Capítulo Seis

— Essa é a sua nova casa. — Disse Theo, quando o veículo prateado estacionou em frente à uma mansão polida e luxuosa. Valentina havia permanecido de olhos fechados durante toda a viagem enquanto o motorista dirigia. Estava quase dormindo quando escutou a voz dele.

— Bonita. — Ela fez cara de tédio, avaliando rapidamente a telha Shingle e o enorme portão de grade.

Rafael a encarou pelo retrovisor, examinando as reações da mulher. Theo lhe disse que ela possuía um gênio forte e foi impossível não concordar, diante das cenas hilárias que presenciou durante o trajeto.

— Mandarei o mordomo levar as malas. — Theo falou, lançando um olhar severo na entrada da mansão. Um homem de meia-idade e de aparência esquelética surgiu. Valentina arregalou os olhos, assustando-se pela fisionomia galgaz. As olheiras roxas destacavam sob a pele pálida.

— Dramaturgo, leve as malas até o quarto principal.  — Ordenou, assim que ele se aproximou.

— Sim, senhor. — Disse, virando-se para a jovem. — Prazer em conhecê-la, sra. Maldonaro.

— O prazer é todo meu, Dramaturgo. — Ela franziu a testa, claramente pensativa. — Desculpe-me, mas esse é mesmo seu nome?

— É sim, madame. — O mordomo exibiu um sorriso colgate, apanhando as bagagens no porta-malas.

— Amanhã estarei na reunião. — Avisou Theo para seu amigo que assentiu e acelerou o veículo, desaparecendo de vista. Reunião era apenas um código entre eles para resolverem seus negócios sujos.

— Oh, deixe que eu leve algumas malas, senhor. —  Ofereceu Valentina, penalizada por ver o pobre homem segurar tanto peso. Embora, magro ele aparentava virilidade.

— Não se preocupe, senhora. É o meu trabalho. — Sorriu, evitando o olhar gélido do patrão.

— Vamos, querida. —  Por baixo daquele sorriso sedutor, escondia-se a ameaça eminente. Rapidamente, ela captou a mensagem e fingiu satisfação externa. Passaram perto da estufa florida, o cenário era de tirar o fôlego. Cada espécime ostentava o brilho natural, hipnotizando-a.

— Você terá todo o tempo do mundo para apreciar isso, mulher. — Insistiu Theo, puxando-a pela cintura.

O contato físico a fez recordar da noite obscura, trazendo-lhe aflição de espírito. Valentina afastou-se dele e entrou primeiro na sala de estar. Os móveis exorbitantes e devidamente organizados impressionavam à qualquer visitante.

— Bela casa. — Disse ela, voltando-se para encarar Theo.

Ele semicerrou os olhos, com as mandíbulas contraídas. O mordomo encaminhou-se para o segundo andar, levando consigo as malas.

— Nunca mais se afaste de mim sem eu consentir, entendeu? — Exigiu severamente.

Valentina arqueou a sobrancelha, intrigada pela postura soberba do mesmo. Compreendê-lo familiarizava-se com um bicho de sete cabeças, incompreensível. Tudo tinha que ser do jeito dele e as tais regra relativas. Controlou-se para não revidar; decidiu ignorá-lo e partir para outro assunto.

— Você tem empregados? —Questionou, reparando no tamanho dos cômodos. De repente, um ser alto e fantasmagórico se materializa na frente de Valentina. Ela nem esperou para observar melhor e já saltou para trás soltando um grito estridente.

— Droga de grito! — Resmungou Theo esfregando a orelha esquerda. — É só o mordomo, mulher.

Ela arregalou os olhos, deparando com o homem esguio aparentemente de expressão tranquila, mas pôde perceber um pouco de mágoa contida nas íris escuras.

— Desculpe, Dramaturgo, eu estava distraída.

Risadas sonoras ecoaram pela sala de estar. Dois pares de olhos se viraram para encarar o bilionário zombeteiro.

