(Miguel)
Eu estava passando pelo corredor quando vi uma mulher cambaleando. Corri para segurá-la antes que ela caísse no chão. Ela parecia tão frágil, assustada e à beira do desmaio.
一 Gabriela! - chamei, olhando em direção à recepcionista.
Ela veio correndo e juntos conseguimos levar a mulher para a minha sala. Colocamos-na na maca com cuidado.
Eu me senti sem saber o que fazer, tentando entender o que estava acontecendo.
一 Ela é paciente da Dra. Beatriz. - Gabriela explicou, com a voz calma, mas cheia de urgência. 一 Vou chamá-la agora.
Assenti, observando Gabriela sair rapidamente. A mulher na maca gemeu baixinho, a mão pressionada contra a cabeça.
Sua respiração estava pesada e irregular. Lentamente, seus olhos começaram a se abrir, e ela olhou ao redor, confusa.
Aproximei-me com cuidado. 一 Você está bem? Como está se sentindo?
De repente, ela deu um pulo da maca, escorregando e caindo no chão.
O choque me paralisou por um momento, vendo-a se encolher no chão, com as mãos nos joelhos.
Seu olhar estava distante, como se estivesse presa em uma visão ou memória dolorosa.
Ajoelhei-me ao lado dela, movendo-me lentamente para não assustá-la mais.
一 Ei, está tudo bem. Você está segura aqui. - falei suavemente, tentando alcançar sua mente perturbada. 一 Eu sou Miguel. Sou médico aqui. Posso te ajudar.
Ela parecia não ouvir, ainda presa no seu próprio mundo. Havia um pânico nos seus olhos que me partia o coração.
一 Gabriela está chamando a Dra. Beatriz. - continuei, mantendo minha voz baixa e calma. 一 Ela vai chegar em breve. Nós só queremos te ajudar, está bem?
Seus olhos finalmente focaram em mim, a respiração ainda rápida, mas parecia um pouco mais presente.
Eu estendi a mão lentamente, sem tocar, apenas oferecendo apoio.
一 Você pode me dizer seu nome? - perguntei, tentando manter a conexão.
Ela respirou fundo algumas vezes antes de responder, a voz trêmula.
一 P-Patrícia.
一 Ok, Patrícia. Fique calma. Estamos aqui para você. - disse, esperando que minhas palavras a alcançassem enquanto esperávamos a chegada da Dra. Beatriz.
Estava ajoelhado ao lado de Patrícia, tentando acalmá-la, quando a Dra. Beatriz entrou na sala com um olhar de preocupação.
Ela se aproximou rapidamente, focando em Patrícia antes de olhar para mim.
一 Miguel, o que aconteceu? - ela perguntou, sua voz firme, mas carregada de preocupação.
一 Eu esbarrei nela no corredor. - comecei, tentando manter minha própria voz calma. 一 Ela estava chorando e parecia desorientada. Então, desmaiou. Eu a trouxe para o consultório, mas quando acordou, tentou correr e acabou escorregando.
Dra. Beatriz assentiu, virando-se para Patrícia.
一 Patrícia, o que aconteceu? Você está bem agora? O que desencadeou essa crise?
Patrícia desviou o olhar para mim, lágrimas escorrendo pelo rosto.
一 Ele... ele me tocou. - disse, a voz quebrada pelo medo e pela dor.
Fiquei paralisado por um momento, olhos arregalados. Levantei as mãos em sinal de rendição, tentando mostrar que não havia intenção maliciosa.
一 Eu só queria ajudar. - expliquei, sentindo um nó na garganta. 一 Não fiz nada além disso, eu juro.
Dra. Beatriz assentiu para mim antes de se virar novamente para Patrícia.
一 Patrícia, Miguel é médico aqui na clínica. Ele só queria ajudar você, está bem?
Patrícia olhou para Beatriz, ainda assustada, mas parecia começar a entender. Dra. Beatriz a ajudou a se levantar com cuidado, mantendo sua voz suave e tranquilizadora.
一 Vamos para a minha sala, Patrícia. Você vai ficar bem.
Observei enquanto Beatriz guiava Patrícia para fora da minha sala. Soltei um suspiro profundo, sentindo uma mistura de frustração e tristeza.
Pensei em toda essa loucura, a vulnerabilidade de Patrícia e a minha própria sensação de impotência diante da situação.
