Depois de um café tranquilo, Sel decidiu dar uma volta. Esperava que Henry descesse, mas como ele não o fez, ela aceitou que aquele era um bom momento para começar sua busca. Mas o que estava procurando? Ela não sabia, na verdade, não fazia ideia.Mas estava confiante de que encontraria qualquer coisa, qualquer evidência, que dissesse por onde começar. Os empregados estavam distraídos com a arrumação do andar de baixo, bem como com os preparativos para o jantar e demais afazeres do dia, então, não foi difícil para ela se esgueirar para as escadarias e se direcionar ao terceiro andar, o último. Sel caminhou apressadamente, os corredores estavam vazios, mas nada impediria que alguém chegasse a qualquer momento, então, teria que ser rápida. Ela tinha um destino certo, apesar de não saber o que procurar ali. Agradeceu por Henry decidir se isolar naquele dia, ele tinha aquele costume, quando algo acontecia, ele escondia-se em seu quarto até que se sentisse bem para ser o mesmo de sempre
Quando a noite chegou, Selena estava exausta. Acabou passando todo o dia ao lado de Henry, tentando o consolar e o ajudar diante de todos os acontecimentos, mas quando a noite caiu ela finalmente conseguiu descansar, ao menos foi o que imaginou que aconteceria. A foto ainda estava em sua cabeça, ela tinha um pressentimento que aquela era a primeira peça, mas não sabia o que fazer diante daquilo. Mas a foto não era a única coisa que a incomodava, pelo contrário, havia ainda a misteriosa mensagem que a dizia para não confiar em ninguém.Quem havia mandado e porquê?Tudo aquilo a deixou extremamente distraída, tanto que sequer notou quando Roman chegou à mansão e se sentou junto a ela na mesa de jantar. Diferente de Sel, Roman estava muito atento, seus olhos negros se fiaram nela assim que ele adentrou a casa e, olhando-a dali, percebia quão distraida ela estava. Aos olhos de Roman, Sel parecia uma bela pintura feita especialmente para que ele a observasse, era inegável o quanto ela er
— Sua vadia! É isso o que você é! — Carina gritava enquanto era arrastada para fora, completamente insana. —Levem ela e não deixe que entrem de novo! — Roman ordenou, furioso com toda aquela cena. Então, quando o silêncio reinou novamente, ele voltou os olhos para Selena e segurou seu rosto entre as mãos, a olhando com culpa enquanto acariciava sua bochecha. — Está tudo bem? Ela te machucou muito? — seu tom era preocupado e por um momento Selena até acreditou nele, mas logo voltou a si. Ela deixou que seus olhos expressassem tristeza e confusão., mesmo que tudo o que sentisse fosse raiva. Aproveitou a vontade de chorar de ódio que sentia e sentiu seus olhos marejarem, com algumas lágrimas escorrendo por sua bochecha. — Quem é ela? Por que ela fez isso comigo? — perguntou Selena, com voz de choro, mesmo já sabendo a resposta. Queria ver a desculpa que Roman inventaria. — Ela é apenas alguém com quem eu tive algo… — ele disse, suspirando, abraçando Selena mais uma vez. — Hoje eu
A cena da noite anterior não saiu da cabeça de Sel. Ela sabia que aquilo iria acontecer, imaginava que Carina armaria sua primeira confusão por aqueles dias, mas não achou que a atacaria daquele jeito, ela nunca foi de perder a classe daquela forma. Outrora, antes de sua primeira morte, Carina e Sel competiram muito por Roman, infelizmente, Sel havia saído perdedora daquela batalha, mas esperava, por orgulho, poder se vingar agora.Carina havia se rebaixado ao atacá-la, mas aquilo não foi de todo ruim, afinal, era uma oportunidade, Carina perdeu a compostura e deu a Sel a oportunidade de se aproximar de Roman sem se esforçar, além de colocá-la no papel de vítima, que era exatamente onde queria estar, assim, ele não desconfiaria de suas pretensões.Ainda era difícil para ela estar na mansão Campbell como uma estranha, fingir que não conhecia bem todos aqueles corredores, que não sabia exatamente onde ir e onde não podia pisar, fingir que era a primeira vez que conhecia Roman e se
