Florence enterrou o rosto no travesseiro do sofá, tentando conter as emoções que borbulhavam dentro dela. Nesse momento, o celular tocou. Era Lyra. — Flor, como foi o dia hoje? — Lyra perguntou, com um tom de voz leve e levemente provocativo. — Não foi nada bom. — Florence respondeu, respirando fundo. — Impossível. Lucian não te ajudou? — Mãe, sua dor nas costas já passou? — Florence rebateu, sem paciência. — Eu já te disse antes, pare de tentar nos aproximar. Não vai acontecer nada entre nós. — Não fui eu! Foi ele quem falou... — Mãe, por favor, não insista. Isso não leva a lugar nenhum. — Florence disse de forma firme. Lyra suspirou levemente. — Tudo bem. Eu só pensei que vocês pudessem, pelo menos, conversar um pouco. Como mãe de Florence, Lyra sabia que a filha guardava muita mágoa dentro de si e que, por isso, parecia estar sempre em oposição a Lucian. Mas... Era Lucian! Até mesmo Lyra, como cunhada, sabia que não podia desafiá-lo. Como Florence poderia ser u
Nina percebeu o rosto pálido de Daphne e rapidamente pegou o celular que havia caído no chão, colocando-o no ouvido. — Ah! Eu errei! Eu nunca mais vou fazer isso! Daphne, me ajuda! Por favor, me salva! Caso contrário, nem morto vou te deixar em paz! Os gritos de alguns homens do outro lado da linha eram assustadores. Nina, assustada, desligou o celular imediatamente. Ela pressionou os dedos contra as têmporas enquanto tentava se recompor. — Essa voz... Parece ser... — O diretor da escola e aqueles três vagabundos... — Daphne disse, quase sem força. — Lucian já sabe de tudo! — Fique calma. — Nina tentou acalmá-la, mas Daphne, fora de si, empurrou-a com força. Daphne não tinha mais paciência para manter sua imagem de mulher gentil e elegante. Ela andava de um lado para o outro na sala como um animal enjaulado, completamente descontrolada. — Como quer que eu fique calma? Lucian mandou eu aguentar! Como ele espera que eu suporte isso? Nina, preocupada que alguém pudesse ver
Quando ninguém estava prestando atenção, uma figura deixou discretamente o ambiente. Daphne percebeu o movimento e sorriu ainda mais. ... Na recepção, Rosana estava admirando o convite de aniversário. O papel com relevo dourado, polvilhado com glitter fino, exalava luxo e ostentação — algo que ela sabia ser inalcançável para alguém como ela. De repente, uma voz soou à sua frente. — Está com inveja? Rosana levantou o olhar e viu Isadora com um sorriso enigmático. Ela franziu a testa. — É você? O que está fazendo aqui? Isadora se aproximou e apontou para o convite na mão de Rosana. — Um cachorro nunca pode substituir o dono. — Não fale bobagens! — Rosana respondeu, irritada. — Ficou nervosa? Eu menti? Ser uma pessoa dúbia não é tão fácil, né? — Isadora provocou, com o sorriso ainda mais evidente. Rosana deu um passo para trás, desconfiada. — O que você sabe? — Eu sei de tudo. Vi você conspirando com Daphne para prejudicar Florence. Mas, no fim, Daphne te deu uma
Dentro da sala de descanso, Florence estava usando uma toalha para tentar limpar a mancha de vinho no vestido. Rosana tirou um saco de dentro da bolsa e o estendeu para Florence. — Flor, eu trouxe uma roupa extra por acaso. Nós temos quase o mesmo tamanho, pode usar para quebrar o galho. Florence lançou um olhar para o logotipo estampado no saco e, meio em tom de brincadeira, comentou: — Rosana, você está rica agora? Esse tipo de roupa não custa menos de cinco dígitos. Rosana hesitou por um momento antes de responder. — Eu recebi meu salário. Resolvi me dar um presente, sabe? É minha primeira experiência de trabalho formal. — Entendi. Mas como eu poderia usar sua roupa nova? Vou me virar com isso aqui mesmo. Afinal, eu não sou a estrela da festa. — Florence disse, devolvendo o saco para Rosana com um sorriso. O desconforto nos olhos de Rosana ficou evidente por um instante, mas ela rapidamente empurrou o saco de volta para Florence. — Flor, somos amigas, não somos? Po
