GiuliaMaria, surpresa, pega o buquê e o segura com as duas mãos, como se estivesse examinando uma obra de arte. Ela o aproxima do rosto, cheira as flores naturais com um sorriso tímido, quase encantado.E é exatamente nesse momento que Gian Carlo, sentado ao lado dela, a olha. Seus olhos fixam no buquê e depois voltam para o rosto de Maria, que percebe o olhar e tenta disfarçar o rubor nas bochechas.O salão explode em brincadeiras.— Ihhh, olha aí, hein! — alguém grita.— Esse buquê já encontrou o destino certo! — brinca outro.— Gian Carlo, é um sinal! — eu digo, provocando com um sorriso travesso.Ele dá uma risada baixa, mas não tira os olhos de Maria. É como se houvesse algo não dito no ar, algo que ninguém mais percebe além deles dois. Maria tenta devolver o buquê, mas alguém mais rápido intervém.— Nada disso, Maria! Você é a escolhida da noite!A situação vira o centro das atenções, e eu observo tudo com curiosidade. Há algo na forma como Gian Carlo a observa, como se o moment
VivianHoje é o meu dia. O dia em que entro em uma nova fase da minha vida, em que deixo para trás a Vivian que fui e me transformo em algo maior, em parte de algo maior. É impossível descrever em palavras tudo o que sinto neste momento. Meu coração está acelerado, minhas mãos um pouco trêmulas, mas, ao mesmo tempo, uma onda de felicidade e certeza toma conta de mim.Os últimos dias foram intensos, como uma montanha russa de emoções. Giulia assumiu a missão de me preparar para este momento. Não foi fácil, confesso. A tradição da máfia italiana tem um peso e uma profundidade que eu ainda estou aprendendo a entender, mas ela me guiou com paciência, determinação e, acima de tudo, amor.Cada ensinamento dela foi como um novo pedaço de um quebra-cabeça que agora faz sentido. As lições sobre lealdade, respeito, força e a importância da família ficaram gravadas em mim. Foram dias de reflexões profundas, mas também de momentos inesquecíveis. Entre risos, conselhos e até lágrimas, aprendi muito
Gian CarloEu a vejo pela primeira vez e meu mundo para. Maria. Meu coração dispara, meu corpo aquece, cada célula parece vibrar por ela. Linda não é suficiente para descrevê-la. É um tipo de beleza que não grita, mas que me prende e me domina. Seus olhos expressivos, límpidos, têm uma inocência que me desarma, mas ao mesmo tempo acende algo primal dentro de mim, me aproximo e digo:— Oi noivinha, você é linda, mais do que poderia imaginar, pego a sua mão e acaricio o seu rosto.Sua pele é macia, os lábios entreabertos como se carregassem segredos que só eu poderia descobrir.Me aproximo quase sem pensar, como se algo maior do que eu me puxasse. Minha mão roça de leve a dela, e ela estremece, pequena, tímida. Eu devia me conter, mas não consigo.— Você é maravilhosa! — deixo escapar, e ela baixa os olhos, corada. Isso só me faz querê-la mais.Sem perceber, estou mais perto, meu rosto a centímetros do dela. Ofereço a mão e ela aceita, a conduzo até um lugar seguro, o escritório do
MariaA festa está em plena animação, mas meu coração pulsa descompassado desde que cruzei os portões. O ambiente é luxuoso demais, as pessoas ao redor me olham como se eu fosse uma peça de decoração que não pertence àquele lugar. Sinto um nó na garganta, mas respiro fundo. Este é o meu novo mundo, pelo menos é o que todos dizem. Preciso me acostumar.De repente, ele aparece. Gian Carlo. Seus olhos encontram os meus e, por um momento, o tempo parece parar. Meu peito aperta, minha respiração falha. Nunca fui vista assim por ninguém, como se ele pudesse enxergar direto dentro de mim.— Oi, noivinha — ele diz, com um sorriso que me desconcerta. Suas palavras, tão diretas, me pegam de surpresa. Antes que eu consiga responder, ele segura minha mão e acaricia meu rosto com uma delicadeza que não esperava de um homem tão intenso.Meu coração dispara, e sinto um calor subir pelas minhas bochechas. Não sei como reagir. Nunca fui tocada assim, nunca ninguém se aproximou tanto. Cada gesto dele p
