Não me enche, Marcos

Beatriz

No dia seguinte...

O médico olha para mim com firmeza, mas com uma gentileza que só alguém acostumado com o sofrimento alheio poderia ter.

— Senhora Beatriz, precisamos que aguarde lá fora por algum tempo. — ele diz, e minha garganta já fecha.

— Vamos reavaliar o paciente e realizar alguns procedimentos importantes.

— Mas… — começo a falar, a voz trêmula, o coração batendo tão forte que parece querer rasgar meu peito.

— Eu prometi que não sairia daqui…

— Por favor — ele insiste, lançando um olhar sereno.

— Ele está bem assistido. É por pouco tempo.

Eu abro a boca para retrucar, mas então Mirna aparece, sempre com aquela postura calma, como se nada pudesse desestabilizá-la. Ela se aproxima e segura minhas mãos com firmeza.

— Beatriz, eu entendo o que você está sentindo — ela diz, olhando nos meus olhos.

— Mas você precisa ir para casa, ao menos tomar um banho e descansar. Já fazem muitas horas que você está aqui, e Rafael precisa que você esteja bem.

— Não, eu não posso… —
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