Capítulo 2: Infiltrada

— Como assim o levaram? — Sel perguntou, então sentiu as mãos firmes de Roman em sua cintura, a impedindo de cair. 

Roman havia sido rápido, deixou seu tio no sofá e se aproximou assim que a viu, tinha que aproveitar a oportunidade, afinal, que momentos são melhores para unir pessoas senão os momentos de angústia? Ele faria o que precisava fazer. 

Ganancioso como era, não deixaria que nada ficasse em seu caminho para herdar a empresa por completo, nada e nem ninguém. Já tinha um nome no mercado de tecnologia e tomar conta dos negócios de seu avô era sua prioridade, então,estava disposto a cumprir todas as exigências dele. 

— Está bem, Selena? — ele perguntou, sua voz era rouca e seu sussurro chegou aos ouvidos de Selena trazendo um arrepio em sua espinha. 

Roman era um crápula, ela sabia, quando se conheceram ela não imaginava como ele era de verdade, mas agora, depois de voltar até o ponto de partida, ela sabia bem que ele não era um cavalheiro como aparentava. Mas isso não diminui a atração física que sempre existiu entre eles desde o casamento, isso trouxe a ela uma lembrança que a enchia de raiva e, ao mesmo tempo, saudade. 

— Está bem, Selena? — a voz rouca de Roman encheu o quarto enquanto Selena se virava apressadamente, puxando as partes do robe para cima e cobrindo os ombros. — Sei que essa mudança é muito… Brusca mas espero que saiba que é bem-vinda aqui. 

A ruiva sorriu levemente, olhando para seus próprios pés, ainda constrangida. Fazia dois dias desde o acidente de seu pai e a família Campbell  estava a tratando como uma princesa. O próprio Roman era como um príncipe, tentando tornar tudo o mais confortável possível para ela. 

— Eu não queria dar tanto trabalho para vocês… — sussurrou ela, mordendo o lábio inferior, ainda sem jeito. — Me desculpe. 

No momento em que ela disse isso, Roman caminhou até ela firmemente, seus passos eram largos e em uma questão de segundos ele fechou a distância que havia entre eles, suspirando levemente e tocando seu queixo. Selena sentiu os dedos dele prenderem a ponta de seu queixo e forçaram-na a olhar para ele, então, ela ergueu o rosto e o encarou por alguns instantes, estavam tão próximos que ela sequer conseguia respirar direito. Com toda aquela proximidade, Selena podia sentir o perfume masculino com notas cítricas que ele exalava, sua respiração indo de encontro ao rosto dela. 

Estava tão frágil, tão carente de atenção, que sentiu suas pernas tremerem e se perdeu por um momento nos olhos negros daquele homem assustadoramente bonito a sua frente. 

— Você não incomoda, não pense besteiras como essa — Roman disse, sorrindo para ela levemente e desSel ndo seus dedos pela pele macia de Selena, percebendo mais uma vez, como ela era linda. 

Ele não disse nada mais, apenas acariciou a pele macia e sentiu seu delicioso perfume floral, desSel ndo sua mão até a nuca dela e a puxando mais para perto. Sel não resistiu, ela queria estar perto dele, queria sentir que tinha alguém por ela naquele momento tão difícil. Não pensou se era o certo, se não estava sendo uma péssima pessoa, não pensou em nada. 

Principalmente quando os lábios quentes de Roman tocaram os seus num beijo lento vagaroso, que logo se tornou um beijo intenso e cheio de paixão. Suas mãos delicadas se afundaram nos cabelos negros dele e ela o puxou mais para si, arfando quando as mãos firmes de Roman agarraram sua bunda e ele a puxou para cima fazendo Sel enrolar as pernas ao redor da cintura dele e insentisifando ainda mais o beijop. 

— Roman… Eu… — ela tentou falar, afastando os lábios dos dele e tentando recuperar o fôlego. 

Mas não conseguiu manter sua linha de raciocínio por muito tempo, principalmente quando sentiu os lábios dele em seu pescoço fazendo uma trilha de beijos até sua orelha e mordendo o lóbulo, a fazendo gemer mais alto que o planejado. 

— Não precisamos pensar em nada agora… Nada além disso — ele sussurrou, beijando-a novamente agora com mais desejo, com mais vontade. 

Selena se perdeu nos braços dele, nos beijos dele, sentiu as mãos de Roman a livrando do robe que escondia a camisola de seda marsalla que ela estava usando naquela noite. Ele estava tão envolvido quanto ela, talvez não do mesmo jeito, talvez não com a mesma intensidade, mas Roman a desejou naquela noite e em muitas outras mais.

Suas mãos firmes subiram pelas coxas grossas de Sel e ele alcançou a bunda dela, agora sem nenhum tecido o atrapalhando, apertou a pele macia e a ouviu gemer novamente enquanto ela movia seu quadril em direção ao volume já bem visível na calça dele, o fazendo arfar de desejo. 