Fiquei ali por um momento, tentando processar tudo. Este incidente me lembrava o quanto era importante ser sensível e cuidadoso com os pacientes, especialmente aqueles que carregavam traumas profundos.
Precisava ter mais empatia e entender melhor os limites de cada um. Sabia que queria ajudar, mas também era crucial fazer isso de uma maneira que fosse realmente benéfica e não causasse mais dor.
***
Eu entrei no luxuoso bar chamado "Eclipse Lounge," onde as luzes suaves e a música ao vivo criavam um ambiente sofisticado.
Avistando meu amigo Vinicius sentado no bar, caminhei até ele com um sorriso. Ele me cumprimentou com um aceno e logo nos acomodamos nos bancos altos, prontos para relaxar depois de um dia agitado.
一 Uma dose de whisky, por favor, 0 pedi ao barman, enquanto Vinicius fazia o mesmo.
Vinicius olhou para mim com aquele sorriso maroto que eu conhecia tão bem.
一 Você não vai acreditar no caso que estou pegando agora. - ele começou, a voz cheia de entusiasmo. 一 Uma viúva de apenas 30 anos está requerendo os direitos à herança do velho junto com os filhos, que não querem que ela fique com nada.
Levantei uma sobrancelha, interessado na história. 一 E qual é a sua estratégia para esse caso?
Ele riu, tomando um gole de sua bebida.
一 A situação é complicada, mas estou confiante de que vamos conseguir algo para ela. Os filhos acham que ela é uma oportunista, mas há muito mais nessa história.
Sorri, conhecendo bem meu amigo e seu jeito persuasivo.
一 Deixe-me adivinhar. - disse, meio brincando. 一 Você já levou essa cliente para a cama, não é?
Vinicius soltou uma gargalhada, acenando com a cabeça. 一 Na noite passada, estava com ela.
Nós dois rimos, pegando nossas bebidas e bebendo um pouco. A conversa fluiu facilmente, como sempre acontecia quando estávamos juntos.
Apesar das nossas vidas ocupadas, esses momentos de descontração eram essenciais.
一 Você sempre teve uma queda por casos complicados. - comentei, ainda sorrindo. 一 E parece que sua ética profissional não mudou muito.
Ele deu de ombros, o sorriso não saindo do rosto. 一 A vida é muito curta para não aproveitar as oportunidades que surgem, meu amigo.
Bebi mais um gole do meu whisky, deixando o calor da bebida relaxar meus nervos.
一 Só tome cuidado para não se complicar demais. Sabe como esses casos podem ficar.
Vinicius assentiu, o olhar ficando um pouco mais sério.
一 Eu sei, Miguel. Mas às vezes, é exatamente nas complicações que encontramos a diversão.
Vinicius tomou mais um gole de sua bebida antes de se virar para mim com uma expressão curiosa.
一 E como está Natália? - ele perguntou, levantando uma sobrancelha.
Suspirei, sentindo o peso da situação.
一 A mesma coisa de sempre. - respondi, exasperado. 一 Ela está cada vez mais insistente. Não sei se tenho mais paciência para isso.
Vinicius soltou uma risada, um brilho de diversão nos olhos.
一 Duvido que você largue a Natália de vez. Aposto que você vai acabar se casando com ela.
Balancei a cabeça, bebendo mais um pouco do meu whisky.
一 Nem pensar. Estou correndo de casamento, e ela só está tornando tudo mais complicado.
Vinicius sorriu e deu um tapinha no meu ombro.
一 Tenha paciência, meu amigo. Você sabe exatamente como deixar a Natália do jeito que gosta.
Assenti, reconhecendo a verdade nas palavras dele.
一 É, você tem razão. Só que às vezes é difícil.
A conversa foi interrompida quando duas mulheres se aproximaram de nossa mesa. Uma era loira, com olhos brilhantes e um sorriso encantador, enquanto a outra era ruiva, com uma expressão confiante e sedutora.
一 Oi, rapazes. - disse a loira, com um sorriso. 一 Podemos nos sentar com vocês?
Vinicius e eu trocamos um olhar rápido antes de assentimos.
一 Claro, fiquem à vontade. - eu disse, gesticulando para os assentos vazios ao nosso lado.
As duas mulheres se sentaram, trazendo uma nova energia para a nossa mesa.
