— Sua vadia! É isso o que você é! — Carina gritava enquanto era arrastada para fora, completamente insana. —Levem ela e não deixe que entrem de novo! — Roman ordenou, furioso com toda aquela cena. Então, quando o silêncio reinou novamente, ele voltou os olhos para Selena e segurou seu rosto entre as mãos, a olhando com culpa enquanto acariciava sua bochecha. — Está tudo bem? Ela te machucou muito? — seu tom era preocupado e por um momento Selena até acreditou nele, mas logo voltou a si. Ela deixou que seus olhos expressassem tristeza e confusão., mesmo que tudo o que sentisse fosse raiva. Aproveitou a vontade de chorar de ódio que sentia e sentiu seus olhos marejarem, com algumas lágrimas escorrendo por sua bochecha. — Quem é ela? Por que ela fez isso comigo? — perguntou Selena, com voz de choro, mesmo já sabendo a resposta. Queria ver a desculpa que Roman inventaria. — Ela é apenas alguém com quem eu tive algo… — ele disse, suspirando, abraçando Selena mais uma vez. — Hoje eu
A cena da noite anterior não saiu da cabeça de Sel. Ela sabia que aquilo iria acontecer, imaginava que Carina armaria sua primeira confusão por aqueles dias, mas não achou que a atacaria daquele jeito, ela nunca foi de perder a classe daquela forma. Outrora, antes de sua primeira morte, Carina e Sel competiram muito por Roman, infelizmente, Sel havia saído perdedora daquela batalha, mas esperava, por orgulho, poder se vingar agora.Carina havia se rebaixado ao atacá-la, mas aquilo não foi de todo ruim, afinal, era uma oportunidade, Carina perdeu a compostura e deu a Sel a oportunidade de se aproximar de Roman sem se esforçar, além de colocá-la no papel de vítima, que era exatamente onde queria estar, assim, ele não desconfiaria de suas pretensões.Ainda era difícil para ela estar na mansão Campbell como uma estranha, fingir que não conhecia bem todos aqueles corredores, que não sabia exatamente onde ir e onde não podia pisar, fingir que era a primeira vez que conhecia Roman e se
Coincidentemente, Roman e Henry não estavam em casa, então, ela poderia sair sem ser enchida de perguntas. Henry costumava ser bem curioso e superprotetor, se pudesse, a faria levar um segurança onde quer que ela fosse. Já Roman, apesar de ser discreto, era tão controlador quanto o avô e sempre a seguia com os olhos pela casa. Aproveitando a oportunidade, Sel correu para fora da mansão e pediu um uber, entrando nele antes que alguém a visse e passando o endereço para o motorista. O homem de meia idade que dirigia olhou para ela confuso, então perguntou:— Tem certeza que o endereço está certo, moça? — Claro — respondeu ela, unindo as sobrancelhas —, por que não estaria?— Ah, é que não é muito comum ver alguém saindo de uma casona para um bairro no subúrbio — respondeu ele, começando a dirigir, dando de ombros. — Vai visitar alguém?— Um amigo — ela respondeu, encostando o rosto na janela e observando a estrada. Depois dessa resposta, o motorista não disse mais nada, guiando o car
Os olhos de Sel se arregalaram quando ela o viu, afinal, Anthony não havia sido sequestrado? Não encontravam sinais dele há dias e ela já havia se convencido de que, provavelmente o haviam matado.Mas agora ele estava bem ali, na sua frente, com o peitoral a mostra e uma grande faixa cobrindo algum tipo de ferimento que estava em sua barriga. Aquela situação não poderia ser mais aleatória e surpreendente.Voltando a si, Sel piscou os olhos e o viu dar espaço para que ela entrasse, o que o fez sem pestanejar, afinal, ele tinha muito a explicar. Claro, além de desejar explicações, ela não podia negar, nem por um momento, a vista estonteante que tinha dele enquanto caminhava em direção ao pequeno sofá. A pele negra parecia reluzir, num tom de marrom que se assemelhava ao chocolate. Sua barba estava um pouco maior, certamente, seja la o que estivesse acontecendo, ele não teve muito tempo para cuidar dela, o que o deixava ainda mais charmoso aos olhos da ruiva. Anthony exibia um sorriso
