Cinco

— Nate, seu idiota.

Começo a estapeá-lo e ele me deixa cair na cama.

— Ai, Cat! — ele reclama, passando a mão pelo peito, agora vermelho. — Seus tapas doem.

— Eu sei. — me levanto e caminho para fora do quarto.

A sala já estava limpa. Não havia mais rosas e nem os pequenos copinhos com as velas. Vou para a cozinha e me sento, pegando em um pedaço de presunto. Nate aparece segundos depois, com seu celular em mãos.

— Não acredito. — diz.

— O que?

— Gabei está grávida? — ele se senta.

— Zion postou isso? — me levanto e vou até ele, tirando seu celular.

Era um tweet do Zion. Nele havia uma foto. Era uma barriga branca e ele a beijava. A legenda estava assim:

"Uma nova vida vem aí, para alegrar mais os meus dias :)"

Ahhh... — sento em seu colo. — Eu sabia que Zion ia amar.

— Então é verdade?

— Sim. — coloco seu celular na mesa e pego em um bolinho. — Come.

Ele abre a boca e morde o bolinho. Coloco o que sobra na boca.

— Hmm... delicia.

Tomamos o café da manhã rindo. Nate conseguia me arrancar risadas com muita facilidade.

Logo depois do café, resolvi tomar um banho. Eu tinha roupas no closet, de quando vinha apenas dormir com ele. Pego em uma lingerie preta e vou para o banheiro. Abro as torneiras da banheira e coloco meu celular no aparelho que tinha em cima da bancada, tocando imediatamente uma música romântica.

Prendo meu cabelo em um coque e retiro a blusa de Nate e a calcinha branca. Logo após fechar as torneiras, entro na água morna, relaxando meu corpo na mesma hora.

A noite passada tinha sido a melhor. Cada toque, beijo. Cada palavra sussurrada, promessas.

Nate demorou para aparecer na minha vida, mas quando apareceu, tornou tudo tão melhor. Ter vindo para Londres, ter conhecido os meninos, fez minha vida voltar a valer a pena. Eles e Justin, me mostraram o que é amizade. Mesmo sabendo de tudo o que aconteceu, enfrentando o que enfrentou comigo, ainda estão aqui.

Comigo.

Saio da banheira e me seco rapidamente. Visto a outra lingerie e coloco a blusa de Nate. Tinha o cheiro doce dele. Se eu pudesse, dormia toda noite com sua blusa, para que me sentisse mais perto dele.

Depois de escovar os dentes, saio do banheiro. Meu vestido estava dobrado em cima da poltrona.

Disco o número de Zion e saio do quarto.

— Bom dia, priminha. — ele sussurra.

— Bom dia. Por que o sussurro?

— Eu estava no quarto. E Gabei ainda está dormindo.

— Entendi. — me sento no sofá. Posso escutar um barulho vindo da cozinha. — Eu amei a foto. A legenda mais ainda.

— Eu... cara, eu estou pirando ainda. — ele solta uma risada.

Nate aparece.

— Vou tomar banho. — ele diz.

— Está bem, amor. — ele sopra um beijinho para mim. — Então você está feliz?

— Eu não poderia estar mais feliz. Eu a amo. De verdade. Quando ela me falou, chorando... eu só consegui soltar uma risada e beijar ela. Eu estou muito feliz.

— Oh Zion, eu também estou feliz. E olha que ela estava com medo de você não aceitar bem.

— É muito cedo? É. Mas não tem como odiar a ideia de ter um filho. Ainda mais um filho com ela.

— O que as fãs estão dizendo?

— Algumas acham que é a barriga da minha mãe. — ele ri. — Outras querem saber a identidade da barriga, e se serei pai.

— E quando isso vai contar?

— Tenho que conversar com Gabrielly primeiro. Quero que ela se mude para cá.

— Ah, vai ser demais. — sorrio. — Ter ela morando aí, ver a barriga crescer.

— É. Pena que não verei isso.

— Oh. — eu tinha me esquecido da turnê — Mas vamos tratar de lhe m****r várias fotos. E não podemos deixar de cogitar a ideia de viajar, para ver vocês.

— Adorei a ideia. — ele ri. — Tudo certo aí?

— Demais.

— Você volta hoje? Ou vai direto para o curso amanhã?

— Não sei. Talvez Nate me leve amanhã.

— Então não te espero aqui hoje?

— Não. Curta o dia com a Gabei. Converse com ela, resolva tudo o que é necessário. Preciso de companhia quando vocês ficarem fora.

— Tudo bem. Então até amanhã, priminha.

— Até amanhã, priminho. — solto uma risada. — Beijo.

Escuto um barulho de beijo e desligo. Deixo o celular de lado e pego o controle da tv, colocando em um filme.

Minutos depois, Nate aparece. Estava de bermuda preta, peito despido e cabelo levemente molhado.

— Vamos ver o que? — pergunta se sentando do meu lado.

— Querido John.

— Ouvi dizer que é lindo. Mas nunca assisti.

— Eu só li. Não cheguei a assistir.

— Então vamos assistir agora! — ele me puxa para seu peito e beija minha cabeça. — Juntinhos.

Beijo seu peito.

— Para sempre.

Assistíamos o filme em silêncio. Nate acarinhava minha cabeça, me deixando sonolenta. Eu não queria ter dormido, mas foi inevitável.

[...]

A areia branquinha, água azul reluzente. Mas nada era comparado a sua beleza. A beleza do meu amor.

— Cat?

Me viro e o encaro. Seus cabelos negros jogados para trás. Seus lindos olhos castanhos, um pouco claros devido a claridade. Sua barriga morena, sarada.

— Zack. — sorrio. — Onde estava?

— Tinha ido lhe comprar um sorvete.

Ele estica uma casquinha, com liquido azul escorrendo pelos lados.

— Céu azul. Seu preferido.

Sorrio.

— Você me conhece tão bem. — passo minha mão pelo seu rosto. — Eu amo...

— Catssyn?

Escuto uma voz diferente me chamar e olho em volta.

O sorvete tinha ido embora. O céu, a areia, a água.

Estava tudo escuro.

Torno a olhar para o lugar onde Zack estava e não vejo mais.

— Zack?

— Tenta de novo!

Abro os olhos e vejo Nate me encarar. Ele estava vestido.

— Nate!?

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