Mas antes que ele pudesse continuar, antes que pudesse tomá-la por completo, a porta do quarto se abriu de uma só vez, os assustando e fazendo Selena se esconder atrás de Roman, completamente envergonhada. 

— Roman? O que está acontecendo aqui? — a mulher loira perguntou, levando as mãos aos lábios e olhando para Selena com ódio…”

Naquela noite, Selena descobriu que Roman era um caminho tortuoso com o qual você gosta de sofrer cair na lábia daquele homem era a perdição de qualquer mulher e foi também a dela. 

— Estou bem, obrigada — ela falou, apoiando suas mãos nas dele e virando o rosto levemente, olhando na imensidão negra de seus olhos e engolindo em seco. — Sinto muito pelo seu irmão. 

Por estar tão perto, ela percebeu a mandíbula dele se contrair e viu uma veia saltar em sua garganta, mas Roman não disse nada. Sel o conhecia bem, por mais que ele não soubesse disso, não naquele momento. Ela sabia que Roman jamais consideraria Anthony seu irmão, a relação deles era péssima e ela sabia que aquilo atingiria seu orgulho. 

Mas quero ver até onde o seu teatrinho vai”, ela pensou, fingindo um olhar inocente e se apoiando nele. 

— Tenho certeza que ele será encontrado logo, esses sequestradores iriam querer alguma coisa — respondeu ele, soltando a cintura de Sel e suspirando. — Mas viemos apenas avisar a vocês, meu avô disse que precisavam saber… Você e Anthony são muito próximos? 

Sel ergueu os olhos claros e o encarou por um momento, pensando em como responder aquela pergunta. Não, definitivamente ela e Anthony não eram próximos, mal se falavam, ela só não sabia se responder isso à ele era o melhor. 

Enquanto ela estava perdida em pensamentos, Roman a observava. Seus olhos negros desSel ram por ela lentamente enquanto ele admirava a figura bonita a sua frente. Ela era bonita, uma mulher de tirar o fôlego, ele não podia negar. Tinha um nariz pequeno, lábios rosados e bem desenhados, pele clara e pontilhada por sardas belíssimas, seus cabelos pareciam fogo e aquilo enlouqueceria qualquer homem, incluindo ele. 

Mas não vou ficar louco por ela para sempre…”, pensou, suspirando pesadamente. 

Se conhecia muito bem para saber que aquilo estava fadado ao fracasso, mas ele sacrificaria algumas áreas de sua vida pelo seu objetivo, era capaz disso, ao menos era no que acreditava. 

— Ah, não, mal nos falamos — ela respondeu por fim, decidindo não mentir. — Mas é chocante saber que o sequestraram… Coitado. 

Selena continuou seu teatro, fingindo-se de boa moça enquanto os dois estavam ali. A família Campbell  escondia algo, ela tinha certeza que sua morte era culpa deles, então, para descobrir o que havia acontecido, ela precisava jogar. 

— Entendo… Bem, espero que tudo se resolva logo, meu avô está muito abalado — Roman continuou, indicando Henry com a cabeça. 

George consolava o senhor enquanto tentava o convencer de que seu neto seria encontrado logo. Nesse momento, Henry ergueu o rosto e sorriu levemente, se levantando e caminhando até Selena e segurando suas mãos, as apertando gentilmente. 

— Sel, será que poderia ficar comigo na mansão até Anthony ser encontrado? — perguntou o senhor, antes que ela pudesse falar qualquer coisa. — Estou muito triste e Roman cuida da empresa o dia inteiro, vou me sentir muito só e preocupado. Se George não se importar, eu gostaria que ficasse comigo. 

Aquilo era novo… Muito novo. 

Claro, naquele dia, antes de sua morte, Selena havia se mudado para a casa dos Campbell , mas sob a desculpa do casamento marcado, já que Roman a havia pedido em casamento naquela tarde. Mas ele parecia não estar disposto a fazer a proposta ali naquele momento. Por que? E Henry, ele sabia das intenções do filho? Sel não sabia dizer mas sabia que estar na casa dos Campbell  seria vantajoso para descobrir o que precisava. 

Então, ela ergueu os olhos para o senhor choroso a sua frente, apertando as mãos dele com cuidado e sorrindo levemente:

— Se for ajudar o senhor, eu não vou me importar, senhor Campbell ! 

— Muito obrigada, você é uma menina tão doce! — Henry disse, enquanto George dava duas batidinhas nos ombros dele como quem o consola. 

— Viu? Eu disse que ela aceitaria — George falou, sorrindo para o amigo e se afastando com ele logo em seguida, os dois se afastaram, deixando Selena e Roman a sós novamente. 

— Tem certeza que isso não vai atrapalhar você? — ele perguntou, inclinando a cabeça para o lado. — Se for, não precisa ir…

— Não se preocupe comigo — ela disse, com um sorriso gentil. — Vai ser muito bom poder ajudar nesse momento difícil. 

— Muito obrigada então! Amanhã mandarei alguém vir buscá-la, certo? 

— Certo!

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