— Como assim o levaram? — Sel perguntou, então sentiu as mãos firmes de Roman em sua cintura, a impedindo de cair.
Roman havia sido rápido, deixou seu tio no sofá e se aproximou assim que a viu, tinha que aproveitar a oportunidade, afinal, que momentos são melhores para unir pessoas senão os momentos de angústia? Ele faria o que precisava fazer.
Ganancioso como era, não deixaria que nada ficasse em seu caminho para herdar a empresa por completo, nada e nem ninguém. Já tinha um nome no mercado de tecnologia e tomar conta dos negócios de seu avô era sua prioridade, então,estava disposto a cumprir todas as exigências dele.
— Está bem, Selena? — ele perguntou, sua voz era rouca e seu sussurro chegou aos ouvidos de Selena trazendo um arrepio em sua espinha.
Roman era um crápula, ela sabia, quando se conheceram ela não imaginava como ele era de verdade, mas agora, depois de voltar até o ponto de partida, ela sabia bem que ele não era um cavalheiro como aparentava. Mas isso não diminui a atração física que sempre existiu entre eles desde o casamento, isso trouxe a ela uma lembrança que a enchia de raiva e, ao mesmo tempo, saudade.
“— Está bem, Selena? — a voz rouca de Roman encheu o quarto enquanto Selena se virava apressadamente, puxando as partes do robe para cima e cobrindo os ombros. — Sei que essa mudança é muito… Brusca mas espero que saiba que é bem-vinda aqui.
A ruiva sorriu levemente, olhando para seus próprios pés, ainda constrangida. Fazia dois dias desde o acidente de seu pai e a família Campbell estava a tratando como uma princesa. O próprio Roman era como um príncipe, tentando tornar tudo o mais confortável possível para ela.
— Eu não queria dar tanto trabalho para vocês… — sussurrou ela, mordendo o lábio inferior, ainda sem jeito. — Me desculpe.
No momento em que ela disse isso, Roman caminhou até ela firmemente, seus passos eram largos e em uma questão de segundos ele fechou a distância que havia entre eles, suspirando levemente e tocando seu queixo. Selena sentiu os dedos dele prenderem a ponta de seu queixo e forçaram-na a olhar para ele, então, ela ergueu o rosto e o encarou por alguns instantes, estavam tão próximos que ela sequer conseguia respirar direito. Com toda aquela proximidade, Selena podia sentir o perfume masculino com notas cítricas que ele exalava, sua respiração indo de encontro ao rosto dela.
Estava tão frágil, tão carente de atenção, que sentiu suas pernas tremerem e se perdeu por um momento nos olhos negros daquele homem assustadoramente bonito a sua frente.
— Você não incomoda, não pense besteiras como essa — Roman disse, sorrindo para ela levemente e desSel ndo seus dedos pela pele macia de Selena, percebendo mais uma vez, como ela era linda.
Ele não disse nada mais, apenas acariciou a pele macia e sentiu seu delicioso perfume floral, desSel ndo sua mão até a nuca dela e a puxando mais para perto. Sel não resistiu, ela queria estar perto dele, queria sentir que tinha alguém por ela naquele momento tão difícil. Não pensou se era o certo, se não estava sendo uma péssima pessoa, não pensou em nada.
Principalmente quando os lábios quentes de Roman tocaram os seus num beijo lento vagaroso, que logo se tornou um beijo intenso e cheio de paixão. Suas mãos delicadas se afundaram nos cabelos negros dele e ela o puxou mais para si, arfando quando as mãos firmes de Roman agarraram sua bunda e ele a puxou para cima fazendo Sel enrolar as pernas ao redor da cintura dele e insentisifando ainda mais o beijop.
— Roman… Eu… — ela tentou falar, afastando os lábios dos dele e tentando recuperar o fôlego.
Mas não conseguiu manter sua linha de raciocínio por muito tempo, principalmente quando sentiu os lábios dele em seu pescoço fazendo uma trilha de beijos até sua orelha e mordendo o lóbulo, a fazendo gemer mais alto que o planejado.
— Não precisamos pensar em nada agora… Nada além disso — ele sussurrou, beijando-a novamente agora com mais desejo, com mais vontade.
Selena se perdeu nos braços dele, nos beijos dele, sentiu as mãos de Roman a livrando do robe que escondia a camisola de seda marsalla que ela estava usando naquela noite. Ele estava tão envolvido quanto ela, talvez não do mesmo jeito, talvez não com a mesma intensidade, mas Roman a desejou naquela noite e em muitas outras mais.
