Desabafando
Rafael

Estou sentado na varanda, olhando para o céu que lentamente ganha tons alaranjados com o pôr do sol. Beatriz está lá dentro, rindo de algo com Priscila, e a risada dela ecoa pela casa, tão leve e cheia de vida que quase me faz esquecer o peso que carrego no peito. Quase.

Ela carrega o meu filho, e isso é ao mesmo tempo a maior felicidade e a maior angústia da minha vida. Um pensamento me assombra, o que acontecerá com ele ou ela quando eu não estiver mais aqui?

Giulia... ela, de certa forma, já tem alguém, ela tem um pai vivo, um pilar em quem pode se apoiar quando tudo parecer desmoronar. Mas e o meu filho? Ele será tão pequeno, tão indefeso. Não consigo evitar essa sensação esmagadora de que, por mais que eu queira, nunca conseguirei estar presente o suficiente para ele.

Pego o celular e, quase sem pensar, disco o número de Othon. Ele atende no segundo toque, a voz grave carregada de um tom de zombaria habitual.

— Rafael, meu velho amigo, lembrou da minha existência?

— Precis
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