— Desde quando se pede desculpas para os empregados, querida?

— Desde quando aprendi um conteúdo chamado ética. — Rebateu Valentina, indignada pela insensibilidade dele. — Com certeza, você nunca aprendeu na vida...hum...isso me lembra de suas escapatórias quando te perguntei sobre seus pais. Por que nunca me contou sobre eles?

As duas esferas azuladas de Theo escureceram repentinamente. A petulância da garota esgotou a cota de paciência dele — tocar na ferida do passado o borbulhava de raiva e ser respondido á altura na frente de qualquer empregado era inadmissível.

— Dramaturgo, pode se retirar. — Falou com o tom de voz baixo, porém, assustadoramente bravio. — Eu e minha esposa precisamos conversar.

O mordomo assentiu, embora, hesitante pela moça indefesa que transparecia medo e receio. O silêncio mortal voltou a reinar, reluzindo o cenário de dois rostos expressando diferentes reações decadentes.

— Não ouse me contestar, Valentina. — Ele apressurou-se velozmente, atracando os dois pulsos dela. —  Quem você pensa que é para me responder assim na frente dos outros?

— Não espere que eu vá aceitar tudo calada. — Bufou, debatendo-se. — É melhor me soltar.

— Não vou te soltar até que me ouça. — Theo empurrou-a para o sofá, ficando por cima dela para evitar deslizes. — Olhe para mim, merda. Sua opinião é inválida enquanto eu não permitir. Meu passado não te interessa, então, pense bem antes de me desafiar.

— Por que não podemos nos entender como pessoas normais? Por quê você tem que ser tão tirano, se irritando com perguntas simples? — Reclamou Valentina com a voz embargada. Ele grunhiu, passando uma das mãos para o pescoço dela.

— Por que segue princípios de um ser aparentemente morto? Morto! Você vai aprender a temer somente a mim.

— Você não é Deus. — Lágrimas escorreram dos seus olhos quando Theo começou a enforcá-la.

— Sou sim e vou te provar isso quantas vezes eu quiser. — Diante da mudança de cor de pele, ele a soltou, provocando nela uma sucessão de tosse.

Praguejou, passando as mãos no cabelo, recuperando a sanidade quase perdida. Se a enforcasse por mais tempo, ela teria morrido. Furioso, retirou-se dali, deixando-a sozinha e angustiada.

....

Naquela manhã, Valentina despertou pelo barulho do celular. Espreguiçou-se na cama aconchegante. O único momento de sossego era ficar longe dele. Ter um quarto individual era bem melhor do quê dormir junto com o monstro. Pensar no ponto drástico que ele chegara, condoía-lhe o coração.

Ajoelhando-se à beira da cama, seu diálogo iniciou com sentimentos travados. Mas ela só queria chorar diante de Deus. E assim fez por longos minutos enquanto as palavras saíam atropeladas pelos soluços. Quando terminou, abriu a bíblia aleatoriamente, pregando os olhos na passagem marcada.

"Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbasse em mim? Espera em Deus, pois, ainda o louvarei na salvação da sua presença.

Salmos 42.5"

Valentina sorriu, contente pelo conforto que a palavra lhe trouxe. Levantou-se para realizar suas higienes pessoais e a rotina do dia. Notou o hematoma na região do pescoço e respirou fundo. Levaria alguns dias para aquilo desaparecer. Até lá o camuflaria.

Na cozinha, o aroma do café mesclado ao cheiro adocicado do chá causou-lhe fome. Rapidamente, adentrou no cômodo espaçoso, sorridente por ver uma senhora baixa que cantarolava animada.

— Bom dia. — Valentina assentou-se à mesa, salivando só de apreciar as guloseimas.

A mulher virou-se, olhando para ela de cima pra baixo. Naquele olhar não continha acusação, apenas laços afetivos.

— Bom dia, minha jovem. Dormiu bem?