Suas mãos firmes subiram pelas coxas grossas de Sel e ele alcançou a bunda dela, agora sem nenhum tecido o atrapalhando, apertou a pele macia e a ouviu gemer novamente enquanto ela movia seu quadril em direção ao volume já bem visível na calça dele, o fazendo arfar de desejo.
Mas antes que ele pudesse continuar, antes que pudesse tomá-la por completo, a porta do quarto se abriu de uma só vez, os assustando e fazendo Selena se esconder atrás de Roman, completamente envergonhada.
— Roman? O que está acontecendo aqui? — a mulher loira perguntou, levando as mãos aos lábios e olhando para Selena com ódio…”
Naquela noite, Selena descobriu que Roman era um caminho tortuoso com o qual você gosta de sofrer cair na lábia daquele homem era a perdição de qualquer mulher e foi também a dela.
— Estou bem, obrigada — ela falou, apoiando suas mãos nas dele e virando o rosto levemente, olhando na imensidão negra de seus olhos e engolindo em seco. — Sinto muito pelo seu irmão.
Por estar tão perto, ela percebeu a mandíbula dele se contrair e viu uma veia saltar em sua garganta, mas Roman não disse nada. Sel o conhecia bem, por mais que ele não soubesse disso, não naquele momento. Ela sabia que Roman jamais consideraria Anthony seu irmão, a relação deles era péssima e ela sabia que aquilo atingiria seu orgulho.
“Mas quero ver até onde o seu teatrinho vai”, ela pensou, fingindo um olhar inocente e se apoiando nele.
— Tenho certeza que ele será encontrado logo, esses sequestradores iriam querer alguma coisa — respondeu ele, soltando a cintura de Sel e suspirando. — Mas viemos apenas avisar a vocês, meu avô disse que precisavam saber… Você e Anthony são muito próximos?
Sel ergueu os olhos claros e o encarou por um momento, pensando em como responder aquela pergunta. Não, definitivamente ela e Anthony não eram próximos, mal se falavam, ela só não sabia se responder isso à ele era o melhor.
Enquanto ela estava perdida em pensamentos, Roman a observava. Seus olhos negros desSel ram por ela lentamente enquanto ele admirava a figura bonita a sua frente. Ela era bonita, uma mulher de tirar o fôlego, ele não podia negar. Tinha um nariz pequeno, lábios rosados e bem desenhados, pele clara e pontilhada por sardas belíssimas, seus cabelos pareciam fogo e aquilo enlouqueceria qualquer homem, incluindo ele.
“Mas não vou ficar louco por ela para sempre…”, pensou, suspirando pesadamente.
Se conhecia muito bem para saber que aquilo estava fadado ao fracasso, mas ele sacrificaria algumas áreas de sua vida pelo seu objetivo, era capaz disso, ao menos era no que acreditava.
— Ah, não, mal nos falamos — ela respondeu por fim, decidindo não mentir. — Mas é chocante saber que o sequestraram… Coitado.
Selena continuou seu teatro, fingindo-se de boa moça enquanto os dois estavam ali. A família Campbell escondia algo, ela tinha certeza que sua morte era culpa deles, então, para descobrir o que havia acontecido, ela precisava jogar.
— Entendo… Bem, espero que tudo se resolva logo, meu avô está muito abalado — Roman continuou, indicando Henry com a cabeça.
George consolava o senhor enquanto tentava o convencer de que seu neto seria encontrado logo. Nesse momento, Henry ergueu o rosto e sorriu levemente, se levantando e caminhando até Selena e segurando suas mãos, as apertando gentilmente.
— Sel, será que poderia ficar comigo na mansão até Anthony ser encontrado? — perguntou o senhor, antes que ela pudesse falar qualquer coisa. — Estou muito triste e Roman cuida da empresa o dia inteiro, vou me sentir muito só e preocupado. Se George não se importar, eu gostaria que ficasse comigo.
Aquilo era novo… Muito novo.
Claro, naquele dia, antes de sua morte, Selena havia se mudado para a casa dos Campbell , mas sob a desculpa do casamento marcado, já que Roman a havia pedido em casamento naquela tarde. Mas ele parecia não estar disposto a fazer a proposta ali naquele momento. Por que? E Henry, ele sabia das intenções do filho? Sel não sabia dizer mas sabia que estar na casa dos Campbell seria vantajoso para descobrir o que precisava.
Então, ela ergueu os olhos para o senhor choroso a sua frente, apertando as mãos dele com cuidado e sorrindo levemente:
— Se for ajudar o senhor, eu não vou me importar, senhor Campbell !