一 Meu nome é Amanda. - disse a loira, estendendo a mão. 一 E essa é minha amiga, Juliana.
Apertei a mão dela com um sorriso. 一 Prazer, Amanda. Eu sou Miguel, e esse é meu amigo, Vinicius.
Vinicius cumprimentou as duas com um sorriso charmoso.
一 Então, Amanda e Juliana, o que traz vocês ao Eclipse Lounge nesta noite?
Juliana, a ruiva, sorriu de forma enigmática. 一 Estamos só aproveitando a noite, procurando um pouco de diversão.
Vinicius riu, levantando seu copo.
一 Vocês vieram ao lugar certo. Miguel e eu estávamos apenas conversando sobre a vida, mas sempre podemos usar uma boa companhia para animar a noite.
Conversei com Amanda enquanto Vinicius flertava com Juliana. Apesar do tumulto interior e da situação com Natália, encontrei uma distração bem-vinda na companhia das duas novas mulheres.
***
Chegamos ao meu apartamento e, assim que a porta se fechou atrás de nós, Amanda me puxou para um beijo apaixonado.
Seus lábios encontraram os meus com uma urgência que eu não esperava, mas que me envolveu completamente. Nossos corpos se chocaram, e senti seu calor através de nossas roupas.
Amanda começou a tirar minha camisa, seus dedos ágeis desabotoando cada botão com rapidez.
Eu segui seu exemplo, deslizando as mãos por sua cintura e puxando sua blusa pela cabeça.
Seus beijos eram intensos, carregados de desejo, e eu não conseguia pensar em mais nada além do momento presente.
Nos movemos em direção ao sofá da sala, nossas mãos explorando cada centímetro de pele exposta.
Amanda empurrou-me contra o sofá, e antes que eu pudesse reagir, ela estava sobre mim, tirando o sutiã e revelando seus seios.
Inclinei-me para beijá-los, sentindo sua pele suave sob meus lábios.
Ela arqueou as costas, soltando um gemido que ecoou na sala. Seus dedos trabalhavam no meu cinto, soltando-o rapidamente.
Eu a ajudei, tirando minhas calças e cueca com pressa, enquanto ela fazia o mesmo com a saia e a calcinha.
Nossos corpos nus se encontraram novamente, a urgência ainda mais palpável. Ela então pegou a camisinha da minha mão e com habilidade,cobriu o meu membro.
Então, empurrou para trás, montando em mim com uma confiança que me deixou ainda mais excitado.
Nossos beijos continuaram enquanto ela me guiava para dentro dela. O calor e a pressão eram intensos, e eu soltei um gemido de prazer ao senti-la completamente.
Ela começou a se mover, os quadris ondulando em um ritmo que me fazia perder o fôlego.
Minhas mãos seguraram seus quadris, ajudando-a a manter o ritmo enquanto nossos corpos se moviam juntos em perfeita sincronia.
A sensação era avassaladora, cada movimento nos levando mais perto do clímax.
Os gemidos de Amanda ficavam mais altos, e eu sabia que ela estava perto. Acelerei os movimentos, segurando-a com mais força enquanto sentia o prazer se acumulando dentro de mim.
Finalmente, com um último gemido, ela alcançou o orgasmo, seu corpo tremendo sobre o meu.
O prazer a levou a contrair-se em volta de mim, e eu não pude mais me segurar, alcançando meu próprio clímax logo em seguida.
Ficamos ali por um momento, recuperando o fôlego, nossos corpos ainda entrelaçados.
Amanda desabou sobre mim, a respiração ofegante enquanto eu acariciava suavemente suas costas.
O momento foi tão intenso que por alguns instantes, tudo o que eu conseguia sentir era a batida rápida do meu coração e o calor do corpo dela contra o meu.
Eventualmente, Amanda se moveu, deitando-se ao meu lado no sofá. Olhei para ela, um sorriso satisfeito no rosto.
一 Isso foi... incrível. - murmurou ela, ainda tentando recuperar o fôlego.
Sorri de volta, acariciando seu rosto. 一 Sim, foi.
Então eu levantei, a segurando e levando-a para o quarto, sabendo que essa noite, nenhum dos dois iria dormir.
