Quando Sel saiu do seu apartamento, Anthony se viu sozinho e até levemente confuso. Sabia que pedir a ajuda de Sel era arriscado, mas não havia ninguém mais perto de Roman que ela e, por mais que aquela proximidade o irritasse, seria útil para descobrir o que havia acontecido. Mas, obviamente, não a deixaria tão perto de Roman sem supervisão alguma. Por dentro, ele havia se convencido de que todo aquele cuidado era apenas por segurança, afinal, Roman poderia ser o mandante do sequestro dele, mas Anthony sabia que parte de todo aquele cuidado era ciúmes, mesmo que escondido e mascarado por diversas desculpas.Algumas horas depois que ela saiu, Anthony pegou o celular e ligou para a segunda pessoa em quem mais confiava. A ligação chamou algumas vezes e, por um momento, ele acreditou que não teria resposta, mas logo uma voz soou do outro lado, um pouco ofegante. — Lucy? — a pergunta foi precedida por um silêncio. Anthony percebeu apenas a respiração da mulher do outro lado da linha e
"Vou te proteger, mesmo que de longe, Sel."A mensagem ainda ecoava em sua mente e ela continuava com certa dúvida quanto a suas escolhas. Não poder confiar em ninguém tinha suas desvantagens e, enquanto encarava o espelho e penteava seus cabelos, Selena tinha medo de estar fazendo a escola errada ao confiar em Anthony."E se for ele?", ela se perguntou, prendendo o lábio inferior entre os dentes e o apertando com força, "por favor… Que não seja ele… Qualquer um, menos ele…"Estava tão distraída que sequer ouviu a porta do quarto se abrindo, ela desSel va lentamente a escova pelos fios ruivos ainda úmidos e, as suas costas, Henry a observava. Os olhos do senhor Campbell a encaravam com uma atenção ímpar, como quem procura algo que desconfia estar bem diante do seu nariz, mas nada encontra. Henry ficou alguns minutos em silêncio, apenas olhando para Sel para, depois, dar alguns passos para dentro do quarto e apoiar as mãos nos ombros dela. — Querida… Como está se sentindo? Não está
— Você está louca, Carina ? — Roman gritou, agarrando o braço da loira com agressividade, apertando seus dedos na pele macia dela e a puxando para perto.— Eu? O que queria que eu fizesse? Você desapareceu! — ela falou, com raiva pela reação dele. — Quer que eu crie essa criança sozinha? Carina sabia que não havia criança nenhuma, mas se sentia rejeitada e sentia que, se ela estivesse realmente grávida, seu filho também seria, afinal, Roman não parecia emocionado ou feliz, pelo contrário. Estavam nos jardins da mansão Campbell . Depois da grande confusão, Roman a arrastou até ali para dar a ela um ultimato e tentar acalmar-se um pouco com o ar fresco. — Eu não desapareci, pedi um tempo a você e você veio encher meu saco na minha casa! — seu tom era baixo agora, quase como um rosnado. — Tem noção do que está fazendo?Olhando para ele, Carina percebia os reflexos do homem por quem se apaixonou. Roman, mesmo que bruto e agressivo, para ela, era a criatura mais bonita da terra, e tal
Quando a noite se foi, trazendo o raiar de um novo dia, a casa Campbell estava um grande alvoroço. Claro, nada muito indiscreto, mas era mais que claro que todos os empregados conversavam e cochichavam aqui e ali sobre os recentes escândalos, todos estavam curiosos para saber o desenrolar da situação. Selene estava igualmente curiosa, sabia que Carina estava inventando tudo aquilo, mas estava ansiosa para saber como ela se livraria daquela saia justa, afinal, Henry não se esqueceria de todo aquele barraco, ela tinha certeza. Quando o alarme de seu celular tocou, a avisando que já eram sete e meia da manhã, Sel finalmente levantou, erguendo o corpo preguiçosamente e caminhando devagar em direção ao banheiro, precisava se arrumar, iria até a faculdade ainda naquela manhã para trancar sua matrícula e usaria isso como desculpa para encontrar Anthony logo depois. Não poderia dar início ao seu curso enquanto não resolvesse sua vida, então, achou melhor trancar a matrícula sem que ningu
