Se eu pudesse provar
Que o meu coraçãoTão sozinho imploraSempre o seu perdãoPreciso de vocêPerto de mimAlex GonzagaValentina havia terminado de tomar banho, a chuva começou a cair ferozmente do lado de fora. Era uma boa hora para assistir filme. Quando passou pela sala para dirigir-se a cozinha, afim de preparar um lanche escutou latidos desesperadores de um cachorro. Apanhando qualquer sombrinha e chaves abriu a porta deparando-se com um Akita no meio da rua e dois garotos o espancando.
— Ei, parem com isso. — Gritou, correndo na direção deles fechando a sombrinha.
As crianças a olharam e saíram em disparada deixando o animal
— Pai. — Paulo correu para abraçar Theo quando ele surgiu no umbral da porta. Valentina estava atrás olhando a cena e estampando um sorriso discreto nos lábios.— Você me assustou, filho. Por que está de roupão? — Respirou mais aliviado, envolvendo o garoto nos seus fortes braços. Ao afastar-se viu Hachiko deitado no tapete e de olhos bem abertos. Notou os hematomas e as quatro patas enfaixadas.— Desculpe, pai. Mas eu fiquei muito preocupado por não ter encontrado Hachiko. — Explicou, voltando a comer o restante de brigadeiro na panela. — Então, eu fugi dos seguranças e saí batendo de porta em porta perguntando por ele. Escutei alguns latidos vindo dessa rua mas quando vim olhar não tinha nada. Daí chamei a Val.— Val? — Theo sorriu bagunçando o cabelo do rapazinho.— Ela deixou eu chamá-la assim. Sinto que já somos amigos.Ela riu controlando a vontade de apertar as bochechas dele.— Ela socorreu o Hachiko de umas crianças malv
— Você o quê? — Clarice praticamente gritou no ouvido da amiga.Valentina aproveitou a noite livre para reunir suas amigas na sua casa. Detalhou os últimos acontecimentos, queria desabafar e escutar conselhos delas. Sabia o quanto era impulsiva diante da tomada de decisões, apesar de estar trabalhando neste defeito afim de substituí-lo por qualidades.— Nem eu sei o porquê de ter explodido assim...eu cismei que ele estava interessado nela.— Posso ser bem sincera com você, Val? — Jacqueline terminou de mastigar a fatia de pizza.— Fale.A loira comprimiu os lábios finos organizando as frases mentalmente.— Você está apaixonada, mas não quer admitir pois, ele te feriu no passado. Imagino que ser traída é algo imperdoável e se sentir usada nu
— Ah, não. — Resmungou Valentina depois de olhar o grande relógio dentro do aeroporto. — Já são seis e cinqüenta e cinco. Como iremos entrar na sala de embarque? Não temos uma passagem sequer.Rafael e Paulo entreolharam-se longamente realçando o famoso sorrisinho sapeca.— Não iremos. — Decretou Rafael. — Você irá.— Como?— Eu e Paulo combinamos em distrair os dois seguranças na portaria de embarque. Nessa hora, você vai correr pra lá mesmo que outros seguranças apareçam.— O que vão fazer?— Um teatro bem realista. — Disse Paulo.— Agora, finja que vai pedir informação no balcão enquanto nós encenamos, tudo bem?Valentina prendeu o ar nos pulmões, assentindo ao direcionar-se na direção indicada
A confirmação do relacionamento alastrou velozmente na mídia. Apesar de uma enxurrada de críticas, outros apoiavam a reconciliação do casal. É como os famigerados casais perseguidos pelos paparazzi. Qualquer novidade é uma bomba para eles vazarem ao público. Quem quase surtou foi Guilherme ao saber disso — fez questão de avisar Theo, caso ele magoasse sua amiga outra vez — iria providenciar uma lição inesquecível. Mal sabendo que a tortura já havia sido suficiente durante quatro anos.— Meu pai te ameaçou? — Quis saber Valentina. Os dois almoçavam juntos no intervalo. Semanalmente ele ia até ao escritório dela buscá-la para irem juntos ao restaurante no mesmo quarteirão.— Com um soco na cara. — Revelou, rindo ao vê-la arregalar os olhos.— Fala sério, Theo.&mdas
— Então, os ingleses irão marcar outra conferência? — Inquiriu Rafael enquanto alisava a gola do terno. A tão esperada data havia chegado e o casal de noivos, acomodados nas respectivas salas distintas estavam reunidos com os padrinhos e madrinhas. Eles vivenciavam o verdadeiro misto de emoções que todo casal enfrentar antes de selagem o compromisso.— Sim, expliquei para eles o motivo do cancelamento da viagem. — Theo deu de ombros, analisando seu reflexo no espelho. — Eles me convidaram para o próximo mês.— Sem contratos dessa vez, não é? — Felipe cruzou os braços.— Não. Vocês viram Valentina?Eles negaram.— É melhor orar primeiro. — Jonas fez cara de paisagem. — Vejo que está numa pilha de ner
É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música.Honoré de Balzac— Val, já te avisei para não fazer isso! — Exclama Theo, entrando dentro do quarto, deparando-se com a jovem empurrando o criado-mudo de volta pro lugar.Ela recompõe a postura ao mesmo tempo que acariciava a barriga redonda.— Estou grávida e não morta, Theo.— Sim e de gêmeos. — Suspira, jogando a mochila em cima da cama e puxando-a para um beijo. — Não quero vê-la prejudicada, tá bom? E nem nossos bebês. — Ele se abaixa um pouco, encostando o ouvido na barriga. — Olá, meu príncipe e minha
Atenção!Esta história é uma ficção. Qualquer semelhança de nomes, personagens e lugares é mera coincidência.O livro retrata relacionamento abusivo, manipulador e agressivo. Isso não quer dizer que a autora compactua com tal comportamento. Tal história foi escrita não de maneira tendenciosa e nem insinuante para as mulheres concordarem com esse lado. Apesar de ser fictícia, essa realidade assombra muitas mulheres e boa parte não denuncia por vários motivos. Sejam eles: negligência de autoridades, escolha própria ou até mesmo o medo de ser morta.Portanto, se você tiver gatilhos aconselho a não ler.Para você que acompanhar tenha uma boa leitura.
Foi há muito tempo, mas descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque, de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar.Khaled Hosseini O frio da tarde com o céu acinzentado refletiu o brilho tristonho dos olhos cansados de observar o copo de vidro contendo o líquido transparente. Os minutos avançavam conforme o "tic-tac" irritante dos pêndulos do relógio ecoavam pela sala. A solidão se tornou sua melhor companhia durante os anos transcorridos. Esquecer era mais uma das palavras da lista do impossível. Nada podia lhe tirar da cabeça as cenas dilacerantes que ainda provocavam um redemoinho de fúria e ódio. Resmungando consigo mesmo, ergueu copo cheio de Vodca. Apesar de beber socialmente ele tentava aproveitar tal momento para esquecer a rea