Olhei para Pierre com os olhos arregalados. Oh meu Deus. Eu não podia acreditar no que tinha acontecido ali. Eu o empurrei e rapidamente escondi o meu corpo nu com as cobertas. Pierre olhou para mim como um predador, com um brilho selvagem nos olhos.— Você precisa sair. — Eu disse.— Eu não estou indo a lugar nenhum.Suspirei. — Isto foi só uma vez. Um lapso de bom senso da minha parte. Estou com Adrian. Eu não posso fazer isso.Dizer que Pierre parecia zangado seria o eufemismo do século. Ele parecia absolutamente furioso.— Você não estava pensando nele quando estava gemendo o meu nome.Um rubor escuro cobriu meu rosto e eu olhei para ele hesitante. Pierre sorriu, mas eu vi o aborrecimento e frustração em seus olhos e no seu rosto.— Se vista. — Ele ordenou. — Nós estamos indo para algum lugar.Olhei para ele com espanto.— O que?— Se vista. — Ele repetiu. — Eu quero você fora dessa cama nos próximos cinco minutos.Como ele ousa?! Fiquei furiosa como ninguém que ele nem sequer me d
Eu ouvi a emoção em sua voz e, embora eu não soubesse onde estávamos, a emoção escoou através de mim também. Eu sorri enquanto saíamos do carro. Então olhei para o edifício na minha frente. Era algo como um cruzamento entre uma igreja e uma casa normal. Os jardins foram impecavelmente mantidos e eu podia ouvir uma tagarelice baixa em seu interior.Pierre caminhou para mim e apertou minha mão na sua. Minha respiração engatou, e eu olhei para baixo onde nossos dedos estavam entrelaçados.— Aqui é uma igreja? — Eu perguntei, enquanto caminhávamos para o lugar.— De certa forma. — Pierre respondeu vagamente, me fazendo ficar de cara feia. Eu escolhi não responder, ao invés disso, quis apenas esperar para ver o que era.Assim que entramos no prédio, ouvi gritos coletivos. — Pierre!Olhei para as 20 crianças correndo em direção a nós. Pierre riu e se abaixou, abrindo os braços para as crianças. Eu tinha certeza que meu maxilar estava no chão. As crianças lutavam pela atenção de Pierre, e eu
Nós dirigimos para a mansão Lawrence em silêncio. Eu não sabia o que dizer, como fazer com que o humor do Pierre melhorasse. Foi claramente óbvio para mim que Andreas estava perto demais do coração de Pierre, ele o amava como um filho. E Andreas tinha apenas dois meses de vida daqui para frente. Será se isso seria o melhor para o pobre garoto? Será se isso significa que você tem que se preparar para a tristeza que está prestes a entrar em sua vida? Será se o fato de que alguém próximo ao seu coração vai morrer, mas terá paz, torna tudo menos doloroso?Eu olhei para fora da janela, perdida em meus pensamentos. Uma sensação de calor passou por mim e eu me virei para ver Pierre apertando a minha mão sobre o console do carro. E ele nem sequer pareceu notar isso. Um pequeno rubor cobriu minhas bochechas, mas eu apenas encolhi os ombros. Eu gostei muito que Pierre me procurou para o conforto. De alguma forma, em alguma fodido forma, isso me fez sentir quase especial para ele.— Eu nunca dis
Pierre olhou para mim, a preocupação evidente em seus olhos.— O que aconteceu?Eu balancei a cabeça, olhando para baixo. Eles estavam aqui. Eles estavam transando aqui. Frederich e Shelly eram o meu pior pesadelo. Eles poderiam fazer qualquer coisa e tinham dito isso um milhão de vezes. Eu sabia o que eles queriam, mas eu não era estúpida. Eu não estava disposta a assinar o meu próprio atestado de morte.— Jennifer. — Pierre disse com firmeza, fazendo-me olhar para ele.— Precisamos sair. — Eu murmurei. — Eu não sei para onde. Frederich e Shelly...— Frederich e Shelly? Quem são eles? — Pierre perguntou, franzindo a testa. Ele pegou o telefone e apertou alguns botões. Eu assisti entorpecida quando ele pressionou o telefone ao ouvido.— Adrian, o que você disse a ela? — Pierre perguntou com raiva vazando da sua voz. — Que porra é essa?... Ok, bem... Vou levá-la para o meu hotel... Mas é melhor você me explicar essa porra amanhã.Pierre olhou para mim com preocupação e disse: — Vamos t