FelipeO dia finalmente chegou ao fim, mas minha mente ainda está girando com toda a emoção. A festa continua animada, as pessoas estão rindo, dançando e celebrando nosso casamento. No entanto, minha atenção está completamente voltada para Vivian. Ela está radiante, linda como nunca, e cada vez que a vejo sorrir, meu coração parece querer saltar do peito.Eu a puxo de lado, em um canto mais tranquilo, longe do barulho. Ela me olha curiosa, aquele brilho nos olhos que eu amo tanto. Sem dizer uma palavra, deslizo minha mão na dela e sussurro:— Vem comigo.Ela franze o cenho, intrigada, mas confia em mim. Caminhamos discretamente até a saída, atravessando o salão sem chamar atenção. Assim que estamos do lado de fora, o ar fresco da noite nos envolve. Há um carro já esperando, algo que planejei com cuidado para não levantar suspeitas.— Felipe, o que você está aprontando? — ela pergunta, a voz misturando curiosidade e diversão.Abro a porta do carro e, antes de responder, beijo a sua mão
FelipeEla olha ao redor, maravilhada.— Isso é ainda mais bonito do que eu imaginava.— Espere até ver a vista do nosso quarto. — digo, puxando-a para um táxi que já nos espera.Estamos começando nossa aventura, um momento só nosso, em um lugar onde nada pode nos alcançar. Aqui, prometo a mim mesmo, será o início de um capítulo inesquecível das nossas vidas.Entramos na suíte e, assim que a porta se fecha atrás de nós, Vivian solta um suspiro de admiração. A vista é de tirar o fôlego: grandes janelas de vidro que se abrem para uma varanda com vista para o mar. O azul do oceano se mistura ao dourado do sol que começa a se pôr, criando um espetáculo de cores que parece pintado à mão.Ela caminha até a varanda, deslizando os dedos pelo corrimão de madeira.— Felipe, isso é incrível. Eu nem sei o que dizer...Acompanho seus passos e a envolvo pela cintura, puxando-a para mais perto.— Não precisa dizer nada. Só quero que você aproveite cada segundo.Ela se vira para mim, os olhos brilhan
RafaelChegamos ontem do casamento de Vivian e Felipe e hoje já estou na ativa, dia de consulta médica e procedimentos, saio da clínica sentindo-me leve, como se cada sessão fosse não apenas um tratamento, mas também um recomeço. Respiro fundo enquanto caminho até o carro, apreciando o sol que aquece minha pele. Parece um daqueles dias em que tudo conspira a favor, em que a luta diária contra o câncer não parece tão pesada.Entro no carro, ligo o motor e deixo o ar-condicionado refrescar o ambiente. Enquanto dirijo em direção à minha casa, deixo os pensamentos vagarem. Os procedimentos de hoje foram tranquilos. A auto-hemoterapia e a ozonioterapia estão se tornando parte da minha rotina, quase como um ritual de fortalecimento. Cada gota de sangue reinjetada, cada molécula de ozônio parece dizer ao meu corpo: “Lute mais um pouco. Você está indo bem.”De repente, o toque do celular me traz de volta ao presente. Olho para o visor rapidamente enquanto pego o aparelho do banco do passageir
RafaelAssim que saio da boate, a mente está acelerada. Não consigo ignorar o que vi nas câmeras. Adolescentes circulando, olhares mal intencionados, movimentos que indicam algo errado. É como um sinal vermelho piscando, e sei que não posso deixar passar. A Luxor pertence à máfia, e quem controla sou eu. Isso significa que a responsabilidade também é minha.De volta a sala de conferências, começo a convocar quem preciso. A lista é clara na minha mente. Primeiro, Ramiro. Ele é direto e experiente. Apesar de termos nossas diferenças, em situações como essa ele é um trunfo.— Ramiro, quero você comigo nessa. Reunião na base em uma hora.Depois, Marcos.— Marcos, venha. Liam é o próximo.— Liam, prepare seu equipamento. Quero você monitorando tudo. E traga a Luana.Ligo para André, que atende no segundo toque.— André, preciso de você e da Lua aqui imediatamente.— Beatriz, preciso de você na sala de conferências.Por fim, chamo Robert, Rodrigo, Tobias, Lucas e Priscila.— Vocês cinco, s