(Patricia)Suspirei aliviada ao chegar em casa, feliz por meus pais não estarem lá. Subi para o meu quarto, decidida a começar a fazer minhas malas. Cada peça de roupa que eu colocava dentro da mala parecia um passo mais perto da minha independência. Estava tão concentrada que não ouvi quando minha mãe entrou. Só percebi sua presença quando senti sua mão suave tocar meu ombro.Virei-me, encontrando seus olhos cheios de lágrimas. Meu coração apertou, mas mantive meu sorriso, levantando-me rapidamente. 一 Mãe, por favor, não chore. - pedi, tentando consolá-la. 一 Eu tenho que fazer isso.Ela limpou as lágrimas, respirando fundo. 一 Você vai mesmo, Patrícia?Assenti, abraçando-a com força. 一 Vou sim, mãe. É necessário. Eu preciso fazer isso por mim. E vou ficar bem.Minha mãe respirou fundo novamente, tentando controlar a emoção. 一 Eu sei que é o melhor para você. Só que... é difícil deixar você ir.一 Eu sei, mãe. Mas eu preciso voltar a viver. Preciso provar para mim mesma que consi
Saí do consultório de Beatriz, me sentindo leve depois de nossa sessão. O corredor estava silencioso, com a luz suave das lâmpadas tornando o ambiente acolhedor. Enquanto caminhava em direção ao elevador, dei de cara com Miguel.Ele estava encostado na parede, com aquele sorriso de canto que sempre parecia iluminar seu rosto. 一 Oi, Patricia. Como você está? - perguntou, com um tom amigável.一 Oi, Miguel. Estou bem, obrigada. - respondi, tentando esconder o nervosismo que sempre surgia quando o via. 一 Não sabia que você morava no mesmo prédio. Voltei há um mês e não tinha te visto por lá.一 Ah, sim. - ele assentiu. 一 Estive em um congresso de medicina em Santa Catarina. Acabei de voltar.一 Entendi. - respondi, assentindo. 一 Deve ter sido interessante.一 Foi, sim. Bastante produtivo. - disse ele, o sorriso se ampliando um pouco mais.Nesse momento, o celular dele começou a tocar. Miguel olhou para a tela, e eu aproveitei para me despedir. 一 Bom, parece que você está ocupado. A gen
Voltei do banheiro e, enquanto me dirigia de volta para a mesa, esbarrei em alguém. Levantei o olhar para me desculpar e, para minha surpresa, vi um rosto familiar.— Patricia? — ele sorriu.— Fabricio? — respondi, lembrando-me do amigo de Cassio que conheci outro dia. Ele era alto, com músculos nos lugares certos, cabelos castanhos claros e olhos azuis penetrantes. A música alta nos obrigava a nos aproximar para conversar.— Isso mesmo! — ele confirmou, inclinando-se para falar mais perto do meu ouvido. — Está sozinha?— Não, estou com umas amigas e o Cássio. Quer ir encontrá-los?Fabricio assentiu, e eu comecei a caminhar de volta para a mesa, sentindo-o seguir logo atrás. A multidão dançante nos obrigava a andar devagar, o que nos dava tempo para continuar a conversa.— O que você está fazendo por aqui? — perguntei, olhando para ele por cima do ombro.— Saí com alguns amigos. Vi o Cássio no bar mais cedo, mas não tive a chance de falar com ele. E você? Aproveitando a noite?— Ten
(Patrícia)Passei a noite resmungando, me virando de um lado para o outro na cama, tentando ignorar os gemidos e os sons da cama se movendo vindos do apartamento de cima. A cada som mais alto, meu desconforto aumentava. Finalmente, sento na cama e suspiro pesadamente.— Será que eles não têm vergonha? — murmuro para mim mesma, irritada.Fecho os olhos, tentando me concentrar em qualquer outra coisa, mas a realidade é implacável. Os gemidos continuam, interrompendo qualquer esperança de uma boa noite de sono. A frustração aumenta e, conforme a noite avança, percebo que não vou conseguir dormir. Olho para o relógio ao lado da cama: 3:45 da manhã. A academia está marcada para cedo, e cada minuto sem dormir me faz sentir mais cansada.O tempo passa lentamente. As horas se arrastam, e eu mal consigo fechar os olhos. Quando finalmente amanhece, me sinto exausta e abatida. A luz da manhã entra pelas frestas da cortina, e sei que é hora de me levantar. Preciso ir à academia.Levanto-me da
