FelipeEla olha ao redor, maravilhada.— Isso é ainda mais bonito do que eu imaginava.— Espere até ver a vista do nosso quarto. — digo, puxando-a para um táxi que já nos espera.Estamos começando nossa aventura, um momento só nosso, em um lugar onde nada pode nos alcançar. Aqui, prometo a mim mesmo, será o início de um capítulo inesquecível das nossas vidas.Entramos na suíte e, assim que a porta se fecha atrás de nós, Vivian solta um suspiro de admiração. A vista é de tirar o fôlego: grandes janelas de vidro que se abrem para uma varanda com vista para o mar. O azul do oceano se mistura ao dourado do sol que começa a se pôr, criando um espetáculo de cores que parece pintado à mão.Ela caminha até a varanda, deslizando os dedos pelo corrimão de madeira.— Felipe, isso é incrível. Eu nem sei o que dizer...Acompanho seus passos e a envolvo pela cintura, puxando-a para mais perto.— Não precisa dizer nada. Só quero que você aproveite cada segundo.Ela se vira para mim, os olhos brilhan
RafaelChegamos ontem do casamento de Vivian e Felipe e hoje já estou na ativa, dia de consulta médica e procedimentos, saio da clínica sentindo-me leve, como se cada sessão fosse não apenas um tratamento, mas também um recomeço. Respiro fundo enquanto caminho até o carro, apreciando o sol que aquece minha pele. Parece um daqueles dias em que tudo conspira a favor, em que a luta diária contra o câncer não parece tão pesada.Entro no carro, ligo o motor e deixo o ar-condicionado refrescar o ambiente. Enquanto dirijo em direção à minha casa, deixo os pensamentos vagarem. Os procedimentos de hoje foram tranquilos. A auto-hemoterapia e a ozonioterapia estão se tornando parte da minha rotina, quase como um ritual de fortalecimento. Cada gota de sangue reinjetada, cada molécula de ozônio parece dizer ao meu corpo: “Lute mais um pouco. Você está indo bem.”De repente, o toque do celular me traz de volta ao presente. Olho para o visor rapidamente enquanto pego o aparelho do banco do passageir
RafaelAssim que saio da boate, a mente está acelerada. Não consigo ignorar o que vi nas câmeras. Adolescentes circulando, olhares mal intencionados, movimentos que indicam algo errado. É como um sinal vermelho piscando, e sei que não posso deixar passar. A Luxor pertence à máfia, e quem controla sou eu. Isso significa que a responsabilidade também é minha.De volta a sala de conferências, começo a convocar quem preciso. A lista é clara na minha mente. Primeiro, Ramiro. Ele é direto e experiente. Apesar de termos nossas diferenças, em situações como essa ele é um trunfo.— Ramiro, quero você comigo nessa. Reunião na base em uma hora.Depois, Marcos.— Marcos, venha. Liam é o próximo.— Liam, prepare seu equipamento. Quero você monitorando tudo. E traga a Luana.Ligo para André, que atende no segundo toque.— André, preciso de você e da Lua aqui imediatamente.— Beatriz, preciso de você na sala de conferências.Por fim, chamo Robert, Rodrigo, Tobias, Lucas e Priscila.— Vocês cinco, s
Rafael— E lembrem-se: qualquer coisa que saia do planejado, vocês recuam. Segurança de todos vem primeiro.Enquanto saímos para finalizar os preparativos, sinto o peso da responsabilidade, mas também a confiança na equipe que montei. Eles sabem o que fazer, e eu também. Amanhã, a Luxor será o palco de algo muito maior do que uma simples noite. Será o começo do fim para qualquer um que esteja explorando essas vidas jovens e inocentes.No dia seguinte, a tensão é palpável, a preparação está em andamento. Cada detalhe é revisado exaustivamente. Cada um de nós está focado em sua função, e a preparação para a operação na Luxor é meticulosa. Antes de sairmos, reúno todos na sala de reuniões para uma última conversa.— Hoje não é só mais um dia de trabalho. — começo, olhando para cada rosto à minha frente. — Estamos lidando com algo que vai além do que normalmente enfrentamos. Esses adolescentes podem não ter ninguém olhando por eles, mas agora nós somos quem vai garantir que saiam dessa.