As palavras de Roman nunca saíram de sua mente e, desde aquele dia, ela deu o seu melhor para sair das garras dele, mas a morte a levou antes que tivesse o prazer de se libertar. Não podia deixar que isso acontecesse de novo, então, precisava se manter concentrada. Ao chegar à sala de jantar, Sel encontrou a mesa vazia, exceto por Henry, que tomava seu café pacientemente e lia o jornal do dia sem emitir som algum. Quando ele notou a presença da ruiva, o senhor abaixou o jornal e sorriu para ela, se levantando e a abraçando carinhosamente. — Se sente melhor, querida? — perguntou Henry, deixando um beijinho em sua testa delicadamente. — Vai sair? — Vou até a faculdade, tenho algumas coisas para fazer lá hoje — Sel falou, deixando um beijinho na bochecha dele, nem um pouco culpada por mentir. — Achei que já tinha trancado a matrícula — comentou Henry, com um ar desinteressado —, não a vi frequentando as aulas… — Ah, eu estava fazendo os trabalhos online, então preciso apenas ir lá d
— Bem, eu consegui o que você me pediu — ele disse, caminhando em direção ao sofá e esperando que ela se sentasse para fazer o mesmo. — Minha mãe se formou naquele ano, poderia só ter me perguntado. — Não é ela que estou procurando — Sel respondeu, se sentando ao lado dele e ficando há alguns centímetros de distância, unindo as sobrancelhas enquanto o via abrir o notebook e, em seguida, clicar num PDF. Instantes depois, uma página se abriu na tela e o álbum se tornou visível. Sel foi até a terceira página, depois da dedicatória e das informações gerais, então encontrou uma foto da turma e, passando os olhos pelos rostos dos alunos, ela encontrou quem procurava. — Aqui, é minha mãe — ela apontou, então, puxou sua bolsa das costas e a abriu, puxando a foto de dentro dela e mostrando para Anthony. — Aparentemente, nossas mães eram amigas, mas ninguém nunca falou sobre isso… Achei que meu pai havia conhecido a família Campbell depois que você o contratou. Anthony suspirou levemente,
Quando Sel finalmente saiu do táxi, ela sentia todo seu corpo tenso. Ainda não acreditava no que havia feito com Anthony minutos antes, mas não tinha muito tempo para pensar sobre tudo o que sentiu enquanto estava nos braços dele, mesmo que quisesse. Ela seguiu até o restaurante e, assim que passou pela porta, viu Roman sentado numa das mesas, olhando o cardápio com um ar concentrado. Dali, com os olhos negros fixos na folha, sobrancelhas levemente franzidas e lábios apertados um no outro, Sel percebeu, novamente, o motivo dele ser tão galante. Qualquer uma, em seu juízo perfeito, olharia para ele, não apenas por ser bonito, mas pela postura imponente e dominante que ele tinha, aquilo combinava perfeitamente com ele, o deixava sensual. Mas, mesmo assim, Sel o conhecia bem o bastante para saber que aquela postura e aquela beleza não valia a pena o martírio que era estar ao lado de Roman Campbell . Ela caminhou em direção a mesa enquanto olhava ao redor, tentando não o encarar muito
Quando Carina saiu da clínica, ela sentia o corpo trêmulo. Sabia exatamente o que havia dentro do envelope, mesmo sem o abrir, mas o que poderia fazer se não o levar até Henry Campbell ? Aquele homem era implacável, não havia como ir contra as vontades dele. Depois de sair da Clínica e chegar a calçada, Carina encontrou Norma de pé na frente do carro, esperando-a. — Então? Como foi? — Norma perguntou, nervosa. — Como acha, Norma? — Carina perguntou, irritada. — Eu não estou grávida, você sabe disso! Não tenho o que fazer, a droga do plano foi por água a baixo! — Bell… Eu já disse, você não precisa disso — Norma tentou convencer sua amiga, mesmo sabendo que aquela tentativa estava fadada ao fracasso. — Acaba com isso hoje e esquece esse cara. — Eu já te disse, Norma, não vou esquecer ele, a culpa é toda daquela vadia! Vou acabar com ela assim que eu puder — a loira vociferou, entrando no carro e batendo com força a porta. — Agora vamos para a droga daquela mansão, vou acabar l