Resgatada pelo alfa
Resgatada pelo alfa
Por: L. S. Santos
01. Noite prateada

Boa tarde, Fominhas, tudo bem?

Gostando dessa história? É muito importante que vocês comentem e avaliem, se não a plataforma não a indica para mais ninguém. Agradeço muito a cada um que está lendo RPA.

Também vou aproveitar esse espaço para indicar o livro da minha amiga Flavia Saldanha que está disponível aqui na plataforma.

Se chama "um filho para o rei alfa" e é perfeito se está curtindo essa leitura.

Vão lá dar uma força a ela!

***

Ceyas

— Matem todos eles, não deixem um único lobo dessa matilha vivo — mando, ouvindo os uivos dos lobos da minha matilha passando pelo meu ouvido junto com o barulho do vento cortando através das árvores como se fosse nada.

Independente do cheiro de sangue se acumulando, a lua vai se tornando mais alta, mais brilhante, mais prateada. Apesar dos gritos altos, ninguém virá resgatá-los. Eles escolheram o que causou a sua ruína, indo contra a nossa alcateia.

Olho para cima, avaliando a luz trazida pela lua mais uma vez.

Essa poderia ser diferente de todas as outras que eu já vi nascer e perecer?

— Ceyas, está puto porque aquela mulher tentou te enganar? — pergunta Lugi, sorrindo como um desgraçado. É fácil para ele rir da minha desgraça, já que não foi aquele que recebeu uma profecia sobre a sua alma gêmea.

— Como ela pensou que me enganaria? Todos sabem que reconhecemos instintivamente os nossos lumenys — profiro, revirando os olhos, já que ele continua apenas rindo de mim.

Essa noite não precisamos fazer nada, temos apenas que esperar que os nossos aliados tragam a cabeça de cada um desses indivíduos que escolheram ficar do lado de um monstro que se deixou ser ludibriado pela ideia de que era um rei.

— Você tem procurado tão desesperadamente pelo seu lumeny que qualquer mulher acha que pode passar a perna em você — zomba Lugi, e bom, teve um período em que era tudo o que me preocupava, mas no momento, tenho mais coisas com que me inquietar.

Desde que os híbridos se espalharam pelo mundo, tem sido horrível ser um ser sobrenatural, dado que os humanos começaram a estranhar as ocorrências brutais acontecendo sem parar.

Alguns desses híbridos, sendo inteligentes, tentaram até mesmo criar um bando que pudessem controlar. Foi o caso dessa matilha que viemos eliminar no instante em que fizeram menção a tentar nos devorar.

— Considerando que segundo aquela bruxa, ela pode ser a responsável por fazer com que a nossa alcateia seja exterminada, eu deveria tomar cuidado — pontuo, assistindo o dar de ombros descontraídos dele enquanto olha para o homem arrastando um sujeito pelo tornozelo, o alvo de seus olhares pouco liga para todos os pedidos dele, apenas faz aquilo que foi ordenado.

É incrível que ele tenha tempo para zombar dos meus problemas quando não consegue lidar com os seus. Lewyn faz um aceno com a cabeça, me cumprimentando em respeito somente porque sou o alfa da alcateia, ele não se importa com nada mais.

É frio como uma pedra de gelo ambulante, no entanto, não tenho o direito de criticá-lo quando dizem que sou tão ruim que os demônios correriam para longe de mim com medo do que posso fazer a eles.

A cabeça do indivíduo que ele trouxe tão calmamente é separada do corpo com um único puxar de seus braços. Olhando para o lado, vejo a admiração explicita nos olhos de Lugi. Ele com certeza não deveria se preocupar com os meus problemas quando o seu tem esse tipo de humor.

— Pare de olhar para a bunda do Lewyn — peço a ele.

Meu braço direito me ignora, apenas acompanhando os movimentos do outro. Ele é um dos melhores lobos que existem na nossa alcateia. É um assassino nato, que pode seguir todos os tipos de ordem, desde que venha do alfa.

Desde a liderança do meu pai, havia muitas pessoas que se impressionavam com as suas capacidades, mas ele nunca ligou para nenhuma delas. O azarado do meu lado, antes mesmo de atingir a puberdade, passou a ter certeza de que ele é o seu lumeny, embora não haja provas claras disso.

— Ele tem uma bunda bonita e está a expondo por aí — diz, com o tom de recriminação óbvio, o que leva aqueles próximos a prestarem atenção no que diz, já que não querem ser o alvo da raiva dele por olharem demais para o homem andando nu entre eles.

Lugi sempre se esquece do quanto a nudez é comum entre lupinos quando se trata do traseiro de Lewyn. Já tentei colocar juízo na cabeça dele, mas não há nada que se possa fazer para mudar os pensamentos dele.

— De toda maneira, o dia está quase amanhecendo, não será dessa vez que você encontrará o seu lumeny — expõe com um riso preso que quero muito arrancar do seu rosto, dado o seu deboche. Às vezes me faz questionar por que continuo sendo o seu amigo.

— Quem sabe ela tenha errado o dia — comento seguindo a movimentação dos lobos, já que a primeira parte do acampamento feito pelos híbridos parece ter sido destruída.

— Uma bruxa nunca erra quando faz as suas previsões — articula, contudo, quantos anos fazem desde que escutei as palavras daquela mulher? Ainda assim, nada mudou. Não encontrei ninguém que seja minimamente capaz de mexer com o meu coração.

— Você é do tipo que confia muito em destino — murmuro.

— Fomos feitos com as mãos de uma deusa, é bem claro que destino é o menor dos nossos problemas — comenta ele, erguendo as mãos como se pudesse um dia replicar o que a deusa Lua fez para nos criar. — Além disso, tem todos esses boatos sobre ela estar de volta, caminhando entre nós. Não acha que é divertido?

— Por que nos preocuparíamos com a deusa quando temos tantos problemas com esses híbridos? Eles se multiplicam como praga — lembro a ele.

— Nosso acordo com os Silver é bom, mas também é problemático.

— Não podemos apenas ganhar — pondero, notando que uma mulher se apressa para chegar até nós, como se tivesse encontrado algo que fará com que pare as ideias de destino que Lugi carrega com ele.

— Ceyas, precisa ver isso — diz a mulher, me indicando o caminho para onde devo segui-la e me pergunto o que mais aquele bastardo pode ter feito que faria um dos meus lobos demonstrar tanta preocupação.

Certamente já viram todo o tipo de maldade, e essas visões apenas se tornaram mais corriqueiras nos últimos meses, dada a brutalidade com a qual os híbridos tratam as suas presas.

— Ei, pare — pede Lugi, erguendo o braço na frente do meu corpo. — Tem algo muito errado mais adiante — anuncia o meu amigo.

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