Pierre olhou para mim, a preocupação evidente em seus olhos.— O que aconteceu?Eu balancei a cabeça, olhando para baixo. Eles estavam aqui. Eles estavam transando aqui. Frederich e Shelly eram o meu pior pesadelo. Eles poderiam fazer qualquer coisa e tinham dito isso um milhão de vezes. Eu sabia o que eles queriam, mas eu não era estúpida. Eu não estava disposta a assinar o meu próprio atestado de morte.— Jennifer. — Pierre disse com firmeza, fazendo-me olhar para ele.— Precisamos sair. — Eu murmurei. — Eu não sei para onde. Frederich e Shelly...— Frederich e Shelly? Quem são eles? — Pierre perguntou, franzindo a testa. Ele pegou o telefone e apertou alguns botões. Eu assisti entorpecida quando ele pressionou o telefone ao ouvido.— Adrian, o que você disse a ela? — Pierre perguntou com raiva vazando da sua voz. — Que porra é essa?... Ok, bem... Vou levá-la para o meu hotel... Mas é melhor você me explicar essa porra amanhã.Pierre olhou para mim com preocupação e disse: — Vamos t
Há algumas coisas na vida que não importa o quanto você tente, você não quer aceitar. Nós sabemos que é verdade, mas a apreensão não nos deixa acreditar. A possibilidade de ser algo tão horrível, que apenas pensar que pode ser real é inaceitável, nos assusta. E agora, olhando para Pierre, eu sabia que ele estava digerindo mal esta notícia. Não é todos os dias que a simples dona de um café pequeno, diz que ela é herdeira de uma empresa de bilhões de dólares.Pierre olhou para mim como se eu tivesse acabado de falar aramaico. Olhei para Adrian, que parecia tão nervoso quanto eu me sentia. Ele andou ao redor da sala e eu apenas olhava para o chão, desejando que um buraco se abrisse e me engolisse. De repente, a idéia de fugir daqui não me pareceu tão ruim.— Você é filha de Frederich e Shelly Harrison? — Pierre finalmente estourou, uma acusação subjacente em sua voz.— Sim. — Eu respondi, quase me dando tapinhas nas costas porque minha voz saiu forte.— Tem certeza? — Pierre perguntou e
— É claro. — Disse ele, um pouco à força. — Eu tinha negócios, então eu fiquei no hotel. Eu não sei onde Adrian está... Jennifer também, mama... Sim, eu vou chamá-lo e informá-lo se souber... Sim, mama... — Então a expressão dele mudou para horrorizada, o que pareceu um pouco cômico. — Ti amo troppo, mama.Assim que Pierre cortou a chamada, Adrian começou a rir. Pierre olhou para ele, e eu mordi meu lábio e minhas bochechas para não rir também. O olhar horrorizado no rosto de Pierre estava muito engraçado. Um riso irrompeu de meus lábios sem querer e Pierre virou seu olhar penetrante para mim. Seu rosto passou de estóico para suave em um milissegundo, deixando-me surpreendida.—O que aconteceu então? — Pierre pediu.— Jenny perguntou aos seus pais. — Adrian respondeu por mim. — Na verdade, ela os confrontou. E seus pais lhe disseram que tudo o que Frederich estava falando era verdade. Eles eram incapazes de ter filhos e a maioria das adoções que tentaram não deu certo. Quando eles est
— Respire fundo, cara. — Pierre murmurou quando chegamos à mansão Lawrence.Nossas mãos estavam entrelaçadas sobre o console, e eu olhei para ele, medo evidente em meus olhos. Os olhos escuros de Pierre perfuraram os meus.— Eu estarei com você. E meu irmão idiota também. — Eu esbocei um pequeno sorriso, tirando o cinto de segurança e saindo do carro. Pierre fez uma careta, mas logo o substituiu por um olhar vazio que eu já reconhecia. E odiava.Enquanto caminhávamos para a casa, uma cena que parecia saída de um filme nos cumprimentou. Marta e Shelly estavam rindo e bebendo vinho, e uma parte de mim se perguntou quem em seu juízo perfeito iria beber vinho às 11 da manhã. Eram todos risos falsos, sem dúvida, avaliando uma à outra. Uma risada estridente me tirou dos meus devaneios. Eu queria correr para fora da porta que eu tinha acabado de entrar completamente.— Ciao, mama. — Pierre cumprimentou e os olhos das duas mulheres subiram para nós. Shelly avaliou Pierre e sob o seu olhar gel
