Seis

Ele se levanta.

— Por que raios me chamou de Zack?

— Eu o que?

— É CATSSYN! — ele grita.

O olho assustada e me levanto.

— Será que dá para parar de gritar comigo?

— Será que dá para não me chamar pelo nome do seu ex-namorado?

— EU ESTAVA SONHANDO COM ELE! — grito. — E eu não sabia que falava dormindo.

— Sonhando com ele?

Nate ri.

— Que lindo.

— Por que está agindo como um babaca? — ele me encara. — Você sabe que ele foi importante na minha vida. Sabe que...

— ELE TE SEQUESTROU. ME FEZ SOFRER AQUELE ACIDENTE E VOCÊ VAI ME DIZER QUE SENTE A FALTA DELE?

Eu não respondo.

Estava chocada com a forma com que Nate gritava. Suas bochechas estavam vermelhas. Ele estava furioso.

Mas eu também estava.

— Nunca mais grite comigo. — digo.

— Vai fugir da minha pergunta? É isso mesmo que eu notei?

— Nate...

— Não. — ele ergue as mãos. — Você não precisa falar nada.

Ele pega nas chaves e sai do quarto, batendo a porta com força.

Eu olhava para a porta, tentando entender o porquê de Nate ter feito esse escândalo.

Um dos motivos para nossa primeira vez, ter demorado a acontecer, era que eu sonhava com Zack. Várias vezes eu acordei com Zion me sacudindo. Ele dizia que eu gritava. Mas em outras vezes, os sonhos eram calmos. Eram lembranças boas que eu tinha dele. Mas todas as vezes que eu dormia com Nate, eu não sonhava com Zack.

Tinha sacolas de papel em cima da mesinha, o que indica que ele saiu pra comprar comida e tinha ido me acordar, quando o chamei pelo nome do meu ex morto.

Balanço a cabeça negativamente e volto para o quarto. Abro a gaveta em que tinha roupas minhas e pego em um short jeans e uma blusa branca. Tiro a blusa de Nate e me visto rapidamente. Pego minha bolsa, óculos escuro e calço chinelos saindo do quarto. Agarro no meu celular e saio do apartamento. No elevador, encaro minha imagem no espelho e suspiro.

Meu rosto estava amassado e cabelo desgrenhado. Retiro o elástico do cabelo e o penteio com os dedos, prendendo-o em um rabo de cavalo.

Saio do elevador colocando os óculos escuros e saio do prédio. Ando um pouco e faço sinal para um táxi.

Digo o endereço do prédio de Zion e afundo no banco do carro.

[...]

Cumprimento o porteiro e entro no elevador. Assim que ele para no meu andar, tiro a chave da bolsa e penso antes de colocá-la na porta.

E se eles estiverem pelados no sofá?

Balanço a cabeça, afastando aquele pensamento sem noção e toco a campainha. Depois de uns segundos Zion abre a porta, apenas de bermuda.

— Oi? — ele faz careta.

— Oi.

O empurro de leve e entro no apartamento. Gabei estava sentada no sofá comendo um sanduíche.

— Oi, Cat! — ela sorri. — Achei que só fosse vê-la amanhã.

— Eu também.

— Eu também. — digo. — Briguei com Nate... Quer dizer, ele brigou comigo.

— Por quê?

Me sento no chão e agarro minhas pernas. Conto a eles, cada detalhe da briga sem noção, que havia tido com Nate.

— Eu pensei que ele sabia dos pesadelos. — Zion diz.

— Eu não quis contar. Achei irrelevante.

— Mesmo se contasse, ele não devia agir assim. — Gabei diz. — Você estava sonhando. Ninguém controla o que sonha. Se fosse assim, eu só sonharia com Zion e não com o Henry.

Zion a olha.

— Você sonha com o Henry?

— Vocês não vão brigar, né?

— Sonho. — Gabei responde. — Quase sempre.

— Ai meu Deus.

— E você não me fala nada?

— O que queria? Que eu chegasse pra você e falasse: Zion, sonhei com seu amigo. Por favor, né.

— Não briguem. — apoio minha cabeça no meu joelho, e fecho os olhos.

— Sonha o que?

— Meu Deus, Zion! Todos os sonhos acontecem a mesma coisa! — Gabei diz. — Estou com Henry, aí você chega e eu me apaixono por você. É sempre a mesma coisa! Você é o dono do meu coração.

Levanto a cabeça e encaro Zion.

— Oh.

— Fica sem palavras mesmo bobão. — digo me levantando — Vou para o quarto. Caso Nate apareça hoje, eu não estou afim de vê-lo.

Gabei assente e eu pisco pra ela.

Vou para o quarto. Largo minha bolsa em cima da cama e pego no meu livro Cidade de Papel.

Vou para a janela e me sento, retomando a leitura, para tentar acalmar meu coração.

[...]

Eu estava completamente puta da vida, com o final do livro. Tinha quase meia hora que eu havia acabado e ainda estava processando toda a informação que tive.

Meu celular tinha tocado duas vezes. E nas duas havia sido Nate. Uns minutos depois Zion aparece.

— Nate ligou para mim. — diz.

— Eu imaginei. Não o atendi.

— É. Ele queria vir aqui. Mas eu disse que você não iria vê-lo e falei para deixar você quieta um pouco.

— E ele não vem? — faço bico.

— Queria que viesse?

— Por um lado sim. — ele se senta do meu lado. — A briga foi desnecessária, mas ele está errado. Então é melhor ele não vir.

Minha barriga faz barulho.

— Nossa. — Zion me olha. — Tem um bebê aí também?

— Não! — o empurro. — Eu só estou com fome. Não almocei.

— Por que não falou nada?

— Você e Gabei meio que começaram a brigar.

— Eu levei muito a sério.

— Eu vi.

— Enfiiiiiim — ele suspira. — Quer que eu faça um macarrão para você?

— Não. Não precisa. Vou lá fazer um sanduíche.

— Faz pra mim também?

— Por que você não faz?

— Porque você vai estar na cozinha e com tudo na mesa.

— Folgado. — coloco meu braço em volta do pescoço de Zion e o puxo, me levantando. — Vamos lá.

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