— Graças a Deus. — Valentina serviu-se de café e biscoitos amanteigados. — Hum...são deliciosos.

— Que bom que tenha gostado. — A senhora simpática sorriu. — Á propósito, me chamo Dulce. Ontem eu não pude recepcioná-la, é uma pena. Mas fico feliz em te conhecer.

— Igualmente, Dulce. Me chamo Valentina. O Theo...não participa á mesa?

— Todos sabem quem você é, senhora. Ah, o patrão costuma acordar ás cinco e depois vai na academia. Ele faz isso para chegar com antecedência na empresa. — Exprimiu ela, admirada pela simplicidade da jovem. Quando a notícia do noivado de Theo se espalhara, Dulce imaginou que a mulher do patrão seria igual ele pelo fato dele nunca a ter levado para conhecer antes a mansão. Surpreendeu-se de ver quanta diferença contrastava nas duas pessoas.

— Então, a senhora pode me fazer companhia?

A velha arregalou os olhos, limpando as mãos no pano de prato.

— Ah, que isso! — Valentina engoliu o café cremoso. — Senta aí e vamos conversar para nos conhecermos melhor.

Dulce simpatizou-se pela garota. Além de ser espontânea, aparentava possuir um forte gênio, tendo plena convicção de seus pensamentos teóricos. Passar aquele curto período conversando com outro alguém, beneficiou Valentina á se acostumar com a nova moradia. Pelo menos, teria a companhia de dona Dulce.

                                                              ....

Retornando da faculdade junto com as amigas, ela não gostava nenhum pouco da atenção que recebia das pessoas —  Além de alguns comentários maldosos. O dia amanheceu nublado e para esconder a marca arroxeada na região inferior do pescoço ela usou lenço. Nem teve tempo para esconder o hematoma com maquiagem e quase arrependeu-se por não ter atrasado um dia de aula, pois com o pedaço de pano envolto começou a sentir calor na saída.

As três discorriam acerca das aulas quando um carro em alta velocidade freou bruscamente na frente delas. Assustadas, gritaram ao mesmo tempo, atraindo olhares. Os telespectadores de plantão cogitaram atropelamento, enquanto outros pensaram num possível sequestro. Valentina ofegou, deparando-se com o motorista do veículo.

— Ficou maluco? — Berrou, controlando a vontade de socá-lo. — Quase atropela a gente.

Ele esgueirou um olhar de desdém para as duas garotas ao lado de sua mulher.

— Temos um compromisso importante. — Falou, dando de ombros. — Não podemos nos atrasar, amor.

Valentina arqueou a sobrancelha, prestes a respondê-lo duramente. Mas fixou na memória o aviso. Tinha que atuar conforme o roteiro.

— Ah, meninas, depois conversaremos mais tarde. — Despediu-se delas com um abraço.

— Nos vemos amanhã, então. — Suspirou Jacqueline.

— Tudo bem. — Valentina acenou para elas que haviam distanciado e entrou no carro, apreensiva. Imediatamente retirou o lenço, suspirando de alívio.

Theo acelerou, atento ao trânsito.

— Vamos viajar. — Ele quebrou o silêncio. — O príncipe árabe nos convidou para um evento corporativo. Círculo empresarial, entende?

— E só hoje você me avisa?

Ele deu de ombros a deixando indignada.

— Na verdade, esse evento será amanhã mas ficaremos hospedados no hotel da cidade.

 — Theo, da próxima vez me avisa com antecedência, por favor. Imagina se eu tivesse trabalho pra fazer?

— Amanhã é sábado e além disso, tenho intérprete e o príncipe sabe falar muito bem o português. Para assegurar, Refourld irá junto.

— Você não me escutou, não é?

Dessa vez, ele a olhou bem mais sério.

Ela nada mais disse, reclinando a cabeça na poltrona almofadada.

— O que é isso no seu pescoço? — Theo reparou numa pequena marca roxa na pele dela.

— Sofre de amnésia?  — Valentina lançou-lhe um olhar furtivo.  — Você quase me matou ontem à noite.