Há algumas coisas na vida que não importa o quanto você tente, você não quer aceitar. Nós sabemos que é verdade, mas a apreensão não nos deixa acreditar. A possibilidade de ser algo tão horrível, que apenas pensar que pode ser real é inaceitável, nos assusta. E agora, olhando para Pierre, eu sabia que ele estava digerindo mal esta notícia. Não é todos os dias que a simples dona de um café pequeno, diz que ela é herdeira de uma empresa de bilhões de dólares.Pierre olhou para mim como se eu tivesse acabado de falar aramaico. Olhei para Adrian, que parecia tão nervoso quanto eu me sentia. Ele andou ao redor da sala e eu apenas olhava para o chão, desejando que um buraco se abrisse e me engolisse. De repente, a idéia de fugir daqui não me pareceu tão ruim.— Você é filha de Frederich e Shelly Harrison? — Pierre finalmente estourou, uma acusação subjacente em sua voz.— Sim. — Eu respondi, quase me dando tapinhas nas costas porque minha voz saiu forte.— Tem certeza? — Pierre perguntou e
— É claro. — Disse ele, um pouco à força. — Eu tinha negócios, então eu fiquei no hotel. Eu não sei onde Adrian está... Jennifer também, mama... Sim, eu vou chamá-lo e informá-lo se souber... Sim, mama... — Então a expressão dele mudou para horrorizada, o que pareceu um pouco cômico. — Ti amo troppo, mama.Assim que Pierre cortou a chamada, Adrian começou a rir. Pierre olhou para ele, e eu mordi meu lábio e minhas bochechas para não rir também. O olhar horrorizado no rosto de Pierre estava muito engraçado. Um riso irrompeu de meus lábios sem querer e Pierre virou seu olhar penetrante para mim. Seu rosto passou de estóico para suave em um milissegundo, deixando-me surpreendida.—O que aconteceu então? — Pierre pediu.— Jenny perguntou aos seus pais. — Adrian respondeu por mim. — Na verdade, ela os confrontou. E seus pais lhe disseram que tudo o que Frederich estava falando era verdade. Eles eram incapazes de ter filhos e a maioria das adoções que tentaram não deu certo. Quando eles est
— Respire fundo, cara. — Pierre murmurou quando chegamos à mansão Lawrence.Nossas mãos estavam entrelaçadas sobre o console, e eu olhei para ele, medo evidente em meus olhos. Os olhos escuros de Pierre perfuraram os meus.— Eu estarei com você. E meu irmão idiota também. — Eu esbocei um pequeno sorriso, tirando o cinto de segurança e saindo do carro. Pierre fez uma careta, mas logo o substituiu por um olhar vazio que eu já reconhecia. E odiava.Enquanto caminhávamos para a casa, uma cena que parecia saída de um filme nos cumprimentou. Marta e Shelly estavam rindo e bebendo vinho, e uma parte de mim se perguntou quem em seu juízo perfeito iria beber vinho às 11 da manhã. Eram todos risos falsos, sem dúvida, avaliando uma à outra. Uma risada estridente me tirou dos meus devaneios. Eu queria correr para fora da porta que eu tinha acabado de entrar completamente.— Ciao, mama. — Pierre cumprimentou e os olhos das duas mulheres subiram para nós. Shelly avaliou Pierre e sob o seu olhar gel
O passado de Pierre? Olhei para Adrian, curiosamente, esperando que ele dissesse alguma coisa. Qualquer coisa. Eu estaria mentindo se dissesse que não estava curiosa sobre o passado de Pierre. Eu queria saber.— E? — Eu solicitei quando ele se recusou a dizer qualquer coisa. Entramos no carro e Adrian começou a dirigir enquanto eu esperava por respostas. Adrian me lançou um olhar irritado por causa da minha insistência.— Eu não posso te dizer, Jenny. Pierre me mataria se soubesse.Eu balancei a cabeça. Nós dirigimos em silêncio até que o Adrian falou novamente.— Então... Você conhece o Dylan, certo?Eu levantei minhas sobrancelhas.— Sim, ele trabalha em frente ao meu café. O que tem ele?— Ele é gay. — Afirmou Adrian.— Eu sei. — Eu respondi rapidamente, não sabendo aonde isso ia.— E... — Adrian parou antes de continuar. — Ele me chamou para sair. — Ele completou baixinho.— O que?Adrian respirou fundo antes de repetir a frase. Mais alto dessa vez.— Ele me chamou para sair.Minh