da manhã e faz um sol de 31 graus na cidade hoje, clima perfeito para uma praia, mas se você é do tipo que trabalha como eu é bom se levantar e tomar uma chuveirada antes de pegar no pe
Quando acabamos a brincadeira, ele me informa o motivo de ter me chamado aqui hoje. Harry Collins, professor de terapia manual e ortopedia em fisioterapia, precisou se afastar da instituição por motivos pessoais e ele precisa de alguém para assumir suas turmas. No início, não entendo onde Charlie quer chegar e chego a pensar que ele está me demitindo ao dizer que não sou mais professor de anatomia, mas então entendo. Ele está me dando as turmas do Collins. Para ensinar as matérias nas quais eu sou foda. Qualquer um pode ensinar anatomia, mas matérias específicas exigem maior conhecimento. Me dar as turmas do Collins é um ato de muita confiança da parte dele e agradecido, eu o abraço longamente depois de aceitar.Ele sabe da minha capacidade. Fiz graduação e pós-graduação praticamente juntas e ele foi meu professor nessas matérias em ambos os cursos. Saio feliz da vida da sua sala e pronto pra comemorar com alguém. Preciso disso e preciso logo. Definitivamente preciso de uma mulher.Me
Mas falando sério, isso foi incrível! Eu realmente precisava de um orgasmo. Agora com certeza eu posso esperar até a noite sem sentir minhas entranhas queimarem pela falta de sexo.Eu a vejo ir para o seu carro olhando para os lados a fim de conferir se alguém nos viu. Que lógica! Agora é que ela se preocupa? Não parecia se importar enquanto gemia no meu ouvido. Eu dou partida e passo por ela abrindo o vidro do carro.— Foi um enorme prazer garota. — digo piscando um olho — Foi mesmo. — fecho a janela. Em resposta ela me mostra o dedo do meio.Por volta das três da tarde eu saio da minha clínica pra ir ver Robert. Quando entro em seu consultório, sua cara não é muito boa.— Oi Rob.Eu me sento e observo ele mexer em seu computador por alguns minutos. Nenhum dos dois fala nada. Será que ele está com raiva de mim pela piada antes do almoço? Deve ser isso. Ás vezes eu simplesmente passo do ponto. Depois de mais alguns minutos eu resolvo quebrar o silêncio.— Olha Rob, se está com essa ca
O taxi estaciona em frente à Universidade e eu saio para encontrar a secretária ainda com os pensamentos na cena de antes. Quando estou no corredor, vejo-a saindo da reitoria e abro um sorriso estendendo a mão pra ela. Faço meus procedimentos padrões de elogios e primeiras carícias para deixá-la no clima, apesar de parte da minha concentração estar em outra mulher. A porra da mulher do Robert. Tenho que contar a ele o que eu vi, ele tem que saber que a vadia da mulher dele está lhe pondo um belo par de chifres. Mas como farei isso? Se eu contar ele vai sofrer muito, mas seu eu não contar vou ficar com isso me corroendo por dentro. Pior, se ele descobrir por alguém e souber que eu não lhe disse nada, talvez ele não me perdoe. Eu preciso contar. Mas preciso falar com a puta antes de tudo.Sinto uma mão massageando minha perna. Olho para o lado e me lembro de que tenho companhia. Ela na certa está tentando chamar minha atenção já que me fechei como uma concha quando entrei no carro. Come
Os raios de sol entram pela janela de vidro da minha suíte e me fazem fechar os olhos com força para impedir a claridade de me “cegar”. É quarta-feira. Meio da semana. E eu estou morrendo de preguiça de levantar pra dar aula depois da farra de ontem com Robert e... Qual mesmo o nome dela? Ah pouco importa, mas ainda posso ouvir seus gemidos no meu ouvido quando a levei para a água e depois para a areia da praia onde fodemos por várias horas.“Bom dia Miami, 7:00 e vamos trazer a vocês o boletim do trânsito com meu colega Mar...”.Desligo o rádio e me levanto para mais um dia mesmo sem muito ânimo. Estou com uma dor de cabeça horrível graças à bebedeira de ontem. Vou para o banheiro e pego um analgésico em uma das gavetas. Olho-me no espelho e franzo a testa com a minha imagem. Estou um caos. Faço a barba e quando termino, entro na ducha e tomo um banho bem longo para deixar longe a cara horrível de ressaca que eu estou.Após me vestir vou à cozinha e preparo meu café da manhã. Não fiz
Duas aulas depois, eu saio da Universidade e vou até o lugar marcado. Ela já está lá e sorri quando me vê. Está vestida com uma blusa estilo vestido creme, saltos Jimmy Choo e cheia de acessórios combinando. Robert nunca mediu esforços para dar a ela tudo que quisesse. Pedimos a comida e minutos depois nos é servida. Até agora ninguém falou nada.Quando abro a boca para falar, jogo tudo o que eu vi na sua cara, interrompendo-a antes mesmo que ela dê desculpas esfarrapadas, mas ela se faz de ofendida e impulsos violentos vêm à minha mente por um breve momento. Agredir uma mulher é um erro irreparável, digno apenas dos piores covardes, mas juro que há certos momentos em que algumas... Melhor parar por aqui. Apenas falo a ela sobre minha intenção de contar tudo o que sei ao Robert, exigindo que ela seja ao menos decente e saia da vida dele sem machucá-lo ainda mais do que se machucará, mas a puta apenas ri na minha cara, dizendo que sabe o quanto o Robert a ama.Maldita mulher. Porém é c
Olho para baixo. O quarto não tem a mesma energia que tinha quando estivesse aqui no início da semana. Claramente ela não está mais aqui. A moça se aproxima de mim e parece querer falar alguma coisa, mas está relutante.— Olha gato, — ela fala afinal — fui eu quem encontrei a Ellen e a trouxe pra cá. Ela praticamente só falava comigo, mas eu não sei dizer por que ela partiu.Olho pra ela e por um minuto sinto inveja por ela ter ficado tanto tempo perto da Ellen e eu não estive aqui para vê-la nem ao menos uma vez.— Hoje de manhã eu falei com ela e ela parecia bem.— Ela nunca mencionou algo que pudesse fazer você suspeitar que ela não quisesse estar aqui? Nada que possa ter dado a entender isso?— Não. Na verdade, — ela franze a testa parecendo estar lembrando-se de alguma coisa — uma vez ela me disse que não era como nós. Não entrou em detalhes e eu não insisti.— O que ela quis dizer? — peço distraído.— Talvez que ela não fosse prostituta. — ela ri, dando de ombros.É. Mas então p
Já passa das sete da noite quando ligo para Robert na conferência de médicos onde ele está. Ele não atende a primeira chamada então ligo novamente. Mais uma vez sem resposta. Resolvo ligar mais tarde e aproveito pra ligar para Rachel pra me acertar sobre o pagamento referente à Ellen. Inicialmente, ela entende mal minha ligação a uma hora dessas, – Oh céus, quando vou ter uma mulher que não espere nada de mim? – mas logo que eu explico tudo, ela se irrita e nossa conversa é curta. Ela informa que terá a soma total dos gastos da Ellen amanhã e que me ligará de volta.Desligo e tento mais uma vez o Robert. Nenhuma resposta. Acho que estou sendo um incômodo. Ele deve estar bem ocupado e eu aqui enchendo o saco. Estou com tanto tédio. Ainda não são oito da noite e eu não tenho nada pra fazer. Porra é sábado. Eu deveria estar com uma gata ou duas por aí, mas ao invés disso estou em casa morto de tédio e sem a menor vontade de sair, o que é pior. Restrinjo-me a ver televisão ou acessar a int