Rafael— E lembrem-se: qualquer coisa que saia do planejado, vocês recuam. Segurança de todos vem primeiro.Enquanto saímos para finalizar os preparativos, sinto o peso da responsabilidade, mas também a confiança na equipe que montei. Eles sabem o que fazer, e eu também. Amanhã, a Luxor será o palco de algo muito maior do que uma simples noite. Será o começo do fim para qualquer um que esteja explorando essas vidas jovens e inocentes.No dia seguinte, a tensão é palpável, a preparação está em andamento. Cada detalhe é revisado exaustivamente. Cada um de nós está focado em sua função, e a preparação para a operação na Luxor é meticulosa. Antes de sairmos, reúno todos na sala de reuniões para uma última conversa.— Hoje não é só mais um dia de trabalho. — começo, olhando para cada rosto à minha frente. — Estamos lidando com algo que vai além do que normalmente enfrentamos. Esses adolescentes podem não ter ninguém olhando por eles, mas agora nós somos quem vai garantir que saiam dessa.
Gian CarloEstou perdido. É a única palavra que me vem à mente enquanto olho para o teto do quarto, a luz fraca do abajur projetando sombras inquietas que parecem refletir o caos dentro de mim. Minhas mãos ainda carregam o calor dela, como se a lembrança tivesse se incrustado na minha pele. O que foi aquilo? Que força me levou a ultrapassar todos os limites que eu sabia que jamais deveria cruzar? Não sou assim com garotas da máfia ou, pelo menos, achava que não era.Maria. Seu nome dança na minha mente como uma melodia proibida. Lembro de cada detalhe, a forma como ela corou, as mãos hesitantes que não sabiam onde pousar, o sabor doce que ficou em meus lábios depois do nosso beijo. Um beijo que não deveria ter acontecido, que nunca deveria ter ido além do que foi. Mas foi. Sou capaz de ouvir os seus gemidos, posso sentir o seu gosto mais íntiimo. E agora estou aqui, lutando contra o desejo que não faz sentido algum e me atormenta como uma febre. Eu amo a Geisa desde o dia que os meus
BeatrizCercada por telas e equipamentos que nos conectam à boate Luxor. Ao meu lado, Liam está concentrado no laptop, os dedos voando sobre o teclado enquanto monitora as câmeras. Marcos, sempre vigilante, mantém os braços cruzados, os olhos fixos em uma das telas. Cristian e Teresa estão atentos, prontos para qualquer orientação que eu precise dar. Ramiro, ao meu lado, revisa os perfis que identificamos como potenciais aliciadores.Na boate, o jogo começa. Lua e Luana, com suas roupas escolhidas estrategicamente para atrair atenção, parecem exatamente o que os predadores estão procurando. Maquiagem leve, o suficiente para destacar, mas ainda passarem como adolescentes. Robert e Rodrigo complementam o grupo, agindo como amigos despreocupados e protetores.— Ponto eletrônico funcionando? — pergunto pelo rádio, mantendo a voz firme, mas baixa.— Perfeito. — responde Tobias, que está posicionado em um dos cantos da boate, disfarçado de segurança.— Áudio limpo. — confirma Lucas, do lado
Gian CarloO cheiro de tinta fresca ainda está na minha roupa quando atravesso a porta do apartamento, exausto de um dia que pareceu durar uma vida inteira. Entre os projetos na construtora e os assuntos obscuros na sede da máfia, mal tive tempo de respirar. Mas nada disso importa quando encontro Geisa no sofá, me esperando com aquele olhar que mistura amor e cobrança. Eu deveria pedir que ela saísse, cumprir a ordem de minha mãe, mas não consigo. E talvez seja covardia, ou talvez seja a forma como ela me toca, me faz esquecer de tudo... pelo menos até que suas cobranças sobre meu noivado com Maria começam, trazendo à tona tudo que quero evitar.A discussão é inevitável, os nossos ânimos se exaltam e, incapaz de suportar a tensão, deixo o apartamento e uma Geisa que até então desconhecia. Dirijo em silêncio até a mansão, buscando na solidão de meu quarto e o descanso que o dia me negou. Mas assim que entro na sala de jantar, sou surpreendido por uma cena que desarma todo o meu cansaço