— Muito obrigada, você é uma menina tão doce! — Henry disse, enquanto George dava duas batidinhas nos ombros dele como quem o consola.
— Viu? Eu disse que ela aceitaria — George falou, sorrindo para o amigo e se afastando com ele logo em seguida, os dois se afastaram, deixando Selena e Roman a sós novamente.
— Tem certeza que isso não vai atrapalhar você? — ele perguntou, inclinando a cabeça para o lado. — Se for, não precisa ir…
— Não se preocupe comigo — ela disse, com um sorriso gentil. — Vai ser muito bom poder ajudar nesse momento difícil.
— Muito obrigada então! Amanhã mandarei alguém vir buscá-la, certo?
— Certo!
Quando Henry e Roman se foram, Selena sentiu a cabeça doer e o corpo pesar, eram tantas coisas acontecendo naquele mesmo dia que ela mal conseguia se manter focada em seus objetivos. Mas ao menos algo de bom havia acontecido, ela estaria na casa Campbell no dia seguinte, então, teria oportunidade de descobrir o que estava por trás de tudo aquilo e de sua morte. No entanto, ela notou quando a noite chegou e se sentou a mesa para jantar com seu pai, que George estava estranho. Seu pai sempre foi muito falante, os jantares em sua casa eram sempre divertidos e regados a conversa sobre seus dias e acontecimentos que os deixaram chocados, mas, naquela noite, George estava com um olhar triste e completamente calado. — Pai? Por que está assim? — Sel perguntou, mesmo que já suspeitasse o motivo de seu pai estar tão cabisbaixo. — Estou preocupado, minha filha — ele começou suspirando pesadamente —, o Sr. Anthony sempre foi tão bom com a gente… Tenho medo que ele não seja encontrado, sabe?
*LEMBRANÇA*“Roman estava distante desde o beijo e isso a magoava, de fato, Sel acreditou que ele se sentia atraído por ela, mas agora estava culpada, pois, aparentemente havia outro alguém em sua vida.Ela não conseguia esquecer os olhos magoados e cheios de lágrimas da loira que os flagrou enquanto se beijavam intensamente. A primeira coisa que sentiu foi a vergonha, que a fez corar e querer se esconder eternamente. Depois disso, sentiu raiva, uma raiva que não cabia em si.Roman estava a usando enquanto se envolvia com outra mulher? Aquele era o tipo de homem que ele era?Talvez, por isso ele estivesse se mantendo distante, ao menos era o que Selena achava naquele momento.Fazia uma semana desde que o beijo havia acontecido e ela mal o via, porém, naquela noite, algo mudou. Henry havia saído numa viagem de negócios e ela estava praticamente só na mansão, já que os empregados mal interagiam com ela e Roman não estava ali.Mas se viu surpreendida quando, depois do jantar, alguém bate
— Entendi… — ele respondeu, quase como um rosnado, tentando se manter passivo até o momento certo. — Isso mesmo, é assim que tem que ser, riquinho de merda — o sequestrador acertou a nuca dele com um forte tapa, mas que não doeu tanto quanto deveria, já que Anthony estava com o sangue quente e isso o fazia mais resistente. — Seu vovô vaid ar uns bons milhões por você! Oh moleque fica aqui com quele! Depois disso, o homem que falava com Anthony se foi e, em seguida, um outro entrou. Os passos dele eram mais curtos e mais fracos, com isso, Anthony deduziu que ele era menor. Os ouviu cochichar algo e percebeu que a voz do novo sequestrador também era mais baixa e trêmula, ele parecia estar nervoso e ser muito jovem, provavelmente ele era o elo mais fraco daquele grupo e essa seria a oportunidade dele se livrar. O outro sequestrador saiu dali e os deixou sozinhos, mas não amordaçaram Anthony novamente e isso lhe deu uma vantagem. Nos primeiros minutos, ele ficou em silencio, ouvi
Quando acordou, Selena viu que o sol já havia nascido e que, certamente, já seria mais que oito da manhã. Preguiçosamente ela se mexeu na cama, esticando o corpo e bocejando enquanto tentava se lembrar do que tinha para fazer naquela manhã. Nesse exato momento, três batidas soaram em seu quarto. — Sel, o motorista dos Campbell chega em alguns minutos, você já acordou? — a voz de George soou por todo o quarto e ela arregalou os olhos, lembrando-se de seu compromisso singular. Aquele era o dia em que ela iria para a casa dos Campbell , o dia em que começaria a enteder o que havia acontecido no passado. Ao menos era o que achava e o que esperava. — Estou quase pronta! — mentiu, se levantando rapidamente e correndo para seu banheiro. Ouviu de longe os passos de seu pai se afastando e logo arrancou toda sua roupa, ligando o chuveiro e fechando a porta do box, entrando na água quente e começando um banho rápido. A água escorreu por todo seu corpo e Sel tentou acalmar as batidas de se