Naquela época, Sel achava que era normal o fato de Roman ficar tão estressado perante a menção sobre seu irmão, já que ambos não tinham uma relação boa, sequer tinham uma relação. Mas, agora,ela tinha dúvidas se o nervosismo de Roman era apenas por isso ou se era por ele ter alguma ligação com o desaparecimento de seu irmão. Apesar de não saber, naquele dia o inferno em seu casamento começaria e seu sonho de princesa se tornaria um grande pesadelo que a levaria à morte. Ela esperava não passar por isso naquela vida. Assim como na sua primeira vida, Sel sabia que Anthony havia sobrevivido agora, mas o que cerceava aquela tentativa de sequestro? Os Campbell seriam realmente os mandantes? Ou melhor, Roman estaria de fato por trás disso? Ali, olhando para Anthony, ela começava a pensar que ele tinha mais a ver com sua morte do que havia imaginado. — Eu… Eu nem sei o que pensar — ela começou a falar, ainda um pouco inerte com a lembrança. — Não seria melhor resolver isso com a polícia
Quando Sel pegou um táxi em direção a parte alta da cidade novamente, sua pele ainda estava formigando. Esteve com Anthony, ele estava vivo e acreditava que havia uma conspiração contra ele e que o mandante dessa conspiração era Roman. Naquele momento, ela percebia que estava envolvida em muito mais problemas do que gostaria ou deveria, precisava focar no que de fato era importante, mas como ignorar Anthony e seus olhos cor de mel?Sua mente estava confusa, nublada com as dúvidas quanto às afirmações de Anthony, mas também com a sensação que explodia em seu ventre toda vez que o olhava e encontrava seus olhos intensos sobre ela. Certamente, pensar em como ele era bonito não a ajudaria em nada com o fato de que precisava refletir sobre tudo o que ele havia dito, mas a imagem de Anthony sentado à sua frente, sem camisa e com os olhos fixos nela era simplesmente inesquecível.Precisou se concentrar muito nas palavras dele para não se distrair durante o percurso, mas se lembrava muito be
Por um momento, ela sentiu as pernas tremerem ao lembrar dos dedos dele em sua nuca, segurando seus cabelos. Um calor subiu dos seus pés em direção ao meio de suas pernas e Sel quase arfou, deixando sua mente levá-la por pensamentos que, certamente, ela deveria refrear, mas não o fez.Afinal, quem estaria ali, em sua cabeça?Pelo menos em sua própria mente ela poderia viver o que bem desejava. Mas não teve tempo para isso, infelizmente. Antes que pudesse voltar para sua fantasia particular, ela ouviu batidas na porta e, por muito pouco, não se desequilibrou no chão liso do banheiro, se apoiando no box de vidro e desligando a água. Sel agarrou o roupão e o vestiu, enrolando os cabelos num coque molhado, sentindo as gotas pingarem dos fios vermelhos em seus ombros. Amarrando o roupão, caminhou até a porta, abrindo apenas uma fresta e dando de cara com Roman. Os olhos negros dele se fixaram nela e, por um momento, ela achou ter visto surpresa em seu olhar. De fato, Roman estava surpre
Quando a voz de Carina ecoou pelos corredores da mansão, Henry Campbell uniu as sobrancelhas. O senhor havia saído da sala de estar e seguido para seu próprio quarto para se preparar para o jantar, mas não muito tempo depois, ele ouviu os berros da loira chegando até o terceiro andar. A confusão era generalizada na entrada da casa. Carina havia ido até ali decidida a armar a maior confusão que pudesse para chamar a atenção de Roman, o que deu mais certo do que ela imaginou. No mesmo instante em que as palavras “Estou esperando um filho dele” saíram de seus lábios, Roman atravessou o corredor como um foguete e chegou até o pé da escada, com Selena em seu encalço. Por dentro, ela estava regozijando-se com aquele momento, afinal, se lembrava muito bem de quando isso havia acontecido em sua primeira vida e agora teria o prazer de desmascarar Carina e se vingar por tudo o que ela a havia feito passar no passado. Aquele seria apenas o primeiro de muitos momentos de satisfação que teri