Sabor da derrota

Giulia

O cheiro de álcool no ar me atinge antes mesmo de ver Gian Carlo entrar pela porta. Ele cambaleia, como um homem que perdeu a razão e o controle, o seu corpo exalando a mistura de whisky, desespero e derrota. Olho para ele e não posso deixar de me perguntar como chegamos até aqui. Cada passo que ele dá para dentro da sala é como uma martelada no meu peito, um peso que eu já não sei mais como carregar. Quando ele passa por mim, não digo nada. Não preciso. A loucura, a negação e a vergonha já estão escritos nas entrelinhas dessa nossa história.

— Vamos para o escritório, agora. — Minha voz sai fria, cortante, sem espaço para discussão. Pego-o pelo braço com força, quase arrastando-o, e ele me olha surpreso, como se tivesse se esquecido de quem eu sou e de quem ele é para mim. Ele vai, sem contestar, mas sua energia ainda está impregnada na agressividade do álcool que ele consumiu de forma descontrolada. Sento-o na cadeira do escritório e fico de pé diante dele, a raiva queimando
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