Theo mordeu o lábio inferior, sentindo-se incomodado por se preocupar com aquilo. Nunca havia movido um neurônio sequer para reparar nos erros cometidos e não seria, agora que agiria tão cortês.

— Olha, mantenha-se em silêncio lá no evento. — Mudou de assunto. — Não dê motivos para ninguém desconfiar do nosso segredo. Já pedi para duas empregadas separarem seu vestido de gala e elas ficarão responsáveis pra te arrumar.

 — Você já comprou as passagens?

— Dessa vez, iremos no meu avião particular.

                                                                 ....

O vestido longo e de cor vinho realçava perfeitamente as curvas dela e o decote era discreto, nada exagerado. Os cabelos foram presos, formando um coque despojado e elegante. Ela seria o centro das atenções com certeza, mas não sentia um pingo de contentamento. Após experimentar a peça, guardou-a cuidadosamente dentro da mala junto com seus pertences pessoais.

Theo trajava um terno impecável, alinhado na roupa social. Olhava direto para ela que estava assentada à sua frente. Gabava-se por possuir uma bela mulher. Sempre escutava elogios de colegas acionistas e isso inflava cada vez mais o seu ego. Até parecia que ela não passava de um troféu destacando a estante de vidro. Valentina sentia-se assim, um mero objeto. Embora, por enquanto ele não a subjugou novamente aos seus prazeres; se estivesse com peso na consciência — o que ela duvidava muito, seria melhor permanecer desse jeito.

Quinze horas de viagem, o avião aterrissou em solo árabe. Incrivelmente, nenhum dos dois dormiram por muito tempo durante o trajeto — cada qual lia e assistia vídeos em seus respetivos aparelhos eletrônicos. Às vezes, ela o flagrava arqueando as sobrancelhas enquanto via algum conteúdo no tablet que custaria um rim. Parecia bem entretido.

Valentina entrelaçou uma das mãos ao redor do braço dele e assim, dirigiram-se para a portaria de entrada. Refourld apressou os passos para traduzir cada palavra para os sentinelas.

— Já aluguei uma Limusine. Vamos primeiro para o hotel. Refourld, chame um táxi. —  Falou Theo, ainda mantendo Valentina perto de si. Olhando para as ruas movimentadas, ela aproveitou a oportunidade de conhecer pessoalmente a cultura estrangeira. As mulheres de burcas que passavam perto dela a observavam com curiosidade. Era uma cidade muito conhecida pelos estrangeiros, outros turistas transitavam por ali.

— Está com fome? — Theo notou o olhar dela para as feiras repletas de iguarias.

Ela negou, hesitando por um momento.

— Só estava observando.

O táxi parou ao sinal do intérprete antes que Theo cogitasse comprar algo na feira. Eles entraram no veículo, rumo ao enorme hotel contendo certo luxo exagerado. O casal estava cansado e com fome, e, como sempre ele não deixou para trás a opulência. Exigiu todas as iguarias que a jovem viu na feira, ciente da quantidade absurda de comida. Ela protestou, dizendo que seria desperdício, não dariam conta de comerem tudo.

Com desprezo, ele apenas respondeu que eles jogariam o resto para os cachorros de rua. Boquiaberta, Valentina meneou a cabeça diante da expressão estóica do rapaz.

— Você já passou fome na vida, Theo?

Ele parou de comer Samosa, uma espécie de pastel na forma de triângulo recheado com carne e legumes.

— Claro. — Ele a olhou de cima para baixo com o maldito sorriso ladino se formando nos lábios.

Ao invés de ruborizar ela mostrou repúdio. Terminou de comer, empurrou o prato vazio e levantou-se da cadeira.

— O que está fazendo?

Theo estranhou dela não ter tocado na sobremesa.

— Estou deixando a comida para o cachorro.

Notando a referência pelo olhar dela estar fixo nele, ajeitou as costas no assento soltando uma gargalhada.