O passado de Pierre? Olhei para Adrian, curiosamente, esperando que ele dissesse alguma coisa. Qualquer coisa. Eu estaria mentindo se dissesse que não estava curiosa sobre o passado de Pierre. Eu queria saber.— E? — Eu solicitei quando ele se recusou a dizer qualquer coisa. Entramos no carro e Adrian começou a dirigir enquanto eu esperava por respostas. Adrian me lançou um olhar irritado por causa da minha insistência.— Eu não posso te dizer, Jenny. Pierre me mataria se soubesse.Eu balancei a cabeça. Nós dirigimos em silêncio até que o Adrian falou novamente.— Então... Você conhece o Dylan, certo?Eu levantei minhas sobrancelhas.— Sim, ele trabalha em frente ao meu café. O que tem ele?— Ele é gay. — Afirmou Adrian.— Eu sei. — Eu respondi rapidamente, não sabendo aonde isso ia.— E... — Adrian parou antes de continuar. — Ele me chamou para sair. — Ele completou baixinho.— O que?Adrian respirou fundo antes de repetir a frase. Mais alto dessa vez.— Ele me chamou para sair.Minh
Virei-me e sorri para ele, balançando a cabeça. Quando eu estava caminhando para fora uma imagem chamou a atenção. Ela estava caída por trás da pequena mesa, parecendo velha e desbotada.Olhei para a foto na minha mão, a menina era linda. Ela tinha longos cabelos negros, olhos brilhantes e um sorriso despreocupado. Ela não parecia ter mais do que dezesseis anos.— Quem é? — Perguntei a Adrian, agitando a foto para ele.Adrian franziu a testa, pegando a foto de mim.— Onde você encontrou isso?— Perto da mesa. — Eu apontei para o local e Adrian olhou para mim.— Por que você a pegou? — Olhei para ele im surpresa. Ele estava louco? Comigo? Por quê? — Ela não é ninguém importante. Vamos.— Adrian... — Eu comecei a dizer, mas ele me cortou.— Deixe isso pra lá.Realização ocorreu-me. Era isso. O passado de Pierre. Era esta menina. Olhei para Adrian com os olhos arregalados.— É ela, não é?— O quê? — Adrian perguntou, fingindo que não me ouviu. Eu sabia que ele estava tentando esconder al
Insônia? Olhei para Pierre em estado de choque, engolindo. Eu fiquei sem palavras. O que você fala quando alguém lhe diz que tem insônia? Rir dele não era realmente uma opção, nem perguntar se ele estava bem, eu acho.— Uh... — Gaguejei. — Eu preciso ir.Sem esperar por ele para responder, eu fugi para o quarto. Fui covarde, eu sei disso, mas eu não seria capaz de dizer qualquer coisa. E eu era uma especialista em fugir.A primeira coisa que fiz quando cheguei ao meu foi pegar o meu laptop e digitar insônia na caixa de busca.“Insônia é um distúrbio do sono em que há uma incapacidade de adormecer ou permanecer dormindo por um longo tempo. Enquanto o termo é por vezes usado para descrever um distúrbio demonstrado por provas polissonográficas de sono perturbado, este distúrbio do sono é muitas vezes praticamente definida como uma resposta positiva...”— Você poderia ter apenas me pedido para lhe dizer o que é insônia.Eu pulei quando ouvi a voz de Pierre trás de mim.Virei-me com a minh
Uma pequena risada escapou dos meus lábios. — Eu não posso acreditar que você acabou de dizer isso.— Bem, eu disse. — Pierre sorriu, e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, seus lábios desceram e encontraram os meus. Instantaneamente, minhas mãos encontraram o caminho para o seu cabelo incrivelmente macio, puxando e puxando para mais perto de mim.Eu gemi quando sua língua encontrou a minha, me dominando. Eu não era uma pessoa facilmente dominada, mas, de alguma forma, com o Pierre eu gostava de perder o controle. Ele me fazia querer perder o controle. Ele me fazia querê-lo como eu nunca quis ninguém na minha vida.— Oh... Pierre. — Eu disse quando seus lábios desceram para o meu pescoço, me fazendo arquear as costas, querendo que ele me levasse completamente.Ele mordiscou meu pescoço, chupando-o, fazendo-me perder os últimos fios de autocontrole que eu tinha. Minhas mãos trabalharam para desabotoar a sua camisa, e eu espalhei a palma da minha mão em seu peito, sentindo o contorn