Florence virou levemente a cabeça, lançando um olhar frio para Daphne, antes de dar dois passos à frente. — Nós podemos ser colegas, mas somos próximas? E, mesmo que fosse para pedir algo, não seria para uma concorrente, certo? — Você… — Daphne ficou surpresa, sua expressão rapidamente mudando para algo magoado, como se tivesse sido profundamente ferida. Um dos jurados, que claramente sabia que Daphne não era uma competidora comum e tinha conhecimento da presença de Lucian na plateia, levantou-se imediatamente e a repreendeu: — Florence, você deixou sua peça cair e destruí-la foi responsabilidade sua. Daphne tentou ajudar você e é assim que você retribui? Seguranças! Tirem-na do palco! Sem uma peça para apresentar, ela não tem direito de continuar competindo. Não vamos perder mais tempo com isso. Daphne levou a mão aos olhos, fingindo enxugar uma lágrima, enquanto lançava um olhar de desprezo para Florence, oculto sob uma máscara de falsa bondade. Mas Florence permaneceu ca
Só Florence sabia que sua estrela era a melhor filha do mundo, Estela. Desde que Estela tinha idade suficiente para entender, todos os seus aniversários vinham com um único desejo: que sua mãe fosse feliz. Estela costumava dizer: — Mamãe, você promete que nunca mais vai chorar? E também dizia: — Mamãe, todas as crianças têm o papai para colocar a coroa nelas. Mais tarde, ela entendeu que o pai não gostava dela. Então, Estela sorriu e disse: — A coroa que a mamãe coloca é muito mais bonita. Ao lembrar disso, os olhos de Florence ficaram ligeiramente vermelhos, mas ela se conteve. Ela havia prometido a Estela que nunca mais choraria. Florence ergueu a mão, tocou levemente a coroa em sua cabeça e levantou os olhos, como se olhasse para o céu. “Estela, mamãe fez uma coroa para você. Espero que você goste.” Deixando de lado os incidentes anteriores, Valentina demonstrava uma grande admiração pela habilidade de Florence. Não era apenas o design, mas também a engenhosida
Valentina, com sua voz firme, declarou: — Vamos continuar com a competição. O apresentador rapidamente retomou o controle: — As duas participantes podem descansar agora. Chamaremos o próximo concorrente ao palco. Florence desceu do palco com um leve sorriso no rosto, mas, antes que pudesse ir muito longe, Daphne apressou-se para alcançá-la. — Você já sabia disso? — Daphne, do que você está falando? Não estou entendendo. Aquela peça não era sua? O que eu poderia saber? — Florence respondeu com uma expressão de confusão que beirava o sarcasmo. Daphne olhou ao redor, certificando-se de que ninguém estava por perto, e baixou o tom de voz: — Por que a corrente quebrou? Florence sorriu, com uma calma que parecia provocar ainda mais: — Você nem se deu ao trabalho de ajustar os dados do design que copiou das minhas amostras? Nem sabe copiar direito? Ao terminar de falar, Florence virou-se para ir embora. Mas, após dois passos, parou, olhou por cima do ombro e acrescentou:
Florence segurou o pesado troféu em mãos, com o rosto inexpressivo, enquanto olhava para a plateia. Era como se mãos invisíveis estivessem apertando seu pescoço, trazendo uma sensação sufocante, lembrando-a de como era difícil escapar de um destino já traçado, especialmente quando se enfrentava uma adversária com poderosos aliados. No entanto, no segundo seguinte, ela apertou firmemente o troféu entre os dedos. Na vida passada, ela sequer teve a chance de participar de uma competição. Nesta vida, mesmo sendo alvo de uma série de armadilhas, ela conseguiu ameaçar Daphne e ainda sair com um prêmio nas mãos. Pelo menos, aquele destino cruel começava a se desviar. E, algum dia, ele seguiria exatamente o rumo que ela desejava. Florence ergueu a cabeça e sorriu para a plateia. Era um sorriso dirigido tanto ao público quanto ao dono daqueles olhos sombrios que a observavam, Lucian. Ninguém mais poderia derrubá-la. A única que teria esse poder seria ela mesma. Na plateia, Cláudio s
