Quando Sel finalmente saiu do táxi, ela sentia todo seu corpo tenso. Ainda não acreditava no que havia feito com Anthony minutos antes, mas não tinha muito tempo para pensar sobre tudo o que sentiu enquanto estava nos braços dele, mesmo que quisesse. Ela seguiu até o restaurante e, assim que passou pela porta, viu Roman sentado numa das mesas, olhando o cardápio com um ar concentrado. Dali, com os olhos negros fixos na folha, sobrancelhas levemente franzidas e lábios apertados um no outro, Sel percebeu, novamente, o motivo dele ser tão galante. Qualquer uma, em seu juízo perfeito, olharia para ele, não apenas por ser bonito, mas pela postura imponente e dominante que ele tinha, aquilo combinava perfeitamente com ele, o deixava sensual. Mas, mesmo assim, Sel o conhecia bem o bastante para saber que aquela postura e aquela beleza não valia a pena o martírio que era estar ao lado de Roman Campbell . Ela caminhou em direção a mesa enquanto olhava ao redor, tentando não o encarar muito
Quando Carina saiu da clínica, ela sentia o corpo trêmulo. Sabia exatamente o que havia dentro do envelope, mesmo sem o abrir, mas o que poderia fazer se não o levar até Henry Campbell ? Aquele homem era implacável, não havia como ir contra as vontades dele. Depois de sair da Clínica e chegar a calçada, Carina encontrou Norma de pé na frente do carro, esperando-a. — Então? Como foi? — Norma perguntou, nervosa. — Como acha, Norma? — Carina perguntou, irritada. — Eu não estou grávida, você sabe disso! Não tenho o que fazer, a droga do plano foi por água a baixo! — Bell… Eu já disse, você não precisa disso — Norma tentou convencer sua amiga, mesmo sabendo que aquela tentativa estava fadada ao fracasso. — Acaba com isso hoje e esquece esse cara. — Eu já te disse, Norma, não vou esquecer ele, a culpa é toda daquela vadia! Vou acabar com ela assim que eu puder — a loira vociferou, entrando no carro e batendo com força a porta. — Agora vamos para a droga daquela mansão, vou acabar l
Por um momento, o rosto sempre tão impassível de Roman se acendeu em surpresa e um pequeno sorriso de canto surgiu em seus lábios bem desenhados. Por um momento, ele não soube o que falar, não se imaginou chegando naquele ponto, por mais que fosse ele seu objetivo, então, estava realmente surpreso. — Como assim aceita namorar com ele? — Carina perguntou, num sussurro abismado.Ela estava em choque, completamente abismada. "Roman pediu ela em namoro? Mas nós…", Carina pensou, inspirando profundamente e mordendo o lábio inferior, sentindo as lágrimas molharem seus olhos claros e sua postura imponente e orgulhosa ir por água a baixo. Naquele momento, ela percebeu que havia perdido aquela batalha, mas, intimamente, se recusava a perder a guerra e tinha certeza que tudo aquilo ainda não havia acabado. Podia não ter Roman, mas não ia permitir que Selena roubasse seu homem e não pagasse por isso.Os seguranças, mandados por Henry, agarraram os braços de Carina , que não disse nada. Rom
LEMBRANÇA"Selena sentia seu coração em pedaços, haviam se casado há nove meses e as coisas já começaram a desandar como uma encosta molhada por muitos meses de chuva. Ali, na biblioteca, ela encarava a loira, que a olhava com um ar vitorioso e um sorriso ladino cruel. Carina era como um fantasma que a atormentava sempre que tinha oportunidade, dando a ela as piores dores que alguém poderia sentir.Naquele momento, mais um golpe foi dado e a loira acertou uma faca em seu peito. — Está vendo isso em meu dedo? — ela perguntou, com uma voz manhosa, sorrindo.Carina balançou a mão na frente do rosto de Sel e a esmeralda reluzente tomou toda sua atenção, a fazendo ofegar. Aquele era o anel da mãe dele, uma das poucas coisas dela que haviam deixado naquela mansão, era uma peça tão importante e, ao invés de estar nos dedos da esposa, a amante de seu marido o exibia para ela agora, com toda a glória que poderia ter. — O que quer aqui, Carina ? Já não basta ficar enviando aquelas merdas d