(Patrícia)Estávamos nos preparando para a apresentação do trabalho de quarta-feira. Perla, Helen e eu aceitávamos tudo quando vi a mulher do outro dia entrar na sala. Ela me olhou com uma expressão estranha, que logo mudou para desconfiança. — Eu te conheço.Olhei para ela, surpresa.— Você é a mulher que mora no prédio de Miguel, não é? Nos encontramos na entrada outro dia. - Disse, me olhando de cima a baixo.Fiquei ainda mais surpresa. Achei que ela nem tinha notado minha presença naquele dia. Assenti.— Sim, sou eu.Ela forçou um sorriso, que não parecia nada amigável.— Bom... — disse ela.Franzi o cenho, confusa.— Bom? Não entendi.Ela balançou a cabeça.— Não é nada. Só queria confirmar. Você faz o curso de engenharia, certo?Assenti novamente.— Sim, faço.— Sou Natália, a propósito.— Patricia.Ela sorriu, mas seus olhos pareciam analisar cada detalhe meu, me trazendo uma sensação incômoda.— Interessante. Eu também faço engenharia, mas já estou prestes a finalizar o curs
(Miguel)Acordei com o som do alarme às cinco horas da manhã. Suspirei, sentindo o peso do plantão de 36 horas que me esperava. Sentado na cama, olhei para a bela mulher ao meu lado, dormindo tranquilamente. Patrícia veio à minha mente, sua expressão irritada no meio da madrugada me fez sorrir. Havia algo sobre sua espontaneidade que eu realmente gostava.Levantei-me e fui direto para o chuveiro, deixando a água quente lavar qualquer vestígio de sono. Quando voltei para o quarto, a morena já estava acordada, sentada na cama e me observando com um sorriso preguiçoso.— Já vai sair? — ela perguntou, a voz ainda rouca de sono.Assenti, enquanto secava o cabelo com a toalha.— Tenho um plantão de 36 horas hoje. Preciso me preparar para o dia.Ela fez uma cara de desapontamento.— Não posso ficar só mais um pouco?Aproximei-me dela, inclinando e a beijei levemente.— Não gosto de sair e deixar pessoas na minha casa, Susane. Espero que você entenda.Ela não parecia muito satisfeita, mas
(Patricia)Acordei cedo no dia seguinte, sentindo uma mistura de ansiedade e excitação pelo acampamento. O sol mal havia despontado, e eu já estava de pé, organizando as coisas na sala. Cássio e as meninas tinham dormido na minha casa para irmos direto de lá. A cozinha estava cheia de risadas e conversas enquanto todos tomavam café da manhã.— Alguém mais quer café? — perguntei, segurando a cafeteira.— Eu! — gritaram Perla e Helen ao mesmo tempo, levantando suas xícaras.Enquanto despejava o café, ouvimos a campainha tocar. Perla foi abrir a porta e, um instante depois, ouvi sua voz animada.— Bom dia! Entre, por favor.Dei uma última ajeitada na minha camiseta e virei para a porta. Miguel entrou na sala, carregando uma mochila. Ele estava com um sorriso caloroso no rosto.— Bom dia, pessoal — disse ele, seus olhos pousando em mim por um momento mais longo do que o necessário.— Bom dia, Miguel — respondi, tentando ignorar o calor que subiu às minhas bochechas. — Deixe-me apresentá-
(Patricia)(Patricia)Enquanto mergulhava, senti uma dor aguda no pé e dei um gritinho de susto. Suspirei, tentando me acalmar, mas a dor era intensa. Fabricio se aproximou rapidamente, com uma expressão preocupada.— O que aconteceu, Patricia? — perguntou ele.— Acho que cortei o pé — respondi, vendo o sangue subir na água.Antes que eu pudesse protestar, Fabricio me pegou no colo, me assustando com a proximidade e a sensação dos nossos corpos sem tecido entre nós.— Não precisa, eu consigo caminhar — disse, tentando me libertar de seu aperto.— Melhor não, não sabemos a gravidade — ele retrucou, olhando nos meus olhos. — Deixa eu cuidar de você.Assenti, um pouco relutante, mas ciente de que ele estava tentando ajudar. Quando ele me colocou no chão, fora da água, todos se assustaram ao ver o grande caco de vidro enfiado no meu pé, com sangue escorrendo pela lateral.— Tirem isso dela — Helen pediu, fechando os olhos.Helen estava visivelmente assustada, e Miguel se aproximou rapidam