Pressentimento?

Beatriz

Sirvo o almoço em silêncio, colocando o prato de Rafael à sua frente. Ele me observa com aquele olhar carinhoso de sempre, mas um sorriso discreto suaviza sua expressão. Sentamos juntos à mesa, o aroma do arroz com legumes e frango grelhado preenchendo a sala.

— Está delicioso, como sempre, Bia. — ele comenta entre uma garfada e outra.

Apenas sorrio, grata pelo elogio, mas a tensão no ar é palpável. Ele limpa a boca com o guardanapo e finalmente quebra o silêncio:

— Vou sair em uma missão agora à tarde. Volto à noite, fique tranquila, nada demais, nem perigoso, apenas algumas situações e definir logistica de algumas mercadorias.

— Não me espere para o jantar.

Minha vontade é de pedir para ele ficar, mas conheço a sua vida, suas responsabilidades. Apenas aceno em concordância, tentando esconder minha preocupação. Ele percebe, é claro, mas não comenta.

Quando ele termina, se levanta, me dá um beijo na testa e diz:

— Bia, toma cuidado!

— Me dá um beijo Rafa!

Levanto, dou a mão
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