O vestido sem mangas abraçava o corpo de Florence, realçando cada curva perfeita como se tivesse sido feito sob medida. Seus braços delicados e pele impecável eram tudo o que estava à mostra, mas o magnetismo que ela exalava parecia envolver todos os presentes. Percebendo o olhar fixo de Rosana, Florence ajeitou propositalmente o vestido na frente dela. — Rosana, acho que esse vestido está meio apertado em mim. Na sua vida passada, depois de ser humilhada e transformada em alvo de desprezo, Florence havia visto Rosana deixar cair a máscara. Sem mais fingimentos de amizade, Rosana não poupou insultos, pisando sobre sua queda com crueldade. — Não me culpe. Quem mandou ser melhor do que eu em tudo? — Rosana dissera na época. — Você dizia que éramos amigas, mas por que você teve a chance de voar alto e se casar com o Lucian? Deixe-me te contar um segredo: todas as armadilhas que você caiu foram planejadas por mim e pela Daphne juntas. Agora Lucian te odeia, e você não vale mais nad
Assim que Florence entrou no salão, percebeu que Rosana, que a seguira até então, havia desaparecido. Provavelmente, Rosana estava evitando um confronto direto. Era típico dela: deixava Florence lidar sozinha com a confusão, para depois surgir como a "melhor amiga", jogando toda a culpa sobre Florence e a destruindo publicamente. Mas Rosana havia esquecido de um detalhe importante: com sua ausência, Florence tinha liberdade para manipular a narrativa como bem quisesse. Florence olhou para o marido de Valentina, dando-lhe um sorriso educado. — Obrigada, mas acho que devo fazer uma explicação. O homem desviou o olhar, nervoso, e rapidamente a interrompeu. — Não precisa explicar nada. Eu acredito em você. Aquela frase, dita de forma apressada, foi suficiente para que os presentes começassem a cochichar. Parecia que ele estava defendendo Florence, aumentando ainda mais as suspeitas sobre os dois. — Não, eu não quero me explicar para você. Quero me explicar para a Directora Va
— Você usou um vestido igual ao da Valentina. E se ela achar que você tem algum problema com ela? Foi por isso que eu disse que era falsificado. Estou te ajudando. Se você não estiver de acordo, podemos ir agora mesmo falar com a Valentina e esclarecer tudo. Florence sabia que Rosana não teria coragem de fazer isso. Como esperado, Rosana ficou em silêncio por alguns segundos antes de mudar o tom. — Flor, estou com uma dor no estômago. Você pode pegar um remédio na recepção e levar para a sala de descanso número 6? — Claro, pode deixar. — Ótimo. Mas venha rápido, estou me sentindo muito mal. — Apressou Rosana. — Entendi. Já estou indo. Depois de desligar o celular, Florence se virou e saiu do salão. ... Do outro lado da festa, Lavínia aproveitou o momento em que Daphne estava distraída conversando com algumas amigas e caminhou até Lucian. Com um sorriso provocante, ela ergueu a taça de vinho em sua direção. — A beleza foi embora e você não vai atrás? Não está com med
Florence ficou aterrorizada com as ações de Lucian, mas quanto mais ela tentava se soltar, mais ele parecia se divertir com sua resistência. Por fim, o vestido escorregou de seus ombros, deixando-a em pânico. Ela tentou desesperadamente cobrir o corpo, mas ele segurou seus dois pulsos com uma única mão e os ergueu acima da cabeça. Com a outra mão, ele segurou o queixo dela, forçando-a a encará-lo enquanto abaixava a cabeça para beijá-la. O toque foi intenso, mas ainda assim cheio de provocação. Era como se ele estivesse testando os limites dela, e Florence, mesmo mordendo os lábios com força, não conseguiu impedir que um leve gemido escapasse. O som, abafado pela sua tentativa de controle, só pareceu incitar ainda mais Lucian. Ele observou o rosto corado dela, os lábios entreabertos, e não resistiu. Mordeu o lábio inferior dela, forçando-a a abrir a boca. No instante seguinte, ele tomou para si todo o fôlego que ela tinha. Mesmo através do tecido do terno, ele conseguia sen