Depois de um café tranquilo, Sel decidiu dar uma volta. Esperava que Henry descesse, mas como ele não o fez, ela aceitou que aquele era um bom momento para começar sua busca. Mas o que estava procurando? Ela não sabia, na verdade, não fazia ideia.Mas estava confiante de que encontraria qualquer coisa, qualquer evidência, que dissesse por onde começar. Os empregados estavam distraídos com a arrumação do andar de baixo, bem como com os preparativos para o jantar e demais afazeres do dia, então, não foi difícil para ela se esgueirar para as escadarias e se direcionar ao terceiro andar, o último. Sel caminhou apressadamente, os corredores estavam vazios, mas nada impediria que alguém chegasse a qualquer momento, então, teria que ser rápida. Ela tinha um destino certo, apesar de não saber o que procurar ali. Agradeceu por Henry decidir se isolar naquele dia, ele tinha aquele costume, quando algo acontecia, ele escondia-se em seu quarto até que se sentisse bem para ser o mesmo de sempre
Quando a noite chegou, Selena estava exausta. Acabou passando todo o dia ao lado de Henry, tentando o consolar e o ajudar diante de todos os acontecimentos, mas quando a noite caiu ela finalmente conseguiu descansar, ao menos foi o que imaginou que aconteceria. A foto ainda estava em sua cabeça, ela tinha um pressentimento que aquela era a primeira peça, mas não sabia o que fazer diante daquilo. Mas a foto não era a única coisa que a incomodava, pelo contrário, havia ainda a misteriosa mensagem que a dizia para não confiar em ninguém.Quem havia mandado e porquê?Tudo aquilo a deixou extremamente distraída, tanto que sequer notou quando Roman chegou à mansão e se sentou junto a ela na mesa de jantar. Diferente de Sel, Roman estava muito atento, seus olhos negros se fiaram nela assim que ele adentrou a casa e, olhando-a dali, percebia quão distraida ela estava. Aos olhos de Roman, Sel parecia uma bela pintura feita especialmente para que ele a observasse, era inegável o quanto ela er
— Sua vadia! É isso o que você é! — Carina gritava enquanto era arrastada para fora, completamente insana. —Levem ela e não deixe que entrem de novo! — Roman ordenou, furioso com toda aquela cena. Então, quando o silêncio reinou novamente, ele voltou os olhos para Selena e segurou seu rosto entre as mãos, a olhando com culpa enquanto acariciava sua bochecha. — Está tudo bem? Ela te machucou muito? — seu tom era preocupado e por um momento Selena até acreditou nele, mas logo voltou a si. Ela deixou que seus olhos expressassem tristeza e confusão., mesmo que tudo o que sentisse fosse raiva. Aproveitou a vontade de chorar de ódio que sentia e sentiu seus olhos marejarem, com algumas lágrimas escorrendo por sua bochecha. — Quem é ela? Por que ela fez isso comigo? — perguntou Selena, com voz de choro, mesmo já sabendo a resposta. Queria ver a desculpa que Roman inventaria. — Ela é apenas alguém com quem eu tive algo… — ele disse, suspirando, abraçando Selena mais uma vez. — Hoje eu
A cena da noite anterior não saiu da cabeça de Sel. Ela sabia que aquilo iria acontecer, imaginava que Carina armaria sua primeira confusão por aqueles dias, mas não achou que a atacaria daquele jeito, ela nunca foi de perder a classe daquela forma. Outrora, antes de sua primeira morte, Carina e Sel competiram muito por Roman, infelizmente, Sel havia saído perdedora daquela batalha, mas esperava, por orgulho, poder se vingar agora.Carina havia se rebaixado ao atacá-la, mas aquilo não foi de todo ruim, afinal, era uma oportunidade, Carina perdeu a compostura e deu a Sel a oportunidade de se aproximar de Roman sem se esforçar, além de colocá-la no papel de vítima, que era exatamente onde queria estar, assim, ele não desconfiaria de suas pretensões.Ainda era difícil para ela estar na mansão Campbell como uma estranha, fingir que não conhecia bem todos aqueles corredores, que não sabia exatamente onde ir e onde não podia pisar, fingir que era a primeira vez que conhecia Roman e se