Depois da fala sobre sua mãe, Roman sentiu o peito pesado e o corpo letárgico, aquilo sempre acontecia ao falar dela, afinal, era sua mãe, como não se sentir mal ao falar da morte trágica e precoce que ela teve? Apesar de se esforçar para não demonstrar, seu incômodo era visível, por isso, ele inspirou e mexeu os ombros, afastando-se de Selena e cruzando os braços sobre o peito forte. — Preciso fazer algumas coisas agora… Nos vemos mais tarde? — ele perguntou, torcendo para que ela não insistisse em ficar. — Claro! Não se preocupe comigo, tenho algumas coisas para organizar também! — Sel falou, dando um passo para trás e suspirando levemente. — Nos vemos depois, Roman — ela completou, antes de dar alguns passos em direção a ele e deixar um selinho em seus lábios, saindo do escritório. Sel fechou a porta e caminhou pelo corredor até atravessar a mansão, passando pelo lance de escadas, mas seguindo em direção ao seu quarto, que ficava do lado oposto ao escritório de Roman. A ruiva ab
A ruiva seguiu pelo grande corredor, sabia que ali haviam os quartos de hóspedes, por isso o seu próprio ficava naquele local, mas também sabia que, pouco acima, no próximo andar, haviam os quartos pessoais de Henry e Roman. Por isso seguindo até o final do corredor, que estava a meia luz, iluminado apenas pela luz da lua que entrava pela enorme janela na parede, ela encontrou uma escada. Sel subiu os degraus lentamente, pisando na ponta dos pés para não fazer barulho. Os empregados já haviam se recolhido, a governanta também provavelmente, já era madrugada e ela acreditava que Roman também estaria dormindo a essa altura, apesar de torcer para que ele ainda estivesse no escritório, já que este cômodo era do outro lado da mansão e as chances dele pegá-la no flagra eram mínimas. Quando chegou ao andar de cima, a ruiva colocou apenas parte da cabeça no corredor checando se havia alguém ali, encontrando apenas o corredor. Quando concluiu que tudo estava vazio, ela voltou a caminhar. Se
Sel tirou de cima dele o tecido que o cobria e viu que ele tinha três gavetas, então, decidiu começar por ali. Puxou a primeira, abrindo e encontrando ali uma caixa de jóias e alguns enfeites para cabelo. Elas mexeu cuidadosamente na gaveta, mas não encontrou nada que a ajudasse. Na segunda gaveta haviam papéis, muitos deles, recibos da empresa, contratos velhos, até algumas folhas de jornais jogadas. Tudo parecia uma bagunça naquela gaveta e ela se sentiu até um pouco decepcionada, afinal, não havia nada de novo. No entanto, antes de partir para a próxima gaveta, Sel tirou alguns papéis de dentro e, no fundo da gaveta, encontrou uma foto. Claramente era uma foto medianamente antiga, nela havia Loretta e, ao seu lado, segurando sua cintura e deixando um beijop em seu rosto, um homem negro que tinha uma feição familiar. Sel virou a carta e viu uma escrita nela: “O amor é o que me faz lutar, luto por nós dois, para que um dia possamos sair das sombras.”A letra era a mesma da foto que
— Sele… O que estava fazendo lá em cima? — a voz de Roman era rouca, quase arrastada, seus olhos negros estavam fixos nela. Roman deu alguns passos para frente, caminhando até Sel, que deu dois passos para a lateral, se encostando na parede enquanto pensava numa desculpa. Mas que desculpa melhor do que usar ele mesmo para isso?— Eu… Eu estava procurando você… — ela começou, baixando os olhos levemente enquanto Roman se aproximava ainda mais. — Não o ouvi passar pelo corredor e achei que pudesse estar em seu quarto, mas quando bati na porta ninguém atendeu. — Por que estava me procurando? — Roman perguntou. Agora, ele estava na frente dela e se aproximou o suficiente para que Sel precisasse colar suas costas na parede. Os olhos afiados do homem se fixaram no rosto dela, mas isso apenas por um momento, já que os orbes negros desceram lentamente de seus lábios carnudos até o decote da camisola de seda. — Eu queria ver você — ela falou, inspirando profundamente, sabia que precisaria