Coincidentemente, Roman e Henry não estavam em casa, então, ela poderia sair sem ser enchida de perguntas. Henry costumava ser bem curioso e superprotetor, se pudesse, a faria levar um segurança onde quer que ela fosse. Já Roman, apesar de ser discreto, era tão controlador quanto o avô e sempre a seguia com os olhos pela casa. Aproveitando a oportunidade, Sel correu para fora da mansão e pediu um uber, entrando nele antes que alguém a visse e passando o endereço para o motorista. O homem de meia idade que dirigia olhou para ela confuso, então perguntou:— Tem certeza que o endereço está certo, moça? — Claro — respondeu ela, unindo as sobrancelhas —, por que não estaria?— Ah, é que não é muito comum ver alguém saindo de uma casona para um bairro no subúrbio — respondeu ele, começando a dirigir, dando de ombros. — Vai visitar alguém?— Um amigo — ela respondeu, encostando o rosto na janela e observando a estrada. Depois dessa resposta, o motorista não disse mais nada, guiando o car
Os olhos de Sel se arregalaram quando ela o viu, afinal, Anthony não havia sido sequestrado? Não encontravam sinais dele há dias e ela já havia se convencido de que, provavelmente o haviam matado.Mas agora ele estava bem ali, na sua frente, com o peitoral a mostra e uma grande faixa cobrindo algum tipo de ferimento que estava em sua barriga. Aquela situação não poderia ser mais aleatória e surpreendente.Voltando a si, Sel piscou os olhos e o viu dar espaço para que ela entrasse, o que o fez sem pestanejar, afinal, ele tinha muito a explicar. Claro, além de desejar explicações, ela não podia negar, nem por um momento, a vista estonteante que tinha dele enquanto caminhava em direção ao pequeno sofá. A pele negra parecia reluzir, num tom de marrom que se assemelhava ao chocolate. Sua barba estava um pouco maior, certamente, seja la o que estivesse acontecendo, ele não teve muito tempo para cuidar dela, o que o deixava ainda mais charmoso aos olhos da ruiva. Anthony exibia um sorriso
Naquela época, Sel achava que era normal o fato de Roman ficar tão estressado perante a menção sobre seu irmão, já que ambos não tinham uma relação boa, sequer tinham uma relação. Mas, agora,ela tinha dúvidas se o nervosismo de Roman era apenas por isso ou se era por ele ter alguma ligação com o desaparecimento de seu irmão. Apesar de não saber, naquele dia o inferno em seu casamento começaria e seu sonho de princesa se tornaria um grande pesadelo que a levaria à morte. Ela esperava não passar por isso naquela vida. Assim como na sua primeira vida, Sel sabia que Anthony havia sobrevivido agora, mas o que cerceava aquela tentativa de sequestro? Os Campbell seriam realmente os mandantes? Ou melhor, Roman estaria de fato por trás disso? Ali, olhando para Anthony, ela começava a pensar que ele tinha mais a ver com sua morte do que havia imaginado. — Eu… Eu nem sei o que pensar — ela começou a falar, ainda um pouco inerte com a lembrança. — Não seria melhor resolver isso com a polícia
Quando Sel pegou um táxi em direção a parte alta da cidade novamente, sua pele ainda estava formigando. Esteve com Anthony, ele estava vivo e acreditava que havia uma conspiração contra ele e que o mandante dessa conspiração era Roman. Naquele momento, ela percebia que estava envolvida em muito mais problemas do que gostaria ou deveria, precisava focar no que de fato era importante, mas como ignorar Anthony e seus olhos cor de mel?Sua mente estava confusa, nublada com as dúvidas quanto às afirmações de Anthony, mas também com a sensação que explodia em seu ventre toda vez que o olhava e encontrava seus olhos intensos sobre ela. Certamente, pensar em como ele era bonito não a ajudaria em nada com o fato de que precisava refletir sobre tudo o que ele havia dito, mas a imagem de Anthony sentado à sua frente, sem camisa e com os olhos fixos nela era simplesmente inesquecível.Precisou se concentrar muito nas palavras dele para não se distrair durante o percurso, mas se lembrava muito be