— Quando alguém passa fome rouba para sobreviver. — Respondeu ele, imune á ofensa dela.

— Exatamente. Porque estão com fome. Mas você me roubou algo que não tinha direito. Já não bastam suas amantes?

Suspirando, ele levantou-se da cadeira e automaticamente ela recuou, fora do alcance da figura medonha. Ao invés de reagir como imaginou, Theo simplesmente a encarou fixamente.

No entanto, no olhar dele havia oscilação de alguma coisa que ela não soube identificar. Ficaram se olhando, ambos se estudando, até Theo responder.

— Amantes. — Repetiu com desprezo. — Como se eu precisasse disso.

E depois virou as costas, pegando um rolo de papel alumínio e embrulhando os pratos intocados. Aquela atitude dele lhe pareceu muito estranha.

Ao anoitecer, Valentina conferiu o visual no espelho notando que o hematoma desapareceu pela maquiagem aplicada. Depois daquele episódio mais cedo, ele havia comprado um colar muito bonito para ela usar naquele evento.

Tinha que admitir. O acessório combinou harmoniosamente com o look. Recitando uma breve oração, saiu do quarto, exalando a deliciosa fragrância amadeirado. Theo que a esperava na porta, imediatamente ergueu os olhos do celular.

Abriu a boca para falar, mas desistiu. Sorriu, admirando-a em silêncio, enquanto Refourld já se encontrava dentro da Limusine aguardando a chegada do casal. Os flashes lumiaram o trio escoltado pelos guardas da realeza que chegaram no local. Os convidados ali presentes pertenciam á outras nações, também. Algumas figuras eram conhecidas por Theo.

Valentina hipnotizava os demais homens de classe executiva somente com sua presença. Todos encaravam os recém-chegados de forma volúpia. No centro de uma mesa distante, um par de olhos semelhantes á águia interrompeu a fala dos demais companheiros para verificar a comoção dos fotógrafos, tumultuando a entrada. Sorriu de lado, apreciando a corporatura feminino ao lado do renomado convidado.

Levantou-se da cadeira, silenciando boa parte de bocas alheias que ecoavam o salão de cochichos.

— O príncipe está vindo para cá. — Theo murmurou para Valentina e aproveitou para enlaçar sua cintura. — Comporte-se.

— Não sou criança, querido. — Respondeu, entredentes, recebendo um aperto ameaçador nos quadris.

Os traços dele eram muito marcantes —  confundira-se facilmente com um caçador das sombras, sagaz e astuto. Mas a beleza sedutora vinha ao encontro da jovem petrificada em meio àquele enorme salão, enquanto o sorriso repuxava os lábios carnudos e rosados da figura misteriosa. Primeiro, saudou Theo com um abraço amistoso, depois, depositou um beijo cálido no dorso da mão de Valentina e com um sotaque árabe, apresentou-se.

— É um prazer conhecê-la, madame. Sou o príncipe Almir Samir.

— O prazer é meu, vossa alteza. — Ela sorriu, deslocada por detectar um brilho ardiloso nos olhos dele.

— Este é Refourld, meu intérprete. —  Apresentou Theo o homem que se saudou a autoridade.

Almir e ele cumprimentaram-se com um aperto de mãos.

— Estamos numa breve reunião e desejo sua participação. — Disse o príncipe, apontando para a mesa.

— Claro. — Arqueou as sobrancelhas, notando aonde o interesse dele repousava. — Valentina, fique junto com as esposas dos...

— Oh, não será preciso, meu amigo. — Interveio Almir, fitando a moça confusa.— Ela pode vir junto, se quiser. Soube que gosta de negócios também.

Na verdade, Theo só queria mantê-la distante dos outros executivos e do próprio príncipe. A contra gosto, aceitou, remoendo-se internamente por ter percebido o árabe flertar com sua mulher...o pior, seriam três horas de tolerância — decidiu não ficar até o final.

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