Fiquei totalmente atordoada com o que Pierre me disse. Arianna estava morta?— Arianna? — Minha voz era um mero sussurro.— Esqueça isso. Nem sei por que falei. — a voz de Pierre parecia fria e distante, apesar de seus olhos dizerem outra coisa.— Não, você deve me contar sobre o que aconteceu com a Arianna.Pierre apenas levantou as sobrancelhas.— Não há nada a dizer.— Pierre...— Você não queria dormir? Vá dormir então. Vou ligar para o Adrian.— Aonde você vai? — Eu odiava o fato de ele ter erguido um muro e colocado sua armadura novamente apenas com a menção ao seu passado.— Eu tenho trabalho para terminar. Eu não vou poder trabalhar aonde vamos, então...— Eu estou de luto. — Fiz uma cara triste, pensando que talvez ele fosse ceder. Também porque não queria mais ir dormir sozinha. Se ele não ia falar sobre Arianna, pelo menos podia ficar comigo até eu adormecer. Pelo menos assim, eu não ficaria rolando na cama pensando no Scott.— Você não está de luto. Você está se culpando p
— Jennifer, já chegamos.— E daí? — Eu virei o rosto para o outro lado da poltrona.— Você vai precisar de se levantar, querida.Abri meus olhos para ver seu lindo rosto sorrindo para mim, mas também um pouco de preocupação.— Vamos.Eu me sentei, penteei o cabelo com os dedos e fiz um rabo de cavalo.Ele pegou minha mão e nós saímos do jatinho. O ambiente era úmido e eu não reconheci. Então vi a placa no aeroporto.— Bali?Pierre sorriu. — Nada como a praia e o sol para fazer você se sentir melhor.Eu sorri, inclinando-me para beijá-lo. — Obrigada.O percurso até o hotel foi em silêncio, nós dois perdidos em nossos pensamentos. Eu sabia que ele estava pensando em Arianna. E eu estava pensando sobre essa história.Assim que nos instalamos, Pierre pediu serviço de quarto. Eu não queria comer fora, e foi muita gentileza dele perceber isso.— Você falou com seus pais? — senti a necessidade de falar, para quebrar o silêncio entre nós.— Falei. — ele parecia um pouco divertido com essa per
Eu não sabia muito o que dizer ao Pierre enquanto o mantinha em meus braços, mas eu queria curá-lo. Ficamos tanto tempo juntos, apenas abraçando um ao outro, que esquecemos a comida. E quando fomos para a cama, eu não consegui pregar o olho. A intensidade da situação que ele me contou ainda pesava sobre mim.Cansada de ficar rolando de um lado para o outro, e não querendo acordá-lo, pois sabia que momentos de sono tranquilo como ele estava tendo eram raros, eu calmamente escorreguei para fora dos lençóis e saí do quarto em direção à praia.Os grãos de areia penetraram meus pés enquanto eu andava. O único barulho que dava para ouvir era o das ondas e eu não poderia ser mais grata. Eu queria espairecer um pouco e aquilo era um calmante natural. A praia parecia mais bonita do que quando chegamos, com apenas o luar e as luzes do hotel refletindo na água.Agora eu entendia a aversão de Pierre à mãe e o motivo de Adrian parecer ser o queridinho dela. Ele tinha motivos para odiá-la. Mesmo a
— Acorde, dorminhoca.Ouvi um barulho longe.— Eei. Acorde.Senti beijos suaves nas minhas costas.— Você vai mesmo querer ficar na cama com o dia que eu preparei para nós?Dentes começaram a brincar com a minha orelha. Mãos apalparam minha bunda e, em seguida, meus seios. Ok, agora eu estava muito acordada.— Huuum.— Até que enfim alguma resposta.E antão, as mãos sumiram.— Não era para você parar. — eu resmunguei.— Eu adoraria começar o dia com sexo, mas teremos um dia cheio. — Pierre riu, um som rouco e baixo. — Mas o que acha de adiarmos para o fim do dia e início da noite? Se tudo sair bem, espero estar dentro de você antes das nove.Virei a cabeça para trás e vi um pequeno sorriso travesso em seus lábios.— Pierre Lawrence, o que você está aprontando?— Levante-se. — ele respondeu apenas. Deu um beijo na minha testa e saiu da cama.Eu me alonguei ainda sob os lençóis e resolvi descobrir o que ele estava fazendo. Tomei um banho rápido e fui encontrá-lo na varanda do quarto. A