Gian CarloEstou perdido. É a única palavra que me vem à mente enquanto olho para o teto do quarto, a luz fraca do abajur projetando sombras inquietas que parecem refletir o caos dentro de mim. Minhas mãos ainda carregam o calor dela, como se a lembrança tivesse se incrustado na minha pele. O que foi aquilo? Que força me levou a ultrapassar todos os limites que eu sabia que jamais deveria cruzar? Não sou assim com garotas da máfia ou, pelo menos, achava que não era.Maria. Seu nome dança na minha mente como uma melodia proibida. Lembro de cada detalhe, a forma como ela corou, as mãos hesitantes que não sabiam onde pousar, o sabor doce que ficou em meus lábios depois do nosso beijo. Um beijo que não deveria ter acontecido, que nunca deveria ter ido além do que foi. Mas foi. Sou capaz de ouvir os seus gemidos, posso sentir o seu gosto mais íntiimo. E agora estou aqui, lutando contra o desejo que não faz sentido algum e me atormenta como uma febre. Eu amo a Geisa desde o dia que os meus
BeatrizCercada por telas e equipamentos que nos conectam à boate Luxor. Ao meu lado, Liam está concentrado no laptop, os dedos voando sobre o teclado enquanto monitora as câmeras. Marcos, sempre vigilante, mantém os braços cruzados, os olhos fixos em uma das telas. Cristian e Teresa estão atentos, prontos para qualquer orientação que eu precise dar. Ramiro, ao meu lado, revisa os perfis que identificamos como potenciais aliciadores.Na boate, o jogo começa. Lua e Luana, com suas roupas escolhidas estrategicamente para atrair atenção, parecem exatamente o que os predadores estão procurando. Maquiagem leve, o suficiente para destacar, mas ainda passarem como adolescentes. Robert e Rodrigo complementam o grupo, agindo como amigos despreocupados e protetores.— Ponto eletrônico funcionando? — pergunto pelo rádio, mantendo a voz firme, mas baixa.— Perfeito. — responde Tobias, que está posicionado em um dos cantos da boate, disfarçado de segurança.— Áudio limpo. — confirma Lucas, do lado
Gian CarloO cheiro de tinta fresca ainda está na minha roupa quando atravesso a porta do apartamento, exausto de um dia que pareceu durar uma vida inteira. Entre os projetos na construtora e os assuntos obscuros na sede da máfia, mal tive tempo de respirar. Mas nada disso importa quando encontro Geisa no sofá, me esperando com aquele olhar que mistura amor e cobrança. Eu deveria pedir que ela saísse, cumprir a ordem de minha mãe, mas não consigo. E talvez seja covardia, ou talvez seja a forma como ela me toca, me faz esquecer de tudo... pelo menos até que suas cobranças sobre meu noivado com Maria começam, trazendo à tona tudo que quero evitar.A discussão é inevitável, os nossos ânimos se exaltam e, incapaz de suportar a tensão, deixo o apartamento e uma Geisa que até então desconhecia. Dirijo em silêncio até a mansão, buscando na solidão de meu quarto e o descanso que o dia me negou. Mas assim que entro na sala de jantar, sou surpreendido por uma cena que desarma todo o meu cansaço
FelipeA tarde começa com um passeio pela praia do Sancho. A areia é tão branca que quase machuca os olhos, e a água cristalina revela cada pedrinha e peixe que passa. Caminhamos descalços, com as ondas lambendo nossos pés. Às vezes, paramos para observar tartarugas nadando perto da costa.— Você acha que dá pra ficar mais bonito que isso? — pergunta ela, encantada.— Não sei... Acho que você competindo com a paisagem deixa tudo mais equilibrado — respondo, arrancando dela uma risada gostosa.Depois do pôr do sol, que pintou o céu com tons de laranja e rosa, voltamos para o hotel. Um jantar foi preparado para nós, frutos do mar frescos, acompanhados de um vinho branco gelado. Vívian está linda, com um vestido leve que dança com o vento. Conversamos e rimos, sem perceber o tempo passar.— Sabe, eu esperei muito por isso. — ela diz, segurando minha mão sobre a mesa.— Eu também. E prometo que cada momento será especial.Os dias seguintes são uma mistura de aventura e tranquilidade. Expl