FelipeA tarde começa com um passeio pela praia do Sancho. A areia é tão branca que quase machuca os olhos, e a água cristalina revela cada pedrinha e peixe que passa. Caminhamos descalços, com as ondas lambendo nossos pés. Às vezes, paramos para observar tartarugas nadando perto da costa.— Você acha que dá pra ficar mais bonito que isso? — pergunta ela, encantada.— Não sei... Acho que você competindo com a paisagem deixa tudo mais equilibrado — respondo, arrancando dela uma risada gostosa.Depois do pôr do sol, que pintou o céu com tons de laranja e rosa, voltamos para o hotel. Um jantar foi preparado para nós, frutos do mar frescos, acompanhados de um vinho branco gelado. Vívian está linda, com um vestido leve que dança com o vento. Conversamos e rimos, sem perceber o tempo passar.— Sabe, eu esperei muito por isso. — ela diz, segurando minha mão sobre a mesa.— Eu também. E prometo que cada momento será especial.Os dias seguintes são uma mistura de aventura e tranquilidade. Expl
BeatrizCom os olhos fixos nas telas, vejo cada ângulo da boate. A iluminação intermitente e a música alta não me distraem; meu foco está totalmente nos movimentos de Lua, Luana, Robert e Rodrigo. Eles estão perfeitamente no papel, rindo, brincando e agindo exatamente como adolescentes deslumbrados pela atmosfera proibida de um lugar como esse.No canto da tela, vejo os dois aliciadores se aproximarem mais uma vez. Os homens falam algo, gesticulando casualmente, enquanto piscam o olho para Lua e Luana. É o momento que esperávamos. Aperto os fones de ouvido e escuto o diálogo filtrado pelos microfones escondidos.— Qualquer coisa, me liguem, tá? Tem muita oportunidade pra garotas lindas como vocês, — diz um deles, com um sorriso falso e condescendente.Lua finge um riso nervoso e olha para Luana, que interpreta perfeitamente o papel de uma menina insegura, mas curiosa.— Obrigada! Vamos pensar — responde Lua, girando o cartão entre os dedos.Assim que os aliciadores se afastam, os quat
JohnTudo começa de forma casual, quase despretensiosa. Estamos na sala de estar, quando Giulia, com aquele jeito calculado que só ela tem, sugere que Maria faça algo para se movimentar, aliviar o estresse. A ideia de uma aula de Pilates surge como um lampejo e, antes que eu possa processar, Maria, com sua inocência desarmante, transforma a sugestão em um convite coletivo.— Por que não chamamos todos? — ela diz, o rosto iluminado de entusiasmo. — Os empregados, os soldados... Todo mundo pode participar!Há um instante de silêncio. A proposta dela é tão fora do comum que até os seguranças, espalhados pela casa, trocam olhares hesitantes, como se não tivessem certeza se ouviram direito. Giulia, no entanto, sorri de canto, aquele sorriso que mistura autoridade e um toque de diversão.— Por mim, tudo bem. Mas terá que ser em turmas. Não podemos deixar a segurança vulnerável.O murmúrio de aprovação é instantâneo, e Maria, sempre prática, já começa a organizar as coisas. Ela não percebe
FelipeA manhã começa preguiçosa e tranquila. Decidimos aproveitar o último dia antes de arrumar as malas relaxando na piscina do hotel. A água está morna e cristalina, e o sol brilha intensamente, mas uma brisa suave ameniza o calor. Vívian está usando um biquíni branco que contrasta lindamente com a pele dela bem bronzeada, e eu não consigo desviar o olhar.— O que foi? — ela pergunta, percebendo o meu olhar.— Só estou admirando a paisagem.Ela revira os olhos, mas um sorriso se forma nos lábios.— Você tem resposta para tudo, não é?— Só para você.Ela ri e me puxa pela mão para a água. Nadamos, rimos e brincamos como se o mundo fosse só nosso. Às vezes, eu me pego pensando em como a vida seria sem ela, e a única conclusão que consigo alcançar é que seria incompleta.Depois de um tempo, decidimos almoçar no restaurante do hotel. A refeição é simples, mas deliciosa: peixes frescos, salada e suco de frutas tropicais. Conversamos sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo, apenas aprovei