Pierre ficou olhando para mim com expectativa. Eu estava com os olhos marejados e minhas palavras ficaram presas na garganta. Nem se eu quisesse, poderia dizer não. Sinceramente, quando conheci Pierre nunca imaginei, nem mesmo em meus melhores sonhos, que ele seria meu marido. E aqui estava ele agora, esperando uma resposta que com certeza estava clara no meu rosto como a lua lá fora.— Sim.Ele soltou um suspiro audível. Eu ri e afastei as lágrimas com as costas das mãos, em seguida, ele foi até a mesinha, abriu a caixinha e se ajoelhou.— Jennifer Kingsley Harrison, é uma enorme honra fazer de você minha noiva. Obrigada por aceitar fazer da minha vida uma vida mais feliz.Ele pôs o anel no meu dedo, se levantou e me puxou para si. Colamos nossos lábios e caminhamos até a cama.— Por que não me deixa colocar a lingerie daquela arara ali? — perguntei contra sua boca, enquanto ele me beijava.— Podemos pular essa parte. — ele enfiou as mãos pelas minhas costas e desabotoou meu sutiã. —
— Você vai se casar. — A voz de Adrian estava atordoada. Como se ele não soubesse de antemão, ou como se ele tivesse acabado de ouvir sobre isso.Eu levantei minhas sobrancelhas.— Por isso que estamos aqui, e eu estou em um vestido de casamento.— Merda. Você vai mesmo se casar. — ele repetiu.Eu franzi a testa e estava quase perguntando se ele ainda estava de ressaca, mas então ele falou novamente.— Você deveria continuar sendo uma solteirona cheia de gatos.— Eu odeio gatos, Adrian. — Eu ri para ele.— Ainda assim. Quem é estúpido o suficiente para se casar com você?— Seu irmão. Pare de bancar a cadela recalcada no meu casamento.— Eu não estou sendo recalcada. — Adrian sorriu para mim e depois me abraçou. — Você está linda. Meu irmão não vai saber o que o atingiu. Mas admito que estou com um pouquinho de inveja por você se casar e eu não.— Quem sabe você não consegue arrastar o Dylan para uma capelinha aqui em Vegas. Ele já descansou da viagem?Dylan não veio para Vegas conosco
Calma, Jennifer. Lembre-se de respirar. Você tem tempo. Eu repetia para mim mesma o tempo todo. O problema é que é difícil se concentrar nessas coisas quando você está sentindo uma dor horrível que parece que vai arrancar uma parte do seu corpo.— Eu estou aqui, cara.A voz calma e tranquilizadora do Pierre também não estava ajudando. Eu sabia que era para ser reconfortante, mas se ele dissesse isso mais uma vez, eu jogaria a primeira coisa que minha mão alcançasse na cabeça dele.Adrian estava dirigindo como um louco pela rua e eu não aguentava mais. Eu queria entrar logo na sala de cirurgia. Eu tinha sido teimosa e esperado até o último minuto, aparentemente. Se eu tivesse resolvido ir ao hospital na noite anterior, não estaríamos xingando motoristas lentos ou furando sinais ao meio dia.— Adrian, acelera mais. Ela está esmagando minha mão. — Pierre disse com a voz sofrida. Eu tinha pegado sua mão na hora em que entrei no carro e ela já devia estar branca por causa da minha pressão.
— Jenny, ursinha! — Eu ouvi um grito alto e gemi interiormente.Me virei e olhei para o meu o melhor amigo, Adrian, que sempre pensou que poderia vir quando bem quisesse ao meu café.— Sim, Adrian? — Eu perguntei sarcasticamente, sabendo que ele estava ali, provavelmente, porque tinha dado uma pausa no trabalho e queria me irritar. Eu não queria ser rude, ele era meu melhor amigo, afinal de contas, mas às vezes ele era um chato de galochas.— Eu estou fazendo aquela lasanha que você adora hoje. — Ele sorriu, mas eu vi algo em seus olhos. E realmente não pude saber de primeira o que era.— Qual é a ocasião? — Eu perguntei, guardando alguns arquivos.Adrian desviou o olhar desconfortavelmente. Ele era, provavelmente, o cara mais fácil de conviver com o qual eu me deparei. Havia alguma coisa sobre o Adrian que me atraiu quase que instantaneamente. Era impossível não gostar dele. Ele era lindo, realmente lindo. Com sua linhagem meio francesa, meio italiana, ele definitivamente atraía os o