Ela talvez não quisesse exatamente se aproximar de Lucian, mas estar ao lado dele em uma foto certamente faria a imagem se espalhar rapidamente pela internet. E, com isso, ela também poderia aproveitar um pouco da fama. Isadora não estava errada ao pensar assim, afinal, cada um cuidava de si. Florence deu um passo para o lado, abrindo caminho, e sorriu para Isadora: — Vá em frente. Hoje você está com esse vestido em um tom escuro degradê. Vai ficar ótimo ao lado do Sr. Lucian na foto. Florence até se deu ao trabalho de dar uma justificativa por Isadora, que, surpresa, apenas agradeceu antes de andar até o outro lado de Lucian. Florence, então, posicionou-se discretamente na extremidade do grupo, o mais longe possível. Quando todos estavam prontos para a foto, Lucian ergueu a mão, interrompendo o clique do fotógrafo. Sua voz grave ecoou: — Os competidores deveriam ficar no centro da foto. Antes que alguém pudesse reagir, ele afastou a mão de Daphne, que estava apoiada em
Essa situação era algo que Florence realmente não esperava. Daphne estava disposta a usar qualquer artifício para derrubá-la, não importava o quão baixo fosse. Mas a verdade sobre quem copiou quem era algo que Daphne conhecia melhor do que ninguém. E agora, ela ainda tentava acusar Florence de plágio. A palavra "inspiração" tinha sido escolhida com precisão. E com os jornalistas reforçando que Florence havia visto os esboços de Daphne antes da competição, a armadilha estava montada. Se Florence admitisse que havia se inspirado, seria o mesmo que admitir que Daphne era superior, a ponto de ela precisar recorrer às ideias dela para criar sua própria peça. Se negasse, seria acusada de estar mentindo e de ter ganho o segundo lugar de forma desonesta. Daphne, com sua máscara de falsa bondade, interveio: — Não precisam dizer isso. Se meus trabalhos inspiraram Florence, para mim é uma honra. Ela fez uma pausa, suspirou e continuou com uma expressão de leve melancolia: — Mas co
— Não se mexa. — Ele disse em voz baixa. — O que foi? — Florence perguntou, confusa. — Tem uma fita no seu cabelo. Vou tirar para você. Ronaldo aproveitou a desculpa para deslizar os dedos pelos fios dela, enquanto seus olhos brilhavam com algo mais intenso. Ele se inclinou levemente, aproximando o rosto para sentir o perfume de seus cabelos. Percebendo a aproximação, Florence corou instantaneamente e cobriu a cabeça com as mãos, envergonhada. — Eu… Eu esqueci de lavar o cabelo. Está com cheiro ruim, não está? Ronaldo deu uma risada suave. — Não, está ótimo. — Ah, irmão, você sabe como brincar… — Florence respondeu, visivelmente desconfortável. — Vamos. Meu carro está na saída lateral. — Tá bom. Florence caminhou ao lado de Ronaldo, e, sem perceber, começou a enrolar delicadamente uma mecha de cabelo entre os dedos. Era um gesto automático, algo que ela só fazia quando estava tímida. Lucian, observando a cena à distância, apertou os lábios. Seu semblante escur
No restaurante, Florence só percebeu, depois que o garçom serviu os pratos, que eram todas as suas comidas favoritas. Ela olhou para Ronaldo, sentindo-se profundamente tocada: — Irmão, não acredito que você ainda lembra do que eu gosto. Ronaldo serviu uma tigela de sopa de creme de cogumelos para ela, sorrindo com gentileza: — Eu lembro. Também lembro que você, na verdade, é uma gulosa. Só não comia muito à mesa de casa porque tinha medo de chamar atenção. Florence olhou para a tigela de sopa quente à sua frente e sentiu uma onda de emoções. Ela ergueu os olhos e fixou o olhar no homem caloroso e atencioso à sua frente. Ela sabia que não podia mais ignorar o que aconteceu com ele na vida passada. Ronaldo perdeu tudo, foi forçado a ir para um país distante e nunca mais conseguiu voltar. Nem mesmo o desejo de Melissa, no leito de morte, de "voltar às raízes" foi atendido. Lucian havia negado tudo. Lucian era implacável, alguém que não deixava ninguém escapar. Na vida passad